A força da música de Luiz Gonzaga no Rock In Rio

Atrações de Rock in Rio, Alceu Valença e Elba Ramalho se juntaram ao amigo Geraldo Azevedo em mais uma encarnação do Grande Encontro e lembrou ao público de 2017 a força da música que emergiu no Nordeste nos anos 1970. O show do trio, com uma envenenada banda de apoio, o grupo Grial de Dança e participação da Banda de Pífanos Zé do Estado, pôs na roda um repertório histórico da MPB, com alguns toques políticos que não poderiam ficar de fora em se tratando de Alceu, Elba e Geraldo. Uma festa para dançar e refletir.

A épica "Anunciação", de Alceu, deu o início ao show do trio, que não se esquivou de homenagear o grande nome da ponte Nordeste-Brasil, Luiz Gonzaga, com "Sabiá" - a senha para o público de Bon Jovi xaxar como se não houvesse amanhã. "Papagaio do futuro" uniu os pernambucanos Alceu e Geraldo num animado duo, como no tempo em que eles, enquanto jovens artistas de Pernambuco, buscavam um lugar ao sol atualizando as raízes de sua música à luz do rock.

O discurso do autor de "Anunciação" contra os desmandos políticos na Amazônia ecoou na paraibana Elba, que fez logo em seguida o seu "fora Temer e todos os políticos corruptos" antes de iniciar "Chão de giz", canção do seu primo e grande ausência do Grande Encontro, Zé Ramalho. Um momento emocionante, que a cantora prolongou, ao lado de Alceu Valença em "La belle de jour", das canções românticas mais conhecidas da música brasileira.

"Morena tropicana", novamente de Alceu (e com Alceu) foi o grande momento do histriônico cantor - um reggae-xote que se transmutou em frevo sem o povo perceber, e que ele emendou pelo "Táxi lunar", de Geraldo. Em "Pelas ruas que andei", a festa começou a pegar fogo, com a participação da Banda de Pífanos e uma Elba desempenhando no triângulo. Foi xote-rock do bom, de um trio que sabe como fazer o público sair do chão.

E, se como disse certa vez uma banda pernambucana chamada Sheik Tosado, "o hardcore brasileiro é o frevo", o Grande Encontro não poderia deixar por menos no Rock in Rio: teve Elba quebrando tudo com seu "Banho de cheiro" (sucesso naquela edição de 1985 do festival) e o trio encerrando a festa com "Frevo mulher". O passeio pela Bahia e Jamaica deixou sorrisos no rosto do público e dos músicos. 

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