Fotos: 1 Eugenio, Vaqueiro Pedro Targino, 2-seu Praxedes(Trabalhou com Januário e Luiz Gonzaga). 3 Cantores Targino Gondim, Flávio Leandro, Fabio Carneirinho e Joquinha Gonzaga. Festa 25 anos Saudade de Luiz Gonzaga-Exu-2014
Festival de Artes do Vale do São Francisco exibirá o Documentário O Homem que Engarrafava Nuvens
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Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga |
O X Festival de Artes do Vale do São Francisco-Aldeia do Velho Chico exibirá na sexta-feira 15, no Sesc, na Sala do Teatro-Tecendo Ideias, ás 17hs o Documentário sobre a vida e obra do compositor Humberto Teixeira.
O Documentário sobre Humberto
Teixeira,foi idealizado por sua filha. Enquanto conta a vida e obra do pai,
mostra-se o desenvolvimento do baião.
O cinema brasileiro vem
prestando um belo serviço à cultura nacional nos últimos anos. Graças ao
péssimo hábito de não valorizar o que é nosso, o povo brasileiro corre o risco
de se esquecer da própria cultura.
Em O Homem que Engarrafava
Nuvens a história do baião se mostra mais um desses pontos efermos da
produção musical nacional. Apesar de ter depoimentos com autoridades para falar
do assunto, não se chega a um acordo sequer sobre a origem do gênero musical.
No filme, figuras como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Sivuca e David Byrne dão
suas contribuições tanto com relatos quanto com interpretações das canções de
Humberto Teixeira.
A princípio, o tema do
documentário seria a obra do Doutor do Baião, conseguido pela investigação
feita pela filha dele. Por tentar descobrir um pai que lhe é um desconhecido,
aproxima-se bastante de Person. No entanto, enquanto Marina Person documenta a
vida de um cineasta e a partir daí o espectador obtém um quadro do cinema
nacional, Denise Dummont vai por outro caminho. Ela parece usar seu pai como
pretexto para falar das várias facetas do baião: as danças, o intérpretes, os
instrumentos musicais e tantos outros assuntos.
Para quem ainda não sabe quem
foi Humberto Teixeira, algumas informações para justificar a importância desse
homem. Ele compôs centenas de canções, entre elas a obra-prima chamada Asa
Branca. Foi parceiro do ícone Luiz Gonzaga e teve até carreira política. Só o
fato de não se saber muito desse compositor já é uma prova de que O Homem
que Engarrafava Nuvens é uma obra que precisa ser assistida pelos
brasileiros.
TSE: Julio Lossio é mantido prefeito de Petrolina
Por
unanimidade, o Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reverteu, nesta
terça-feira (5), a cassação do prefeito reeleito de Petrolina (SP) Júlio
Lóssio, acusado de conduta vedada a agente público nas eleições de 2012. Os
ministros consideraram que não houve entrega de lotes em evento, ocorrido em
maio daquele ano, em que Julio Emilio assinou lei de regularização fundiária no
município.
Nos processos constavam denúncia de
abuso de poder econômico e político em referência à regularização de imóveis no
Loteamento Terras do Sul, em maio de 2012, durante o período eleitoral.
Além de distribuição de
computadores a alunos de escolas municipais dentro do período de campanha e
alegações de propaganda institucional irregular.
Entenda o caso
Em agosto de 2013, Lossio e
Guilherme Coelho tiveram seus mandatos cassados por decisão do Tribunal
Regional Eleitoral de Pernambuco. Foi apresentado pela defesa do partido
socialista um áudio que marcou a sanção da lei, que, segundo o denunciante,
tinha intenção eleitoral. Prefeito e vice foram afastados em novembro de 2013.
No dia 20 do mesmo mês, foram diplomados Fernando Filho (PSB) e Gennedy Patriota (PTB) como prefeito e vice de Petrolina. Para ocupar o cargo, Fernando Filho teria que renunciar ao mandato de deputado federal. E quem assumiu o executivo interinamente, até a posse do segundo colocado foi Osório Siqueira, presidente da Câmara de Vereadores.
Julio Lossio teve ainda recusado pelo Tribunal Superior Eleitoral o pedido para retornar ao cargo, até o julgamento final do processo. Mas em 22 de novembro, Julio reassumiu a prefeitura através de uma liminar concedida pela ministra Laurita Vaz.
No dia 20 do mesmo mês, foram diplomados Fernando Filho (PSB) e Gennedy Patriota (PTB) como prefeito e vice de Petrolina. Para ocupar o cargo, Fernando Filho teria que renunciar ao mandato de deputado federal. E quem assumiu o executivo interinamente, até a posse do segundo colocado foi Osório Siqueira, presidente da Câmara de Vereadores.
Julio Lossio teve ainda recusado pelo Tribunal Superior Eleitoral o pedido para retornar ao cargo, até o julgamento final do processo. Mas em 22 de novembro, Julio reassumiu a prefeitura através de uma liminar concedida pela ministra Laurita Vaz.
Seu Luiz Gonzaga. Por Raymundo Mello-Aracaju-Se
“Luiz
Gonzaga não morreu, nem a sanfona dele desapareceu...” – assim cantava Zé Gonzaga, nos idos de 50 ou 60 do
século passado, após seu Luiz sofrer um grave acidente de carro que capotou
sobre uma velha ponte de madeira, em uma de suas viagens Brasil a dentro, em
estradas poeirentas ou verdadeiros lamaçais quando em época de chuvas, Gonzagão
corria daqui pra ali divulgando sua música, levando alegria para o povo,
especialmente nordestino, que o amava e respeitava como se ele fosse o cantor,
o sanfoneiro, o legítimo forrozeiro de cada família, principalmente aquelas
mais simples. Mas era querido também entre os abastados, principalmente
fazendeiros, pecuaristas, donos de terra. Luiz era de todos, cantava para
todos, proseava com todos.
Assim,
nada mais justo ser homenageado na celebração do seu centenário com o
entusiasmo que o Brasil artístico, cultural, musical está efetuando. As
manifestações artísticas têm sido produzidas e apresentadas em alto nível na
imprensa falada, escrita e televisada; seus discos são reproduzidos em larga
escala e seminários, palestras e programas de rádio e televisão vêm
acontecendo, inclusive para mostrar às novas gerações a importância dele em
todas as áreas de estudos.
É importante que isso aconteça pois os brasileiros
precisam conhecer bem os seus antigos ídolos para que eles continuem sendo
valorizados, amados, respeitados e, também, tornando conhecidos seus parceiros,
aqueles que com ele deram ao Brasil a sua música legítima, contaram a história
de uma grande massa de brasileiros que, se não fosse Luiz Gonzaga, sua sanfona,
sua simpatia e, sobretudo, sua coragem e disposição para produzir e propagar,
continuariam isolados, a depender sempre das esmolas dos sulistas, abatidos,
cabeça baixa, dependentes, pois, como ele cantou, “seu doutor, uma esmola dada a um
homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
Pura
verdade! E, se ainda existem pessoas nessas condições, já é hora do estudo e a
educação livrar, por completo, principalmente os nordestinos, dessa terrível
dependência. Seu Luiz pensava assim, tenham certeza.
Modestamente,
resolvi participar das homenagens a Gonzagão, registrando, singelamente, duas
ocorrências bem alegres e fortes que presenciei e guardei na memória. Quando
jovem, ia aos shows que ele e seus companheiros por aqui realizavam e procurava
captar a inteligência de Luiz Gonzaga nos repentes que ele produzia. Assim,
vejamos:
1.ª)
Seu Luiz, de passagem por Aracaju, com sua equipe, anos 50, quer fazer uma
apresentação na Rádio Difusora de Sergipe, como se chamava, àquela época, a
nossa sempre querida Rádio Aperipê, e procura sua direção, quer vender o show,
ele já artista semiconsagrado, quer que a rádio lhe pague cachet.
Qual que,
como ele dizia, a direção da rádio, naquele momento, conhecendo a dificuldade
de conseguir patrocínios, negou. Só se ele fosse para o comércio procurar
patrocínio. Ele foi, conseguiu e levou as autorizações para a direção da rádio.
Seu Augusto Luz, dirigente hábil da emissora, aceitou, mas queria 40% do
arrecadado e foi uma luta; seu Luiz oferecia 5%, chegou a 10, 15% e seu
Augusto, nada: 40% ou não tem apresentação. Como a coisa não andava, seu
Augusto teve uma brilhante e comercial ideia: “Luiz, você faz o show na rádio,
me paga os 15% desse patrocínio e depois sai daqui e vai cantar no meu cinema
Guarany, com a renda toda para a casa. Enquanto você canta aqui na rádio eu
passo um filme de “cobói, daqueles que tem murro, tiro, faca fora e beijo no
fim” e depois você entra no palco com seus meninos, canta, dança, faz o que
quiser. Sem dinheiro.”
E
ele fez. Homem direito que era, cumpriu o prometido, mas, no final do show, ele
disse para o auditório lotado: “Agora vou homenagear o dono da casa,
cantando para ele a minha mais nova canção. É pro senhor, seu Augusto”.
E cantou: “Sou pão duro, vivo bem, eu não dou esmola, não faço favor, não ajudo a
ninguém...”. E seu Augusto aplaudiu, alegre, sorridente, e ainda pediu
bis. Caiu açúcar no mel, como se dizia.
2.ª)
Dessa vez, seu Luiz veio a Aracaju contratado. Veio fazer shows nas
festividades de posse do Dr. Leandro Maciel no governo de Sergipe. De Leandro,
ele praticamente já sabia tudo, mas, de Arnaldo Garcez, que entregava o
governo, não conhecia nada. Por aqui, inteirou-se. Disseram a ele que seu Arnaldo
era fazendeiro e tinha muito gado. E nada mais. Só ouviu um lado porque do
outro não apareceu ninguém. Então, ele fez os shows programados e, à noite de
1.º de janeiro, dia da posse do novo governador, ele cantou na porta do
palácio. Palanque armado, muita alegria da UDN e muito pesar do PSD-PR, e
Gonzagão animando com suas músicas.
Para
encerrar o show, duas homenagens: “Para o governador que se despediu hoje, eu
digo: Vai boiadeiro que o dia já vem, leva o seu gado e vai pra junto do seu
bem”.
“E
para o governador que assume, doutor Leandro, homem capaz, doutor, engenheiro,
minha homenagem com essa canção: Paulo Afonso, que coisa louca, uma cachoeira
rouca de gritar aos engenheiros do país, mas hoje, escutaram seu grito, você ta
fazendo bonito e o povo do norte ta feliz”.
Enquadrou
os dois governadores em suas canções. Infelizmente, não foi bem entendido pois
houve quem julgasse desprezo pra um e muito elogio para o outro. Mas ele
encarou apenas como uma homenagem respeitosa às duas autoridades, e dizia: “O
mundo dá muitas vortas, meu fio”.
São
dois fatos singelos mas podem servir para biógrafos e pesquisadores.
E,
como disse Zé Gonzaga quando ele reassumiu sua vida artística, “Luiz,
escuta esse baião, quem tá falando com a sanfona é seu irmão, tá lhe saudando
todo o povo brasileiro, seu grande sanfoneiro, alma viva do sertão”.
* Raymundo
Mello é Memorialista
raymundopmello@yahoo.com.br
Shows, vigílias e exposições marcam 25 anos sem Luiz Gonzaga

Já se passaram 25 anos desde que Luiz Gonzaga morreu. O Rei do Baião continua presente no cancioneiro brasileiro e as composições dele ainda são as mais executadas no período junino, entre maio e agosto, no país inteiro, de acordo com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Hoje, aniversário de morte, as comemorações são menos intensas do que a celebração de nascimento (em 13 de dezembro de 1912), mas o sanfoneiro é lembrado pelas músicas que o imortalizaram. Fãs reverenciam o legado deixado pelo Rei do Baião com festas, vigílias e missas em Gravatá, no Rio de Janeiro, em Campina Grande (PB).
A saudade dos acordes da sanfona do mestre Lua, falecido em 1989, impulsionou várias homenagens em Pernambuco, com programação na terra natal, Exu, no Sertão pernambucano, no Cais do Sertão (Bairro do Recife) e no Memorial Luiz Gonzaga (Pátio de São Pedro).Sanfona, zabumba e triângulo entram em cena na programação da 10ª edição da Vigília Gonzagueana, promovida anualmente pelo Nosso Quintal, que neste ano será transferido para o Cais do Sertão. Além do autêntico forró pé de serra, do baião, xote e xaxado, estão previstas palestras, shows e um encontro de sanfoneiros durante todo o mês de agosto.
FONTE:Diário de Pernambuco
Luiz Gonzaga, o Sol Sertanejo e a misteriosa razão de haver estrelas e gente.
Ainda na madrugada junto como o amigo, o artesão Afonso
Conselheiro, tivemos o privilégio de nas margens do Rio São Francisco escutar
um sanfoneiro cantando, carregando através da sanfona a alegria de saber que
ali na curva do rio todos renovam a esperança de que a cada 02 de agosto Luiz
Gonzaga não morre, nasce cada vez mais belo.
Era 02 de agosto de 1989 quando o rádio anunciou Luiz Gonzaga
morreu!
E foi saindo dessa geografia da água verde do Rio São
Francisco e estrada afora entre poeira e sol que rompemos o silêncio: É Luiz
Gonzaga, o Lula, o grande nome da modernização da música brasileira nos últimos
60 anos... Afonso fez questão de declarar que sim, e Dominguinhos “pois este
superou a arte do mestre”.
Nascido em Exu, no sertão de Pernambuco, na chapada do
Araripe, Luiz Gonzaga ganhou o Brasil e o Mundo. São vinte e cinco anos de
ausência física e de nascimento a caminho dos 102 anos. “Mas coloque ai na reportagem: nunca, jamais
ele esqueceu o Nordeste, de sua origem”, diz o artesão na arte do couro Mestre
Aprigio.
Em plena atividade em Ouricuri, nascido em Exu no dia 25 de
maio de 1941, “Mestre Aprigio”, confecciona couro e sem nenhuma pretensão ou
arrogância conta que conheceu bem o repertório de Luiz Gonzaga. Ele
confeccionou o primeiro chapéu de couro usado por Luiz Gonzaga.
“Meus chapéus serviram
de coroa para os dois grandes reis que conheci, veja só que privilégio, Luiz
Gonzaga e Dominguinhos”.
Para o compositor Onildo Almeida, a sanfona e a voz de Luiz
Gonzaga representam até os dias atuais às circunstâncias regionais sem perder
de vista o universal. “Junto com os parceiros compositores soubemos traduzir
com sensibilidade a alegria de nossa gente e os problemas sociais.”
Chegamos a Exu. No carro de som ouvimos Asa Branca, toada que
Luiz Gonzaga elevou à condição de epopeia a questão nordestina. É um autêntico
Hino. Música que tonifica o cancioneiro brasileiro, capaz de ser uma tese,
síntese contra o empobrecimento cultural em que se encontra o atual estágio de
músicas executadas nas rádios e canais de TV.
Gilberto Amado disse ao se referir à morte: “Apagou-se aquela
luz no meio de todos nós”. Mas o desaparecimento físico de Luiz Gonzaga não
cessou de florescer a mensagem da cultura e da valorização da música brasileira.
Afonso, artesão e lutador do bom combate enxuga uma lágrima.
Na vitrola Luiz Gonzaga canta A Triste Partida.
Luiz Gonzaga vive, está vivo no sertão, na cidade grande e
capitais, de Norte a Sul, Leste Oeste. Luiz Gonzaga vive na boca do povo, no
gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira.
Disse Fernando Pessoa: “Quem morrendo, deixa escrito um belo
verso, deixou mais ricos os céus e a terra, mais emotivamente misteriosa a
razão de haver estrelas e gente.”