58 ANOS SEM O MESTRE VITALINO, ARTESÃO E MÚSICO DEIXOU LEGADO PARA A ARTE E A CULTURA BRASILEIRA

2

20 de janeiro de 1963, dia de São Sebastião, 10h de um domingo: Vitalino Pereira dos Santos perdia a batalha contra a varíola, doença infecciosa altamente contagiosa causada por um vírus, muitas vezes transmitido pelas gotículas de saliva, que acarretou na morte do maior ícone da representatividade popular do Nordeste brasileiro. Nesta quarta-feira, o falecimento do mestre completa exatos 58 anos. Ele morreu, aos 54 anos, na casa de taipa onde morava, no Alto do Moura, em Caruaru,  Agreste pernambucano. Anos depois, em 1971, foi inaugurado no local o Museu Mestre Vitalino.


Primeiro ceramista a ter real destaque no país e até internacionalmente, Vitalino foi pioneiro em retratar o cotidiano do povo da zona rural utilizando o barro. Suas peças traduzem os costumes nordestinos, como a vaquejada, o violeiro, os retirantes e as lavadeiras. É chamado de Mestre justamente por ter deixado seguidores. 

Filho dos lavradores Marcelino Pereira dos Santos e Josefa Maria da Conceição, Vitalino nasceu no sítio Ribeira dos Campos, distrito de Caruaru, perto do Rio Ipojuca, Agreste de Pernambuco, no dia 10 de julho de 1909. Ainda criança, aos 6 anos, fez seu primeiro trabalho com as sobras de barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos, que eram vendidos na Feira de Caruaru. A peça ganhou o título de "Um gato maracajá trepado numa árvore, acuado por um cachorro e o caçador fazendo pontaria". Uma senhora do Recife comprou a obra por dois tostões. 

No ano de 1924, na adolescência, o escultor dedicou-se à música. Passou a tocar pífano e criou a banda Zabumba Vitalino. Alguns exemplares do instrumento de sopro utilizados por ele estão expostos no Museu Mestre Vitalino. A partir dessa época, o artista começou a tratar de temas e elementos folclóricos regionais. Daí pra frente, criou definitivamente seu estilo de obra figurativa, tornando-se uma das referências da cultura popular brasileira. 

Em 10 de dezembro de 1931, aos 22 anos, Vitalino casou-se com Joana Maria da Conceição, com quem teve 16 filhos. Seis sobreviveram: Amaro, Manuel, Severino, Antônio Vitalino, Maria Pereira dos Santos e Maria José Pereira dos Santos. No final da década de 1940, após 17 anos de casamento, ele saiu do sítio Ribeira dos Campos, ao lado da sua família, e se mudou para o Alto do Moura, onde viveu o restante da vida. 

O reconhecimento da obra do Mestre Vitalino ganhou mais relevância após a sua morte. O artesão deixou um legado para a arte e a cultura brasileiras. A produção do caruaruense passou a ser iconográfica e serviu de inspiração para a formação de várias gerações de artistas populares. 

O Museu do Homem do Nordeste (Muhne), a Editora Massangana, a Cinemateca Pernambucana e o Cehibra (Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade), vinculados à Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), contam com memórias do Mestre Vitalino. 

O acervo do Museu do Homem do Nordeste é composto por 118 peças do artista, com sete delas cedidas ao Museu Cais do Sertão, localizado no Recife Antigo. No Muhne, há várias obras de Vitalino expostas. Em comemoração ao centenário do artesão, em 2009, o Museu do Homem do Nordeste lançou o livro "Vitalino menino" - roteiro de Walter Ramos e ilustração de João Lin -, que abriu a coleção Brincadeiras de Mestres. 

A Editora Massangana também publicou o livro "Mestre Vitalino" em 1986, da autora Lélia Coelho Frota. Outro exemplar sobre o artista - "Vitalino: um ceramista popular do Nordeste", escrito pelo autor René Ribeiro e publicado pelo Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais em 1972 - está presente no campus Derby da Fundaj, na Sala de Leitura. (Fonte: Fundaj)

Nenhum comentário

LIVRO OS SERTÕES: OS DISCURSOS E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NA GUERRA DE CANUDOS

A escolha das palavras certas para descrever o ambiente e revelar tragédias. Descortinar violências, "Brasis" diferentes e até a própria consciência. Nas mesmas frases e páginas, misturas de ciências e arte literária. O espírito combativo, curioso e metódico de Euclides da Cunha é anunciado desde as primeiras páginas de Os Sertões (1902), obra monumental da literatura e do jornalismo brasileiro, segundo explicam estudiosos do consagrado escritor, que nasceu em 20 de janeiro de 1866 (há 155 anos). 

Mesmo depois de tanto tempo - a primeira edição do livro saiu em 1902 -, os especialistas ouvidos pela Agência Brasil argumentam que a profundidade do trabalho do brasileiro, marcado pelo olhar científico e ao mesmo tempo artístico, explica a atualidade dos seus escritos e a necessidade de ser revisitado no século 21.   

O autor, ex-oficial do Exército e engenheiro, escrevia para o jornal O Estado de S. Paulo, e foi para a Bahia reportar o que acontecia na Guerra de Canudos (que durou entre novembro de 1896 a outubro de 1897). Euclides esteve na região entre 10 de setembro e 3 de outubro (23 dias) e publicou suas impressões no jornal como Diário de Uma Expedição, a partir das 22 cartas e 55 telegramas escritos. Os trabalhos seriam a inspiração para o livro que seria publicado cinco anos depois, dividido em três partes:  A Terra, O Homem e A Luta. 

Euclides se surpreendeu bastante com o que viu e vivenciou. “Aquela campanha lembra um refluxo para o passado. E foi, na significação integral da palavra, um crime. Denunciemo-lo”, escreveu ele logo na nota preliminar. Segundo pesquisadores, diante do que flagrou, ao invés de compilar relatos e se ater a uma versão do governo central, Euclides mergulhou nas histórias dos sertanejos (sob a liderança polêmica do religioso Antônio Conselheiro), nos contextos amplos do cenários e do ambiente da caatinga e buscou as causas do acontecimento. “Ele sempre acreditou no consórcio entre a ciência e a arte”, afirma o professor de literatura brasileira e hispânica na Universidade da Califórnia, Leopoldo Bernucci, em entrevista por videoconferência. “Euclides tinha uma mente extremamente curiosa em um período marcado pelo culto à ciência”.

O livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, publicado, pela primeira vez em 1902, é considerado um marco também para o jornalismo brasileiro (e não apenas para a literatura). Um dos méritos, além da inovação dos caminhos narrativos para história de não-ficção, foi se contrapor a notícias falsas que eram publicadas em jornais da Região Sudeste sobre a Guerra de Canudos. Havia uma ideia que corria pelos veículos e pela opinião pública que a revolta dos sertanejos, na verdade, era uma tentativa de restabelecer a monarquia na década seguinte da proclamação da República.

A professora Walnice Galvão, docente emérita da USP, investigou os discursos dos jornais da época no livro No Calor da Hora. Estas versões, inclusive, trouxeram uma ideia equivocada para o próprio Euclides da Cunha. “Eu percebi, com clareza, como a mídia jornal influenciou o país. Convenceram a opinião pública brasileira que Canudos era uma conspiração restauradora da monarquia, e todo mundo acreditou. Essas notícias falsas estavam nos editoriais, reportagens e até nas caricaturas”, diz, lembrando que os jornais, em tempos sem rádio ou TV, faziam o serviço principal de comunicação.

O professor Leopoldo Bernucci, da Universidade da Califórnia, também chama a atenção sobre o avanço das fake news (notícias falsas) à época, mas reitera que Euclides da Cunha não conseguiria avançar nas pesquisas que lhe renderam o término de Os Sertões sem apoio dos jornais impressos. “Ele tinha também uma ligação muito forte com os jornais e lhe serviu de fontes de informação importantes. Percebi que há diferenças de datas e números em documentos. Uma nova pesquisa que pode ser feita é comparar os documentos para precisar dados sobre eventos históricos”.

Para o professor de direito Arnaldo Godoy, que também é pesquisador em literatura, os escritos de Euclides, bem como a própria trajetória trágica pessoal do escritor, são capazes de provocar estudos sobre notícias falsas. “Considero muito importante tentar compreender o papel da comunicação na construção ou na desconstrução de um criminoso”, afirmou.

Para o professor de jornalismo Edvaldo Pereira Lima, um dos principais pesquisadores de jornalismo literário do país, a obra Os Sertões é marco inquestionável do gênero no país. Ele contextualiza que, em outras coberturas de conflitos bélicos de guerra civil nos Estados Unidos e na África (por parte de correspondentes europeus), existiam iniciativas pioneiras de se amadurecer essa escola narrativa que excedesse a ideia de uma notícia crua. “Isso tem relação com a dificuldade de transmitir a intensidade de um campo de batalha de uma forma fria ou preso apenas à informação”.

No Brasil, o primeiro caso é na obra de Euclides. “Muito mais do que informar, Euclides procura trazer uma leitura completa de compreensão de realidade, trazendo as múltiplas causas e a atenção principal na figura humana. Os Sertões faz com que o leitor compreenda de forma integral aquele acontecimento, em suas diferentes dimensões”, afirma Pereira Lima.

O pesquisador explica que, no jornalismo literário,  as pessoas são tratadas em profundidade e que, na obra euclidiana, há uma leitura quase psicológica. “Jornalismo literário é literatura também. Entendo como literatura tanto a ficção como a não-ficção. Um estilo pautado pela literatura do real. O que caracteriza a literatura é a qualidade e a excelência do nível narrativo. E isso é marcante com Euclides por causa de sua sensibilidade ao trazer aspectos sutis da realidade”. 

Esses aspectos servem para denunciar, investigar e ser caminho inspirador para a transformação social e humana. “Ler a obra é uma experiência de sensibilização para 'ressignificar' a realidade. Uma grande experiência de transformação de consciência para os cidadãos brasileiros”, afirma. (Fonte: Agencia Brasil)
Nenhum comentário

ALERTA: É FALSO QUE MINISTÉRIO DA SAÚDE FAÇA CADASTRO PARA A VACINAÇÃO CONTRA COVID-19 POR TELEFONE OU MENSAGENS

Golpistas se aproveitam da expectativa pela vacinação contra Covid-19 para enganar cidadãos e obter acesso a aplicativos de mensagens como o WhatsApp e o Telegram, segundo informou o Ministério da Saúde.

De acordo com publicação da pasta nas redes sociais, os golpistas ligam para os celulares das vítimas e fazem um falso questionário para levar o cidadão a acreditar no golpe e compartilhar com o criminoso um código que dá acesso aos aplicativos de mensagens.

A isca usada pelos golpistas é a possibilidade de pré-agendar uma data para a vacinação. A pasta, no entanto, não está agendando datas para a vacinação contra a Covid-19 e não faz ligações para cidadãos.

"O Ministério da Saúde esclarece que não realiza agendamento para aplicação de nenhum tipo de vacina, e nem envia códigos para celular dos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). Caso receba solicitação de cadastro, não forneça seus dados e denuncie às autoridades competentes", diz a publicação do ministério nas redes sociais.

Outra modalidade do golpe, também sugerindo agendamento para vacinação contra o novo coronavírus, acontece por meio de SMS. A vítima recebe uma mensagem de texto, supostamente do Ministério da Saúde, pedindo para que clique no link e confirme o código para agendar a vacinação. Ao fazer isso, a vítima dá aos golpistas acesso aos seus aplicativos de mensagem.

Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem.

Nenhum comentário

JUAZEIRO E PETROLINA COMEÇAM NESTA TERÇA (19) A VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19

A Secretaria de Saúde de Juazeiro recebeu a primeira remessa de vacina contra o coronavírus na madrugada desta terça-feira (19), enviada pelo governo do estado. São 2.548 doses, que serão aplicadas nos grupos determinados pelo Plano Nacional de Vacinação, ou seja, idosos acima de 75 anos, idosos em casas de abrigo, profissionais de saúde e indígenas que vivem em aldeias.

A primeira dose será aplicada num profissional de saúde, na sala de vacina do Centro de Saúde III, no bairro do Angary, às 15h, com a presença da prefeita Suzana Ramos, que acompanha de perto todo o processo junto aos governos federal e estadual.

Nesta primeira fase, a estratégia é concentrar a aplicação em 15 polos por toda a cidade. Juazeiro mapeou o público alvo. São 7.385 idosos nessa etapa da campanha e 6.887 profissionais.

O número de doses não cobrirá todo o público. No entanto, a secretaria de saúde da Bahia alertou que chegando novas doses, o envio para Juazeiro acontecerá duas horas depois.

Todo o Plano de Vacinação de Juazeiro será divulgado para a população.

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, anunciou que as primeiras imunizações contra o novo coronavírus (Cocvid-19) já devem começar na tarde desta terça-feira (19). O primeiro lote da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a China, chegou há algumas horas ao Recife (PE) e serão transportadas ainda na madrugada de amanhã pelo Governo de Pernambuco para ser distribuído aos municípios da região.

Fonte: Assessorias de Imprensa da Secretaria de Saúde

Nenhum comentário

FILME LEGUA TIRANA QUE AMBIENTA A INFÂNCIA DE LUIZ GONZAGA DEVE SER LANÇADO EM 2022

Sob o forte sol na cabeça e com os pés no solo arenoso de Exu, em Pernambuco, foi gravada uma nova produção sobre Luiz Gonzaga do Nascimento — o Rei do Baião. A ficção remonta a infância do sanfoneiro. 

O dono de um sorriso marcante do município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, é o principal personagem de “Légua Tirana”, assinada pelos diretores Marcos Carvalho e Diogo Fontes. 

O pequeno cantor e sanfoneiro Kayro Oliveira, 12 anos, dá vida à principal fase de descobertas de Gonzagão. Quem também participa do longa é o sanfoneiro e ator Chambinho do Acordeon, nome que ganhou o cinema nacional em “Gonzaga: de Pai pra Filho”. 

De uma comunidade indígena, Kayro Oliveira foi apresentado ao Brasil no programa The Voice Kids em 2018. O trabalho do pequeno prodígio chegou em 2019, por meio da TV Globo, nas mãos dos diretores de “Légua Tirana”. Na avaliação de Marcos Carvalho, Kayro é tão bom ator quanto sanfoneiro. “Ele foi uma dádiva. Um presente que ganhamos. 

Houve um processo seletivo. Tivemos parceria com emissoras de TVs que ajudaram nesse processo. Sentimos que ele poderia ser nosso Rei do Baião quando criança. Fizemos alguns testes e não ficamos com nenhuma dúvida. Tinha de ser ele. Luiz Gonzaga habita essa criança. Ele conhece muito bem até os trejeitos”. 

Sem timidez, Kayro contou o sentimento de gravar o primeiro filme. “Eu era o único menino mais parecido com o seu Luiz Gonzaga, além de tocar sanfona e ser nordestino. Temos umas qualidades parecidas que eles disseram. Eu não sei o que é”, fala com um sorriso no rosto. O cearense conta que passou dois meses em Exu. As semanas foram divididas entre as gravações e as atividades escolares. 

Uma das cenas mais complexas na visão de Kayro foi a de uma surra que Gonzagão levou na infância, na qual o pequeno ator teve que fingir sentir dor. “A cena da ‘pisa’ foi a mais difícil. Vai muito do ator de se expressar. Eu tinha que fazer careta”, relembra. 

Já mais acostumado com as câmeras, Chambinho do Acordeon, residente de Fortaleza, conta que Kayro ligou logo após receber a informação que participaria da produção cinematográfica. “Ele me ligou todo alegre e disse: ‘Chambinho! O que diabo é esse negócio de laboratório de ator?’ Quando eu cheguei no dia da filmagem, ele já estava falando o nome dos equipamentos, já estava todo por dentro”, lembra o sanfoneiro. 

Para o novo filme, Chambinho revela que o sentimento na atuação foi diferente da primeira produção. “Passado quase sete anos, a figura de Luiz Gonzaga tem um peso. Principalmente para os sanfoneiros. Eu sempre penso na quantidade de pais de família que empregam funcionários, alimentam seu filho por meio do forró. Quando vem Luiz na cabeça me vem o forró. Agora, são macetes ensinados de Januário para Luiz Gonzaga. São cenas na roça e também indo para feiras tocar”, diz o músico. 

Apesar do nascimento de mais uma produção sobre Luiz Gonzaga, Chambinho do Acordeon afirma que as empresas poderiam investir mais, além do poder público. “É a nossa essência e DNA em termos de cultura. Cada vez mais, o cinema cresce. Nossa sétima arte está em evidência. Sinto preocupação com a falta de investimentos. As empresas poderiam entrar um pouquinho mais com apoio”, reforça o músico.

Ele ainda comenta sobre a receptividade internacional da história de Gonzagão nas telonas: “em Moscou, por exemplo, fui para uma premiação com quatro brasileiros. A gente viu russo chorando com o nosso primeiro filme de Luiz Gonzaga. Esse novo já era pra ter lançado. Espero que o governo olhe para o cinema com mais carinho. Temos uma cadeia produtiva gigantesca. São hotéis com hospedagem, carros alugados, figurinos, uma logística grande. Só tenho a dizer viva Luiz Gonzaga e viva o cinema nacional”. 

Para que tudo saísse do papel, o diretor Marcos Carvalho teve o projeto do filme aprovado no VIII Edital de Fomento ao Audiovisual do Estado de Pernambuco. “Légua Tirana” contratou diretamente 108 profissionais, entre atores, técnicos e mão de obra local. O Ceará teve participação representativa além do elenco. 

Jovens egressos do Sistema Socioeducativo cearense, de cidades como Sobral e Juazeiro do Norte, atuaram na produção. “Em 2017, nós estivemos no Estado, por meio de uma parceria com a direção do Sistema Socioeducativo. Levamos as oficinas do projeto ‘Cinema no Interior’. O filme é uma etapa profissionalizante desse nosso projeto”. Para ambientar a infância de Luiz Gonzaga, diversos espaços da cidade estiveram no roteiro. 

O patriônio arquitetônico da cidade de Exu chegou a ser recuperado nas gravações. “Januário chega em 1909, em Araripe. Luiz Gonzaga nasce em 1912. Ele sai do Araripe em meados de 1930 e retorna em 1946. O filme se passa em 1922, aos 10 anos de Luiz, e vai até 1930, quando chega aos 18 anos. Nós precisávamos que o cenário estivesse condizente com aquele período histórico. Fachadas foram recuperadas. É linda a paisagem”, comenta o diretor. 

A produção ainda reformou a Vila de Tabocas, um vilarejo na cidade de Exu. “Simboliza aquela terra no início do Século XX. Foi feito restauração das casas da via principal e da zona rural. Foi um retorno do filme para o povo de Pernambuco”. Marcos Carvalho aponta como peça-chave da ficção, a própria Chapada do Araripe.

“Temos sempre locações voltadas para a chapada. Da casa da caiçara, onde Luiz Gonzaga nasce, até a casa da pamonha, do padrinho de Luiz Gonzaga. O paredão abraça a cidade e também simboliza uma prisão para ele. Como a própria mãe, em querer que ele não saia da cidade. A região de Exu possui casas históricas se centenárias. A zona rural é riquíssima. Basta lembrar de nomes como Bárbara de Alencar. Existe a casinha dela que virou museu. Muitos casarões foram usados”. 

A meta é lança-ló no primeiro semestre de 2022 durante as comemorações dos 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga.

 “Nós concluímos as filmagens. Acreditamos muito na obra e da importância de se ter esse filme em memória e homenagem a um do maiores ícones da música e da cultura nordestina. Tivemos a grata satisfação da família endossando o projeto. Tudo se projeta para colhermos bons frutos com a veiculação dessa produção”, afirma Marcos Carvalho. Além de concorrer a premiações internacionais, Marcos Carvalho avalia que o trabalho visa fomentar a formação de novos atores. 

“Só de criança foram mais de 900 testes para compor esse elenco do filme. Nossa intenção é fortalecer o acervo da cultura gonzaguiana”. O diretor pensa em lançar a produção nas principais capitais do Nordeste. Em Fortaleza, ele projeta uma futura exibição no Cineteatro São Luiz.

Fonte: João Lima Neto, joao.lima@diariodonordeste.com.br

Nenhum comentário

LIVRO UNIDOS PELA XEPA GANHA FORMATO FÍSICO E É DESTAQUE NA LITERATURA BRASILEIRA

Lavanério Leandro Furtado, escritor da cidade de Bodocó-Pernambuco, vem em plena pandemia, desconstruir a distópica situação premente. O seu livro, lançado em formato digital (pela Amazon) e agora em formato físico. O livro Unidos Pela Xepa, nos remete a um passado não tão longínquo e a um horizonte não tão próximo. 

O livro trada da vida de jovens que têm um ponto focal: a vida na cidade grande (Recife). Deixando, cada um, suas vidas no interior para confluir e existir como força motriz na Casa do Estudante de Pernambuco (C.E.P.). 

Toda a história acontece durante o período da Ditadura Militar. 

No desenrolar das anedotas, percebemos a humanidade e as divergências econômico-sociais dos residentes da casa. O coronelismo, a união, a vida e seus melindres. Com a força que urge no leão de cada sertanejo, surge uma nova literatura. Regionalista. Inteligente. 

Para adquirir o livro, converse com o próprio autor: 021 87 9 8861-5770 

Nenhum comentário

ENFERMEIRA, DOUTORA EM SAÚDE COLETIVA AVALIA SENTIMENTO DE FELICIDADE E DESAFIOS PARA REALIZAR IMUNIZAÇÃO

“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, disse a enfermeira Mônica Calasans, que atua no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, e trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Hospital. 

Mônica foi a primeira mulher oficialmente a ser vacinada no Brasil e comemorou a imunização pelo simbolismo do momento.

No ínicio da pandemia março de 2020, a reportagem do BLOG NEY VITAL destacou o empenho das enfermeiras, profissionais de saúde que estão no foco de um Brasil, uma Juazeiro e Petrolina, Nordeste em estado de decretos e guerra devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

São médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, atendentes, encarregados da limpeza e demais funcionários de hospitais que continuam no "bom combate" a atender a população. 

Durante horas dedicados ao trabalho, eles põem em prática o conhecimento para salvar vidas, a atenção contra o sofrimento humano, a técnica a serviço da informação e a higiene como arma para impedir o avanço do inimigo invisível.

A enfermeira, mestre e doutora em Saúde Coletiva (Universidade Estadual do Ceará), Samara Morais, pesquisadora e professora da Graduação em Enfermagem, funcionária pública e atualmente Coordenadora do Ambulatório de Hospital Referência para Covid-19 avalia que a saúde pública passa pelo grande desafio do enfrentamento mundial pelo Covid-19.

Com exclusividade Samara Morais fala do "sentimento e felicidade" que marca o serviço público e o  desafio que será a imunização em massa.   

"Hoje o sentimento é muita felicidade e Gratidão por esse marco histórico na saúde pública do Brasil, onde vivenciamos a chegada da tão sonhada vacina contra a COVID-19, que tem aterrorizado da vida de muitos brasileiros e brasileiras. Hoje se renova a esperança de controle da doença, ainda é cedo pra afirmar a total erradicação do vírus, visto que a imunização em massa será nosso grande desafio para que ela chegue a todos por direito garantido dentro das leis do Sistema Único de Saúde que tem como princípios doutrinários: a Universalidade, a integralidade e a equidade. 

Não poderíamos ter melhor representante como a Enfermeira Mônica, como símbolo da força feminina, durante toda a PANDEMIA, enfermeira ( representando a classe da maioria dos profissionais de saúde que está a frente de todos os cuidados que são dedicados 24horas/dia aos pacientes hospitalizados com COVID)! Estou bastante feliz, esperança e fé nos acompanham. Viva a Ciência, Viva o SUS"! 

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial