CENTRO CULTURAL CAIS DO SERTÃO DEDICA PROGRAMAÇÃO DE FEVEREIRO PARA HOMENAGEAR OS 100 ANOS DE ZÉ DANTAS

 

Durante todo o mês de fevereiro, o Centro Cultural Cais do Sertão se debruça na vida e obra do compositor e poeta pernambucano Zé Dantas. O artista, que completaria cem 100 anos neste 2021, tem legado exaltado em playlists temáticas agregadas ao Spotify, além de inspirar debates, bate-papos e vídeos interativos no perfil do Instagram do museu. Os internautas e admiradores do espaço cultural podem acessar todo o acervo gratuitamente nas redes sociais do Cais.

"Zé Dantas foi um parceiro decisivo na trajetória musical de Luiz Gonzaga. É um compositor que fala muito à alma do nordestino, do sertanejo, e autor de vários sucessos. Nada mais justo que o Cais marcar o seu centenário dedicando um mês de atividades. É uma ótima forma de fazer chegar todo este rico legado também às novas gerações, que não acompanharam a trajetória do artista em vida", destaca o secretário de Turismo e Lazer, Rodrigo Novaes.

A programação especial foi formatada a partir de pesquisas e roteirização de todos os educadores do Cais do Sertão. O legado de Zé Dantas é lembrado em vídeos curtos, interativos e de linguagem acessível, sobre a história, a relação do artista com a família, o encontro com Luiz Gonzaga e a morte. 

Os vídeos são apresentados pelos educadores Diogo do Monte, Viviane Sampaio, Thalita Mesquita e Laís Vilar. Os conteúdos audiovisuais serão publicados sempre às sextas-feiras, no perfil do Instagram do museu.

A gestora do Cais, Maria Rosa Maia, salienta a homenagem prestada a Zé Dantas como uma maneira de reafirmar o compromisso do centro cultural de ser um espaço que acolhe a multiplicidade artística do Estado. "O Cais é a casa de todos os pernambucanos. O nosso acervo contempla a odisseia sertaneja e o legado de Luiz Gonzaga, mas também de todo o artista que eleva a arte em nosso Estado", pontua.

Um dos momentos mais esperados do mês será o bate-papo com o compositor e doutor em música pela Unirio Climério de Oliveira. Ele comentará, na faixa semanal Conexão Cais, um pouco das histórias relacionadas às canções compostas por Zé Dantas. Será transmitido, ao vivo, na próxima quarta-feira (17), às 17h, sob mediação do educador Sandro Santos.

O Cais do Sertão O Cais do Sertão é um museu localizado no coração do Recife e está sob a gestão da Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco e Empetur e opera nos seguintes horários: quintas e sextas-feiras, das 10h às 16h; e sábados e domingos, 11h às 17h. Os ingressos custam R $10 (inteira) e R $5 (meia).

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BACIA DO PARNAÍBA ABRIGA MAIS DE 5 MILHÕES DE PESSOAS, E ABRIGA OS BIOMAS CERRADO, CAATINGA E O COSTEIRO

São mais de 1.400 km que atravessam diferentes biomas – como o Cerrado, a Caatinga e o Costeiro: esse é o rio Parnaíba, principal artéria de uma das mais importantes regiões hidrográficas do Nordeste do Brasil, ocupada pelos estados do Piauí, Maranhão e Ceará.

O Rio Parnaíba tem suas origens na Serra da Tabatinga, que limita o Piauí com a Bahia, Maranhão e Tocantins. As nascentes se formam a partir de ressurgências na Chapada das Mangabeiras, as quais originam os cursos dos rios Lontras, Curriola e Água Quente - que, unidos, formam o rio Parnaíba. Seus principais afluentes são alimentados por águas superficiais e subterrâneas, destacando-se os rios Balsas, Gurgueia, Piauí, Canindé, Poti e Longá.

O Vale do Parnaíba possui uma superfície de 325.834,80 km², abrangendo 279 municípios e uma população de 4.800.934 pessoas (IBGE, 2011). Dos municípios, 240 possuem a totalidade de sua área territorial inserida no Vale, e os demais 39 encontram-se parcialmente inseridos - ou seja, seus territórios extrapolam os limites ou divisores da bacia hidrográfica estabelecidos.

Uma das características da bacia é o grande contingente populacional vivendo na área litorânea, em especial no centro sub-regional representado pela cidade de Parnaíba. A região possui a única capital fora da área litorânea do Nordeste, a cidade de Teresina, situada às margens do rio Parnaíba.

A região hidrográfica do Parnaíba foi dividida em três grandes sub-bacias – Alto Parnaíba, Médio Parnaíba e Baixo Parnaíba -, e em quatro macrorregiões: do Cerrado, do Semiárido, do Meio Norte e do Litoral.

No Alto Parnaíba correm os rios das Balsas (cuja nascente está no encontro da Chapada das Mangabeiras com a Serra do Penitente, no estado do Maranhão), Uruçuí Vermelho (nasce ao sopé da Chapada das Mangabeiras, próximo às nascentes do Gurgueia), Uruçuí Preto (nasce a uma altitude de 550 metros entre as Serras Grande e Vermelha/Uruçuí), Gurgueia (a nascente é no Sopé da Chapada das Mangabeiras, em Barreiras do Piauí), Itaueira (nasce em Caracol, sudeste do Piauí) e o rio Parnaíba.

A vegetação desta sub-bacia é tipicamente constituída por elementos de Savana (Cerrado), especialmente no topo das chapadas da margem esquerda do rio Gurgueia. Também há ocorrências de Caatinga, particularmente ao longo do rio Itaueira.

De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) a ocupação e o consequente uso produtivo dos cerrados piauienses é algo irreversível, face à grande quantidade de terras potencialmente produtivas, a mão de obra abundante e recursos hídricos que garantem a viabilidade econômica da região. Os cerrados detêm potencial econômico vocacionado para a agricultura de grãos, pastagens e fruticultura tropical, além de baixa densidade demográfica.

Esta sub-bacia compPOTIreende os rios Canindé/Piauí, próximo à cidade de Regeneração, e o rio Poti, em Teresina; ambos desembocam no Parnaíba. São importantes nesta sub-bacia o rio Fidalgo, afluente do Piauí, e os rios Itaim e Guaribas, afluentes do Canindé. Esse conjunto de rios tem como afluentes uma bem tecida rede de cursos d’água menores e drena intensamente a parte mais genuína do semiárido. Toda a água é conduzida para o rio Parnaíba por meio do coletor final, que é o rio Canindé. Uma característica comum a todos os rios desta sub-bacia é a intermitência, pois todos têm suas nascentes situadas no semiárido e sobre o cristalino.

Na região do Médio Parnaíba predomina a Caatinga, com presença das espécies favela, xique-xique, catingueira, rama de bezerro e marmeleiro. Na parte oeste, há também ocorrência de Cerrado, sendo possível encontrar faveira de bolota, pau terra e gramíneas, entre outras espécies. O babaçu é encontrado entre Pedro II e Domingos Mourão, e também em São João da Serra, Alto Longá e nos vales intermotanos, locais onde o Cerrado predomina.

No Baixo Parnaíba correm os rios Longá, o próprio rio Parnaíba e uma série de pequenos riachos que desembocam no Parnaíba, além do delta do rio Parnaíba. Nesta sub-bacia predomina a vegetação de Cerrado, mas também há ocorrência de Caatinga. No trecho mais baixo do rio Parnaíba, há presença acentuada de babaçu. Na faixa litorânea do Parnaíba, as dunas e mangues se destacam numa paisagem marcada pela inundação das águas do mar misturadas à água doce dos rios e riachos, que formam o estuário do Parnaíba.

A agricultura praticada no Baixo Parnaíba acompanha as margens dos rios Jenipapo, Piracuruca e o próprio Longá, em Buriti do Lopes. Ocorrem nesta região muitas lagoas rasas e de substrato argiloso que favorecem a prática da rizicultura nas vazantes, com excelentes resultados de produtividade. No mangue, centenas de pessoas fazem a captura de caranguejos durante toda a semana. A produção é transportada em barcos ou canoas para o Porto dos Tatus, em Ilha Grande, e embarca em caminhões para Fortaleza (CE).

Nas faixas marginais aos manguezais, em locais atingidos pelas marés altas, desenvolve-se desde a década de 80 a cultura comercial de camarão (carcinicultura) – atividade que atraiu empresários e valorizou as áreas de salgado. A espécie mais utilizada é o Penaeus vannamei, cuja produtividade chega a 2 mil kg por hectare ao ano. A criação exige um eficiente manejo em todas as fases de produção, com controle constante dos índices físico-químicos da água e uso de ração balanceada, servida várias vezes ao dia.

A grande variedade de atrativos naturais dá à região potencial para o ecoturismo, desde o Delta do Parnaíba até os Lençóis Maranhenses. A histórica cidade de Parnaíba constitui o principal portal para o Delta e os Lençóis, por deter a mais completa rede de serviços da região, inclusive agências de turismo com vínculos com operadoras nacionais.

A Lagoa do Portinho, situada entre os municípios de Parnaíba e Luís Correia, com 8 km de extensão, constitui um cenário que mistura ambientes aquáticos e eólicos, com dunas e carnaúbas. Mais para o interior, as praias do rio Longá são atrativos naturais, capazes de atender às necessidades de lazer da população local e das regiões próximas. Entretanto, o maior potencial turístico reside no patrimônio arqueológico, principalmente em Buriti dos Lopes, Caxingó e Bom Princípio.

Fonte: Caderno da Região Hidrográfica do Rio Parnaíba (Ministério do Meio Ambiente – Secretaria de Recursos Hídricos)

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JUAZEIRO RECEBE 4º EDIÇÃO DO ENCONTRO NACIONAL DO CÍRCULO LITERÁRIO ANÁLITICO EXPERIMENTAL

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Juazeiro sedia nos dias 20 e 21 de Fevereiro, a 4ª edição do Encontro Nacional do Círculo Literário Analítico Experimental (ENCLAE). O evento este ano acontece de forma virtual e deve reunir escritores, poetas, músicos e artistas de diversos seguimentos culturais da região com objetivo de promover e valorizar a cultura literária regional, incentivando assim o surgimento de novos autores e autoras.

No dia 20 acontece a mesa 'Juazeiro: perspectivas culturais para 2021' através do Google Meet às 19h, com a participação dos produtores culturais João Gilberto Guimarães (CLAE), Ramon Ranieri (Pulo de Gato) e Geraldo Júnior (Opara).  No dia 21, às 19h no canal 'Sincronia filmes' no YouTube, acontece a transmissão do Encontro Nacional do CLAE com show de Mariano Carvalho, lançamento da 14° edição da revista As Flores do Mal e participação virtual de autores de todo o Brasil.

Segundo o organizador Pablo Ambruch, esta edição do ENCLAE "é a celebração dos 15 anos do Círculo Literário Analítico Experimental, onde é possível reunir os amigos e participantes das produções ao longo dos anos e mostrar o trabalho que a editora vem desenvolvendo no Vale do São Francisco".

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal. (Ascom Texto: jornalista Cristina Laura

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EDIÇÃO ESPECIAL DA CACHAÇA SELETA VIRA RARIDADE NAS COLEÇÕES DOS PESQUISADORES DO REI DO BAIÃO LUIZ GONZAGA

Cachaça Seleta vai completar 10 anos da edição especial da bebida em homenagem ao filme nacional Gonzaga de Pai pra Filho. 

No ano de 2012 ano em que foi comemorado o centenário do “Rei do Baião”, o filme Gonzaga – De Pai pra Filho, assinado por Breno Silveira (diretor) retratou a história do relacionamento entre Luiz Gonzaga (Nivaldo Expedito de Carvalho) e seu filho Gonzaguinha (Júlio Andrade). 

Símbolo da cultura, a história serviu de inspiração para a criação da Edição Especial da Cachaça Seleta, a artesanal mais consumida no país. De propriedade de Antonio Rodrigues, a Seleta é produzida na cidade mineira Salinas, denominada capital mundial da cachaça.

As cachaças produzidas em Salinas possuem selo de indicação geográfica pelo INPI, pois ali se encontram as melhores condições climáticas, solo, água e cultivo de canas ideais para a produção da autêntica cachaça artesanal.

No próximo ano de 2022, a edição especial da Cachaça Seleta completa 10 anos. Alguns pesquisadores que vislumbraram o futuro e guardaram exemplares da cachaça, tem agora "uma raridade em forma de cachaça" e o rótulo que traz o cantor e sanfoneiro Chambinho do Acordeon.

Um dos exemplos é o jornalista Ney Vital, pesquisador da vida e obra de Luiz Gonzaga, que possui exemplares da edição especial da Cachaça Seleta. "Já recebi pedidos perguntando se eu vendo a edição especial com valor tentador. Mas não vendo e não troco, qual a música cantada por Luiz Gonzaga".

Esses dois mundos – a música e a cachaça – tem muito mais intimidade e aproximação do que podemos imaginar. No ritmo de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha encontramos elementos essenciais que devem existir em harmonia na música: são combinações infinitas de sons, tons e ritmos.

A Cachaça Seleta também adota elementos essenciais que proporcionam harmonia ao resultado final, dentre eles o sabor, o visual, a sensação na boca, o aroma, a história, percepção, o toque do produtor, inspiração.

Pode-se até mesmo imaginar uma celebração que contempla os cinco sentidos. Na música envolve-se a audição para o deleite, e para degustar uma cachaça utiliza-se o olfato, a visão, o paladar. Mas falta o tato para fechar a conta, não?

Que tal imaginar essas duas identidades distintas que se dão a mão para unir esses dois universos cheios de brasilidade e inspiração? Pode parecer devaneio, poesia, delírio, êxtase….mas, afinal, são nesses momentos – também – que usufruímos da música imortal de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha e da brasileiríssima Cachaça Seleta.

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DONA RITA, 97 ANOS É VACINADA CONTRA A COVID-19 E EXPRESSA ESPERANÇA E ALEGRIA

A partir desta segunda-feira (8), a Secretaria de Saúde de Juazeiro começa a avançar na Fase 1, vacinando idosos acima de 87 anos. As unidades volantes continuarão a vacinação em domicílio aos idosos acamados.

Na foto dona Rita, aos 97 anos, expressou alegria e esperança.

Postos para vacinação de idosos acima de 87 anos: - UBS's  do Quidé, Alto da Maravilha, Mussambê, Alto da Aliança, João Paulo II,   Tabuleiro,  segunda (8) e terça-feira (9) e Itaberaba, na quarta (10), quinta (11) e sexta-feira (12).

Horário: As unidades estarão funcionando para vacinação na segunda-feira, das 13h às 17h e de terça-feira  a sexta-feira, das 09h às 17h.

Zona Rural: Todas as unidades das 09h às 12h a partir de terça-feira (9).

Documentos: cartão de vacina, CPF e o cartão do SUS do idoso.



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COMPOSITOR JOSÉ DE SOUZA DANTAS FILHO, 100 ANOS DE NASCIMENTO E A PROSA DO FILHO, O DOUTOR DANTAS NETO


Luiz Gonzaga foi e continua sendo pedra angular, referência-mor do forró, baião, xote, mas o Rei do Baião, não trilhava sozinho. Havia por trás de si, uma constelação de compositores, poetas, músicos, além de profícuos conhecedores do seu trabalho, amigos talhados de sol, nascidos do barro vermelho, com almas tatuadas por xique-xiques e mandacarus.

Neste ano de 2021, o Brasil e a música brasileira comemora os 100 anos de nascimento, do compositor e médico, um dos mais talentosos nomes da cultura brasileira e internacional, José de Souza Dantas Filho, o poeta Zé Dantas.

As músicas de Zé Dantas continuam vivas e atual. Zé Dantas vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".

Zé Dantas nasceu em 27 de fevereiro de 1921, em Carnaíba, Pernambuco, Sertão do Pajeú. Para quem estuda a música e cultura à luz das ciências da comunicação,  sabe da importância de Zé Dantas para a compreensão sócio política, cultural, sociológica e antropológica para o conhecimento do Nordeste e do Brasil.

Basta citar as interpretações de Luiz Gonzaga e o puxado da sanfona ao cantar músicas como Vozes da Seca, Sabiá, Paulo Afonso, Cintura Fina, Algodão, Riacho do Navio, Farinhada, Pisa no Pilão,  Vem Morena, Forró do Mané Vito, Imbalança, Acauã, Casamento de Rosa, Abc do Sertão, Minha Fulô, Siri Jogando Bola, São João Antigo, São João do Arraiá,  A Profecia e Samarica Parteira, além de causos e outras dezenas de músicas para ressaltar a sabedoria musical presente no trabalho de Zé Dantas.

Na voz de Jackson do Pandeiro a música Forró em Caruaru é outro exemplo do conhecimento de Zé Dantas ao compor, escrever. Também por isto Luiz Gonzaga dizia que Zé Dantas era tão autêntico, puro de coração e alma que sentia nele o cheiro de bode, representando a expressão, do enorme talento e sentimento, valorização da identidade cultural sobre o Nordeste.

Zé Dantas foi casado com dona Iolanda. A música A Letra I, foi feita como forma de presente. Zé Dantas e dona Iolanda tiveram três filhos: Sandra, Mônica e Jose de Souza Dantas Neto. A cantora Marina Elali é neta de Zé Dantas.

Sobre Zé Dantas Neto, dizia o pai: "este menino tem a cara larga do Pajeú das Flores". José de Souza Dantas Neto nasceu no ano de 1959. O filho era um bebê quando Zé Dantas, tornou-se encantado, desencarnou e "partiu para o Sertão de Eternidade", no dia 11 de março de 1962.

José de Souza Dantas Neto, atualmente respeitado profissional da medicina, o doutor Dantas Neto é coronel médico do Exército Brasileiro. É mestre pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi chefe de clínica e da residência médica do Hospital do Exército por mais de 10 anos.

Estas e outras histórias serão contadas na próxima quarta-feira, dia 10, na live apresentada pelo pesquisador e escritor Rafael Lima, autor do livro, “O Rei do Baião e a Princesa do Cariri”, onde relata sobre os momentos mais marcantes vividos por Luiz Gonzaga na cidade do Crato, Ceará.

Rafael Lima terá com convidado o doutor Dantas Neto que vai falar sobre o Centenário do pai o compositor Zé Dantas a partir das 20hs no Instagram @rafaellima45100.

VIDA E OBRA: O gosto musical sempre foi o grande aliado do pernambucano José de Souza Dantas Filho (1921-1962), também chamado de Zé Dantas. Nascido em Carnaíba de Flores, no Sertão do Pajeú, desde menino se revelava compositor. Apaixonado por ritmo, melodia e harmonia, Zé Dantas, criava com facilidade xotes, baiões e toadas. No Recife estudou medicina conforme desejavam os pais, mas nunca abandonou a vocação artística.

Aquele que viria a ser um dos principais parceiros musicais do Mestre Lua é  tema do livro Na batida do baião, no balanço do forró: Zedantas e Luiz Gonzaga, da antropóloga Mundicarmo Ferretti. A publicação do livro é fruto da dissertação de mestrado da pesquisadora, que na década de 1970 fez o primeiro estudo acadêmico sobre a parceria entre os dois pernambucanos.

“Conheci o trabalho de Zedantas e de Luiz Gonzaga ainda na infância, no Piauí, e, posteriormente, vi que a música dos dois permanecia muito viva. Além disso, passou a atrair a atenção de um público classe média e universitário, da mesma maneira que em outros tempos interessou a imigrantes nordestinos”, conta. Em Pernambuco, Ferretti entrevistou amigos e familiares do compositor; e no Rio de Janeiro colheu depoimentos de pessoas ligadas a gravadoras, lojas de discos, casas de forró.

Segundo a pesquisadora, Zedantas conheceu o Rei do Baião em 1947, antes mesmo de terminar o curso de medicina na UFPE, em 1949, e de partir para o Rio de Janeiro no ano seguinte. Embora fosse “doutor”, era notado sobretudo pelo humor e talento com os quais contava histórias e criava versos. De 1950 a 1958, Luiz Gonzaga gravou 50 composições do conterrâneo, que as escrevia com a intenção de divulgar os costumes e as artes populares tipicamente nordestinas.

Com olhar voltado para as próprias raízes, Zedantas compunha canções sobre festividades sertanejas, práticas medicinais e agrícolas, poesia, artesanato. Chegou a ser diretor do programa O Rei do Baião, da Rádio Nacional, e do Departamento Folclórico da Rádio Mayrink Veiga. Quando morreu, aos 41 anos, um busto foi levantado na cidade natal, em sua memória.

Mas foi do cantor e compositor Antonio Barros, o paraibano que recebeu o maior tributo, a música Homenagem a Zedantas, interpretada por Luiz Gonzaga que empunhava versos como: “Chora meu olho d' água,/ chora meu pé de algodão./ As folhas já estão se orvalhando,/ saudade do nosso irmão,/ Zedantas”. 

Além de Luiz Gonzaga, as composições do pernambucano foram gravadas por artistas como Carmélia Alves (O calango), Quinteto Violado (Chegada de inverno), Ivon Curi, (Dei no pai e trouxe a filha), e Jackson do Pandeiro (Forró em Caruaru).

A vida e a obra de Zedantas também são o enfoque de Psiu!, filme documentário produzido e co-dirigido por Juliana Lima, com direção de Antônio Carrilho. “Partimos de conversa com dona Iolanda para colher depoimentos de outros familiares e amigos. Falamos com o filho de Zedantas, o cunhado, colegas de profissão no Rio de Janeiro, sertanejos que trabalharam na fazenda dos pais do compositor, além de artistas como Geraldo Azevedo e Fagner, que até hoje cantam as músicas dele”, ressalta a co-diretora.

No documentário, Zedantas é descrito como uma pessoa carismática, alegre e talentosa. Psiu! traz também imagens inéditas e gravações com a voz do compositor, que registrou em áudio entrevistas. A direção de fotografia é assinada por Léo Sete, Pedro Urano e Zé Cauê.

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EMPRESÁRIA DESTACA REABERTURA DAS DUNAS DE CASA NOVA, BAHIA OÁSIS DO RIO SÃO FRANCISCO

Dunas: o dicionário define como substantivo feminino plural Dunas. Montes e/ou colinas de areia. No coração dos sertanejos que conhecem as Dunas de Casa Nova, Bahia é um Oásis, um paraíso "Mar de água doce". O que já era bonito agora pode ser traduzido como muito mais belo e exuberante. 

Desde o mês de dezembro 2020 foi suspensa a visitação as Dunas do Velho Chico, Opará, na linguagem indígena, o Rio que é Mar. As Dunas está localizada a 58 km da sede de Casa Nova. Neste sábado (6) as visitas foram reabertas seguindo regras de distanciamento e uso de alcool gel e uso de máscara.

A reportagem do BLOG NEY VITAL esteve no local e conversou com a professora e empresária Andréa Passos Araújo, moradora de Casa Nova, sempre apaixonada pelo rio São Francisco e as dunas. 

"Temos o privilégio de ter a melhor praia de água doce da região do norte da Bahia e do Vale do São Francisco", afirma Andréa ressaltando a beleza traduzida na mistura de águas cristalinas com a quase misteriosa presença da areia branca das dunas.

É impressionante o contraste da vegetação da caatinga junto com um "mar de água doce". Nas dunas de Casa Nova tudo é atração. Ela destaca a Ilha da Pedra, conhecida como o antigo Serrote da Cidade Velha, que foi inundada pela barragem de Sobradinho e também um ilha deserta de areia conhecida como Paraíso do Sertão.

No momento, o reservatório de Sobradinho está com 52% do seu volume útil.

"Com essa pandemia do coronavírus é preciso redobrar os cuidados. Também sempre cito um trabalho de conscientização na preservação do Velho Chico, tanto com os turistas evitando jogar lixo nas margens do rio, quanto de agricultores ribeirinhos para evitar o uso de agrotóxicos no leito. Assim todos evitaram a poluição", finalizou Andréa.

Ano passado o programa Globo Repórter/Rede Globo revelou encantos de uma terra pouco conhecida pelos brasileiros e destacou "os segredos" de um lugar ainda pouco conhecido. Entre mar de água doce, onças e a caatinga sertaneja.

Um mar de água morna, transparente, que se espalha por mais de 300 quilômetros e até invade a Caatinga. Visto como uma espécie de “Caribe do sertão”, o mar doce fica no município de Casa Nova, norte da Bahia. Quando a barragem de Sobradinho foi construída, há mais de  50 anos, as águas represadas do rio submergiram cidades e vilas, obrigando milhares de sertanejos a deixarem suas terras para viver onde o lago não alcança. Hoje, os poucos que conhecem o recanto escondido lembram à velha profecia: o sertão virou um belíssimo mar.

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