Ivanildo Vila Nova e um café na beira do Rio São Francisco

Marquei um café com Ivanildo Vila Nova, considerado na atualidade um dos mais talentosos Cantadores de Viola. O trabalho de Ivanildo possui a sutileza dos versos, improviso e grande variedade de temas abordados. Seus repentes são carregados de questões de cunho social, político e traduzem a realidade do Brasil com citações de figuras como Lampião, Zumbi dos Palmares e Luiz Gonzaga.

"Cantoria de repente precisa de improviso". Foi logo sentenciando o violeiro". A lição é dada com autoridade de que possui mais de 50 anos de cantoria, cuja data completada, na verdade, foi comemrada em 2013. Portanto são 53 anos de vida profissional na cantoria de viola.

Ivanildo Vila Nova participou do Festival de Violeiros realizado em Petrolina e teve presentação de Iponax Vila Nova.

Ivanildo Vila Nova é um dos principais responsáveis pela profissionalização do repente e um dos mais antigos em atuação no estado, ele começou em uma época na qual não havia cachê, horário para apresentações, contratos, valorização do ofício. “Não há crise, porque passa de geração para geração. O cantador acompanha as mudanças, canta para o urbano, universitário, qualquer classe social. É uma profissão estável, que dá para criar os filhos”, garante ele, que carrega a viola desde os 18 anos e, desde os 12, já acompanhava o pai José Faustino Vila Nova, o primeiro cantador desafiado por ele.

Ivanildo é conhecido, gravou o nome na musicografia brasileira a partir de Nordeste independente, parceria com Braulio Tavares gravada pela paraibana Elba Ramalho no LP Do jeito que a gente gosta, de 1984 - após cinco anos de censura.

Nas cinco décadas, produziu festivais, congressos, encontros e fez incontáveis estrofes - a maioria cantada, mas algumas anotadas, como Orgulho de ser nordestino, sob encomenda para uma rede de supermercados -, muitas decoradas ou mantidas em um caderninho pelo filho Iponax Vila Nova.

“Eu não sou tão importante
Como acham no presente
Nem gênio nem professor
Nem fenômeno diferente
Sou apenas o que sou
Um cantador de repente”

Finalizou numa sextilha o poeta Ivanildo Vila Nova.
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