UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ABRE INSCRIÇÕES PARA FESTIVAL DE SANFONEIROS

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), está com inscrições abertas para o 11º Festival de Sanfoneiros. O evento acontecerá no dia 25 de maio, no Auditório Central da instituição.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do site, até o dia 25 de março. Os candidatos precisam enviar no ato de inscrição um vídeo com até 90 segundos de duração, com a execução de uma música de livre escolha.

Além disso, são exigidos documentos de identificação, autorização de registro e uso da imagem e voz e de direitos sobre a produção artístico-cultural.

Os artistas poderão concorrer em três categorias: sanfona de até oito baixos, sanfona acima de oito baixos e categoria infanto juvenil, para participantes com até 14 anos.

Os prêmios são de R$ 3.000 para todos os finalistas; de R$ 2.000 para os escolhidos através de votação do júri popular em cada categoria; e de R$ 1.000 para os que tiverem maior número de visualizações nos vídeos de inscrição, que serão postados pelo Cuca nas redes sociais, também por categoria.

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GEL BARBOSA FAZ TEMPORADA DE SHOWS NO LARGO DO CRUZEIRO DO SÃO FRANCISCO

Gel Barbosa, um dos melhores sanfoneiros da atualidade, faz temporada de shows gratuitos no Largo do Cruzeiro do São Francisco, às segundas-feiras, a partir das 18h. As apresentações acontecem em formato mais intimista, e são realizados  pelos restaurantes Boteco do Pelô, Cuco Bistrô, Maná Grill e Odoyá, todos localizados no Largo do Cruzeiro do São Francisco.

Gel Barbosa, que é produtor musical, compositor, cantor, arranjador e sanfoneiro, já acompanhou e gravou com artistas como Zé Calixto, Pinto do Acordeon, Antônio Barros, Cecéu, Elba Ramalho, Xangai, Targino Gondim, Carlos Pitta, Elba Ramalho, Almério, Mariana Aydar e Renato Borghetti. Natural de Serra da Raiz, na Paraíba, Gel Barbosa nasceu numa família de músicos e teve como maior influenciador seu pai Geraldinho, tocador de oito baixos.

 Em 2013 se mudou definitivamente para Salvador e desde então trilha sua carreira atuando em diversos espaços culturais e também em cidades do interior da Bahia. Considerado um dos melhores sanfoneiros nordestinos da atualidade, fez participação no primeiro CD solo do cantor sueco Thomas Eby, participou do CD Obatalá, onde participaram artistas como Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Alcione, Marisa Monte e Jorge Ben. Hoje Gel Barbosa divide seu tempo também entre gravações e produção musical de diversos gêneros musicais como forró, choro e frevo.

Serviço: Show de Gel Barbosa no Cruzeiro do São Francisco

Segunda-feira -  dia 21.02, a partir das 18h – gratuito

Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro

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DIA COMBATE ÁLCOOL: PESQUISA MOSTRA QUE 55% DA POPULAÇÃO BRASILEIRA TEM HÁBITO DE BEBER

A sexta-feira, para muitos, é o dia de tomar uma cervejinha com os amigos ou outra bebida para relaxar das atividades do dia a dia. Mais da metade da população brasileira, 55%, têm o costume, mostra pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), sendo que 17,2% declararam aumento do consumo durante a pandemia de covid-19, associado a quadros de ansiedade graves por causa do isolamento social.

Hoje, 18 de fevereiro, é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, data destinada a conscientizar sobre danos e doenças que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas pode causar, tanto em homens quanto em mulheres. 

De acordo com o levantamento da Ibrafig, uma em cada três pessoas no país consome álcool pelo menos uma vez na semana. O consumo abusivo de bebidas alcoólicas foi relatado por 18,8% dos brasileiros ouvidos na pesquisa. Os dados foram levantados com base na resposta de 1,9 mil pessoas, nas cinco regiões do país. O estudo mostra ainda que, em média, os brasileiros ingerem três doses de álcool por ocasião, o que representa 450ml de vinho ou três latas de cerveja.

Diversos fatores podem desencadear a dependência alcoólica, diz o psiquiatra Rafael Maksud, da Clínica Ame.C. “Fatores que podem desencadear a dependência alcoólica são a predisposição genética, o início precoce do uso, doenças mentais preexistentes, condições culturais como associar o álcool à diversão, histórico de abuso sexual, violência doméstica, curiosidade, insegurança, entre outros”.

Maksud é da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e especialista em Saúde Pública, Dependência Química e Psiquiatria Integrativa pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e pelo Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB).

Ele lembra que as consequências do alcoolismo a longo prazo são negativas sobre a saúde física e psíquica e, na maioria das vezes, causam prejuízos graves em todos os âmbitos da vida - laboral, familiar ou social. "Como exemplo, podemos citar a hepatite, cirrose, hipertensão, o aumento do risco de acidente vascular isquêmico, distúrbios sexuais diversos, demência, abstinências severas, depressão, ansiedade e psicoses induzidas pelo álcool”.

O consumo de bebidas nos fins de semana, que geralmente começa na sexta-feira e só termina no domingo, leva muita gente a crer que não é dependente do álcool, mas o hábito também pode causar danos à saúde, alertou o médico. 

“Nesse caso, inicialmente não se caracteriza uma dependência alcoólica, podendo, porém, ser entendido como uso nocivo de bebida alcoólica. O uso nocivo é um padrão de consumo que causa danos à saúde, físicos (como hepatite alcoólica) ou mentais (como piora de quadros ansiosos e depressivos). Padrões nocivos de uso são frequentemente criticados por outras pessoas e estão associados a consequências sociais adversas de vários tipos”. 

O psiquiatra explicou como o álcool atua no cérebro. “Quando a pessoa bebe se sente relaxada, já que sua percepção diminui. No entanto, o consumo regular reduz os níveis de serotonina no cérebro, um dos neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer e bem-estar. Sendo assim, o álcool agrava a ansiedade e, principalmente, a depressão”.

A psicóloga Monica Machado, formada pela Universidade de São Paulo, fundadora da Clínica Ame.C, reforça que o consumo frequente de bebidas alcoólicas descontrola a liberação regular de substâncias cerebrais responsáveis pelo controle emocional, o que eleva a vulnerabilidade às crises de ansiedade”. 

Por isso, acrescenta, “entender a relação entre ansiedade e álcool ajuda na busca de respostas mais concretas para reduzir as consequências do consumo excessivo de bebidas alcoólicas e do transtorno de ansiedade”.

O inverso também pode acontecer, ou seja, quem não tem distúrbios pode desenvolvê-los com o consumo excessivo de álcool. “A dependência em álcool pode ser uma das razões para o desenvolvimento de distúrbios, como a ansiedade, mas essa situação é complexa, já que a ansiedade também pode levar à dependência alcoólica”, afirma Mônica.

Além dos danos psíquicos e físicos, o alcoolismo pode comprometer o raciocínio mesmo quando a pessoa está sóbria. “Mesmo sóbrio, o paciente dependente de álcool, principalmente após vários de anos de uso da susbstância, tende a apresentar diversos déficits cognitivos que podem, inclusive, se tornar permanentes.  Por exemplo,  dificuldades de memória, consolidação de novos aprendizados, redução da capacidade de abstração e resolução de problemas, elementos importantes para a construção do raciocínio”, alerta Maksud. 

Mulheres e álcool-O alcoolismo atinge homens e mulheres, mas, para elas, os problemas de saúde ocorrem com maior rapidez, afirma o médico.  

“Pesquisadores descobriram que as mulheres têm maior vulnerabilidade fisiológica ao álcool. De acordo com cientistas, as mulheres produzem quantidades menores da enzima álcool desidrogenase (ADH), que é liberada pelo fígado e usada para metabolizar o álcool. Além disso, a gordura retém o álcool, enquanto a água ajuda a dispersá-lo. Logo, graças a seus níveis naturalmente mais altos de gordura e mais baixos de água corporal, as mulheres apresentam resposta fisiológica ainda mais complicada”.

Sendo assim, completa, “mulheres que consomem álcool em excesso também tendem a desenvolver dependência e outros problemas de saúde com mais rapidez que os homens. Elas costumam começar a beber mais tarde que os homens, mas levam muito menos tempo para se tornar dependentes e apresentar doenças hepáticas ou cardíacas, por exemplo.

Segundo o psiquiatra, o tratamento para o alcoolismo geralmente é feito com acompanhamento médico e terapêutico e alguns medicamentos podem colaborar. 

“Quando bem avaliado e diagnosticado, os medicamentos são bons coadjuvantes nos tratamentos do alcoolismo, pois ajudam no processo de abstinência e na prevenção das recaídas. O álcool estimula indiretamente a atividade opióide endógena, ao promover a liberação dos peptídeos endógenos na fenda sináptica.  Existe um tipo de medicação que atua como antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, a administração de antagonistas opióides reduziria o consumo de álcool por meio do bloqueio pós-sináptico de alguns receptores”.

Alcoólicos Anônimos (AA): o grupo de ajuda mútua é referência no apoio ao alcoólatra que quer parar de beber. A participação é gratuita e um dos grandes princípios é o sigilo. Presente no Brasil há 80 anos, o Alcoólicos Anônimos possui reuniões em quase todas as cidades do Brasil. 

Caps – AD: os Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas são unidades de saúde feitas para atender gratuitamente quem precisa tratar o alcoolismo. O acompanhamento é feito por médicos, psicólogos e terapeutas. Também há abertura para a participação da família.

Quando o dependente mora em uma cidade que não tem o Caps – AD, pode procurar uma unidade tradicional (que cuida da saúde mental) ou uma unidade básica de saúde de seu município para fazer o tratamento. Se houver necessidade de internação, é o próprio Caps que faz a solicitação e encaminha o paciente para alguma das instituições associadas.

PREVENÇÃO: Para quem não quer ser dependente, algumas atitudes podem contribuir para inibir o consumo excessivo de álcool, observa Monica Machado. 

“Primeiramente é necessário saber identificar pessoas com maior tendência a dependências e, para isso, procurar a ajuda de um profissional capacitado. Existem algumas dicas para pessoas que consomem álcool em excesso e gostariam de parar de beber: não tenha bebidas alcoólicas em casa; evite situações onde acha que irá perder o controle do uso; aprenda a dizer não ou peça ajuda enquanto não tenha esse controle; escolha um dia para deixar de beber e confine o consumo de álcool a situações específicas. E novamente, o principal: procure ajuda profissional adequada”.

Outra atitude, reforça o psiquiatra, é evitar o contato com bebidas na adolescência. “Quanto mais tardio o contato com bebidas alcoólicas, menor o risco de dependência. Alguns estudos mostram que adolescentes que começam a beber antes dos 15 anos têm quatro vezes mais risco de desenvolver uso abusivo de álcool do que quem inicia mais tarde, após os 21 anos. Também já foi relatado na literatura médica que os riscos para uso problemático do álcool diminuem cerca de  14% a cada ano que se adia o início do consumo. Isso ocorre pela vulnerabilidade que a imaturidade neurológica  própria da idade acarreta”, diz Maksud. (Fonte: Agencia Brasil)

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FEIRA AGROECOLÓGICA DE REMANSO: ALIMENTOS SAUDÁVEIS E FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES SOCIAIS

Farinha, feijão, tapioca, corante caseiro, umburana de cheiro, maxixe, umbu, doce de umbu, couve, abóbora, banana, peixe, ervas medicinais e artesanato.

 Esses são alguns dos diversos produtos comercializados na Feira Agroecológica da Cultura Econômica de Remanso-BA, um espaço de venda de alimentos cultivados sem veneno para comercialização direta com os/as consumidores/as. A partir desta semana, a feira será realizada toda sexta-feira.

A comercialização desses produtos por agricultoras e agricultores possibilita maior aproximação do campo e da cidade, além de colaborar com a melhoria da renda familiar e da segurança alimentar e nutricional dos consumidores que passam a se alimentar com produtos saudáveis. 

"Saber que tem aquela renda extra toda semana, pouco ou muito, serve demais. É muito bom saber que pode fabricar produtos que não tem veneno, que não tem agrotóxicos para levar à mesa das pessoas, sabendo que não pode prejudicar ninguém", destaca a agricultora Poliana Alves, da comunidade Pimenteira em Remanso.  

A agricultora Edna dos Santos, também da comunidade Pimenteira, comercializa seus produtos na feira e diz que está aproveitando bastante a experiência. "Eu estou gostando muito da feira, acredito que as vendas vão melhorar. E que as pessoas vão frequentar mais. Quero muito continuar comercializando meus produtos", ressalta Edna.

O assessor técnico do Sasop, Francisco José da Silva, mais conhecido como Franzé, destaca que apesar da proposta da feira estar no início, acredita que ela se consolidará devido aos diversos benefícios que traz para agricultores/as e consumidores/as do município. "Que o pessoal possa entender que é a agricultura familiar que realmente alimenta a cidade. Esse processo vem contrapor os grandes projetos que hoje só plantam, só produzem monocultivos para exportação. Se o campo não consegue plantar, fica difícil a alimentação nas cidades. [A feira] possibilita para as pessoas um produto saudável e de qualidade".

Além disso, Franzé também destaca a importância da feira agroecológica para as agricultoras e a juventude. "A feira também possibilita o protagonismo da mulher, tendo em vista, que a maioria das pessoas hoje na feira são mulheres e a gente tem trabalhado também para a inclusão da juventude".

Além da possibilidade de melhorar a renda através da comercialização dos produtos da agricultura familiar, a agricultora Poliana destaca a importância da feira para as relações sociais e convida outros agricultores e agricultoras a participarem da Feira Agroecológica. "Além da comercialização é muito bom fazer amizade, conhecer novas pessoas, porque a gente vai para feira, não só vender, mas também aprender muita coisa (...) Conhece produtos diferentes de outras pessoas, é muito interessante. Então, quem nunca se interessou, que se interesse em comercializar os produtos agroecológicos na feira, porque vale muito a pena", frisa Poliana.

Nesse sentido, a colaboradora do Irpaa, Dannielle Martins, reforça o papel social das feiras que são espaços "De intercâmbio e troca de conhecimento entre os participantes, que, por sua vez, são de comunidades diferentes do município. A feira traz esse momento de descontração. Também acontece a troca de produtos entre os próprios agricultores".

A feira reúne 11 grupos diretamente, com cerca de 30 famílias envolvidas de forma indireta. A iniciativa idealizada pelo Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), hortas comunitárias rurais e urbanas e pescadores/as artesanais conta com apoio da Secretaria da Agricultura de Remanso e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).  (Fonte: Eixo Educação e Comunicação)

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A RECEITA PARA EVITAR A PRÓXIMA PANDEMIA: RESPEITAR A NATUREZA, AFIRMA SANITARISTA DA UNIVERSIDADE DE HARVARD

Deter a próxima pandemia antes de ela surgir é possível, e o custo de fazer isso equivale a um vigésimo do impacto econômico global que ela provocaria, afirma um novo estudo. A receita para o planeta conseguir fazer isso tem três ingredientes: a criação de um sistema global de monitoramento de zoonozes, um esforço para acabar com o desmatamento e a eliminação do tráfico de animais silvestres.

Em um trabalho liderado pelo sanitarista Aaron Bernstein, da Universidade Harvard, economistas e pesquisadores de diversas áreas estimaram que o preço de fazer tudo isso pode ser distribuído ao longo das próximas décadas a um custo de US$ 20 bilhões anuais.

Em comparação, o impacto dos eventos conhecidos como "spillovers" (a passagem de patógenos animais para humanos) tem provocado perdas anuais de US$ 212 bilhões no último século. Se levado em conta o impacto das mortes causadas por essas doenças, somam-se a esse valor mais US$ 350 bilhões.

Segundo Bernstein e colegas, a margem de erro da simulação é grande, mas é possível afirmar que dos mais de R$ 550 bilhões das cifras somadas acima o piso da estimativa é de US$ 400 bilhões. Daí sai a conclusão de que o valor da solução é da ordem de um vigésimo do custo do problema.

O cálculo dos cientistas é baseado no impacto duradouro de epidemias grandes e pequenas iniciadas nos últimos 105 anos, incluindo a Covid-19, a Aids e a gripe espanhola. Para fazer a conta, foram computadas todas as doenças humanas derivadas de zoonozes que deixaram ao menos dez mortos.
 

Para estimar o peso financeiro das mortes provocadas pelas pandemias, os pesquisadores atribuíram preços a cada óbito causado pelos patógenos, usando o conceito econômico de WTP ("willingness to pay"). Esse recurso consiste em determinar o tamanho do investimento que cada país está disposto a fazer para reduzir sua taxa de mortalidade. Dependendo da riqueza de cada nação, esse valor variou entre US$ 107 mil e US$ 6,4 milhões por morte.

Precificar a vida de pessoas pode parecer uma maneira cruel de fazer planejamento, mas é o que permitiu aos cientistas comparar métodos diferentes de políticas públicas para salvá-las. E, segundo os cientistas, as diretrizes que guiam a atual resposta global contra epidemias não são aquelas que previnem mais mortes. 

"Formuladores de políticas promoveram planos considerando que a melhor maneira de lidar com futuras catástrofes pandêmicas seria 'detectar e conter' ameaças zoonóticas emergentes. Em outras palavras, devemos agir somente depois que os humanos ficarem doentes. Nós discordamos radicalmente disso", escrevem os cientistas, em artigo na revista Science Advances.

Segundo Bernstein, essa abordagem "reativa", em contraposição a uma estratégia "proativa", precisa ser reconsiderada por gestores de saúde em governos nacionais e por organismos internacionais. 

"Se a Covid-19 nos ensinou alguma coisa, é que a testagem, os tratamentos e as vacinas podem prevenir mortes, mas eles não param por completo a disseminação global dos vírus, e podem nunca prevenir a emergência de patógenos novos", afirmou o cientista, em entrevista coletiva. "Não podemos contar apenas com estratégias 'pós-spillover' para nos proteger. "

A demógrafa brasileira Márcia Castro, também professora de Harvard e coautora do estudo, afirma que a melhora no custo-benefício de tomar as medidas necessárias para um sistema global de prevenção ao 'spillover' foi até mesmo subestimado no estudo, porque inclui medidas que beneficiam a humanidade em outras frentes, como a preservação ambiental. A intrusão de pessoas em florestas para provocar demsatamento, por exemplo, é um dos fatores de risco de exposição de humanos a novos patógenos.

"O emprego de recursos para reduzir desmatamento são um investimento para prevenir futuras epidemias, mas também para mitigar ameaças já existentes, como a malária e doenças respiratórias associadas com a queima de florestaS", diz a cientista. "Fazer esses investimentos em prevenção traz retornos para a saúde humana, para o ambiente e para o desenvolvimento econômico. "
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VEREADOR DE PETROLINA, GATURIANO CIGANO É PRESO COM FUZIL E PISTOLAS. POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA CASO

O vereador de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, Gaturiano Cigano, foi preso na noite da terça-feira (15) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Durante abordagem realizada no KM 180 da BR 428, a PRF encontrou várias armas no carro dirigido pelo vereador.

Além de Gaturiano, outros dois homens, que se identificaram como policiais militares de Pernambuco, estavam no veículo.

A Câmara de Vereadores de Petrolina informou que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no gabinete do vereador Gaturiano Cigano.

De acordo com PRF, no veículo foram encontrados duas espingardas calibre 12 com 26 munições; um fuzil calibre 223/.556 com 117 munições; duas pistolas calibre 9mm com 64 munições; uma pistola calibre.40 com 10 munições; uma pistola calibre 380 com 28 munições; um revólver calibre 38 com cinco munições; e duas armas brancas.

Ainda segundo a PRF, os presos são suspeitos de participação de uma tentativa de homicídio na cidade de Mirandiba, em Pernambuco. O crime aconteceu na tarde da terça-feira. Eles teriam invadido a delegacia para matar um desafeto.

O vereador e os dois homens, as armas e o carro apreendido foram levados para a delegacia da Polícia Civil em Petrolina.

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CHAPADA DO ARARIPE E PRODUÇÃO SOJA. VIABILIDADE, IMPACTOS AMBIENTAIS É TEMA DE DEBATE NESTA QUARTA-FEIRA (16)

Chapada do Araripe e produção de soja. Viabilidade, Impactos Econômicos e Ambientais. Este é o tema do Colóquio da Sabedoria, promovido pelo Instituto Cultural do Cariri na quarta-feira (16), às 19h30. A mediação será  de Weber Girão e participação do gestor do ICMIBIO Araripe, Carlos Pinheiro e pesquisador Tarsio Alves.

Em dezembro do ano passado (2021) foi denunciado que uma área de mais de 300 hectares da Serra da Perua, encravada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Chapada do Araripe, no município de Exu, Pernambuco,  foi completamente desmatada nos últimos meses. Imagens de satélite registradas de agosto a novembro, mostram a mudança na paisagem do bioma da zona de encontro da Caatinga e os impactos causados pelo desmatamento na região.

A degradação é resultado das operações de uma empresa avícola que, por sua vez, foi autorizada pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) a cultivar milho e soja em uma área que corresponde a 540 hectares da Serra da Perua. 

“Até o momento observamos que já foi desmatado algo em torno de 312 hectares dos 540 cedidos pela CPRH”, afirmou o pesquisador e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Abelhas (Nupea), Társio Alves. Como membro do conselho da APA da Chapada do Araripe, Alves foi procurado por apicultores e meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) da região que estavam preocupados com o impacto do desmatamento e das queimadas na produção de mel. 

A partir daí, o pesquisador passou a investigar o empreendimento. 

“Como se trata de grandes áreas de cultivo de monocultura, que tradicionalmente utilizam maquinários pesados, agroquímicos e afins, podemos prever o possível impacto ambiental para a população do território da Chapada do Araripe, sem citar nas espécies silvestres que compõem a flora e a fauna da região”, disse o pesquisador. 

No dia 17 de setembro de 2021, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), concedeu à empresa do setor da Avicultura, com sede em Caruaru e dona da marca Ovo Novo Express, uma licença de operação para cultivo de milho e soja, principais ingredientes de ração para galinha, em uma área de 540 hectares, na Serra da Perua. 

O documento, que autoriza a operação de obras ou empreendimentos no local, prevê a descrição das medidas de controle ambiental nas licenças Prévia e de Instalação a serem apresentadas pelo proprietário do negócio. Consta ainda na licença que as queimadas nas áreas cedidas só podem ocorrer com autorização dos órgãos competentes.

Após o recebimento de denúncias feitas por ambientalistas e moradores da APA da Chapada do Araripe sobre as queimadas e desmatamentos no local, a Marco Zero Conteúdo procurou a CPRH e questionou se houve um estudo de impacto ambiental na área cedida e se o órgão havia autorizado as queimadas e desmatamento na Serra da Perua. No dia 19 de novembro, o órgão respondeu por meio de nota e afirmou que a licença de operação havia sido suspensa:  

“A CPRH informa que suspendeu a licença de operação emitida para empreendimento de plantio de milho e soja, no município de Exu, no Sertão do Araripe. O relatório  41/2021, emitido pelo ICMbio, que registra denúncia contra o empreendimento, levou a Agência a decidir pela suspensão do licenciamento. As informações contidas no referido documento estão sendo apuradas pelo órgão ambiental.”

No entanto, agricultores e moradores da região – que pediram não serem identificados por medo de represália – afirmam que as operações no local “continuam a todo o vapor, vinte e quatro horas por dia”. Voltamos a questionar a CPRH sobre a continuidade das atividades na Serra da Perua, mas, pouco antes do fechamento desta reportagem, a Agência informou que “na sexta-feira [3 de dezembro] pela manhã terá as informações. Estamos em processo de análise e fiscalização”. Caso as informações sejam encaminhadas na sexta-feira, serão publicadas.

Também procuramos o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para ter acesso ao relatório enviado à CPRH, que pede a suspensão da Licença de Operação na Chapada do Araripe. Até o fechamento deste texto, a assessoria do Instituto havia informado que os questionamentos foram repassados à área responsável e que, “o mais rápido possível”, a demanda da Marco Zero seria atendida.

DESMANTAMENTO: A Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe se estende por 33 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará e Piauí e conta com um bioma com bastante biodiversidade onde predomina cerrado, caatinga e zonas de transição com traços de mata atlântica.

De acordo com as visitas in loco e as imagens de satélite, o pesquisador Társio Alves afirma que o desmatamento acontece também no Ceará. “Soube também, por moradores locais, que estavam desmatando uma área nas imediações do distrito de Dom Leme, Rangel, mas não temos muitos detalhes ainda”, revelou Alves. 

As imagens feitas pelo satélite mostram que a área desmatada no Ceará está localizada a sete quilômetros do Distrito de Dom Leme, Santana do Cariri, em uma estrada que vai em direção ao Araripe e fica próxima a área de desmatamento da Serra da Perua. Segundo os moradores locais, o desmatamento estaria sendo realizado pela mesma empresa: a Novo Ovo Express. 

Além do desmatamento, moradores e agricultores locais estão preocupados com o impacto que o empreendimento pode trazer para o abastecimento de água na região, já que, de acordo com eles, o solo do bioma tem sido perfurado, podendo ocorrer a contaminação do lençol freático. 

Em uma de suas visitas in loco, Társio Alves registrou um poço profundo que está sendo cavado na Serra da Perua, e recebeu denúncias dos moradores de que a empresa pretende cavar outros 10 poços similares a esse. Além disso, os moradores afirmam que o empresário teria a pretensão de comprar outra área de 10 mil hectares da Chapada do Araripe para ampliar o plantio de soja e milho na região. 

A reportagem tentou contato com a Novo Ovo Express. A equipe de reportagem chegou a ligar para um celular cujo número está disponível em um site que com dados do cadastro do CNPJ da empresa, mas não obteve nenhum retorno. Também questionamos a CPRH sobre a instalação de poços na Serra da Perua, mas não tivemos respostas até o fechamento desta reportagem.

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