LUTO NO FUTEBOL: MORRE DIEGO MARADONA AOS 60 ANOS

Aos 60 anos e 26 dias, morre o jogador de futebol Diego Maradora. Campeão do mundo em 1986 e um dos maiores ídolos do futebol mundial, o ex-jogador argentino Maradona morreu nesta quarta-feira 25.

Contraditório, desafiador, engenhoso. Amigo leal e inimigo temível. Gênio e polêmico. Maradona despertou devoção por onde passou. Renasceu inúmeras vezes para protagonizar uma das trajetórias mais intensas da história do futebol.

Nascido em 30 de outubro de 1960, viveu a infância em Villa Fiorito, um bairro muito pobre da periferia de Buenos Aires, onde começou a se destacar por sua habilidade com a bola nos pés. Começou a carreira no Argentinos Juniors, com apenas 15 anos.

Depois de cinco temporadas e 116 gols em 166 partidas, Maradona se transferiu para o gigante Boca Juniors em 1981. Mas sua primeira passagem na Bombonera foi curta. Em 1982, ele foi vendido ao Barcelona na transferência mais cara do futebol àquela altura: U$ 8 milhões (U$ 21,5 milhões, em valores corrigidos).

El Diez manteve o brilho em campo. Mas as duas temporadas na Espanha não são lembradas por títulos. Sofreu com lesões, se envolveu em brigas com colegas do clube, uma hepatite e festas. Muitas celebrações e o início de um drama o assombraria por muito tempo: as drogas. O argentino deixou o Barcelona em 1984 com três títulos.

Perto de completar 24 anos, Diego chegou a Nápoles recepcionado por 70 mil torcedores no San Paolo. Era 5 de julho de 1984, e aquela apaixonada torcida via apenas o começo de uma trajetória que lhes daria títulos, alegria e orgulho para uma região discriminada na Itália.

Maradona se reencontrou no Napoli e o transformou em um dos grandes do país na época de maior glória do Campeonato Italiano. Diante da Juventus de Platini e do Milan treinador por Arrigo Sacchi e com os holandeses Van Basten, Gullit e Rijkaard.

Conquistou os dois únicos Scudettos da história do Napoli: em 1986/87 e 1989/90, este último protagonizando uma memorável dupla com o brasileiro Careca. Também levantou a Copa da Uefa – atual Liga Europa – de 1988/89, além da Copa Itália de 1986/87 e a Supercopa de 1990. É o ídolo máximo do clube.

Diego Maradora era apenas um garoto de 16 anos, que ainda surpreendia a todos pelo Argentino Juniors, quando debutou na seleção de seu país. Foi em uma vitória por 5 a 1 contra a Hungria, em amistoso. No ano seguinte, era cogitado a compor a lista de Cesar Menotti para a Copa do Mundo em seu país natal, mas ficou fora.

O primeiro Mundial de Maradona foi em 1982. Titular da Argentina na Espanha, ele disputou cinco jogos e foi expulso no duelo contra o Brasil, quando o time comandado por Telê Santana venceu por 3 a 1 e eliminou o rival. Mas tudo seria diferente quatro anos mais tarde.

No México, El Diez comandou a Argentina em seu bicampeonato. Foram seguidas atuações memoráveis. Contra a Inglaterra, nas quartas de final, Maradona foi capaz de fazer dois gols que evidenciam sua capacidade para ser gênio e polêmico ao mesmo tempo.

Ele abriu o placar com um leve toque de mão na saída do goleiro Beardsley no que deve ser o gol irregular mais famoso de todos os tempos. E fez o segundo percorrendo meio-campo e deixando para trás cinco marcadores.

O gol do século. Um gol que deu um grito de liberdade a milhões de argentinos que sofreram quatro anos antes na Guerra das Malvinas contra os mesmos ingleses.

Maradona faria mais dois gols contra a Bélgica, na semifinal, e daria o passe para o gol decisivo de Burruchaga na final contra a Alemanha. Coube ao camisa 10 erguer o bicampeonato, no que foi seu auge na carreira.

El Pibe participaria mais dois Mundiais. Esteve perto da segunda conquista consecutiva em 1990. Ele foi essencial na eliminação do Brasil, nas oitavas de final, e viu a torcida napolitana gritar seu nome e torcer pela Argentina contra a Itália na semifinal. Chorou com o vice para a Alemanha.

Em 1994, nos Estados Unidos, disputou dois jogos e fez um gol contra a Grécia. Mas se viu em uma das inúmeras polêmicas de sua vida. Após a partida contra a Nigéria, Maradona foi sorteado para o exame antidoping e testou positivo para a substância efedrina, um estimulante do sistema nervoso e cardiovascular. Foi suspenso da Copa, e a Argentina eliminada nas oitavas para a Romênia.

Maradona disputou 676 partidas e marcou 345 gols em 21 anos de carreira, entre a seleção e clubes. E por muito tempo, o vício em cocaína o acompanhou. Sua gloriosa trajetória no Napoli foi interrompida em março de 1991, quando foi suspenso por 15 meses após após exame antidoping constatar o uso da droga.

Foi o começo de um declínio. Pouco tempo depois da punição, o ídolo foi preso por porte e consumo de cocaína em Buenos Aires. Ficou uma noite detido, pagou fiança de U$ 20 mil e foi liberado.

Ele voltou aos gramados atuando pelo Sevilla (1992-1993) e de lá retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell's Old Boys em 1993. Depois da Copa do Mundo de 1994 e da segunda sanção, vestiu mais uma vez a camisa do Boca, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de seu 37º aniversário.

Numa despedida memorável em 2001, dentro do estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre seus vícios:

"Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou".

Maradona flertou com a máfia em Nápoles. Segundo ele, “era apenas para sua proteção”. Indomável, ele enfrentou o poder do futebol mundial, desafiou o establishment, abraçou líderes da esquerda latino-americana, fez amizade com Fidel Castro e Vladimir Putin, tatuou Che Guevara e é o ídolo de figuras lendárias do esporte universal.

Coleciona frases fortes, polêmicas e, por muitas vezes, preconceituosas. Em 2016, chegou a dizer que era vergonhoso que mulheres de jogadores falassem sobre futebol. Tatuou “perra” (cadela, em espanhol), em homenagem a uma de suas ex-namoradas.

Em 2000, o argentino sofreu um ataque cardíaco devido a uma overdose no resort uruguaio de Punta del Este. Um longo tratamento aconteceu, com idas e vindas a Havana, longe das câmeras. Pesando 100 quilos, outra crise cardíaca e respiratória o surpreendeu em 2004 em Buenos Aires e o deixou à beira da morte.

Recuperado, ele fez uma cirurgia bariátrica e perdeu 50 quilos, para retornar um ano depois como um apresentador de televisão de sucesso. Em 2007, os excessos no consumo de álcool o levaram a uma nova hospitalização, agora por hepatite. Foi internado em um hospital psiquiátrico. Saiu novamente.

Para os gramados, voltou como treinador, função que já havia tentado, sem sucesso, no Mandiyú (1994) e Racing (1995). Depois de liderar a seleção nacional, ele comandou o Al Wasl (2011-2012) dos Emirados Árabes, depois o Al Fujairah (2017-2018) e seguiu para o México, onde esteve à frente do Los Dorados de Sinaloa (2018).

Operado dos joelhos e com uma bengala, assumiu em 2019 em seu país o comando de um abatido Gimnasia y Esgrima La Plata.

Com a segurança que garantiram por terem sido suas "únicas filhas" por 25 anos, Dalma e Giannina foram o fio condutor de Maradona, mas também suas mais duras críticas. Nascidas em 1987 e 1988, sua mãe, Claudia Villafañe, era namorada de adolescência do ex-jogador. Após 24 anos eles se divorciaram e em 2020 travam um duro litígio.

O último filho a chegar foi Diego Fernando, que teve em 2013 com a ex-namorada Verónica Ojeda.

Mas Maradona adicionou descendentes nos últimos anos. Em 2014, reconheceu Jana, nascida em 1996 e filha de Valeria Sabalain, e em 2016, após 29 anos de rejeição de vínculo, reconheceu como filho Diego Junior, nascido sete meses antes de Dalma e filho da italiana Cristina Sinagra.

Em 2019, seu advogado Matías Morla afirmou que o ex-jogador tem mais três filhos em Cuba, ainda não reconhecidos.

“Faltam três para completar o time de 11, você consegue”, escreveu a filha Giannina no Instagram.

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PROJETO QUE AMPLIA A ÁREA DE ATUAÇÃO DA CODEVASF ENTRA NA PAUTA DO SENADO NESTA QUARTA (25)

O projeto de lei que inclui as bacias hidrográficas dos estados de Minas Gerais e de Roraima na área de atuação da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) está pautado para ser votado pelo Plenário do Senado nesta quarta-feira (25). 

O PL 4.203/2020, dos senadores Carlos Viana (PSD-MG) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR), altera a lei que criou a Codevasf (Lei 6.088, de 1974) para ampliar a área de atuação da companhia. 

“No caso de Minas Gerais, parte de seu território já se encontra na área de atuação da Codevasf. Contudo, resta uma fração do estado que ainda não tem acesso às ações de revitalização, de desenvolvimento territorial e de irrigação promovidas pela companhia. Em vários casos, trata-se de regiões com reduzidos indicadores econômicos e sociais e que poderiam beneficiar-se enormemente de sua atuação. 

Da mesma forma, uma fração importante da região amazônica ainda não tem acesso aos benefícios da Codevasf. Tendo em vista as especificidades das bacias hidrográficas daquela região, talvez seja o caso de se criar, no futuro, uma Companhia de Desenvolvimento da Bacia Amazônica capaz de atuar de forma análoga à Codesvasf, porém de maneira ajustada a suas peculiaridades. 

Neste momento, contudo, nós propomos incluir as bacias hidrográficas do estado de Roraima, onde as ações de revitalização, de desenvolvimento territorial e de irrigação ainda não chegaram”, afirmam os autores na justificação do projeto de lei.

A Codevasf foi criada em 1974 e era dedicada ao Vale do Rio São Francisco em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. 

Desde então,  incorporou áreas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste: bacia do rio Parnaíba no PI e no MA (2000); bacia do rio Parnaíba no CE (2009); bacias dos rios Itapecuru e Mearim no MA (2010); bacia do rio Vaza-Barris em BA e SE (2017); bacias dos rios Paraíba e Mundaú (AL e PE), do rio Jequiá (AL), do rio Tocantins (GO), dos rios Munim, Turiaçu e Pericumã (MA) e do rio Gurupi (MA e PA), além das áreas restantes de AL (2017); bacias do rio Una (PE e AL), do rio Real (SE e BA) e dos rios Itapicuru e Paraguaçu (BA), a bacia Tocantins-Araguaia (incluindo áreas de MT, TO e PA), além das áreas restantes de MA e SE (2018) e as áreas das bacias do rio Araguari e do Alto Rio Pardo (MG), dos rios Jequitinhonha e Mucuri (MG e BA), além da totalidade do AP, incluindo o rio Araguari e bacias hidrográficas e litorâneas de BA, CE, RN, PB, PI e PE (2020).

No ano passado, os 45 anos de existência da Codevasf foram homenageados em sessão especial no Plenário do Senado. 

Criada em 1974, a Codevasf, antes dedicada à Bacia do Rio São Francisco, incorporou áreas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. Veja a evolução da área, que ainda pode ser ampliada:

Lei 6.088, de 1974: Vale do Rio São Francisco em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. (Fonte: Agência Senado)

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GOVERNO FEDERAL PLANEJA PRIVATIZAR SERVIÇOS DA TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO EM 2021

O Governo Federal planeja privatizar serviços da transposição do Rio São Francisco, como uma alternativa para que o empreendimento não seja dependente do Orçamento da União. O leilão de concessão deve ser realizado em julho de 2021. A informação foi publicada pela Folha de São Paulo.

A empresa vencedora vai cuidar da operação dos reservatórios, de estações de bombeamento e de 477 quilômetros de canais. O sistema abrange quatro Estados do Nordeste: Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

“O nosso objetivo é garantir o suprimento hídrico. Nas secas que ocorreram no Nordeste de 2013 a 2016, os 4 Estados e o governo federal gastaram de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em medidas emergenciais para garantir o acesso da população à água”, afirmou o diretor de programa da secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), André Arantes, em entrevista à Folha de São Paulo.

A transposição do Rio São Francisco é um grande projeto de obras de intervenção hídrica que iniciou em 2007, no governo Lula (PT). O objetivo é conectar as águas do São Francisco a rios dos quatros Estados beneficiados. A obra está 97% concluída. Segundo a publicação, a estimativa do governo é que a transposição beneficiará até 12 milhões de pessoas em 390 municípios quando a operação estiver em pleno funcionamento.

Os projetos de privatização não são relacionados às obras que não foram concluídas, mas à operação do sistema. Atualmente, o custo anual do sistema é de cerca de R$ 280 milhões.

De acordo com a Folha, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fo contratado pelo governo para a elaboração da modelagem de privatização. A conclusão dos estudos deve ser apresentada no 1º trimestre de 2021.

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IRPAA: 30 ANOS DE EXISTÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO

Entre os dias 23 e 27 de novembro, o Irpaa=Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada celebrará 30 anos de existência e atuação na construção da proposta de convivência com o semiárido. E para divulgar e reafirmar as principais linhas de atuação da instituição, junto à sociedade, serão realizadas atividades virtuais, através do canal do Youtube do Irpaa (TV Irpaa), recheadas de debates e discussões acerca do tema central do evento, que este ano traz no título “Irpaa 30 anos: Construindo a Convivência com o Semiárido”. Este momento contará com participações especiais de pessoas que fizeram parte da história da instituição.

No dia 23 de novembro, segunda-feira, a partir das 19h30, a celebração será iniciada com a live temática “O que é Convivência com o Semiárido e que sociedade queremos?”, com o presidente do Irpaa, Haroldo Schistek, e o sócio e agricultor, Luís Mota, mediada pela sócia Maísa Antunes. Participarão também desse momento, Mirtes Cordeiro, Dom André de Witte e Marilene Bispo, parceiros na caminhada da Convivência. 

A live pretende elucidar, ao público que estará acompanhando virtualmente, o significado do lema principal do Irpaa e salientar a busca por uma sociedade mais justa, na qual os direitos e as necessidades de povos e comunidades tradicionais que vivem no Semiárido sejam garantidos. Nesse dia, também terá apresentação musical do cantor e compositor Neudo Oliveira, além da interação constante com o público.

Já na quarta-feira, dia 25, a partir das 15h, será realizado o seminário técnico-científico com o tema “Elementos fundamentais/centrais da Convivência com o Semiárido”, através da plataforma Zoom, e com transmissão pelo Youtube. A ideia é debater questões históricas que envolvem a construção da proposta da convivência, pelo Irpaa, aqui na região: Terra e Território, com Judenilton Oliveira (Irpaa) e Gilmar Santos (CPT); Clima e Água, com André Rocha (Irpaa) e Cristina Nascimento (Asa Nacional); Produção apropriada ao Semiárido, com Moacir Santos (Irpaa) e Egnaldo Xavier (Poder público); e Comunicação e Educação no contexto do Semiárido, com Karine Pereira (Irpaa) e Ana Célia (Resab). Dentro do tema deste dia, também será discutido o atual contexto político do Brasil, que vem sendo marcado por muitos retrocessos e pela perda de direitos.

Encerrando a semana de celebração dos 30 anos do Irpaa, a live temática “Perspectivas e defesa da Convivência com o Semiárido” será realizada na sexta-feira, dia 27, a partir das 19h30. Entidades parceiras, movimentos sociais, agricultores e agricultoras farão parte desse momento, pontuando os principais entendimentos acerca da proposta da convivência, avaliando o que já foi feito ao longo dos anos e construindo novas possibilidades de atuação na sociedade, reforçando o protagonismo e o engajamento dos povos e das comunidades da região. 

No dia, também haverá música e o lançamento das cartilhas produzidas pelo Irpaa: “Experiências de Recaatingamento no Semiárido brasileiro”; “Balaio de Histórias - Entre as Caatingas e as águas: Educomunicação no Sertão do São Francisco”; e “Comunicação para a Convivência com o Semiárido”. Além do livro de autoria da Jornalista Jacira Felix, “O amor conduz a verdade”.

Para Tiago Pereira, coordenador institucional do Irpaa, a programação do evento evidencia o trabalho de construção da Convivência com o Semiárido durante três décadas, e a celebração dessa trajetória é também uma forma de renovar forças para seguir com o propósito da instituição. 

“A convivência dá conta de perceber o fator da seca e aponta essa compreensão de que é um fenômeno natural. E dá conta de tratar de questões estruturantes nessa região do semiárido, que historicamente foram negligenciadas, principalmente pela ação do estado brasileiro, como o debate de terra, território, políticas públicas, produção apropriada [...] Então, a celebração dos 30 anos é um momento de reencontro e reflexão de quão foi importante esse trabalho ao longo desses anos [...] Nós estamos num momento de muitos retrocessos, muitas perdas, e que a gente precisa retroalimentar a esperança, e esse trabalho da convivência tem ajudado as populações a viverem de forma digna em seus territórios”, afirma. (Fonte: Texto e Foto: Comunicação Irpaa)

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CERCA DE VINTE E SETE MILHÕES DE BRASILEIROS FAZEM A VIDA PULSAR NO SEMIÁRIDO

 

Quando falamos do Semiárido, estamos nos referindo a uma região que ocupa cerca 12% do território nacional (1,03 milhão de km²) e abrange 1.262 municípios brasileiros, considerando a delimitação atual divulgada em 2017 (Resolução 115, de 23 de novembro de 2017, da Sudene). 

Aproximadamente 27 milhões de brasileiros/as (12% da população brasileira) vivem na região, segundo informação divulgada pelo Ministério da Integração Nacional. Um dado interessante com relação à população do Semiárido é que encontram-se nele cerca de 81% das comunidades quilombolas de todo o Brasil.

A maior parte do Semiárido situa-se no Nordeste do país e também se estende pela parte setentrional de Minas Gerais (o Norte mineiro e o Vale do Jequitinhonha), ocupando cerca de 18% do território do estado. No Nordeste, dos seus nove estados, metade tem mais de 85% de sua área caracterizada como semiárida, sendo o Ceará o que possui a maior parte de seu território com esse perfil.

Em número de municípios, os estados com maior quantidade são Bahia (278), Paraíba (194), Piauí (185), Ceará (175), Rio Grande do Norte (147) e Pernambuco (123). O Maranhão passou a fazer parte do Semiárido Legal em 2017.

INDICADORES SOCIAIS: O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite. Essa situação gera níveis altíssimos de exclusão social e de degradação ambiental e são fatores determinantes da crise socioambiental e econômica vivida na região.

O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite.

Olhando para a divisão das terras propícias à agricultura na região, os dados são os seguintes: cerca de 1,5 milhão de famílias agricultoras (28,82% de toda a agricultura familiar brasileira) ocupam apenas 4,2% das terras agricultáveis do Semiárido. Ao passo que 1,3% dos estabelecimentos rurais com mais de 1 mil hectares, conhecidos como latifúndios, detêm 38% das terras.

Mais da metade (59,1%) dos brasileiros em situação de extrema pobreza estão no Nordeste. Destes, mais da metade (52,5%) vivem em áreas rurais da região. Olhando para a faixa etária, 4 em cada 10 pessoas extremamente pobres têm entre 0 e 14 anos (IBGE, 2010).

Em 60,09% dos municípios do Semiárido, com mais de nove milhões de habitantes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de Muito Baixo a Baixo. O IDH leva em consideração indicadores de longevidade, educação e renda. Todos os municípios do Semiárido apresentaram IDHM inferior ao do Brasil (0,727).

As contradições e injustiças sociais que permeiam a região podem ser percebidas inclusive no acesso à renda, que reflete também uma forte desigualdade de gênero. Segundo dados do IBGE (Censo Demográfico 2000), metade da população no Semiárido, ou mais de oito milhões de pessoas, não possui renda monetária ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais, a maioria (59,5%) são mulheres. 

Os que dispõem de até um salário mínimo mensal somam mais de cinco milhões de pessoas (31,4%), sendo 47% mulheres. Enquanto isso, apenas 5,5% dispõe de uma renda entre dois a cinco salários mínimos, a maioria (67%) homens, e dos 0,15% com renda acima de 30 salários mínimos apenas 18% são mulheres.

O índice de Gini, que mede o nível de desigualdade a partir da renda, está acima de 0,60 para mais de 32% dos municípios do Semiárido, demonstrativo de uma elevada concentração da renda na região.

CARACTERÍSTICAS: O atual clima do Semiárido se instalou entre 8 e 10.000 anos atrás e o comportamento das chuvas é documentado pelos viajantes desde a época do Império. Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais. Uma precipitação pluviométrica concentrada em poucos meses do ano e distribuída de forma irregular em todo semiárido.

Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais.

Como é natural das regiões semiáridas, esse volume de chuva é menor do que o índice de evaporação que, no Semiárido brasileiro, é de 3.000mm por ano. Isso provoca um déficit hídrico desafiador para quem vive da agricultura e da criação de animais na região. 

Esse desafio tem sido enfrentado pelas famílias agricultoras através do armazenamento de água da chuva em tecnologias sociais diversas. A água acumulada serve tanto para consumo humano, quanto para uso na agricultura e criação animal. Por isso, a primeira tecnologia implantada na região – a cisterna de placa de cimento - representa um marco na busca da soberania hídrica e alimentar no Semiárido brasileiro.

Tanto a ausência ou escassez das chuvas, quanto a sua alta variabilidade espacial e temporal são responsáveis pela ocorrência das secas - um fenômeno natural e cíclico nesta região. Outro fator de influência é a pequena profundidade do solo, que reduz a capacidade de absorção da água da chuva. A presença de solos cristalinos na maior parte da região limita o abastecimento dos aquíferos subterrâneos. Estima-se que mais de 90% da chuva não são aproveitadas devido à sua evaporação e ao seu escoamento superficial.

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CHESF ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DA NÃO OCUPAÇÃO DE ÁREAS RIBEIRINHAS SITUADAS NA CALHA PRINCIPAL DO RIO SÃO FRANCISCO

De acordo com o comunicado, a defluência média diária da Usina Hidrelétrica de Sobradinho será reduzida para a faixa de 2.600 m³/s, tendo em vista a recuperação do armazenamento do reservatório Luiz Gonzaga para valor superior a 30% do seu volume útil.

Já a defluência média da UHE Xingó permanecerá na faixa de 2.300m³/s, podendo ser elevada para 2.900m³/s, a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN. A elevação ocorrerá de forma gradual e será comunicada através de SMS aos números cadastrados no sistema de informação da CHESF.

A CHESF destaca a importância da não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do Rio.

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PAPA LEMBRA URGENCIA DE PROMOVER UMA NOVA MENTALIDADE ECONÔMICA

O papa Francisco defendeu neste sábado (21) em um encontro virtual com jovens empresários de diversos países a "urgência" de se apostar em uma "nova mentalidade econômica" que permita ajudar os "negligenciados", os pobres e os excluídos.

Em uma mensagem em vídeo transmitida à tarde aos participantes do congresso, o pontífice argentino assegurou que: "O futuro é o momento especial em que nos sentimos convocados a reconhecer a urgência e a beleza do desafio que se apresenta. Um tempo que nos lembra que não estamos condenados a modelos econômicos (...) e na busca por políticas públicas afins que ignorem seu custo humano, social e ambiental".

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