UNICEF ALERTA: GARANTIR ACESSO LIVRE À INTERNET PARA FAMÍLIAS E CRIANÇAS VULNERÁVEIS É ESSENCIAL NA RESPOSTA AO CORONAVÍRUS

Ter acesso à internet é fundamental para que crianças e adolescentes possam exercer plenamente seus direitos. Em tempos de coronavírus e isolamento social, a rede se torna ainda mais importante para garantir a continuidade da aprendizagem, manter contato com amigos e cuidar da saúde mental, se proteger contra a violência e ter acesso a informações confiáveis. 

Por isso, o UNICEF propõe ao Governo Federal e às empresas de telefonia que invistam para prover o acesso livre à internet para todas as famílias vulneráveis.

“As meninas e os meninos sem acesso à internet em casa são aqueles que mais sofrerão os impactos sociais da pandemia incluindo o aumento da desigualdade no acesso a direitos fundamentais, como educação, saúde, proteção e participação”, afirma Florence Bauer, representante do UNICEF no Brasil. 

“Tais privações já atingem desproporcionalmente as crianças e os adolescentes mais pobres e das regiões de maior vulnerabilidade. Por isso, defendemos que todas as crianças e todos os adolescentes que vivem em famílias que são beneficiárias do programa de “auxílio emergencial”, do programa Bolsa Família ou cuja renda mensal familiar per capita é inferior a R$ 178 mensais tenham acesso gratuito à internet.”

Os direitos humanos são exercidos cada vez mais online. Isso é ainda mais certo para as crianças e adolescentes de hoje que crescem num mundo digital, onde a internet facilita as oportunidades e capacidades de realizar os seus direitos. 

A Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC) estabelece a obrigação dos Estados de “garantir o acesso da criança a informações e materiais procedentes de diversas fontes nacionais e internacionais, especialmente aqueles que visam à promoção de seu bem-estar social, espiritual e moral e de sua saúde física e mental” (CDC, Artigo 16).

Segundo dados preliminares da pesquisa TIC Kids Online do Cetic.br/NIC.br – disponibilizados por eles ao UNICEF, 4,8 milhões de crianças e adolescentes de 9 a 17 anos de idade vivem em domicílios sem acesso à internet no Brasil (17% dessa população). Com a pandemia, eles correm risco de ficar ainda mais excluídos. As informações foram coletadas entre outubro de 2019 e março de 2020.

A pesquisa mostra, ainda, que, no País, 11% da população dessa faixa etária não é usuária de internet, não acessando a rede nem em casa e nem em outros lugares nos três meses que antecederam a entrevista. A exclusão é maior entre crianças e adolescentes que vivem em áreas rurais (25%), nas regiões Norte e Nordeste (21%) e entre os domicílios das classes D e E (20%). Dados completos sobre a conectividade da população brasileira serão divulgados pelo Cetic.br/NIC.br no próximo dia 26 de maio de 2020.

Nesta situação de pandemia e de isolamento social, é essencial garantir o acesso livre à internet para essas famílias vulneráveis. Também é importante utilizar tecnologias como rádio e televisão para difundir conteúdos educativos para crianças e adolescentes que não têm acesso à internet, sobretudo aqueles que vivem em áreas isoladas, como na Região Amazônica. Para isso, o UNICEF sugere que sejam coordenadas ações com televisões e rádios públicas e privadas, incluindo canais educativos.  (Fonte: Unicef)
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DISTRIBUIÇÃO DE RESPIRADORES É DESIGUAL E CIDADES ENFRENTAM "LEILÕES" PARA COMPRAR APARELHOS

A Revista Piaui denúncia que empresas de equipamentos médicos têm oferecido aos municípios respiradores de ar por um preço que varia de R$ 55 a R$ 90 mil, 63% de diferença. Virou uma espécie de leilão, e a cidade que paga mais leva o equipamento. A Secretaria de Saúde de Ipiaú tem recebido propostas de fornecedores sobre a compra dos aparelhos respiratórios. 

Uma destas denuncias partiu no mês passado da Secretaria de Saúde de  Ipiaú, Bahia. “As empresas fazem um jogo [na venda de materiais hospitalares]. Hoje, recebemos uma mensagem com uma empresa dizendo: ‘Vamos que o município está com dinheiro em conta.’. Eles tinham visto o orçamento da cidade e vindo falar com a gente com base nisso”, acusa Laryssa Dias, secretária de Saúde. “Existe uma investigação para oferecer o produto. É um jogo de quem dá mais”, completa. 

Recentemente, BLOG NEY VITAL fez uma reportagem sobre se Juazeiro e Petrolina teriam ou não leitos suficientes para atender a demanda de pacientes de Covid-19, que os municípios podem vir a ter nas próximas semanas.

No Programa de Rádio, apresentado por Josenaldo Rodrigues, na manhã desta terça-feir (12), a líder comunitária Valdineia Rodrigues, cobrou da Prefeitura de Juazeiro, uma ação mais mais eficaz. "Juazeiro foi uma das primeiras cidades a decretar fechamento do comércio. A Câmara de Vereadores uma das primeiras a paralisar os trabalhos. Com este dinheiro que o Governo Federal liberou onde estão a compra dos respiradores de ar? Os Hospitais de Campanha?, questionou Valdineia. 

No início de abril, dados apontavam que aproximadamente 33% dos municípios brasileiros têm, no máximo, dez respiradores mecânicos nos hospitais públicos e privados. O equipamento é essencial para garantir a sobrevivência de pacientes com quadros severos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Segundo o Ministério da Saúde, havia 65.411 ventiladores mecânicos no país, sendo que 46.663 no Sistema Único de Saúde (SUS). Do total, 3.639 encontram-se em manutenção ou ainda não foram instalados. Não é viável prever, com exatidão, de quantos aparelhos o Brasil necessitará nas próximas semanas, dependerá do número de contaminações. Mas é possível dizer que a distribuição dos respiradores é desigual.
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DNIT IRÁ FISCALIZAR CERCA DE 30 MIL CARROS QUE CIRCULAM NA PONTE PRESIDENTE DUTRA

O  Núcleo de Comunicação Social do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) conforme já publicado neste BLOG NEY VITAL reavaliou o limite de velocidade de fiscalização do redutor eletrônico de velocidade programado para ser instalado na Ponte Presidente Dutra, que liga Juazeiro à Petrolina, que será de 50km/h. Antes havia sido estipulado em 40 km/h.​

Questionado sobre quando será o início da fiscalização o departamento respondeu. "Após a certificação dos órgãos de metrologia competentes, será possível o início do funcionamento do equipamento no local, onde circulam em média aproximadamente 30 mil veículos por dia, momento que ainda não está definido devido ao atual contexto de pandemia do coronavírus".
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CLARISSA LOUREIRO PARTICIPA NA QUINTA (14) DA LIVE LITERÁRIA ENTRE MEMÓRIAS VIVAS E RESSIGNIFICAÇÕES

O período de isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus confinou um terço da humanidade em suas casas em uma tentativa de frear a curva de contágio em todo o mundo. A internet tornou-se uma grande aliada de professores e artistas que têm usado as redes sociais para fazer diálogos.

A professora e escritora Clarissa Loureiro participa na quinta-feira (14), às 21hs, da Live Literária, linguagens e afins. Clarissa: entre memórias vivas e ressignificações é o tema que será  tratado através do instagran @linguagenseafins.

A live acontece no instagran do Professor de Literatura, Comunicação e expressão, Emanuel Sá. "Teremos a live literária para falarmos sobre semiótica, literatura e ressignificações. A convidada especial é a professora doutora Clarissa Loureiro", diz Emanuel em sua rede social.

Clarissa Loureiro nasceu em Campina Grande, Paraíba. A autora possui mestrado e doutorado em teoria da literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente atua como professora de Literatura na UPE em Petrolina, dedicando-se aos estudos de memória, identidade, gênero e Semiótica associada à literatura comparada. É autora dos livros Invertidos, Mau hábito e Laurus
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RÁDIO MEC FM CRIADA EM MAIO DE 1983 COMPLETA 37 ANOS. CULTURA INSPIRA A PROGRAMAÇÃO

A Rádio MEC FM (99,3 MHz), veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), completa 37 anos no ar neste domingo (10), com uma programação especial.

Para celebrar a data, a rádio presenteará os ouvintes com transmissões de concertos comemorativos do aniversário da emissora. Ao todo, três apresentações poderão ser apreciadas pelo público.

O concerto mais recente, em 2018, prestou uma homenagem à programação única da rádio, com a exibição de músicos e grupos que são destaque nos programas da Rádio MEC FM. Entre eles: Códex Santíssima, Quarteto de Cordas da UFF, Trio de Sopros da Orquestra Sinfônica Brasileira, Luis Carlos Barbieri, Trio Corcovado, e Choro na Rua.

O Dia das Mães terá também um papel de destaque na comemoração. O programa Clássicos do Ouvinte trará uma lista de músicas, feitas por mães compositoras e instrumentistas, que conciliaram a carreira musical com a maternidade. O exemplo permitiu que os filhos se inspirassem a continuar na música.

Rádio MEC foi criada em 10 de maio de 1983, a partir de um desdobramento da programação educativa da Rádio MEC AM, idealizada por Edgard Roquete Pinto em 1923, como Rádio Sociedade, pioneira na radiodifusão no Brasil.

Atualmente com 85% de sua grade de programação dedicada à transmissão de música de concerto, a emissora leva ao ar diariamente grandes compositores brasileiros e internacionais de todos os tempos, além do jazz internacional, choro e música instrumental brasileira.

Nesses 37 anos, a emissora se consolidou como uma das poucas rádios dedicadas à música clássica, tendo semelhanças com as rádios BBC 3, da Inglaterra; a Antena 2, de Portugal ; e a Nacional Clássica, de Buenos Aires.

Serviço:
Rádio MEC FM (99,3 MHz)
Programação especial de aniversário e Dia das Mães
Domingo, dia 10 de maio de 2020:
8h às 12h - Concerto MEC FM 37 anos - um especial relembrando os concertos de aniversário da emissora realizados em 2013 no Salão Leopoldo Miguez, em 2015 na Sala Guiomar Novaes e 2018 na Sala Cecília Meireles.
13h às 15h - Clássicos do Ouvinte - uma seleção com as músicas de compositoras/instrumentistas pedidas pelas nossas "ouvintes mães" e pelos filhos.

Os ouvintes podem acompanhar essa programação especial nas ondas do rádio no Rio de Janeiro em FM 99,3 MHz. Em outras regiões do país é possível acompanhar o conteúdo pelo aplicativo EBC Rádios, disponível para Android e iOS, ou também por meio do streaming no site da emissora pública em http://mecfm.ebc.com.br.
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ESTÁTUA DO PADRE CÍCERO, NO CEARÁ, RECEBE MÁSCARA PARA CONSCIENTIZAR SOBRE O CORONAVÍRUS

Pela primeira vez em meio século de história, a estátua do Padre Cícero, cartão-postal de Juazeiro do Norte, no Sul do Ceará, ganhou um novo adereço: uma máscara facial. Símbolo do combate à pandemia da Covid-19, o item de 2,8 por 2,4 metros foi colocado na tarde deste sábado (09), em uma tentativa de conscientizar a população sobre a adoção de medidas de proteção e higiene, que diminuem as chances de contaminação pelo novo coronavírus.

O Ceará é um dos estados com mais casos de coronavírus no país. Neste sábado, o número de mortes pela Covid-19 ultrapassou a marca de mil e o número de casos da doença já passa de 15 mil.

A máscara foi projetada pelo estilista Wellington Vieira, que inicialmente foi até a colina do Horto, onde está erguido o monumento de 27 metros, tirar as medidas.

“A partir daí fizemos um estudo sobre qual material usar”, conta. Depois disso, junto com mais quatro pessoas integrantes de um terreiro de candomblé, confeccionaram a máscara com poliéster. “Ideal para resistir à chuva, ao sol”, pontua.

Ao receber a proposta, o estilista encarou como um desafio. “Nós tivemos a garra para fazer justamente com esse papel de conscientização. A gente sabe que as pessoas de Juazeiro e do Cariri tem uma fé enorme, principalmente na figura do Padre Cícero”, exalta Wellington. A máscara foi instalada com a ajuda de um carro do Corpo de Bombeiros e três militares.

O prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, explica que a ação atende a uma sugestão de muitos moradores e romeiros que visitam a cidade para que desse visibilidade ao uso da máscara. “O impacto de ver o Padre Cícero com a máscara junta a ver fé cada um com uma ação que venha beneficiar a todos”, acredita.

Além da estátua do Padre Cícero, outros monumentos de figuras religiosas, como Frei Damião e São Francisco, e históricas, como Seu Lunga, também receberão os itens de proteção.

“A ideia é sensibilizar toda a sociedade para que, neste momento, usem máscara”, acrescenta o secretário de Desenvolvimento Social e Trabalho, Sandoval Barreto.

Mas esta não é a primeira vez que a estátua do "padrinho" participa de campanhas sociais. Eventualmente, o monumento ganha cores como o rosa, que representa o “Outubro Rosa”, de prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e de colo do útero, ou o azul, evidenciando o “Novembro Azul”, mês de conscientização no diagnóstico precoce do câncer de próstata. Estas ações são feitas através de refletores.

A estátua do Padre Cícero foi inaugurada no dia 1º de novembro de 1969. Anualmente a estátua atrai, em média, 2,5 milhões de visitantes. Além de um importante ponto turístico da região do Cariri, com bela visão de Juazeiro do Norte, de cidades vizinhas e da Chapada do Araripe, também se tornou importante símbolo da fé romeira. (Fonte: G1 Ceará)
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RIO SÃO FRANCISCO GANHA FORÇA, MAS JÁ NÃO BATE NO MEIO DO MAR

O reservatório de Sobradinho, no norte baiano, atravessou uma das piores secas dos últimos 80 anos. No ano de 2017 o volume útil atingiu 1% e a previsão era que o reservatório chegasse ao “volume morto”. O nível da água foi o pior da história.

A estiagem prolongada fez o Rio São Francisco perder força na divisa de Alagoas e Sergipe. Na foz onde fica localizado o Farol do Cabeço, com pouca água e quase sem forças o rio perdeu a luta e o mar avançou sobre a água doce do Velho Chico. O fenômeno é conhecido como Cunha Salina, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), provoca transformação do ecossistema da região e prejudica a população ribeirinha.

O avanço da "cunha salina" ocorre a partir da redução da vazão do rio, normalmente em épocas de estiagem ou demais fenômenos meteorológicos. Com isso, o equilíbrio de forças entre o rio e o oceano é afetado, permitindo o avanço da maré e a presença de água salgada ao longo do rio São Francisco.

As consequências da degradação do rio São Francisco são sentidas com mais intensidade no Baixo São Francisco, que fica na divisa dos estados de Sergipe e Alagoas, onde o Velho Chico encontra as águas salgadas do Oceano Atlântico. E é justamente nesse encontro que cada vez mais o São Francisco vem levando
desvantagem, pois, com a diminuição da vazão, o rio não tem mais tanta força para conter a entrada da água do mar, o que acarreta mudanças no ecossistema.

Em 2017, com menos água no leito, o rio acabou sendo "empurrado" pela mar. E até peixe do habitat do mar foi encontrado nas águas doce do rio São Francisco. O Rio São Francisco de tantas lendas e histórias, fonte de sobrevivência de milhares de famílias ribeirinhas, literalmente chegou a 'agonizar". Muitos apostaram em sua morte, pois o “Velho Chico” estava desidratado, maltratado, precisando de investimentos urgentes para sua recuperação. 

Ainda hoje os ribeirinhos contabilizam os prejuízos, porque a pesca na região diminuiu e lavouras tiveram que ser abandonadas por conta do sal. A "salvação", quase milagre, veio dos céus: muita chuva no início deste ano 2020, prinicipalmente em Minas Gerais ajuda atualmente a aumentar o volume de água na bacia do Rio São Francisco.

A interpretação de Luiz Gonzaga na poesia de Zé Dantas, na música Riacho do Navio é até ironizada. Ao contrário do que cantou o Rei do Baião, dizem: o São Francisco não mais “vai bater no meio do mar”. O espetáculo das águas já não existe faz muito tempo. O homem matou o Velho Chico de tanto explorar, acusam os pescadores e moradores que resistem nas margens do Opará, na linguagem indígena, Rio que é mar.

"Riacho do Navio corre pro Pajeú, o rio Pajeú vai despejar no São Francisco, o rio São Francisco vai bater no 'mei' do mar, o rio São Francisco vai bater no 'mei' do mar", a canção, agora só ecoa na alma, coração e memória dos mais antigos, ficou na memória e faz lágrimas quando é ouvida em algum rádio ou no sacolejado de uma sanfona.

Atualmente o trecho da Área de Preservação Ambiental (APA) da Foz do São Francisco, entre os municípios de Piaçabuçu (AL) e Brejo Grande (SE), que o fenômeno pode ser percebido com mais intensidade pelos quase 25 mil habitantes da região. O rio São Francisco voltou a ter um "pouco mais de força".

Graduado em Gestão Ambiental com especialização em Recursos Hídricos, Saneamento e Residência Agrária em Tecnologias Sociais e Sustentáveis no Semiarido, membro do Comitê Hidrográfico da Bacia do São Francisco, Almacks Luiz Silva diz que o rio São Francisco "batia (desaguava) no meio do mar quando tinha a sua vazão média de 4 mil metros cúbicos por segundo, antes da chegada das barragens."

"Com a construção de Sobradinho, o Complexo de Paulo Afonso que é o fio de água (o que chega de água libera) não influi e a barragem de Itaparica e Sobradinho, reguladoras, a partir da barragem de Sobradinho em tempos normais como estamos tem que operar com 1300 metros cúbicos por segundo. Enfim, o rio já não vai bater no meio do mar, mas não fica na situação que estava", explica Almacks.

Graduada em Ciências Biológicas, Maria Regina Oliveira Silva, mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, avalia que a situação melhorou devido as chuvas. " A situação melhorou mas isto é passageiro em locais onde os impactos são maiores. Vivemos numa região naturalmente seca". 

De acordo com a professora o Rio São Francisco é muito agredido da nascente até a foz onde desaguá no oceano Atlântico. "São diversos usos e muitos inadequados, o assoreamento é constante, o impacto ambiental é enorme. É preciso um trabalho ambiental constante", diz Regina Oliveira. 

A construção de barragens provocou  alterações significativas na dinâmica natural de rios, de estuários, da zona costeira e, consequentemente, o recuo das margens.

Entre 2008 e 2012 uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor José Alves Siqueira, da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, Pernambuco, promoveu 212 expedições ao longo e no entorno do São Francisco. O estudo foi reunido no livro “Flora das caatingas do Rio São Francisco: história natural e conservação” (Andrea Jakobsson Estúdio).  O trabalho é considerado o mais profundo estudo sobre a Caatinga, único bioma exclusivo do Brasil. O título do primeiro capítulo é emblemático: ” A extinção inexorável do rio São Francisco.

Segundo o autor do livro, os problemas são inúmeros mas, talvez, os mais graves sejam as grandes barragens para a produção de energia, há cinco delas (em Três Marias, Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó) que geram 15% da energia produzida no país.

Além destes, pode-se destacar como importantes outros problemas, entre eles a quantidade imensa de esgotos não tratados jogados no leito do Velho Chico ao longo de seus quase três mil quilômetros da nascente até a foz. As barragens impedem a piracema. Como os peixes não podem mais subir o rio para se reproduzirem, o declínio das espécies e cardumes é evidente.

O livro mostra que restou apenas 4% da vegetação original das margens do São Francisco. Sem mata ciliar a erosão toma conta das margens contribuindo para o assoreamento do leito.

O coordenador de geografia do IBGE, Claudio Stenner, explica que, ao longo de milhões de anos, o rio carrega sedimentos do continente e os deposita junto à foz, avançando em relação ao mar. Porém, com a construção de barragens, boa parte dos sedimentos não chega mais a esse ponto. Dessa forma, reduz-se a capacidade do rio de depositar sedimentos, o que acarreta a erosão da costa. O controle de cheias e vazões das hidrelétricas também interfere no depósito de sedimentos, pois muda a sazonalidade natural dos rios.

Stenner também explica que o processo estrutural de ocupação da bacia do São Francisco, tanto urbana quanto agropecuária, vem causando degradação e perda de vegetação natural em muitas áreas: “isso leva a uma redução na capacidade de recarga de todo o sistema: sem a vegetação, quando chove, a água escoa e não tem armazenamento, o que também causa um maior assoreamento do rio”.

Outro fator é a disputa pelo uso da água: o volume de água do rio é limitado, e a água do Velho Chico é fundamental para o abastecimento, para a irrigação, para a produção de energia.

“Esse gerenciamento nem sempre é isento de conflito porque, se eu aumento a produção de energia elétrica, reduzo a água para irrigação. Se eu seguro a água na barragem, reduzo a vazão na foz. Se reduzir a vazão da foz, o mar vai entrar mais”, exemplifica Stenner.

A secretaria de Meio Ambiente de Piaçabuçu, Alagoas foi procurada pela reportagem do BLOG NEY VITAL, mas até o momento não respondeu aos questionamentos referentes a defesa do Rio São Francisco na região.

O rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG), e chega à sua foz, no Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km, passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Velho Chico é o rio 100% nacional com maior extensão. A bacia possui 503 municípios e engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta região hidrográfica, que está dividida em quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que desde o início do ano a atual situação dos reservatórios no São Francisco, vem melhorando. Segundo o órgão, a Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco estava no seu período chuvoso, que vai de novembro e terminou no último mês de abril.

A Chesf, afirma em seu site, que houve uma melhora significativa no armazenamento dos principais reservatórios, atingindo os seguintes volumes úteis:  Três Marias 99%. Sobradinho deve atingir 95% até o final do mês e que considerando as condições hidrólogicas é importante para o atendimento aos usos múltiplos da região no próximo período seco.
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