“UMA CONQUISTA CASSADA” E “ANDANÇAS” CHEGAM A JUAZEIRO

Com causos, contos, histórias e poemas, muitos dos quais musicados por artistas locais e até do Ceará (Fortaleza), numa mistura de ficção com realidade, o mais novo livro “Andanças” (dois em um), do jornalista e escritor Jeremias Macário, estará em Juazeiro, a partir desta quinta-feira, dia 12. 

Em sua bagagem de viagem, o jornalista Macário aproveitará a ocasião para apresentar também a obra de sua autoria “Uma Conquista Cassada – cerco e fuzil na cidade do frio”, um trabalho de longa pesquisa que faz um amplo relato sobre a ditadura civil-militar de 1964, em Conquista, na Bahia e no Brasil. Pela sua importância histórica a nível nacional, o livro está sendo recomendado por professores do ensino médio e universitário. 

“Andanças” é também uma obra que está sendo bem aceita pela sua linguagem acessível a todos, e também pelo seu realismo fantástico que fala de ódio, de amor, emoção, paixão, sentimentos e comentários de fatos que aconteceram em Conquista e em nosso país, como da ditadura de1964, mas com outra abordagem bem mais leve, pitoresca e curiosa. 

Dentro do livro, o leitor vai ainda se deleitar com poemas da lavra do autor que trata de diversos temas, como o tempo, a vida cotidiana, a questão existencial, erotismo e, principalmente, sobre o sertão, suas agruras e a lida do homem do campo com seu misticismo, religiões, costumes e hábitos. Aliás, “Andanças”, como um todo, tem seus laços ligados no agreste nordestino, com causos e histórias de coronéis. 

“Uma Conquista Cassada” remete aos tempos do socialismo na Rússia, na China e em Cuba até chegar aos levantes e rebeliões no Brasil imperial e republicano, inclusive a época Vargas, culminando com a ditadura civil-militar de 1964. Sem viés político, a obra narra em detalhes os episódios históricos do regime militar em Conquista, no maio de 64, quando o prefeito José Pedral foi cassado e 100 pessoas foram presas. A obra segue descrevendo os fatos na Bahia, no Brasil e países da América do Sul. 

O jornalista Jeremias Macário também é autor de “Terra Rasgada”, “A Imprensa e o Coronelismo no Sertão do Sudoeste” e de outras publicações em conjunto com outros escritores. Enveredando pela área da composição, Macário tem vários poemas musicados por artistas locais e de outros estados. Seus livros mais recentes, que serão lançados em Juazeiro, receberam moções de aplausos da Câmara Municipal de Vereadores de Vitória da Conquista. 

Fonte: Iana Lima (Jornalista)
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EXU: FORRÓ, XOTE E BAIÃO, SANFONEATA E CAMINHADA DAS SANFONAS, FEIRA LITERÁRIA E CULTURA DÃO RITMO AS FESTIVIDADES DOS 107 ANOS DE LUIZ GONZAGA

O Parque Aza Branca e a Praça do centro da cidade serão os dois principais focos das festividades dos 107 anos do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

Todo dia 13 de dezembro, o município de Exu se enfeita para celebrar seu filho mais ilustre: o Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Sabendo da importância de manter a memória deste artista, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e Fundarpe, em parceria com a Prefeitura do Exu,  Pernambuco promove este ano o Festival Viva Gonzagão, uma celebração que vai durar três dias (de 11 a 13 de dezembro). 

Entre os dias 14 e 15 os festejos acontecem no Parque Asa Branca. Joquinha Gonzaga, Targino Gondim, Rennam Mendes, Marquinhos Café, Gel Barbosa, Sebastian Silva, Chambinho do Acordeon, Fábio Carneirinho, Dijesus, Flavio Leandro e Tacyo Carvalho são atrações. 

Os artistas convidados – em sua maioria sanfoneiros e tocadores do legítimo forró pé-de-serra – se apresentarão em dois polos: Polo Danado de Bom (Praça Luiz Gonzaga) e Polo Gonzagão do Povo (Praça de Eventos). Além das apresentações, a programação conta ainda com um sarau poético-musical e a 1ª Caminhada das Sanfonas de Exu.

O presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, reforça que o Governo do Estado sempre esteve presente no aniversário de Luiz Gonzaga, em Exu. Este ano, volta a realizar a festa, preparando, junto com a Prefeitura, uma grade artística para dois polos de atrações. A atenção, segundo o gestor, foi no sentido de valorizar o trabalho de artistas que ao longo do ano promovem o forró tradicional, da escola de Luiz Gonzaga.

“O forró de sanfona, seja de 120 ou de oito baixos, é uma das expressões mais ricas da nossa cultura. São centenas de representantes que carregam esse instrumento com muito amor, dedicação e a responsabilidade de repassar seus conhecimentos. Tanto é que muitos jovens passam a se interessar pela música de sanfona sertaneja e levar isso como projeto de vida, contribuindo para que a tradição se renove, mas nunca acabe”, diz Marcelo Canuto.

Segundo o secretário de Cultura do Estado, Gilberto Freyre Neto, a celebração tem grande importância para valorização de um ícone da música, reconhecido mundialmente. “Luiz Gonzaga representa a música não só de Pernambuco, como a música brasileira. É fruto de estudo em diversos países, nas mais diversas línguas. Seu legado é eterno, e isso justifica o investimento que o Governo de Pernambuco está fazendo”, conta.

Para o prefeito de Exu, Raimundo SaraivaSobrinho, o município aguarda com bastante ansiedade para celebrar seu filho mais ilustre. “A Festa de Gonzagão gera grande expectativa para a população de Exu e para Região do Araripe. É um momento de confraternização dos admiradores do Rei do Baião que vem de todas as partes do Brasil, um momento de troca de saberes. Além de aquecer o comércio local, é um palco para revelar talentos culturais. Maior vitrine de revelação e resistência cultural da região. Temos muito orgulho de estar na terra do nobre Luiz Gonzaga”, declara.

O Festival Viva Gonzagão, em Exu, é uma vitrine para os artistas da região. Passarão por lá nomes como Joãozinho do Exu, Serginho Gomes, Cosmo Sanfoneiro, o Projeto Aza Branca, grupo de forró que tem uma escola de sanfona em Exu, Targino Gondim, Fulô de Mandacaru, Waldonys e Daniel Gonzaga (filho de Gonzaguinha e neto de Gonzagão).

“A festa em Exu é um momento de grande visibilidade para os artistas locais, além de movimentar a economia. As pousadas, os restaurantes, todos ficam cheios. A prioridade é fortalecer os artistas da região, e os alunos da escola de sanfona”, comenta Maurílio Sampaio, articulador regional do Governo de Pernambuco, que está colaborando com a organização do evento. No dia 13, além dos shows, haverá a 1ª Caminhada das Sanfonas, reunindo dezenas de sanfoneiros que sairão tocando pelas ruas da cidade. O mestre de cerimônias da festa será o poeta declamador Iponax Vila Nova.

Já estão sendo esperadas caravanas de Petrolina, Paus do Ferro (RN) Recife, Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru, Belo Jardim, São José do Egito, além de municípios da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

LUIZ GONZAGA – Numa casa de barro batido da fazenda Caiçara, localizada no sopé da Serra do Araripe, na madrugada do  dia 13 de dezembro de 1912, nascia o segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga, a mãe Santana, e Januário José dos Santos Nascimento. Recebeu o nome por ter nascido no dia da festa de Santa Luzia, virou Luiz. Cresceu ali, no roçado ajudando o pai, que sabia tocar a sanfona de oito baixos. Tocou em feiras e bailes da região, até que deixou a terra natal, entrou pro exército e lançou-se no mundo e na música, para sorte de todo brasileiro, que passou a ter, em Luiz Gonzaga, um símbolo máximo do Nordeste e seus símbolos mais genuínos, traduzidos pela voz, pela sanfona e pela poética de Gonzagão.

PROGRAMAÇÃO:
DIA 11
Polo Danado de Bom – Praça Luiz Gonzaga, às 19h
Sarau poético musical
Seguidores do Rei

DIA 12
Polo Danado de Bom – Praça Luiz Gonzaga, 16h
Projeto Asa Branca
Carlos Araújo
Zezinho de Exu
Ivonete Ferreira
Quarteto Xoteado

Polo Gonzagão do Povo – Praça de Eventos, 20h
Diego Alencar
Rafael Moura
Serginho Gomes
Joãozinho do Exu
Waldonys

DIA 13
I Sanfoneata de Exu (TV Grande Rio) 8hs
1ª Caminhada das Sanfonas de ExuPolo Danado de Bom – Praça Luiz Gonzaga, 16h
Cavalgada Viva Gonzagão (saída da estátua de Luiz Gonzaga)
Vald Félix
Tony Monteiro

Polo Gonzagão do Povo – Praça de Eventos, 20h
Cosmo Sanfoneiro
Danilo Pernambucano
Jorge do Acordeom
Targino Gondim
Fulô de Mandacaru
Apresentação de Iponax Vila Nova. Participação especial de Daniel Gonzaga

Sábado 14 
11hs FEIJOADA DO JOQUINHA 
20hs - Parque Asa Branca- Joquinha Gonzaga, Targino Gondim, Targino Gondim, Rennam Mendes, Marquinhos Café, Gel Barbosa, Sebastian Silva, Chambinho do Acordeon, Fábio Carneirinho, Dijesus, Flavio Leandro e Tacyo Carvalho são atrações. 
16hsFazenda Araripe Targino Gondim, Quinteto Sanfonico (Rennam Mendes, Marquinhos Café, Gel Barbosa, Sebastian Silva) e Flávio Baiao.  

Domingo 15: 
11HS Missa Ação de Graças
20hs Flávio Leandro,Joãozinho do Exu, Doutor Ed, Os Bambas do Nordeste, Maria Lafaete,, Jaiminho de Exu, Cosmo Sanfoneiro, Epitácio Pessoa, Dijesus Sanfoneiro,  Zezinho de Exu, Elmo Olliveira Forrozeiros do Gonzagão e Diego Alencar.
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BUMBA MEU BOI DO MARANHÃO SE TORNA PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE

O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão foi consagrado como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, em reunião realizada em Bogotá, na Colômbia, nesta quarta-feira (11). A celebração foi reconhecida por unanimidade, e com louvor, pelo Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

“O Bumba Meu Boi maranhense constitui um complexo cultural que compreende uma variedade de estilos, multiplicidade de grupos e, principalmente, porque estabelece uma relação intrínseca entre a fé, a festa e a arte, fundamentada na devoção aos santos juninos, nas crenças em divindades de cultos de matriz africana e na cosmogonia e lendas da região”, diz nota da Unesco.

Para o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI-Iphan), Hermano Queiroz, é uma das manifestações mais importantes do país e agora também de toda a humanidade. Em 2011, o Complexo Cultural do Bumba Meu Boi do Maranhão recebeu o reconhecimento nacional e, um ano depois, foi solicitada a inscrição na lista representativa da Unesco.

“Essa diversidade está organizada em dez polos turísticos, cada um com suas vertentes naturais, culturais e arquitetônicos. E o bumba meu boi retrata toda essa diversidade, pois congrega diversos bens associados em uma única manifestação: performances musicais e teatrais, design e artesanato. É um bem que sintetiza toda a riqueza cultural que o nosso país possui”, disse o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.

A entrada na lista da Unesco fortalece as ações já desenvolvidas pela comunidade e busca promover mais ações de educação patrimonial, realizar nova documentação, além de ampliar pesquisas e a valorização do bem cultural.

O Complexo Cultural do Bumba Meu Boi é o sexto bem brasileiro a integrar a lista internacional junto com a Arte Kusiwa - Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi (2003), o Samba de Roda no Recôncavo Baiano (2005), o Frevo: expressão artística do carnaval de Recife (2012), o Círio de Nossa Senhora de Nazaré (2013) e Roda de Capoeira (2014). (Fonte: Agencia Brasil)
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XANGAI PRETENDE LEVAR AO PUBLICO EM 2020 MÚSICAS DE JACKSON DO PANDEIRO E JACINTO SILVA

Mesmo num tempo em que gravar e lançar disco é algo quase em desuso, Eugênio Avelino, o Xangai, não abre mão de ir para o estúdio e registrar suas composições e as de outros artistas por quem tem admiração. Até porque, ele vê necessidade de contribuir para que a qualidade da música popular brasileira seja preservada.

“Quem prestar atenção, vai perceber que a produção musical de grande valor artístico se mantém em várias partes do país. Se as pessoas não tomam conhecimento, é porque o que vem sendo feito, inclusive pelas novas gerações, não é mostrado pela grande mídia”, afirma. “Por razões comerciais, opta-se pelo que eu me recuso escutar”.

Xangai está envolvido atualmente com dois projetos, que pretende levar a público em 2020. São dois CDs com diferentes propostas — ambos em fase de pré-produção.

Em um interpretará canções românticas de compositores como Adelino Moreira (Deus do asfalto e Doidivana), Waldick Soriano (Tortura de amor), Sérgio Sampaio (Nem assim), e do venezuelano Simon Dias (Luna de Maragarita), entre outros. “Busco me beneficiar de obras alheias de beleza inusitada. As que vou gravar nesse CD devem ser vistas assim”.

O outro, de acordo com Xangai, trará criações de mestres da cultura nordestina, entre eles Jackson do Pandeiro e Jacinto Silva. “Estou sempre futucando, em busca de algo que, mesmo pertencendo ao acervo de mestres da nossa música, acabam não se tornado tão conhecidas. Cantiga do sapo, Chiclete com banana e Forró em Limoeiro, de Jackson do Pandeiro são clássicos, mas pouca gente teve acesso, por exemplo, ao pastoril Lapinha de Jerusalém”, comenta.

Xangai nasceu na região do Vale do Jequitinhonha (MG) e criado em Vitória da Coquista (BA).
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SICREDI REÚNE IMPRENSA E APRESENTA OS AVANÇOS DO COOPERATIVISMO NO VALE DO SÃO FRANCISCO

Mais de 300 soluções financeiras para apresentar ao associado e atuação em todos os segmentos, agências no país com presença em 22 estados. Esse é o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi). E nesta noite de terça-feira, 10, os diretores do Sicredi Vale do São Francisco – Sicredi –  reuniu a imprensa da região em Petrolina, sertão pernambucano, para mostrar o balanço dos trabalhos da agência na região.

Segundo o superintendente da unidade em Petrolina, Albérico Pena, o Sicredi é considerado um dos bancos do sistema cooperado de maior atuação nacional. Ele exibiu num vídeo institucional, alguns dos números positivos do sistema, seu leque de produtos e serviços.

Conforme o superintendente, já são 4 milhões de associados do Sicredi no país, uma movimentação que ultrapassa os mais de R$ 100 milhões e onde são gerados mais de 26 mil empregos nas unidades espalhadas por todo o Brasil em cerca de 1800 agências.

“Todos os modelos de clientes tem acesso as nossas operações. Avaliamos o ano com bons resultados, destacando a inauguração da agência de Senhor do Bonfim/BA e início de uma nova unidade que está em construção aqui em Petrolina. Temos mais de 300 opções financeiras para atender a nossa clientela de todo o Vale do São Francisco. Quanto mais gente engrossar o retorno do cooperativismo, mais esse retorno virá para a comunidade”, explicou Albérico.

Ainda dentro dos números do sistema, o total mais de 4 milhões de associados geram um capital líquido de R$ 15, 8 milhões, apontou Pena.

“Sempre que se para escutar, quem escuta, compra. Ainda no Brasil, apenas de 9 a 10 mil estão em bancos cooperativas, mas essa tendência é de crescimento. Todas as 114 Sicredis no Brasil tem mais de 1800 agências. Estamos atraindo o cliente em nossa agência, diversificando os serviços para atrair mais gente para nos visitar”, contou Albérico Pena.

Albérico completa afirmando que este ano com a redução da inadimplência, o Sicredi Vale do São Francisco deve crescer mais de 70%. “Nosso caminho tem sido de abrir sempre 1 mil agências por ano”, destacou o superintendente.

Albérico Pena apresentou ainda em primeiro mão, imagens de como vai ficar a nova sede da cooperativa. Ele falou que será um projeto arrojado que vai reunir vários atrativos para o associado ou que ainda não é. A agência vem sendo erguida num terreno de mais de 600 metros quadrados, vizinho ao Hospital da Unimed.

“Essa será uma das agências mais modernas da região, com espaço de convivência harmonioso, equipe super treinada, preparada, para atender do pequeno ao grande, sem distinção. Temos muitos produtos e serviços e mais de 300 soluções financeiras para atender a todos os segmentos do Vale do São Francisco”, acrescentou Albérico.

Albérico Pena lembra que o Sicredi trabalha para os donos que são os próprios associados.

“Diferente do mercado, de bancos tradicionais que focam o lucro, o nosso grande objetivo deixa de ser o foco no lucro para ser no desenvolvimento do associado”, frisou Albérico.

O Sicredi investiu forte em pessoal com novas contratações e trabalho de forma mais intensa para duplicar as operações da cooperativa.

“Esse ano conseguimos reduzir uma boa sobra da inadimplência, reduzindo muito o que vai gerar para nosso associado, um valor maior para dividirmos Chegamos a crescer este ano, mais de 70%”, concluiu Albérico Pena. (FONTE: Cinara Marques)
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PREFEITO DE PETROLINA DIZ QUE ELE E O SECRETÁRIO EXECUTIVO DA AMMPLA ESTAVAM RECEBENDO AMEAÇAS DE MORTE

Durante coletiva de imprensa realizada no início da tarde desta quarta-feira (11), sobre a tentativa de assassinato sofrida pelo secretário-executivo da Autarquia Municipal de Mobilidade de Petrolina (Ammpla), José Carlos Alves, o prefeito Miguel Coelho confirmou que ele, o secretário e outras pessoas envolvidas no processo de licitação que resultou na mudança da concessão do transporte público da cidade vinham sendo vítimas de ameaças de morte. Miguel Coelho lamentou o crime.

“Não podemos fazer nenhuma conjectura, mas a gente não pode ignorar as ameaças que eu, José Carlos e Edilsão [Edílson Leite, diretor-presidente da Ammpla] vínhamos recebendo. É muita coincidência isso acontecer logo nos primeiros 15 dias que a gente está com o novo sistema de transporte público. Não cabe a prefeitura, muito menos a mim ou a qualquer um de nossa equipe, estar apontando eventuais suspeitos, mas cabe a gente oferecer todas essas provas para que a Polícia Civil possa fazer o devido processo legal, a devida investigação, e ela será o órgão competente para identificar a pessoa e trazer. E essa pessoa vai dizer quem mandou ele executar essa tentativa de homicídio”, disse o prefeito, completando.

“Nós sabíamos que haviam as ameaças, mas não imaginávamos, exatamente por nunca ter acontecido em Petrolina, que fosse chegar a um ponto tão extremo como uma tentativa de homicídio, como ocorreu na manhã de hoje”.

Segundo Miguel Coelho, por não acreditarem em uma ação violenta, ele e os demais ameaçados decidiram abrir mão de uma segurança especial. “Até, em reunião com Edilsão e José Carlos, nós tomamos a medida de não andar com segurança, não tomar medidas a mais, porque entendíamos que não passaria além das ameaças”, afirmou, destacando que as ameaças vinham sendo feitas desde o início do processo de licitação.

“Recebemos ameaças desde mensagens de texto, visitas de carros não identificadas em nossas casas, locais de trabalho, cartas assinadas com sangue no papel. Foram formas de intimidação. A gente não se deixou levar, porque acreditávamos que nenhum ser humano seria capaz de um ato tão vil como esse. Infelizmente, estávamos errados".

Miguel Coelho afirmou que as provas das ameaças foram entregues à polícia. "Submetemos tudo isso à Polícia Civil, já entregamos também tudo para a Polícia Federal, para que possa ajudar, para que, o quanto antes, possa ser desvendado e a gente possa chegar a cabo dessa investigação”

De acordo com o prefeito, após o atentado contra José Carlos todas as pessoas que tiveram participação no processo de licitação e na mudança da concessão do serviço de transporte vão ter a segurança reforçada.

“Depois de hoje, medidas a mais vão ser tomadas. O próprio governador [Paulo Câmara] colocou segurança disponível não só para a nossa equipe, para o próprio José Carlos, mas para todas as demais pessoas que tiveram participação no processo de licitação e nesse novo contrato”, diz o prefeito.

Sobre o estado de saúde de José Carlos, que na manhã de hoje foi atingido por quatro tiros, três na cabeça, sendo dois de raspão, e um tórax, Miguel disse que é estável. O secretário passou por uma cirurgia em um hospital particular de Petrolina e está consciente.

“Ele está na UTI, deve passar um período de recuperação do pós-cirúrgico. Soube que ele está falando, está lúcido, com todas as suas funções plenas”.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Responsável pela investigação, o delegado Gregório Santos, segundo nota da polícia, só vai falar no final.

Fonte: G1 Petrolina/Texto e Foto: Emerson Rocha-jornalista
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RESPEITEM A SANFONA DE 8 BAIXOS DE CHIQUINHA GONZAGA; SE VIVA FOSSE COMPLETARIA NESTA QUARTA 94 ANOS

Primeira mulher de que se tem conhecimento a tocar uma sanfona de oito baixos nos anos 50 foi a  cantora e compositora Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião.

Chiquinha Gonzaga, irmã do Rei do Baião Luiz Gonzaga nasceu no dia 11 de dezembro de 1925. Nesta quarta-feira 11, se fosse viva a estaria completando 94 anos. Chiquinha costumava dizer em vida dizer: "É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o  maior sanfoneiro de oito baixos que o Nordeste já teve". Generoso, disposto a arrumar trabalho para a família inteira, Luiz Gonzaga criou o grupo Os Sete Gonzagas, formado por ele, o pai e mais cinco irmãos, incluindo, mesmo sob os protestos de dona Santana.

A cantora e compositora Francisca Januária dos Santos, Chiquinha Gonzaga, "partiu para o Sertão da Eternidade, aos 85 anos, no ano de 2011, era a caçula dos irmãos de Luiz Gonzaga. 

Em vida sua história foi marcada por desafios. Chiquinha enfrentou o machismo da sociedade. Irmã de Luiz Gonzaga, também seria vítima do mesmo tipo de preconceito ao arriscar as primeiras notas na sanfona de  oito baixos do pai, mestre Januário. Proibida de tocar pela mãe, Dona Santana, Chiquinha só aos 74 anos gravou um disco inteiro dedicado a sanfona de 8 Baixos. Méritos de Gilberto Gil que bancou a idéia, produziu o CD e encorajou sua volta aos palcos.

Chiquinha e o compositor baiano ficaram amigos durante as filmagens, de "Viva São João!", documentário dirigido por Andrucha Waddington. No filme, um entusiasmado relato das festas juninas em 19 cidades do Nordeste, os dois visitam Exu, cidade da família Gonzaga, e relembram histórias do rei do baião e do sertão pernambucano. Na oportunidade Gilberto Gil prometeu que iria ajudar Chiquinha a voltar a gravar.

Devoto do baião, Gil já tinha feito o mesmo agrado ao irmão mais velho de Chiquinha, mergulhado no ostracismo no fim da década de 60, depois do  surgimento da bossa nova e da jovem guarda. O compositor baiano gravou "17 Légua e Meia", antigo sucesso de Gonzagão, no álbum "Gilberto Gil" - que contém "Cérebro Eletrônico"-, em 1969. Outro tropicalista, Caetano Veloso  (exilado em Londres), repetiria a homenagem dois anos mais tarde, numa histórica regravação de "Asa Branca".

O álbum "Pronde Tu Vai, Luiz?", lançado de forma independente, conta com a participação de Gilberto Gil na faixa-título, originalmente gravada por Gonzagão em 1954, num dueto com a irmã. Há outros convidados ilustres, como o tocador de gaita e acordeonista gaúcho Renato Borghetti, mas quem brilha mesmo é Chiquinha.

Chiquinha Gonzaga participou com a família, do show de lançamento da TV Tupi e gravou cinco LPs (Filha de Januário, em 1973; Xodó na Rede, em 76; Penerou Xerém, em 78; Chiquinha Gonzaga e Severino Januário e Forró com Malícia, ambos em 80). Em 2002 gravou o CD Pronde tu vai, Lui?, com participação de Gilberto Gil. Estrela em programas de rádio, apresentou-se em Nova York e, de tão bem que dançava o forró, ficou conhecida como pé de ouro.

Chiquinha nas suas conversas contava que esperava os pais partirem para o trabalho na roça para que ela pudesse pegar a sanfona num canto do quarto de Seu  Januário. A farra durava pouco. Quase sempre era pega em flagrante pela mãe. "Larga isso, menina! Isso é coisa pra homem!", censurava Dona Santana.

A emancipação só veio em 1949, quando Luiz Gonzaga, já desfrutando da fama de sanfoneiro no Rio de Janeiro, como autor de "Baião", "Asa Branca" e "Juazeiro", comprou um caminhão e mandou buscar a família em Exu (Gonzagão queria que os parentes viajassem de avião, mas Seu Januário, indignado - ou com medo-, disse que não era urubu para andar pelos céus).

Tanto Seu Januário como Dona Santana, enraizados em Pernambucano, nunca pensaram em deixar o Estado. Achavam, aliás, que o Sul do país não era lugar para o "menino" Luiz se aventurar.

Mudaram de idéia e foram para o Rio de Janeiro. A viagem para o Rio de Janeiro durou  vários dias ("tinha até fogão dentro do caminhão", lembrava Chiquinha), mas  valeu a pena, principalmente para a jovem cantora.

A popularidade do irmão explodiu na década de 50 e Chiquinha, mesmo sem tocar sanfona, passou a cantar forró em pequenas casas noturnas do Rio. No embalo do irmão gravou cinco LPs e estrelou programas de rádio. 

Chiquinha sempre lembrava de histórias curiosas dessa fase. Como chegou a desfrutar  de um relativo sucesso, algumas pessoas passaram a confundi-la com a musicista carioca de mesmo nome, morta 20 anos antes, em 1935. "Eu achava que esse tipo de confusão nunca aconteceria. Mas ficava assustava quando pediam para eu cantar 'Ô Abre-Alas' (marcha carnavalesca de estrondoso sucesso, composta em 1899)", recorda-se Chiquinha.

Gonzagão, principal incentivador da irmã e seu padrinho musical, tratou de desfazer a confusão. Passou a apresentá-la aos donos de casas noturnas e empresários como "Chiquinha Gonzaga, a Cantadora de Forró". Ela lembra que, mesmo assim, sempre havia alguém que estranhava a ausência do piano clássico no palco.

"É preciso manter a tradição de meu pai Januário, o maior sanfoneiro que o Nordeste já teve", dizia Chiquinha, cantarolando "Respeita Januário", um dos grande sucessos de Gonzagão: 'Luiz, respeita Januário/ Luiz, respeita Januário/ Luiz, tu pode ser famoso mas teu pai é mais tinhoso/ E com ele ninguém vai, Luiz/ Respeita os oito baixo do teu pai/ Respeita os oito baixo do teu pai." 

"Chegou a hora de respeitar os oito baixos da irmã de Luiz Gonzaga, o eterno Gonzagão", brincava a cantora." 

Fonte: Tom Cardoso-Valor Econômico

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