Caboclinhos agora é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil

Os caboclinhos, expressão da cultura centenária sobretudo em Pernambuco, foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O registro foi aprovado  pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do órgão, em reunião realizada em Brasília.

Cultura presente também no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Alagoas e Minas Gerais, os caboclinhos são classificados pelos brincantes como uma homenagem aos primeiros habitantes do território que veio a se chamar Brasil. Os grupos – alguns com mais de 100 anos e ainda ativos – se apresentam nas ruas – principalmente no carnaval - vestidos com penas e pedrarias, em uma releitura carnavalesca dos trajes indígenas tradicionais, e dançam com agilidade os diferentes toques que representam temas de rituais da população indígena.

“Tem o toque de guerra, que é a preparação para o combate; o de perré, para pedir a chuva; o de baião, que é mais festivo, usada para comemorar qualquer coisa que a tribo quisesse; e o toré, que tem um aspecto religioso”, ensina o presidente do Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã, do Recife, e secretário da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (Accipe), Amauri Rodrigues de Amorim.

Como o próprio nome indica, a reverência ao caboclo (tanto o brasileiro filho de índio e branco como a entidade presente na umbanda, por exemplo) está presente na brincadeira, assim como o culto à Jurema, árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil considerada sagrada e base de um chá usado em rituais. A brincadeira também tem referência na colonização do território brasileiro.

A estimativa da associação de Pernambuco é que existam cerca de 70 grupos de caboclinhos  no estado – 30 apenas no Recife. O governo do estado fez o pedido de registro como patrimônio imaterial do Brasil em agosto de 2013, mesma ocasião em que foram solicitados os registros do maracatu nação, maracatu de baque solto e o cavalo narinho, expressões culturais transformadas em patrimônio nacional em dezembro de 2014.

Fonte:  Lílian Beraldo-Agencia Brasil
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