Professora Clarissa Loureiro comenta livro "Dias de febre na cabeça", de Nivaldo Tenório

A Obra “ Dias de febre na cabeça” de Nivaldo Tenório vai além do conto que a nomeia, sintetizando todas as suas narrativa na palavra INCÔMODO. As personagens vivenciam “febres” que se desdobram em linguagens e situações peculiares determinadas por enredos aflitos. 

Por isso, é uma obra que prende, fere, excita o leitor do século XXI que encontra nestas narrativas temas tabus contemporâneos despejados em sua face como um vômito engolido diariamente pela necessidade de se alimentar uma velada saúde mental e física. São personagens eterna ou momentaneamente doentes. E, por isso, são tão atraentes no que escondemos de nós mesmos. Destaco entre as estórias grupos temáticos.

1- A febre desregrada:“Silvio”, “Medo”, “ Caledoscópio” e “ Quebra-cabeça” são textos que se identificam pela INTENSIDADE DA FEBRE que leva as personagens a situações extremas que associam morte e libertação. Exterminar a família, incendiar a casa, suicidar-se são escolhas instantâneas para as personagens se libertarem de pesos maiores do que os carregados por Sísifo. Nestas narrativas e nas dos próximos grupos, a casa tem o sentido antropológico e poético encontrado em “ A poética do espaço” de Bachelard. Ela é espaço simbólico de memória queparalisa e, ao mesmo tempo, desperta situações de febre, sendo a atmosfera que constrói a pisique dos protagonistas.

2- A febre que degrada: “ Pulgas”, “ Reforma” e “Dias de Febre na cabeça” são textos cujo passado é um sujeito argente que vai degradando os personagens até chegarem a uma situação limite. É um passado- presente alimentando a decadência: seja física nas mordidas de um pulga, seja social na queda de um homem a condição dostoievskiana a “ homem do subsolo”, seja existencial, na trágica decisão do suicídio gradativo na casa onde se viveram-se febres físicas.

3- A febre que rega: “ Entardecer” e “ Depois da Chuva” ressignificam a febre, fazendo dela um artifício da esperança encontrada na caixa de Pandora. É necessário encoleirar-se de febre para abandonar os fantasmas amorosos do passado ou a família doente do presente. Talvez, este seja o maior legado da obra. Há sempre um depois....da CHUVA, DA FEBRE, DO CÂNCER.


Fonte: Clarissa Loureiro-professora da UPE. Doutora em Teoria da Literatura
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Assisão e o Grupo de Xaxado Cabras de Lampião iniciam aulas espetáculos

A II edição do Projeto Forró dos Cangaceiros – aula-espetáculo do cantor Assisão e do Grupo de Xaxado Cabras de Lampião – percorre as escolas das rede estadual de Pernambuco durante o mês de maio e junho. A cidade escolhida para a estreia é Tuparetama, no Sertão do Pajeú. O evento acontecerá neste sábado (6), a partir das 20h, no Balaio Cultural, para a Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Cônego Olímpio Tôrres.

Nesta edição, o cantor Assisão convidou o Grupo Cabras de Lampião para reforçar o projeto, que consiste em apresentações musicais e aulas sobre a cultura nordestina, com ritmos como o xaxado e pé de serra, forró dos cangaceiros e forró autêntico.

Além de Tuparetama, o projeto passará pelas cidades de Calumbi, Camaragibe, Vicência, Custódia, Limoeiro, Aliança e Carnaíba. (Foto/Ascom)

Francisco de Assis Nogueira, Assisão, nasceu no dia 05 de maio de 1941, na Fazenda Escadinha, município de Serra Talhada, Pernambuco. 

Já aos 11 anos de idade, começou as suas atividades artísticas como compositor. Embora não tenha nenhuma formação em música, é exímio compositor, tendo sido chamado por Dominguinhos de “o maior sanfoneiro de boca do Nordeste”, tamanha sua versatilidade em compor sem ter conhecimento musical. 

“Quando menos espero, surge a inspiração e as músicas saem naturalmente”. Possuidor de uma enorme sensibilidade, ele é capaz de saber antecipadamente quais as músicas que farão sucesso. O início de suas atividades profissionais como cantor começou com o lançamento de um compacto e atualmente já gravou vários discos. 

Seus maiores sucessos, no entanto, aconteceram nos anos de 1987, 1988 e 1989. No trabalho de 1987, foram vendidas cerca de 210 mil cópias. Em 1988, 180 mil cópias e em 1989, 190 mil. Somente nestes anos foram quase 600 mil cópias vendidas de seus trabalhos em todo país, o que o concedeu três “discos de ouro” consecutivos e o título de “Rei do Forró”. 

As músicas dele são tocadas em todas as regiões do Brasil. Das 600 canções autorais, 200 já foram gravadas por outros artistas.
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Areia, Paraiba completa 171 anos de Emancipação Política

A Prefeitura Municipal de Areia finalizou o planejamento para a semana de festejos em comemoração aos 171 anos de Emancipação Política do município. A festa acontece entre os dias 17 e 21 de maio com uma programação diversificada, que promove de atrações culturais a eventos esportivos.

A programação começa na quarta-feira, 17, com apresentação de coral no coreto da Praça Central e o décimo Encontro dos Filhos e Apaixonados por Areia, que segue até o domingo, 21. Em seguida, será aberta a visitação do Museu Casa Pedro Américo, que também faz parte da Semana Nacional dos Museus. Às 17h30 a banda da Polícia Militar se apresenta na Praça Central. Uma feira de artesanato e gastronomia dá sequência à comemoração do dia 17 e às 19h será realizada uma apresentação cultural com o grupo de coco Canário e Caboclo, também na praça. A programação termina com um lual pelas ruas da cidade às 22h.

No dia 18, dia da Emancipação Política, a tradicional alvorada com a Filarmônica Abdon Milanez será às 5h. Depois tem hasteamento das bandeiras na Praça Central, missa na Igreja Nossa Senhora da Conceição e sessão especial na Câmara Municipal. A Filarmônica Abdon Milanez volta a se apresentar no fim da tarde. À noite, os moradores curtem os shows de Tinho e Banda, artista local, e do sertanejo Vinícius Mendes.

Na sexta-feira, 19, haverá uma grande programação cultural com um Tributo a Marinês com os artistas Biliu de Campina, Eloísa Olinto, Sandra Belê, a orquestra Sivuquiando e os cantores Tinho e Ivandro.

Museu Casa Pedro Américo será aberto.

A programação tem ainda o lançamento de três livros nos dias 18 e 19 com títulos que falam sobre pessoas, história e aspectos da cidade de Areia. E serão realizados eventos esportivos, como a apresentação de grupo de capoeira, a abertura do Campeonato Municipal de Futebol e a primeira Corrida de Emancipação de Areia.

“Estamos tentando construir uma nova concepção de comemoração da emancipação política da cidade com uma programação que realmente festeje as particularidades de Areia”, destacou a Secretária Municipal de Cultura e Turismo, Janaina Azevedo.

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Belchior: apenas um rapaz Politizado e universal

Quando os ponteiros do relógio do dia 26 de outubro de 2016 marcaram 18 horas, Antonio Carlos Belchior completou 70 anos. Compositor cearense entre os mais notórios do cancioneiro popular brasileiro, Belchior conheceu a fama na década de 1970, quando morava no Rio de Janeiro e teve canções gravadas por Elis Regina, incluindo Como Nossos Pais. Ele gravou discos, emplacou sucessos, colecionou namoradas e compôs hinos que atravessaram gerações.

Hoje dia 30 de abril o Brasil perde o talento a voz de Antonio Carlos Belchior. Belchior é o nome legítimo do rapaz latino-americano. Nilson Belchior, irmão caçula do artista é guardião de fotografias, lembranças e documentos da família. Entre eles, a certidão de nascimento de Belchior - com preciosos detalhes sobre a origem do sobralense. Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes é um personagem criado pelo cantor que passou a se identificar como “o maior nome da MPB”. 

Cinco anos antes de Alucinação ganhar as emissoras de radio, Belchior era um estudante de Medicina da UFC. Circulava em importantes corredores da cultura de Fortaleza - como o Bar do Anísio, na Beira Mar - e trabalhava no programa da TV Ceará Porque Hoje é Sábado, que apresentou a nova geração da música local. Mas foi em 1971, em uma viagem cheia de percalços, que Belchior conseguiu projetar suas composições nacionalmente. Deixou para trás a faculdade e a vida em Fortaleza. Juntou os pertences e foi para o Rio de Janeiro.

"Eu decidi de repente e de um dia para o outro fui embora, sem documentos da escola e sem dinheiro. As coisas foram bastante complicadas e difíceis porque além de não conhecer ninguém, eu tava com o orgulho do pobre: 'Se é pra vencer, vou vencer de qualquer jeito'", contou o compositor em entrevista ao jornal O POVO, em janeiro de 2004. À época da viagem, além da faculdade e do programa de televisão, ele era professor em escolas de Fortaleza. Belchior foi um dos cearenses a embarcar para o circuito "Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo". Junto dele estavam Fausto Nilo, Teti, Rodger Rogério. Todos amigos e parceiros de música.

"Ele fez quatro anos de Medicina e disse para mim que não era aquilo que queria. O papai pediu muito para ele terminar, pois faltava só um ano. Ele disse que não, que iria viver de música", conta Nilson Belchior, irmão do cantor. Por poucos dias, o compositor ficou hospedado com um tio. Depois, fez morada na casas de amigos, apartamentos em Copacabana, circuitos culturais. Da capital carioca, seguiu para São Paulo. Lá, firmou residência e sucesso. Casou e teve filhos.

Alimentou segredos guardados em família. Os discos borbulharam, ano após ano, até 1999, data do lançamento do álbum Auto-Retrato. Belchior encarou o autoexílio. Distante do público e da mídia, transformou-se em ícone pop e figura cult. Para os mais próximos, continua sendo apenas um rapaz latino-americano.

Fonte: Por Camila Holanda, Isabel Costa e Marcos Sampaio-Jornal O Povo
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Morre o cantor Belchior aos 70 anos e deixa mais um vazio na MPB

O cantor e compositor cearense Belchior, de 70 anos, morreu na madrugada deste domingo, em Santa Cruz do Sul (RS). A causa da morte não foi divulgada. O corpo deve ser trazido para o Ceará, onde ocorrerá o sepultamento na cidade de Sobral, onde o artista nasceu, segundo a Secretaria de Cultura do Estado.

O Governo do Estado do Ceará confirmou a morte e decretou luto oficial de três dias. “Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior" disse em nota o governador Camilo Santana. "O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil".

O traslado do corpo será feito pelo Governo do Ceará, que aguarda liberação das autoridades gaúchas. O horário ainda não foi confirmado, mas a expectativa é que o corpo seja levado ainda hoje.

Nascido em 26 de outubro de 1946, Belchior foi um dos ícones mais enigmáticos da música popular no Brasil, com mais de 40 anos de carreira. Segundo o colunista Mauro Ferreira, o cantor não tinha paradeiro certo desde 2008.

Teve o primeiro sucesso nos anos 70 ao lado do também cearense Fagner, com a faixa "Mucuripe". Com o disco "Alucinação" (1976), lançou clássicos como as faixas "Apenas um rapaz latino-americano", "Velha roupa colorida" e "Como nossos pais", que se tornou conhecida na voz da cantora Elis Regina.

Em 2007, a família reclamou do sumiço de do artista, que abandonou a carreira; e nem mesmo seu produtor musical conseguia contato. Belchior morou em hotéis e, em um deles, chegou a deixar um carro no estacionamento ao desaparecer.
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Troféu Gonzagão vai homenagear a memória do sanfoneiro Abdias dos 8 Baixos

A 9ª edição do Troféu Gonzagão, um dos eventos mais importantes da música brasileira, será apresentado no dia 10 de maio, em Campina Grande, Paraíba. 

O homenageado nesta edição 2017 será o cantor, compositor e músico Abdias dos 8 Baixos (In memoriam 1933-1991), nascido em Taperoá e ex-marido da cantora Marinês, um dos nomes mais importantes do forró. Além de Abdias, haverá homenagem ao Quinteto Violado, conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, no Recife, e ao cantor e compositor pernambucano Geraldo Azevedo.

O Troféu Gonzagão chega à 9ª edição e acontece sempre no mês de maio, antes do Maior São João do Mundo, reunindo nomes importantes da música nordestina, como Elba Ramalho, Fagner, Antônio Barros e Cecéu, Alcione, Genival Lacerda, Nando Cordel, Anastácia, Flávio José, Lucy Alves, Alcymar Monteiro, Santanna, Amazan, Cezzinha, Petrúcio Amorim, Maciel Melo, Os Nonatos, Pinto do Acordeon, Waldonys, Ton Oliveira, Biliu de Campina, Capilé, e outros.

Em 2016, o Troféu Gonzagão lembrou a imortalidade da obra do pernambucano Zé Dantas (in memorian) e à originalidade do baiano Carlinhos Brown. O evento reuniu ainda várias personalidades que contribuem para a cultura nordestina, como o compositor Xico Bizerra, o cineasta Bernard Robert Charrue, diretor premiado do filme ‘Paraíba, Meu Amor’ e o empresário Pierre Landol.
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Sanfoneiro Daniel de Itabaiana participará da a mostra "Curta Uneb video documentário"

Já imaginou o que a poluição do rio São Francisco, o calçadão de Juazeiro e a vida de quem trabalha na coleta seletiva tem em comum? Todos eles viraram temas de curta-metragens. No próximo dia 4 de Maio a Universidade do Estado da Bahia apresenta o VII Curta na Uneb. A mostra de vídeo-documentário do Departamento de Ciências Humanas acontecerá no anfiteatro Canto de Tudo, a partir das 18h. A entrada é gratuita. Na 7ª edição do evento, o público assistirá 5 curta-metragens feitos na região do Vale do São Francisco.

A proposta é expor filmes com duração média de 10 minutos, produzidos pelos alunos do curso de Jornalismo em Multimeios, na disciplina Laboratório de Vídeo-Arte, ministrada pela professora Fabíola Moura. Os temas variam de violência contra a Mulher, como documentário Marcas, a magia que envolve os parques de diversões em Diversão e o descaso com o Rio São Francisco em Pode Morrer.

Além da exibição dos curtas, o cantor e sanfoneiro Daniel Itabaiana se apresentará com clássicos do forró pé de serra. O juazeirense, que toca de Luiz Gonzaga a Mozart, foi uma das revelações do I Festival Internacional da Sanfona, em 2009, com apenas 13 anos.

Criado em 2006, o Curta na Uneb tem o objetivo de socializar com a sociedade do Vale do São Francisco a produção audiovisual, propondo novos olhares e reflexões sobre a região. As produções feitas com o incentivo da UNEB já renderam premiações audiovisuais regionais e nacionais.

Fonte: Equipe organização do Curta na Uneb
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