AGROFLORESTAS MUDAM A PAISAGEM DO SEMIÁRIDO. AGRICULTOR TRANSFORMA ÁREA DEGRADADA NO SERTÃO EM RESERVA ECOLÓGICA


A Agência Eco Nordeste lançou uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. Esta matéria destaca o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (PE), onde cultiva uma Agrofloresta exemplar.

Paranaense, filho de agricultores, há 20 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 13 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, 45, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. Agrofloresta é um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores(as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.

“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.

Texto reproduzido do site Eco Nordeste. Maristela Crispim-Editora

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PROFESSOR RODRIGO HONORATO, LAETSON SILVA E AS TATUAGENS EM HOMENAGEM A LUIZ GONZAGA

 A tatuagem está há muito tempo na sociedade e tem conquistado os mais diversos públicos. Se antes era considerada um ato de rebeldia e se restringia a certas culturas, atualmente, ela está presente na dia a dia de milhares de pessoas.

As pessoas que usam tatuagens mais do que contar o que já se viveu, eles expõem amores, momentos e personalidade. Com a tatuagem, você transfere sentimentos, emoções, acontecimentos. Tem muito a ver com identidade, pois significa que a pessoa quer expor aquele modo de ser, afirma a antropóloga e socióloga da Universidade de Brasília (UnB) Mariza Veloso.

A reportagem do BLOG NEY VITAL conversou com o radialista Laetson Silva e o professor Rodrigo Honorato, dois exemplos de pessoas que colocaram no corpo a sua expressão de sentimentos.

O radialista Laetson Silva, Belo Jardim, Pernambuco essa semana pintou no corpo uma homenagem ao cantor, compositor e sanfoneiro Luiz Gonzaga. O ex secretário de Cultura de Exu, Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga, o professor Rodrigo Honorato também tem no corpo, várias tatuagens de Luiz Gonzaga e expressões culturais.

Tudo indica que a prática de marcar o corpo é tão antiga quanto a própria humanidade. Mas, como é impossível encontrar corpos de eras tão remotas com a pele preservada, temos de nos basear em amostras.

Muito antes de imaginar corpos desenhados, a tatuagem já fazia parte do cotidiano de algumas sociedades, com diversos significados. Os primeiros registros datam de cerca de 3,3 mil anos antes de Cristo, quando curandeiros utilizavam carvão para realizar cortes e desenhos acreditando que isso restabeleceria a saúde dos habitantes de povoados na Europa.

De acordo com a National Geographic, por volta de mil anos depois, as mulheres egípcias desenhavam alguns traços abstratos e até mesmo representações da deusa da fertilidade e proteção dos lares, Bes. Depois de Cristo, os romanos foram os próximos a adornarem os corpos com desenhos. Entre as Cruzadas, nos séculos XI e XII, os soldados de Jerusalém eram identificados por tatuagens: se tivesse uma cruz, receberia um enterro cristão após sua morte em batalhas.

Segundo o Mega Curioso, foi no começo do século XVIII que as tatuagens começaram a ganhar maior espaço na sociedade, quando os marinheiros europeus tiveram contato com ilhas no Oceano Pacífico. Estes tinham nas tatuagens uma importante representação cultural. 

Alguns registros relatam que estes marinheiros passaram a utilizar suas iniciais para serem identificados caso algum acidente ocorresse no meio de suas viagens.

"A história da tatuagem é riquíssima, pois os desenhos já representavam diversas maneiras de expressão da humanidade", afirma Gastão Teixeira, tatuador do Rio de Janeiro que atende no estúdio ItattooClub. "O ser humano sempre teve a necessidade de mostrar ideias e até rituais com tinta na pele. Ainda hoje, notamos que isso ocorre com frequência", diz.

Em 1891, a primeira máquina elétrica de tatuar foi criada e patenteada por Samuel O'Reilly, marcando assim, uma geração que passou a utilizar os desenhos como uma forma de contracultura e protesto principalmente. Apesar do preconceito que perdurou por muito tempo, hoje a expressão da tatuagem se tornou mais comum e popular, sendo sinônimo de pessoas descoladas e antenadas às tendências da moda.

De acordo com o instituto alemão Dalia, cerca de 38% da população mundial conta com algum tipo de tatuagem no corpo. O Brasil está na oitava colocação do ranking de pessoas com desenhos na pele.

Recentemente, os artistas têm ganhado mais espaço para criar novas técnicas e representações no mundo das tattoos. Entre desenhos coloridos, finelines e aquarelas, o gosto dos clientes é o que dita a tendência da vez, de acordo com Daniel Couto, proprietário do ITattoClub, estúdio de tatuagem rotativo na região do Bela Vista, em São Paulo."Hoje, os estúdios recebem clientes que querem se manifestar de alguma forma: homenageando algo ou alguém. E são diversas as maneiras de conquistar o resultado desejado. Por isso, aqui no ITattooClub, temos diversos profissionais especializados nas mais diferentes técnicas, assim, o cliente sairá muito mais satisfeito", diz o empresário.

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IF SERTÃO: CERVEJA É REGISTRADA NO MERCADO COM RECEITA DE MEL SILVESTRE

Conquistas inéditas merecem celebração. E, pela primeira vez, o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE) presenciou o registro de uma cerveja desenvolvida em suas dependências laboratoriais. Lançada comercialmente como "Royal Honey Beer" pela cervejaria PROA, que registrou o produto no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a empresa Rei do Mel, a bebida contém em sua fórmula o mel do sertão e foi desenvolvida pelo coordenador do Laboratório de Bebidas do campus Petrolina, Marcos dos Santos Lima. 

"Trata-se de um produto novo, criado para valorizar o mel orgânico silvestre que já é produzido no sertão pernambucano e baiano, e exportado para a Europa pela empresa Rei do Mel, sediada em Remanso (BA). A cerveja, de estilo American IPA, foi desenvolvida e testada no Laboratório de Bebidas e envolveu estudantes do curso de Tecnologia de Alimentos", explicou o professor Marcos, que também coordena um projeto de otimização da indústria cervejeira aprovado em seleção nacional de Economia 4.0. 

O projeto, que segue até agosto, é realizado em parceria com a empresa Rei do Mel. De acordo com o proprietário da companhia, Carlos Pires, a inserção do mel sertanejo na produção da cerveja artesanal é um estímulo aos pequenos produtores da região ante a queda da venda do produto no mercado internacional. 

"O produto, que logo de início teve uma excelente receptividade em eventos, tem grande potencial e é muito bem desenvolvido. Estou super satisfeito com o resultado obtido e o apoio do IF Sertão-PE", afirmou ele.  

Estudante do curso superior de Tecnologia em Alimentos e uma das bolsistas do projeto, Emilly Thayná destaca os conhecimentos adquiridos no processo de produção. "Observar a mágica das leveduras consumindo o açúcar e transformar o mosto açucarado em cerveja é incrível. Foi uma experiência de grande responsabilidade, mas gratificante por pensar, produzir e participar com o orientador de cada etapa da receita, e ver que tudo saiu conforme planejado e ainda com aceitação pelo público", afirmou ela, satisfeita.   

Além de Alimentos, há ainda o envolvimento de estudantes e professores das áreas de Computação, Química, Física e Eletrotécnica no projeto de otimização e automação de processos da indústria cervejeira na Economia 4.0. A perspectiva é que novas fórmulas de cerveja sejam testadas, com a finalidade de fortalecer a formação acadêmica dos estudantes e auxiliar as empresas interessadas em adquirir as tecnologias desenvolvidas.    

É esperar para ver e celebrar novos registros do potencial sertanejo.  

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POETA CANTOR E COMPOSITOR LUIZ DO HUMAYTÁ PREPARA CD BOEMIA CULT PARA HOMENAGEAR O ROMANTISMO

Humaytá é uma palavra de origem indígena significa Pedra Preta. Humaytá é o nome de uma batalha fluvial ocorrida em 1868, no rio Paraguai entre forças brasileiras e paraguaias. Esta batalha visava destruir a fortaleza de Humaytá que impedia a passagem da esquadra brasileira para chegar à Assunção atual capital do Paraguai. A vitória foi da esquadra brasileira.

Em Curaçá, norte da Bahia, existe a Fazenda Humaytá. A Fazenda Humaytá é uma propriedade particular destinada á criação de ovinos. Nela um sistema de sustentabilidade agroflorestal, a produção de viveiros orgânicos e fontes de água chamam a atenção.


Neste período do ano os mandacarus florando é um espetáculo da natureza. "Mandacaru quando flora no sertão...é sinal de chuva".

O escritor João Guimarães Rosa diz que o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia. Como explicar a caminhada de um gaúcho apaixonado pelos sertões. Luiz Carlos Forbrig é o nome de Batismo. O apelido Humaytá, ele herdou, da característica do nordestino que precisa de um adjetivo para os nomes: logo Luiz...ficou Luiz do Humaytá. 

Geólogo, aposentado da Petrobras desde 2016, o então funcionário público ganha o nome artístico da Fazenda Humaytá. Na Fazenda ele usa um sistema ecologicamente sustentável. Porém Luiz do Humaytá une o amor a região do Nordeste, especial Curaçá, ao dom de poeta. Poeta cantador. 

Luiz nasceu em Jabuticaba Velha, interior do Rio Grande do Sul. Filho de Guilhermina e Anoly. Com os pais desenvolveu a veia poética musical. A mãe puxava os cantos religiosos da Igreja Católica. O pai tocador de gaita de boca. Luiz aprendeu a tocar violão nas terras gaúchas.

O Nordeste Luiz conheceu devido o trabalho no sertão e a realidade foi tatuada do sol abrasador, da luz das caatingas, do calor contrastante do frio das terras do sul. E assim passou a cantar e fazer versos para "os sertões brasileiros".

"O Sertão é dessas coisas que não tem meio termo ou você ama ou odeia. Eu me apaixonei pelo sertão. Primeiro pelo rio São Francisco e depois pela caatinga. Cheguei na região de Juazeiro, Petrolina e Curaça em 1979", explica.

Luiz decidiu morar definitivamente no sertão do Vale do São Francisco. Deixa a vida na capital Salvador, 'abandona a cidade grande",  onde fez vários shows e decide no 'meio da caatinga", viver o trabalho junto a agricultura e ao inseparável violão.

Em novembro de 2010, Luiz formou a Banda Forró Avulso, com o desafio de fazer o forró nordestino com uma pitada de modernidade: a gaita de boca no lugar da sanfona e o cajon no lugar da zabumba. Com este grupo fez carreira em Salvador tocando na noite baiana por seis anos. 

Neste ano de 2021 Luiz do Humaytá já está em estúdio gravando o CD BOEMIA CULT, uma homenagem a cultura da musica brega. "Fizeram um rotulo errado sobre a música e adjetivaram de brega. Coisas da indústria cultural. Mas na verdade é música que Caetano Veloso canta, Reginaldo Rossi ainda hoje lembrando pelos grandes sucessos. Música Brega é romantismo puro cantado pela alma. É boemia cult", finaliza Luiz do Humaytá.

A discografia CDs: 

2012 - CD ACÚSTICO. 2014 – CD PÉ DE CHÃO

2015 – LUIZ DO HUMAYTÁ CANTA MÚSICAS GAÚCHAS

2015 –FORRÓ AVULSO e LUIZ DO HUMAYTÁ - 5 ANOS DE ESTRADA

2017 – LUIZ DO HUMAYTÁ AVULSO

2019 – DECANTO O SERTÃO

2020 -CD GRAVADO AO VIVO NO TEATRO EM CURAÇA.

2021 - EM ESTÚDIO CD BOEMIA CULT

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MUDAS DE PALMAS GARANTEM SEGURANÇA ALIMENTAR DO REBANHO NAS COMUNIDADES RURAIS

O cultivo da palma forrageira no Semiárido baiano vem garantido a segurança alimentar do rebanho de agricultores e agricultoras familiares. Por meio do Projeto de Segurança Alimentar do Rebanho da Agricultura Familiar, do Governo do Estado, são distribuídas mudas de palmas, resistentes à praga cochonilha do carmim, destinadas à implantação de reserva estratégica de alimentos para o rebanho de caprino, ovino ou bovino de leite. 

Só no período de 27 de janeiro de 2021 a 01 de fevereiro de 2021, foram entregues 100 mil mudas de palma forrageira doce ou miúda, beneficiando 100 famílias agricultoras dos municípios de Jacobina, Andorinha e Santanópolis, territórios Piemonte da Diamantina, Piemonte Norte do Itapicuru e Portal do Sertão. Ainda em fevereiro, estão sendo beneficiadas famílias dos municípios de Bonito, Morro do Chapéu e Serra Dourada. 

O objetivo é proporcionar a agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais a reserva estratégica para a alimentação do rebanho bovino, caprino e ovino, principalmente em períodos de longa estiagem. Os beneficiários das entregas recebem ainda capacitação sobre o cultivo intensivo de palma forrageira.  

Alexandra Santos, da comunidade rural Fazenda Pimentel, no município de Andorinha, que recebeu as mudas de palma, destaca a importância dessa entrega para as famílias da comunidade: "A palma tem uma grande importância para nós produtores da agricultura familiar, para a alimentação dos animais, especialmente nos períodos de estiagem".  

Em 2020, mesmo com as restrições causadas pela pandemia, foram distribuídos 3,5 milhões de mudas, com investimento R$1,6 milhão. A ação é executada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), com o apoio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em parceria com prefeituras municipais, associações e cooperativas ligadas à agricultura familiar. 

As mudas distribuídas são provenientes da Estação Experimental da SDR, localizada em Utinga, a partir de convênio SDR/Suaf e a Cooperativa Agropecuária da Chapada Diamantina (Coapechad), responsável pela produção.  

Jaqueline Alves, agricultora familiar da comunidade de Várzea, município de Jacobina, beneficiada pelo projeto de Segurança Alimentar do Rebanho, afirma que receber as mudas é uma grande alegria para a comunidade: "Vai contribuir muito para a gente, principalmente porque temos umas criações de caprinos e ovinos".  

Para acessar essa política pública, os interessados devem buscar o Sistema de Solicitação de Mudas e Sementes – SSMS, no endereço eletrônico: www.portalsdr.ba.gov.br/ssms/, por meio das prefeituras e organizações representativas da agricultura familiar.  


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ANUNCIADO SARAIVA E O SENTIMENTO DO IMAGINÁRIO GONZAGUEANO ATRAVÉS DA ARTE

Embora esteja presente em nossas rotinas diárias, não é todo mundo que sabe o que é arte e como ela se expressa no cotidiano. Ela é uma das expressões mais intrínsecas ao ser humano, acompanhando a nossa trajetória desde o período Paleolítico.

É através da arte que transmitimos sentimentos, ideias e histórias, expressando o que somos e o como vemos o mundo ao nosso redor. Os meios artísticos sempre acompanharam a evolução da tecnologia e na era digital isso não seria diferente.

Anunciado Saraiva é  um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e ferramentas de desenho. Nascido em Barbalha, Ceará, porém faz questão de registrar que é criado em Exu, terra de Luiz Gonzaga. Detalhe: Anunciado Saraiva é advogado de profissão. Graduado em Direito; Advogado Criminalista, pós graduando em Criminologia.

A arte ele pratica como uma forma de contribuir com a melhoria da cultura e divulgação dos trabalhos dos amigos e dos eventos culturais de Exu. Este ano de 2021, Anunciado Saraiva faz mais uma homenagem a cultura a partir da identidade gonzagueana e o imaginário brasileiro.

Anunciado Saraiva tem contribuído de forma voluntária com diversas artes que divulgam o trabalho dos cantores, principalmente da área do Araripe e de seu Exu.

"Comecei a criar artes há mais de 18 anos, por diversão, e acabei me apaixonando pela cultura gonzagueana, dai passei a criar artes em seu nome, hoje, 90% de tudo que eu crio é sobre o Gonzagão e seus seguidores", conta o advogado Anunciado Saraiva.

Um dos trabalhos mais usados no universo de Luiz Gonzaga é a criação da marca, do símbolo não oficial dos 100 anos de nascimento do Rei do Baião. 

"O processo de comunicar visualmente utilizando imagens e textos para apresentar informação utiliza de habilidades de desenho, estética, tipografia, artes visuais e diagramação", conta o advogado que  expressa o valor de Luiz Gonzaga nas horas dedicadas a cultura.

O trabalho usado por Anunciado é um processo técnico e criativo para comunicar idéias, mensagens e conceitos. Batizado e amadurecido no século 20, é hoje o design gráfico a atividade projetual mais disseminada no planeta. Com objetivos comerciais ou de fundo social.

Segundo Anunciado Saraiva, Luiz Gonzaga é um ícone da música popular brasileira, "foi ele que levou o nome e os problemas do sertão para o Brasil e para o mundo, foi ele que abriu portas para o nordeste, cantando e decantando o seu povo, o sofrimento, as súplicas, sempre cantando músicas de cunho político, criticando os nossos governantes que insistiam em manter os olhos fechados para o Nordeste".

"Quero acrescentar que deveria ser obrigatório a divulgação da cultura gonzagueana aos jovens em especial, na minha opinião, deveria haver uma disciplina na rede federal, estadual e municipal sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, garantindo assim que nossos jovens, que não conheceram Luiz Gonzaga, possam desfrutar um pouco da riqueza que esse nome traz e que representa fonte de renda emprego e fortalecimento do turismo", finalizou Anunciado Saraiva.

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CACHAÇA SELETA: A ARTE, O AFETO, AROMA DA BEBIDA QUE ENCANTA OS BRASILEIROS

Da senzala para a casa grande. A história da cachaça no Brasil começa com a criatividade e ousadia dos negros da época da escravidão, responsáveis por uma das mais saborosas e fortes expressões da cultura brasileira. De lá pra cá, os meios de produção ficaram mais modernos, as técnicas foram aprimoradas e a bebida passou a ter status de produto Premium, sendo encontrada em boates, festas e em eventos por todo o País.

A Seleta, maior produtora de cachaça artesanal do Brasil, acompanha e participa ativamente do crescimento e evolução desse mercado, afinal, são mais de 40 anos produzindo rótulos de qualidade, sabor e inspiração singulares.

Além da fábrica, a empresa conta com uma engarrafadora e galpões próprios. A sede escolhida não poderia ser melhor: Salinas, cidade localizada no sertão de Minas Gerais, conhecida como a Capital Mundial da Cachaça e que recebeu o Selo de Indicação Geográfica do INPI, em 2012. As características do clima, solo e localização geográfica favorecem o desenvolvimento de uma variedade de leveduras selvagens especiais, responsáveis pela qualidade e sabor das cachaças aqui produzidas.

Em cada garrafa, um pedacinho do Brasil. Em cada gole, uma nova história para contar. Experimente Seleta e entenda como quatro décadas de tradição resultaram em produtos únicos, desenvolvidos especialmente para o seu paladar.

Antônio Rodrigues sempre quis mudar a percepção que as pessoas tinham sobre a bebida. Antes consumida pelo preço, hoje a cachaça é requisitada, inclusive, em eventos finos, compondo um mix variado e saboroso de drinks.

Para o fundador da marca, ter conhecimento sobre o negócio, habilidade de encontrar os caminhos para tirar os sonhos do papel e atitude para levar tudo adiante foram ações fundamentais em sua trajetória para transformar a Seleta na empresa que é hoje. Mas ele sabe bem que ninguém alcança o sucesso sozinho.

Por isso, os colaboradores que trabalham diariamente nos alambiques são como uma grande família. A sintonia entre eles e o amor pelo que fazem resultam no sucesso da marca: produtos de aroma e sabores exclusivos, que encantam os consumidores e fazem parte de grandes momentos de quem se permite viver o melhor de cada dia.

Salinas é conhecida como a Capital Mundial da Cachaça. A história de Antonio Rodrigues e sua paixão pela cachaça começaram há mais de 40 anos. Através de muita luta e desafios, o empresário visionário mudou o cenário da então ‘pinga’ que dominava o mercado, para apresentar ao país cachaças de grife e qualidade ímpar. Para ele, o segredo do sucesso consiste em três palavrinhas: Conhecimento, Habilidade e Atitude.

 “Quando se tem conhecimento e habilidade na causa somada a atitude, qualquer problema se resolve”, declara o fundador da Seleta.

No início, Antonio Rodrigues apenas envelhecia a cachaça e vendia a granel ali mesmo pela região. Depois começou a engarrafar e os clientes não paravam de chegar. Logo depois adquiriu uma fábrica com um grande canavial. Com visão estratégica e enfrentando vários desafios e aprendizados, Antonio Rodrigues investiu trabalho e dinheiro no desenvolvimento da empresa e foi crescendo de maneira saudável e consciente, até alcançar a posição de maior produtor brasileiro de cachaça artesanal. Os processos que são a alma do negócio, como a fermentação, destilação, envelhecimento e engarrafamento ainda são feitos no mesmo estilo de antes, ou seja, de forma artesanal para não perder a essência da bebida.

Feitas com cana crua, de fermentação natural, em alambiques de cobre, as cachaças produzidas pela empresa de Rodrigues são envelhecidas em tonéis de bálsamo, ipê amarelo e umburana.

É o maior produtor nacional de cachaça artesanal. Exporta para China, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Uruguai, Portugal, Nova Zelândia e França. Mas o grande autor dessa história não quer parar por aqui. Almeja vôos maiores e se sente feliz por ter contribuído para a elitização da mais brasileira das bebidas, a cachaça artesanal.

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