GILBERTO GIL: LUIZ GONZAGA E DOMINGUINHOS. A SANFONA E OS REINADOS

 No ano de 2012, EU, NEY VITAL, DURANTE AS HOMENAGENS DOS CEM ANOS DE LUIZ GONZAGA ESTIVE EM EXU, NUMA CONVERSA COM GILBERTO GIL. Bem antes, durante o período que Gilberto Gil foi MINISTRO DA CULTURA, e eu estava exercendo o cargo de SECRETÁRIO TURISMO E CULTURA DA CIDADE DE AREIA PARAIBA e sendo um dos membros da COMISSÃO DO FORUM TURISMO DO BREJO PARAIBANO e coordernador do FESTIVAL NACIONAL DA CACHAÇA E RAPADURA e também FESTIVAL DE MÚSICA DA CIDADE DE AREIA, tive oportunidades de ouvir GILBERTO GIL.

O baiano contou que viu Luiz Gonzaga pela primeira vez quando tinha dez anos. Naquela época, ainda menino, saiu de Ituaçu, no centro-sul da Bahia, onde cresceu, para fazer o ginásio em Salvador. Era início dos anos 1950, auge do baião. "Ele foi fazer um show, com Catamilho (zabumba) e Salário Mínimo (triângulo), na Praça da Sé. E eu vi aquela coisa, que parecia uma epifania, uma coisa descida do céu", relembrou.

Quando decidiu apostar na carreira musical, Gilberto GIL achou que era hora de quebrar com a ditadura estética da Bossa Nova e misturá-la com o rock e o baião, aquele ritmo que estava guardado na memória desde a infância. "Luiz Gonzaga tornou-se um mestre, uma referência, depois tornou-se um amigo também. Ficou amigo do meu pai, e toda vez que ia para Vitória da Conquista [BA], ia à minha casa, tomava um café. Ele ficou assim, uma pessoa queridíssima, de casa. Eu costumo dizer que sou da família", explicou.

No Sertão nordestino, GilbertoGIL  é mesmo de casa. É figura certa nas festas de São João, quando recheia o repertório de forró. "Há alguns anos que eu venho fazendo Araripina e Sertânia [em Pernambuco], Mossoró [no Rio Grande do Norte], Juazeiro e Senhor do Bonfim [na Bahia]. E, no São João, os lugares são parecidos, com barracas de comidas típicas, bebidas, bandas de todos os tipos, mais tradicionais ou transformáticas. Hoje, eu fiz Bob Marley também. É que eu vivo nessa ponte, entre tradição e inovação, eu gosto disso."

Gilberto Gil exaltou a personalidade forte e carismática do velho Lua, que contribuiu para revelar um Nordeste ainda desconhecido, naquela época, ao Sul e Sudeste do país. "Ele tinha aquela coisa cívica, política, estadista, tocando para presidentes que fizeram projeto de eletrificação do Brasil, parecia 'Tempos modernos', uma coisa chapliniana. Luiz Gonzaga é muito interessante. Tem as músicas, extraordinárias, as mais jocosas, como 'Respeita Januário', aquela narrativa, ele chegando [em Exu], os OITO BAIXOS, o linguajar que ele revelou, esse modo nordestino de falar, a essência do nordestino. Gonzaga representa isso", comentou.

O baiano brincou dizendo que Gonzagão foi o Elvis Presley brasileiro. "Ele saía por aí, com uma indumentária, uma formação musical extraordinária, um power trio", falou, aos risos. Na época de ouro da rádio brasileira, os músicos tocavam com traje fino, mas Luiz Gonzaga queria assumir, mais forte ainda, a imagem do nordestino. A partir de 1947, colocou um chapéu de couro na cabeça, à moda dos cangaceiros. Era época de lançamento da música "Asa Branca", composta em parceria com Humberto Teixeira.

Os empresários não gostaram da ideia, mas Lua era teimoso e, no fim, das contas, trocou o paletó, a gravata e o sapato engraxado pelo gibão e sandália de couro, típicos dos vaqueiros. Ainda na empreitada de valorizar o Nordeste, o sanfoneiro inventou o trio pé de serra para acompanhá-lo nas apresentações: o triângulo para lembrar as bandas de pífano; a zambumba, os pipocos dos fogos de artifício. Isso que era o baião, segundo especialistas: a mistura de sonoridades dispersas no ambiente sertanejo que Gonzagão teve a genialidade de dar harmonia e melodia.

Para Gilberto Gil, Gonzagão foi decisivo para a música popular brasileira, ao dar de presente o baião, além de outros ritmos, como xaxado e xamego, que mais tarde estariam todos dentro do grande gênero forró. Quando surgiu, o samba-canção carioca estava caindo e o país, sendo invadido por músicas estrangeiras. "Então, ele teve essa premonição extraordinária, de entender o pop brasileiro. Quando se contar a história da música brasileira, lá no futuro, ele [Luiz Gonzaga] vai estar ali, entre os grandes inventores, como João Gilberto", destacou.

A invenção do mestre ficou de legado para muitos admiradores e seguidores, como o sanfoneiro DOMINGUINHOS. Dominguinhos teve a herança do Gonzaga, que ele incorporou, através das canções, dos estilos, o gosto pelo xote, xaxado. Mas Dominguinhos foi além, em uma direção que Gonzaga não pôde, não teve tempo: ele foi na direção do início de Gonzaga, o instrumentista, da época das boates do Mangue, no Rio de Janeiro, quando ele tocava tango, choro, polca, foxtrot, tocava tudo, repertório internacional, tudo na sanfona", falou Gil.

O cantor lembrou de uma passagem decisiva na carreira de Gonzagão, que o fez mudar de direção artística. "Segundo a lenda, O CEARENSE Armando Falcão foi lá [no Mangue], em uma apresentação dele [de Luiz Gonzaga], e disse: 'oh, rapaz, por que é que você não canta as coisas lá do Norte?' Então ai ele compenetrou-se. Em três a quatro dias, apareceu com outro repertório, então conheceu Humberto Teixeira, depois Zé Dantas, aí aconteceu aquela música que o BRASIL E O MUNDO TODO CONHECE", disse Gil, referindo-se a "Dança da moda".

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VELOCIDADE DE ENVELHECIMENTO NO BRASIL É UMA DAS MAIS ALTAS

A velocidade de envelhecimento no Brasil é uma das mais altas já registradas no mundo. Enquanto a França demorou mais de 100 anos para que sua população com mais de 60 anos saísse de 7% para 28%, os brasileiros traçam a mesma trajetória na metade do tempo. E com outra complexidade: sem uma preparação econômica para isso. O alerta é feito pela médica Martha Oliveira, doutora em envelhecimento, no novo episódio do podEnvelhecer.

Martha, que também é especialista em saúde pública e epidemiologia, acredita que é possível olhar para experiências bem-sucedidas desenvolvidas em outros países e adaptá-las à realidade brasileira. Novas formas de cuidado, reorganização das cidades, uso de tecnologias, reorganização do mercado de trabalho e programas de planejamento financeiro são exemplos de iniciativas promissoras, na avaliação da diretora executiva da Laços Saúde. "É uma quebra de paradigma tremenda", mas essencial para que o país se mantenha sustentável, afirma a médica em entrevista às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte.

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MINISTRA DO MEIO AMBIENTE VAI RECEBER TÍTULO HONORIS CAUSA DA URCA

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima É uma das personalidades brasileiras de maior evidência atualmente no planeta, Maria Osmarina Marina da Silva Vaz de Lima, será agraciada com o Título de ‘Doutora Honoris Causa’ da URCA.

Aprovado por unanimidade pelo CONSUNI, com apresentação da relatora, a vice-reitora Socorro Vieira, o título deverá ser entregue no mês de outubro deste ano, quando a ministra terá agenda na região. A trajetória de Marina Silva foi destacada por sua ampla atuação, que se confunde com a sua história de vida, de proteção ao meio ambiente e à Amazônia.

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ROBERTO CARLOS VISITA CENTRO CUTURAL EMOÇÕES EM PETROLINA

 "...Um sonho das nossas vidas se realizou. O Roberto Carlos visitou o Centro Cultural Emoções após o show em Petrolina, neste dia 08 de agosto de 2025. Foram muitas noites sonhando com essa visita...no final de tudo é Deus que diz a hora certa. Obrigado Roberto Carlos e produção..."

Na manhã deste sábado (09), o pesquisador, curador do Centro Cultural Emoções, Adriano Tales, postou fotos com a visita do cantor e compositor Roberto Carlos, visitando o local. Em contato com a REDEGN, Adriano Tales disse que "são tantas as emoções".

O acervo do  Centro Cultural 'Emoções' está dividido em dez categorias, começando pela vitrine da infância e família, onde é possível encontrar materiais como reproduções do boletim escolar, passe livre para andar de bonde e a carteira do conservatório de música que Roberto Carlos integrou. É possível ver nas vitrines artigos das décadas de 1960 até hoje. Entre os itens mais raros estão bonecos do cantor produzidos em 1965, toda a filmografia, LPs e compactos da Itália, Japão e Estados Unidos.

A paixão de Adriano Thales pela música do Roberto Carlos começou na infância, quando ele, que vivia com o pai, foi morar alguns meses com a mãe porque o pai teve problemas de saúde e precisou fazer um tratamento em Fortaleza-CE. “Como minha mãe trabalhava o dia eu todo eu ficava só no apartamento. Eu sentia muita falta do meu pai. Um dia mexendo em uns discos, achei um disco do Roberto Carlos. Quando escutei a música Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo essa canção trouxe a presença muito forte do meu pai e eu passei a ouvir o tempo todo”, contou.

“Depois que acabou o tratamento, fui com meu pai ao Centro de Recife-PE e ele disse que ia comprar um brinquedo, mas eu falei que não queria brinquedo, queria um disco do Roberto. Ele achou curioso porque eu tinha 9 anos. Contei sobre a música me lembrar ele e percebi que ele se emocionou. Ao entrar na loja ele comprou todos os discos da prateleira. A partir daí as canções do Roberto passaram a fazer parte da minha vida e estão marcadas até hoje”, relembrou Adriano.

O Centro Cultural Emoções na inauguração contou com a presença na época do saudoso Dudu Braga, filho de Roberto Carlos. A inauguração em Petrolina aconteceu no dia de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, o cantor Roberto Carlos é devoto da santa, e a data é também o Dia Nacional do Roberto Carlos, que é celebrada em todo o país. O Centro fica localizado na Rua Castro Alves, nº 428.


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ARACAJU REALIZA O XVIII FÓRUM NACIONAL DO FORRÓ

 Nos dias 12 e 13 de agosto, Aracaju será o centro das atenções no cenário cultural nordestino ao sediar o XVIII Fórum Nacional do Forró de Aracaju, evento de grande relevância para a valorização e preservação das tradições da região. O evento, que será realizado pela Secretaria Municipal da Cultura (Secult Aju) reunirá artistas, autoridades, representantes do meio jurídico e o público em geral, em uma programação especial marcada por homenagens, apresentações artísticas e o pré-lançamento de uma obra audiovisual nacional.

A programação será realizada em dois importantes espaços culturais da capital: o Museu da Gente Sergipana, no dia 12, e o Cinema do Centro Cultural, no dia 13. Com o tema “Magistrados do Forró”, esta edição do Fórum destaca personalidades do Judiciário que têm contribuído significativamente para a difusão do forró, gênero reconhecido como Patrimônio Cultural do Brasil.

O secretário municipal da Cultura, Paulo Corrêa, destacou a importância da retomada. “A gestão da prefeita Emília Corrêa tem a alegria de retomar o projeto ‘Fórum Nacional do Forró de Aracaju’, iniciado em 2001, com uma programação cheia de novidades. Nos dias 12 e 13 de agosto, Aracaju será palco de grandes homenagens e atrações inéditas, como o encontro de magistrados do forró e o pré-lançamento nacional do filme ‘Légua Tirana’, que conta a infância e juventude de Luiz Gonzaga. Será um momento histórico para celebrar o forró e a nossa identidade cultural.”

Dia 12 de agosto – Museu da Gente Sergipana-A programação terá início na terça-feira, 12, às 15h, com homenagens a duas figuras representativas da cultura nordestina, Raimunda Andrelina e Manuca Almeida. O momento contará com a apresentação de um trio pé de serra local, que se apresentará na abertura e no encerramento da tarde.

Já às 19h, será realizada a solenidade oficial da abertura do evento de homenagens aos “Magistrados do Forró”, com destaque para três nomes que, além de suas trajetórias jurídicas, são reconhecidos por sua atuação em prol da cultura nordestina; Onaldo Rocha de Queiroga, Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba; Ednaldo Fonsêca, ex-juiz de Direito do Estado de Pernambuco e juiz aposentado do Estado da Bahia; e Sérgio Lucas, juiz de Direito do Estado de Sergipe. A cerimônia será encerrada com uma apresentação musical dos magistrados homenageados, ao lado do trio pé de serra.

Dia 13 de agosto – Cinema do Centro Cultural

Na quarta-feira, 13, o evento terá continuidade com o pré-lançamento do filme nacional “Légua Tirana”, produção que resgata e celebra a história do forró e seus protagonistas. A primeira sessão, às 15h30, será destinada a artistas e convidados da área cultural. Às 19h, será realizada uma sessão especial para autoridades e representantes do poder público. Após a exibição do filme, o público será presenteado com um pocket show dos músicos e atores do filme, Chambinho do Acordeon e Kayro Oliveira.

Fórum do Forró de Aracaju x Compromisso com a cultura

A realização do XVIII Fórum do Forró de Aracaju reforça o compromisso da gestão municipal com a preservação e promoção da cultura popular. A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Cultura, apoia o evento como parte de sua política pública voltada à valorização das manifestações culturais que integram a identidade do povo sergipano e nordestino.

Criado em 2001 por Paulo Corrêa, o Fórum nasceu com o propósito de criar um espaço de diálogo, valorização e difusão do forró, reunindo pesquisadores, artistas e a sociedade civil para discutir políticas públicas e estratégias de preservação dessa expressão cultural reconhecida como Patrimônio Cultural do Brasil. Agora, em 2025, o evento retorna fortalecido, reafirmando a importância de manter viva a memória e a tradição desse gênero que é símbolo da identidade sergipana e nordestina.

Você sabia que temos no Nordeste vários juizes e desembargadores que, além da carreira jurídica, têm uma vasta contribuição para a cultura gonzagueana? Pensando nisso, a Secretaria da Cultura do Município de Aracaju (Secult Aju) convidou alguns deles para serem homenageados dentro da programação do XVIII Fórum Nacional do Forró de Aracaju.

SÉRGIO LUCAS-É poeta, escritor e cantor sergipano, conhecido como O Magistrado Cantador ou Meritíssimo do Forró. Membro da ALAS e fundador da ACLA, destaca-se por seu trabalho artístico voltado à valorização da cultura sergipana e do forró.

Sua música "Vem Me Ouvir", em parceria com Flávio José, foi a mais tocada em Sergipe em 2019.

Recebeu diversos prêmios, como o Troféu Tribuna e a Sanfona de Ouro, sendo o único artista a vencer esta última duas vezes numa mesma edição (2019 e 2021). 

Sua obra musical é marcada pelo cuidado com a língua portuguesa, poesia e pela promoção da identidade nordestina.

EDNALDO FONSÊCA-Natural de Petrolândia (PE) e atualmente reside em Petrolina (PE). Ex-juiz de Direito em Pernambuco e aposentado pela Bahia, hoje atua como advogado, professor universitário, radialista e produtor rural no Vale do São Francisco.

Cantor, compositor e sanfoneiro, com sete CDs lançados, entre eles: Saudade da Infância, Sanfona Querida e O Melhor do Forró.

Ficou nacionalmente conhecido como "O Juiz Sanfoneiro" após entrevista no Programa do Jô (TV Globo), sendo reconhecido como o único juiz no mundo a tocar sanfona, compor e cantar forró pé de serra.

É o titular da Rádio Web Clube da Sanfona, onde promove a cultura nordestina e o autêntico forró.

ONALDO ROCHA DE QUEIROGA-Natural de Pombal (PB), é Desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, com trajetória iniciada como advogado, Promotor de Justiça e Juiz de Direito em várias comarcas do estado. Atuou também como Juiz Eleitoral (TRE-PB), Diretor do Fórum Cível de João Pessoa, Juiz Corregedor e Juiz Auxiliar da Presidência do TJPB.

Paralelamente, é escritor, colunista do Correio da Paraíba desde 2004 e palestrante sobre cultura nordestina e a obra de Luiz Gonzaga, tema de vários de seus livros. Publicou mais de 15 obras, entre jurídicas e literárias, com destaque para Baião em Crônicas e A Obra de Luiz Gonzaga e o Direito (a ser lançado em 2025).

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CENTRO CULTURAL EMOÇÕES ROBERTO CARLOS COMPLETA 10 ANOS

Nesta sexta-feira (8), os fãs de Roberto Carlos vão ter mais um encontro com o rei em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O artista se apresenta no Pátio de Eventos Ana das Carrancas, reunindo súditos de diversas cidades da região. Para quem quer saber tudo sobre o cantor, há dez anos o município pernambucano abriga o Centro Cultural Emoções, com discos, fotos, recortes de jornais e muitos objetos que levam o público a uma viagem sobre a vida e obra do ídolo.

Com o show de Roberto Carlos em Petrolina, a movimentação no Centro Cultural Emoções vem crescendo, superando o período do São João, quando o local recebeu 11 ônibus com visitantes. “A gente só está atendendo agora por agendamento, porque eu não consigo, pelo fluxo de ônibus, eu não consigo atender todo mundo”, conta Adriano Thales de Souza, curador e idealizador do espaço.

O espaço funciona de terça a domingo, das 9h às 12h e das 15h às 18h, na Rua Castro Alves, nº 428, no centro da cidade. A entrada é gratuita, mas os visitantes podem doar 1kg de alimento não perecível ou fazer doações em dinheiro, que serão revertidas para instituições de caridade da região.

O Centro Cultural Emoções foi inaugurado no dia 19 de abril de 2015, data do aniversário do cantor, e nasceu da admiração que Adriano Thales nutre por Roberto Carlos. O encontro com um casal, durante o cruzeiro promovido pelo rei em 2012, foi fundamental para a a realização do sonho.

“Começamos a conversar. Eles sabiam que eu tenho um acervo muito vasto, porque em em 2009 passei em quatro blocos no Globo Repórter. Aí conversando com o casal, a esposa olhou para mim e perguntou: ‘Qual o teu maior sonho’?”, diz Adriano, lembrando que contou toda sua história ao casal e do desejo de ter um espaço para colocar todas as peças que tinha sobre Roberto Carlos, fazendo com que outras pessoas pudessem conhecer mais sobre o cantor.

Dois meses depois da viagem, um emissário do casal entrou em contato com Adriano informando que eles construiriam o tão sonhado centro. O último contato entre os três aconteceu no dia da inauguração do espaço, quando Adriano teve uma grande surpresa.

“Eu descobri, no dia da inauguração, eles vieram e trouxeram o Dudu Braga, filho do Roberto Carlos com a banda RC na Veia. E nesse dia eu descobri que o casal é sócio do Roberto Carlos e é o padrinho da filha do Dudu Braga, neta do Roberto Carlos. Está vendo como são as coisas?”, conta Adriano Thales.

'Meu querido, meu velho, meu amigo'-O acervo de Adriano tem mais de 5 mil peças, frutos de mais de 40 anos de dedicação, que começou quando o fã ainda era criança, como forma de matar a saudade do pai, que precisou viajar para Fortaleza, deixando o filho com os avós, em Petrolina.

“Minha mãe, que estava aqui em Recife, veio me buscar. Assim que eu cheguei em Recife com ela, eu senti muita falta dele, porque sempre que podia, ele me levava aos circos, cinemas, quando podia comprava aquele brinquedo. Eu estava numa solidão imensa”.

A curiosidade de menino fez com que Adriano ouvisse pela primeira vez a música que mudaria sua vida.

“Um dia no apartamento da minha mãe, remexendo alguns discos, vi lá um tal de Roberto Carlos e botei para tocar. Assim que eu escutei a música, ‘Meu querido, meu velho, meu amigo’, essa canção passou a trazer a presença de papai muito forte. Tão forte que eu cantava essa música durante todos os dias inúmeras vezes no dia”.

Quando o pai foi a Recife para buscar Adriano, sugeriu comprar um presente para o filho, que sabia muito bem o que desejava. “Eu falei para ele que não queria um brinquedo. Eu queria um disco do cantor Roberto Carlos”, diz Adriano, lembrando a surpresa do pai com o pedido.

“Ele achou estranho porque sua geração é diferente. Ele perguntou: ‘Por quê?’ Eu falei: ‘Ó, porque em um determinado disco tem uma determinada música, eu escutava todos os dias para lembrar do senhor’. Vi a primeira emoção do papai naquele dia”.

Encantado com o sentimento do filho e conhecimento que o menino tinha sobre o cantor, o pai decidiu que, além do álbum Carlos e Erasmo, que tem a música ‘Meu querido, meu velho, meu amigo’, presentearia Adriano com todos os discos que estavam disponíveis na loja.

“De lá para cá, as canções do Roberto passaram pela minha vida. Os primeiros amores. A forma bonita de falar de Deus, das coisas boas da vida”.

O primeiro encontro de Adriano com Roberto Carlos aconteceu no dia 5 de dezembro de 1992, em um show do Rei na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Ao conceder entrevista a uma emissora de televisão local, mostrando as peças que tinha sobre Roberto Carlos e explicando que havia viajada mais de 16 horas para ver a apresentação, Adriano acabou sendo surpreendido.

“Enquanto eu estava dando a entrevista, tinha um senhor a uns cinco metros me escutando". O senhor em questão era um dos produtores do show. “Quando ele saiu, ele andou um pouquinho e voltou. Como é teu nome? Meu nome é Adriano. Ele parou assim. 'Adriano, não sai daí não, quando o Roberto chegar, eu vou levar você aqui".

Adriano diz que ficou fascinado ao ver Roberto Carlos pela primeira vez. “Eu desabei de muita emoção. E o que me deixou fascinado foi o tratamento dele comigo. Eu falei para ele: ‘Posso apertar a sua mão?’ Ele disse: ‘Claro, inclusive eu que aperto a sua, rapaz’. Apertei a mão dele, abracei ele”.

A relação improvável entre fã e ídolo se fortaleceu. “Comecei levando coisas para ele sobre ele, acabei caindo na graça dele. E hoje eu tenho uma boa relação de amizade com ele”, afirma Adriano.

“Fui no Cruzeiro, fui agradecer a ele, ele olhou para mim e falou: ‘Eu não fiz nada, o que foi que eu fiz’? Aí depois eu chegou para mim, pô, você faz tanto por mim, nunca me pediu nada. Então, imagina, a pessoa entra na sua vida, te trata de uma forma assim, pô. Cara, é o mínimo que eu posso fazer por ele, pela história dele”.

Além de preservar a história de Roberto Carlos, Adriano levou a paixão pelo Rei para os filhos. A mais nova, inclusive, foi batizada com o nome de Maria Rita, esposa do Rei que faleceu em 1999, aos 38 anos.

“Eu me sinto homenageada também, né? Eu gosto muito do Roberto, das canções. Eu cresci escutando tudo. Acabei tomando gosto também”, diz a jovem Maria Rita, de 20 anos. *Texto Emerson Rocha-Jornalista. G1 Petrolina Pernambuco

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MINISTRA DA CULTURA VISITA CRATO E LANÇA PROGRAMA KARIRI CRIATIVO

O presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes, participam, nesta quinta-feira, 7 de agosto, da abertura do Seminário Raízes do Amanhã, que será realizado no Centro Cultural do Cariri, no município do Crato (CE). O evento marca o lançamento oficial do Programa Kariri Criativo, uma iniciativa voltada ao fortalecimento da economia criativa no território do Cariri cearense.

Na cerimônia de abertura, com início às 9h, haverá a assinatura do Pacto Kariri, articulação que reúne universidades, prefeituras e instituições parceiras em torno da economia criativa regional. O documento norteia as ações do Kariri Criativo e propõe a implementação de ações estratégicas para o setor, além do reconhecimento dos agentes culturais e criativos do Cariri.

Com patrocínio do Banco do Nordeste, por meio da Lei Rouanet, e realização do Governo do Ceará e da Quitanda Soluções Criativas, o seminário propõe ações colaborativas para impulsionar setores como artesanato, moda, gastronomia, design, música, audiovisual e artes cênicas, promovendo desenvolvimento sustentável com base nos saberes locais, inovação e inclusão social.

Ao longo de dois dias, o seminário reúne especialistas, empreendedores, artistas e gestores públicos em mesas temáticas e laboratórios de cocriação (Kariri Labs), fomentando o diálogo entre tradição e contemporaneidade, com foco na juventude e nos ecossistemas criativos locais.

 SERVIÇO: Seminário Raízes do Amanhã – Lançamento do Programa Kariri Criativo

Centro Cultural do Cariri – Crato (CE)

Quinta e sexta-feira, 7 e 8 de agosto de 2025

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