SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO DA BAHIA ADMITE PROBLEMAS NO VALE-ALIMENTAÇÃO PARA ESTUDANTES E PROMETE SOLUÇÃO

Alguns beneficiários do vale-alimentação de R$ 55, oferecido para alunos da rede estadual de ensino da Bahia como forma de compensar o não recebimento da merenda escolar, já que as aulas estão suspensas por conta da pandemia de coronavírus, relataram que ainda não tiveram acesso ao valor. Na última segunda (8), o governo disponibilizou a segunda parcela do benefício.

O secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, admitiu a ocorrência de problemas e colocou as equipes da secretaria à disposição para encontrar soluções.

“Existem alguns casos de estudantes que não acessaram o cartão, por diversos motivos. Ou moram longe da escola, moram no interior, distritos, povoados, não têm dinheiro para o transporte. Fizemos parcerias para ir até a casa do estudante, viabilizar a entrega. As escolas foram abertas no fim de semana. Se o estudante não recebeu o cartão ainda, é nosso interesse que ele vá atrás. Você falou de casos de estudantes que receberam o cartão, mas estão sem a carga. Aqui em Salvador são 120 mil estudantes. Se aparecem 50, 100 casos, é um número razoável, mas que é pequeno em relação à totalidade”, falou o secretário.

“O que acontece? Não estamos entregando o cartão com a carga. Temos que conferir os dados, para saber se é realmente o estudante que está com o cartão. Se está acontecendo em grande escala, nos procurem”, disse o secretário.

Jerônimo Rodrigues também revelou que alguns comerciantes tentam realizar uma prática que não estava prevista no acordo entre o governo do estado e a Alelo, empresa que forneceu os cartões.

“Tem caso de estudante que chega em ponto comercial e o dono do estabelecimento está querendo cobrar taxa. Isso não existe. Se tiver ocorrendo, liga direto na Alelo ou entra em contato com a gente. Não existe no nosso contrato nenhuma responsabilidade de taxas cobradas na aquisição dos alimentos”, afirmou Rodrigues.

“Não vamos deixar nenhum estudante fora do programa. Se estamos falando de 120 mil estudantes, a ordem é ir atrás de cada jovem. Vamos providenciar. Se puderem disponibilizar essas denúncias, nos mandem”, completou Jerônimo Rodrigues.

O cartão vale-estudantil é destinado, exclusivamente, para a compra de gêneros alimentícios. Em caso de problemas, o estudante deve procurar a escola onde estuda ou ligar para o telefone 0800 284 0011.

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MANOEL IZIDORO COMPLETA NESTA SEGUNDA (15), 103 ANOS DE NASCIMENTO

“Todo caminho da gente é resvaloso. Mas, cair não prejudica demais. A gente levanta, a gente sobe, a gente volta! O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. Ser capaz de ficar alegre e mais alegre no meio da alegria, e ainda mais alegre no meio da tristeza".

A memória depende diretamente do tempo para se constituir e o tempo depende da memória para poder permanecer. É por meio da relação do indivíduo com o tempo que ele constrói a memória, possibilitando a preservação da sua identidade e a constituição da sabedoria.

No romance Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa, essa experiência temporal humana é apresentada e veiculada por meio da rememoração do protagonista. No livro, verifica-se que a relação entre memória e tempo é indispensável para a construção da identidade do personagem que relata e para o desenrolar da narrativa. A viagem ao passado realizada por Riobaldo constitui a tentativa de encontrar a si mesmo por meio do que decorreu e ela apenas se torna possível com o uso da memória. 

"Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia".

A frase do escritor João Guimarães Rosa pode ser uma das traduções, revelação da longa trajetória de Manoel Izidoro de Oliveira. A história de Manoel Izidoro teve início em 15 de junho de 1917, nos sertões da Paraíba, Brejo de Areia, onde residiu no Sítio Carrapato. 

Nesta segunda-feira dia 15 de junho o dia foi para festejar 103 anos de nascimento. 

A memória conta que no sítio Carrapato ajudou o pai João Izidoro e a mãe Severina Cristina a cultivar café. Em Alagoa Grande, Paraíba, terra do Rei do Ritmo, Jackson do Pandeiro, exerceu a função de torneiro mecânico. Solidário ensinou a diversas pessoas a "arte" da atividade. A maioria dos aprendizes divulgam a gratidão pelo mestre Manoel Izidoro. Regista-se que muitos se tornaram empresários, donos de oficinas garantindo geração de emprego e renda.

Na palma das mãos e alma venceu muitas turbulências e foi até combatente em 1945, na Segunda Guerra Mundial, um dos acontecimentos de maior impacto da história da humanidade. Manoel viveu todos os grandes acontecimentos que marcaram os últimos 100 anos locais e da humanidade.

Seu Manoel afirma que a vidá é bela, nas suas cores, sons, cheiros e amores. Os momentos devem ser a poesia da simplicidade, entrelaçada com a complexidade singela da natureza e a matéria-prima do homem, que encontra, no chão da terra, o êxtase da sua plenitude, extraída do “amanhecer do rio”  e do “conversar com as águas”.

"Para viver mais de um século? Não há formulas ou mistérios. Viver é deixar viver. Viver é coragem vencida a cada segundo", afirma. 

Manoel Izidoro, atualmente, morando na capital da Paraíba, João Pessoa. Na trajetória entrelaçada e que supera um século, ele divide o tempo lembrando histórias. São 12 filhas, 01 filho, 27 netos, 35 bisnetos e 13 tataranetos.

A estilista Paula Oliveira, uma das filhas conta que ele é apreciador de um bom uísque e de uma dose de cachaça, um bom charuto, sempre com muita moderação e o gosto pela prosa, o dom de conversar. "Neste período estamos em oração. Moro em Patos, Paraíba e desde que foi decretado a pandemia do novo coronavírus Corad-19, todos redobramos os cuidados".

A proteção maior acrescenta Paula: "É o nosso amor maior e pedimos a proteção com todas as formas de precaução e cuidados que podemos ter para preservar a saúde".

Paula revela ainda que entre as mil formas de amor está a admiração que Manoel Isidoro tem de reinventar o mundo usando sempre a serenidade, resiliência,  paciência e a felicidade. Fotos: Arquivo Ney Vital

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ASSIS ANGELO UM PARAIBANO RADICADO EM SÃO PAULO QUE TRANSFORMOU OS LUSÍADAS EM SEXTILHAS PARA O CANTO E CORDEL

Paraibano rememora a amizade com Luiz Gonzaga, o ‘Rei do Baião’ Além dos discos do cantor e compositor pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) que integram o acervo do Instituto Memória.

A princípio do que era de se esperar, o jornalista, pesquisador, radialista e escritor paraibano Assis Ângelo, que está radicado há 45 anos em São Paulo, ficou abalado quando, em 2013, perdeu totalmente a visão, em decorrência do descolamento da retina.

“Entrei numa encruzilhada quando perdi a luz dos meus olhos. Vou fazer o que agora? Fico vivo ou me mato. Morrer é natural, mas procurar a morte não é natural. Entrei num parafuso, algumas pessoas à minha volta me deixaram e fiquei só”, confessou. Mas houve a reação. “A cegueira não é o fim.

Na arte, na literatura e na filosofia, reencontrei a vontade de viver sem chiar, como dizemos no Nordeste. Jamais lamentarei qualquer coisa na vida, que é uma graça e é uma dádiva.Tinha que ocupar o tempo e aí passei a ler muito e a ouvir”. E assim o fez. Por conta do problema visão, passou a prestar por telefone informações aos interessados em saber sobre o acervo que tem no Instituto Memória Brasil, que criou em 2001, e no final do ano passado, concluiu o projeto de adaptar para ópera popular de cordel a obra épica Os Lusíadas, de Camões (1524-1580).

“Transformei Os Lusíadas em sextilhas, que tem mais de mil versos. O título é A Fabulosa Viagem de Vasco da Gama no Mar - Adaptação Livre d’Os Lusíadas para Canto e Cordel. É uma ópera popular que tem  apresentação de Oliveira de Panelas e pretendo levar ao público, no teatro, em 2022, quando se completarão os 450 anos da publicação da obra, ocorrida em 1572. Camões morreu oito anos depois pobre, mas deixou uma obra riquíssima. É a primeira adap tação de livro que fiz em minha vida. Acredito ser, no mundo inteiro, a primeira adaptação desse livro, em versos de sextilhas, feita por um cego”.

Quanto ao Instituto Memória Brasil, que funciona em seu próprio apartamento de 127 metros quadrados, Assis Ângelo também possui projeto para o acervo de cultura popular, que reúne mais de 150 mil itens, entre discos, livros, partituras, jornais e fotografias.
“Não é um espaço apropriado. Quero que seja transformado num museu e vá para um lugar próprio, onde possa ser visitado por pesquisadores, estudantes e outras pessoas”.

Desde a cegueira, Assis não recebe mais visitas monitoradas, mas fornece informações por telefone aos interessados. “Lamento profundamente não poder mais atender, pois não tenho como puxar um disco, por exemplo, para orientar alguém”, observou o pesquisador, que conta com a ajuda de dois universitários para escrever os seus textos.

Assis Ângelo deixou João Pessoa em agosto de 1976. A sua última visita ao Estado aconteceu em 2016, a convite do reitor Rangel Júnior, para participar como palestrante sobre cultura popular nas comemorações dos 50 anos de fundação da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). “A saudade é grande. Tenho muita vontade de voltar à Paraíba e estou aberto a convites de quaisquer instituições, pois estou louco para passar um pouco do que aprendi”, confessou ele, que também foi colunista em A União nos anos 1970.

Assis Ângelo possui muita admiração pelo ‘Rei do Baião’. “Foi o cara que botou o Nordeste no mapa brasileiro”.
O jornalista e pesquisador paraibano lançou três livros sobre o Gonzagão, além de tê-lo entrevistado algumas vezes e ser considerado um dos maiores conhecedores da trajetória do artista. 

“É uma trilogia de livros que se completam e estão esgotados. O primeiro quE publiquei foi Eu Vou Contar Pra Vocês, que é uma biografia sobre Luiz Gonzaga. O segundo foi Dicionário Gonzaguiano de A a Z, no qual reuni todas as suas 627 músicas, das
quais 53 só com o nome dele, mais instrumentais, dos primeiros discos.

E o terceiro foi Lua Estrela Baião -A História de um Rei, um romance infanto juvenil sobre a trajetória artística de Gonzaga contada por uma avó, chamada Mariquinha, aos seus netos, quando diz que conheceu uma pessoa muito importante e passa a relatar isso para eles”, lembrou Assis Ângelo.

O paraibano recordou que fez pela primeira vez uma entrevista com Luiz Gonzaga em 1978. “Eu era repórter da Folha de S.Paulo quando soube que ele estava na cidade. Consegui ligar para ele e fiz a entrevista, publicada pelo jornal.

A última vez que o entrevistei foi para a Rádio Jovem Pan, em 1989, uns três meses antes de ele morrer. Telefonei para ele no momento em que estava deixando sua casa, na cidade de Exu, para ir pagar uma promessa na cidade de Canindé, no Ceará. Ele parou para atender ao telefone e fiz a entrevista. Curioso é QUE ele gravou a música ‘Estrada de Canindé’, que compôs com Humberto Teixeira (1915-1979) e é muito bonita”, disse Ângelo. (Fonte: Jornal A União-texto Guilherme Cabral)
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NOVENA DA IGREJA SÃO JOÃO BATISTA DO ARARIPE ACONTECE ENTRE OS DIAS 14 A 23 DE JUNHO AO VIVO PELO FACEBOOK

Foto: jornalista Ney Vital
Este ano de 2020, o novenário da Igreja São João do Araripe, localizada no Povoado da Fazenda Araripe, distante 18 km de Exu, Pernambuco, de forma inédita será transmitida entre os dias 14 a 23 de junho, ao vivo  pelo Facebook. Horário 18hs.

Devido a pandemia não  vai ter a presença de público na Igreja de São João Batista. Todos os devotos vão acompanhar pelo face #ficaremcasa.

A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada pela primeira vez no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco, Sesquicentenário (1868/2018)”, da professora e escritora Thereza Oldam de Alencar. 

A obra foi lançada na própria igreja no dia 23 de junho de 2018, véspera de São João, ao final da nona noite do novenário, remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais. Também traça a história da família Alencar, importante na política da região. Aos 89 anos, Thereza escreveu o livro à mão, durante quatro anos de pesquisas e entrevistas.

“Fui juntando peças e ouvindo a voz da tradição. Entrevistei octogenários que guardavam importantes informações e fui vendo se formar, diante de mim, uma linda história de amor e fé. Foram quatro anos de pesquisa e peleja, andando, trabalhando e trabalhando. E, também, me baseei em o que minha mãe – nora do Coronel João Carlos, criado pelo Barão – escreveu”, conta Thereza.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, Ceará, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864, o Barão fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja.

Os 152 anos do Araripe também se entrelaçam com a vida de outro conhecido morador de Exu: Luiz Gonzaga. A bisavó do Rei do Baião se abrigou na Fazenda Caiçara, também do Barão, durante a peste de cólera. Foi na igreja que os pais de Gonzagão, Januário e Santana, se casaram. Gonzaga eternizou os 100 anos da igreja na canção “Meu Araripe”. Foi Thereza, a autora do livro, quem escreveu, inclusive, a apresentação do disco “São João do Araripe”, em 1968.

“Meu sonho é que a história dessa igreja seja disseminada por todos. Pelos devotos, pela nossa família, por Exu, por Pernambuco, pelo Brasil. É uma história simples e verdadeira e não pode ser esquecida. É um santuário de fé, patrimônio histórico e cultural do povo de Exu. Não é só um prédio bonito. Sua argamassa é feita de amor e fé”, conclui a autora.

Dividido em 12 capítulos, “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)” faz um passeio detalhados sobre esses 150 anos, misturando a história dos Alencar, dos Gonzaga, do município de Exu e do povoado do Araripe. Sua última parte, intitulada “Memorial Idílico do Araripe”, conta com depoimentos de 33 personalidades da região ou que têm uma relação de carinho com o lugar. Entre eles, o jornalista Francisco José e Dominique Dreyfus, biógrafa francesa de Luiz Gonzaga.

O livro tem prefácio escrito pelo advogado Dario Peixoto, filho de Thereza, e orelha da capa escrita pelo ator e humorista piauiense João Claudio Moreno. A contracapa tem autoria do marido da autora, Francisco Givaldo Peixoto de Carvalho, também escritor. E a orelha da contracapa, com perfil biográfico da autora, foi escrito pelo poeta e escritor cearense José Peixoto Júnior.
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8º WORKSHOP “DIÁLOGOS ENTRE CONHECIMENTO TRADICIONAL E CIENTÍFICO” SERÁ REALIZADO ENTRE OS DIAS 15 A 19 DE JUNHO

Será realizado nos dias 15, 17 e 19 de junho, às 15 horas, na plataforma Google Meet,  o 8º Workshop Potencial Biotecnológico da Caatinga. O evento é uma realização do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Unidade de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), em 2020 o Seminário trará para discussão o tema “Diálogos entre conhecimento tradicional e científico”.

O 8º Workshop “Potencial Biotecnológico da Caatinga” representa um marco na consolidação do Núcleo de Bioprospecção para promover a conservação da Caatinga, criado pelo Insa, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e diversas outras instituições de pesquisa articuladas conforme suas especialidades.

 Nesta edição do evento serão discutidos os temas:  1º Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (COOPES), Capim Grosso (BA); 2º Comunidade Tradicional do Entorno do Parque Nacional do Catimbau, Buique (PE), e 3º Associação dos Agricultores Familiares da Serra dos Paus Doias (AGRODOIA), Exú (PE), conforme calendário previsto na programação.

O objetivo do evento consiste em promover a discussão sobre a biodiversidade e caracterização da Caatinga e de seu potencial biotecnológico, assim como sobre o marco regulatório da legislação que controla a exploração desta área. O público-alvo consiste em estudantes de graduação e pós-graduação; ambientalistas; gestores públicos; representantes de órgãos de fomento; pesquisadores e representantes de Organizações da Sociedade Civil.

Participam do 8º Workshop “Diálogos entre conhecimento tradicional e científico”, representantes da UFPE, do Instituto Federal Baiano (IFBaiano), Prefeitura de Buíque (PE), COOPES LICURI do Sertão (Bahia) e AGRODIA.

Os trabalhos do Núcleo se encontram voltados à busca de moléculas bioativas de plantas da Caatinga que têm despertado o interesse de pesquisadores em função de suas potenciais atividades biológicas, tais como: antimicrobiana, tóxica e citotóxica, antitumoral, mitogênica, anti-inflamatória, cicatrizante, analgésica e anti-veneno, o que resultará em uma nova concepção de conservação e uso sustentável para toda a Caatinga, em contraponto à forte supressão vegetal a qual tem sido submetido o bioma, com quase 50% de perda da sua área no Semiárido brasileiro.

Outro aspecto importante refere-se ao potencial de participação e de retorno social que o Núcleo pretende empreender junto aos agricultores, cujas parcelas do bioma estarão sendo pesquisadas, possibilitando à comunidade campesina tornar-se sujeito da pesquisa.

Demonstrar a importância e aplicação terapêutica dos produtos naturais da Caatinga poderá, de alguma forma, despertar a sociedade brasileira para a importância de preservar e de utilizar os recursos vegetais biodiversos do bioma, de forma sustentável.

Dúvidas entrar em contato com o e-mail: nbiocaat@gmail.com
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PROFESSORA AFIRMA QUE O PROJETO DO GOVERNO BOLSONARO CONTINUA SENDO O DE CONTROLE DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS

O presidente Jair Bolsonaro revogou a medida provisória que modificava a forma de escolha de reitores de universidades e institutos federais, durante a pandemia do novo coronavírus, após a repercussão negativa. A decisão foi tomada após o Congresso Nacional ter devolvido, na última quinta, a MP a Bolsonaro, o que, na prática, cancelava os efeitos do texto editado na terça e publicado na quarta-feira. Manobra amplamente criticada, a MP não é vista por especialistas como uma ação isolada por parte do governo federal, que não possui boa relação com as instituições de ensino superior, em especial as federais. 

Tanto Bolsonaro quanto o atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, veem as instituições como locais tomados por visões “esquerdistas”. O mesmo serve para o ensino básico, com a insistência do governo em reforçar o movimento “Escola sem Partido”, por exemplo. Assim que assumiu, em abril do ano passado, Weintraub falou que iria cortar recursos de universidades que não apresentassem bom desempenho e que estivessem promovendo “balbúrdia”. A declaração gerou uma intensa reação.

 Depois, ele defendeu a presença da polícia dentro dos espaços universitários, afirmando que autonomia das instituições não significava soberania. Em novembro do ano passado, ele disse que existem “plantações extensivas de maconha” nas universidades no Brasil.

Esses e outros pontos do histórico do ministro à frente da pasta sinalizaram, para especialistas da área, que a MP não é uma medida isolada. “O envio da MP não é um raio em céu azul, não é algo inesperado. Ao contrário: desde o início do governo Bolsonaro, a universidade tem sido objeto de vários ataques”, disse o presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), João Carlos Salles. 

Para ele, a MP se associa a outros gestos do governo de “acusação ou de crivo ideológico lançado pelo MEC” acerca das práticas científicas dentro das instituições. “Uma tentativa de condenar costumes das universidades, esquecendo que ela não é só um espaço de produção de conhecimento, é também de convívio, de formação cidadã. Há uma visão estreita do sentido da universidade e um ataque persistente”, afirmou.

Salles pontuou, ainda, que a ação lembra outra, a Medida Provisória 914, de dezembro do ano passado, que também tentava interferir na escolha dos dirigentes. Ela mudava as regras da nomeação do reitor, permitindo que o presidente escolhesse qualquer nome da lista tríplice enviada pela instituição, e não o mais votado. Na verdade, isso já é prerrogativa do chefe do Executivo, mas era convencional que o presidente nomeasse o mais votado da lista. Esta MP perdeu a validade no começo do mês após não ter sido apreciada pelo Congresso.

Professor de Direito da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ) e cientista político, Michael Mohallem afirma que o pano de fundo da MP é justamente o histórico problemático entre o governo e as universidades federais. “Desde quando o presidente assumiu, o discurso no governo é de que universidades são espaços de esquerda, que os professores são de esquerda. Uma visão muito simplificada e maniqueísta.”

Mohallem ressalta que as universidades são espaços cuja autonomia é protegida pela Constituição Federal  — e aqui é englobado não só a autonomia financeira e de nomeações, mas também a pedagógica, desde que dentro dos limites da lei e das determinações do MEC. Além disso, os professores gozam da chamada “liberdade de cátedra”, princípio que garante aos docentes o direito ensinar, transmitir ideias, opiniões, sem represália ou pressão.

Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), Catarina de Almeida Santos afirma que o projeto do governo continua sendo o de controle das universidades. “É um governo contrário à ciência, que nega a pandemia. E quem constrói ciência e promove debate são as universidades, e, não por um acaso, as públicas. Desenvolvem pesquisa e pesquisam tudo que o governo quer negar.” (Fonte: Correio Braziliense-Sarah Teófilo)
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PARA ESPECIALISTAS, PANDEMIA VAI MUDAR HÁBITOS DOS BRASILEIROS PARA SEMPRE

Tirar os sapatos antes de entrar em casa, usar máscaras de proteção nas ruas e aumentar os cuidados com higiene pessoal são algumas das mudanças que aconteceram na rotina das pessoas, após o surgimento da pandemia do novo coronavírus. Para se proteger, foram necessárias adaptações nos hábitos de trabalho, estudo, lazer e convívio social, o avanço de serviços como o delivery, estabelecendo um novo estado de normalidade. Na casa da designer Isabela Viana, 26 anos, por exemplo, antes de entrar, os sapatos ficam dentro de um cesto, do lado de fora.

Atenção especial para as roupas que usou na rua: ela não deixa encostar em nada. Antes de fazer qualquer outra coisa, é preciso tomar banho.

Entre todos os hábitos reforçados por médicos, a lavagem de mãos continua sendo a mais importante, como esclarece a infectologista do hospital Sírio-Libanês Valéria Paes. “Enquanto sociedade, a gente não tinha isso como algo firme, e agora foi muito reforçada. Também aprendemos que resfriado não é bobagem, e percebemos que não é adequado que uma pessoa com infecção respiratória esteja trabalhando.”

Para a médica, com certeza as coisas não voltarão ao que eram. “A gente fazia tudo sem saber do risco, sem parar para pensar, e isso é complicado. Hoje as pessoas estão motivadas pelo medo, mas elas devem ser motivadas pelo conhecimento. Esse é o desafio do momento.” Valéria destaca ainda a importância do governo fazer campanhas para educar a população. “Estimular e estabelecer medidas que fortaleçam essas práticas de higiene é um papel fundamental para que as pessoas aprendam a lidar com essa nova situação.”

Desde os primeiros casos, o Governo do Distrito Federal tomou ações para evitar a rápida propagação do vírus, como a suspensão de aulas, eventos e atividades comerciais. Além disso, foi criado o projeto Sanear, uma parceria entre a Secretaria Executiva de Cidades, e a diretoria de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, que atua na desinfecção de espaços públicos, e orientação da população. Agentes do órgão também estão fazendo campanhas educativas durante as ações de testagem itinerante para coronavírus, com distribuições de máscaras de proteção.

Em meio ao novo estado de normalidade, alguns aproveitam para refletir sobre as escolhas de vida. 

Alguns aspectos provavelmente deverão permanecer. “Formas de expressão artística que permitem maior alcance, como as lives, continuarão. Existe, também, uma revolução nas formas de ensino e aprendizagem, com o uso de plataformas que provavelmente irão se manter”, avalia. “Além disso, canais de denúncia que atuam como forma de divulgação de violações e estratégias de enfrentamento. No âmbito de trabalho, novos cargos, novas ocupações, e novas formas de contratação estarão fortalecidas.”

Especialistas orientam quanto aos cuidados fundamentais durante a pandemia:— Lave as mãos com frequência
Se não houver água e sabão à disposição, utiliza álcool em gel a 70%
Ao chegar em casa, deixe os sapatos que usou na rua, do lado de fora
A limpeza dos ambientes, especialmente aqueles de grande circulação, deve ser reforçada. (Fonte: Correio Braziliense)
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