Missa do Vaqueiro de Serrita a caminho dos 50 anos


Pelo 44º ano, acontece em Serrita,a Missa do Vaqueiro, maior evento religioso do Sertão pernambucano. A festa teve inicio dia 24  reunindo vaqueiros de todas as partes do Brasil. A expectativa de público é de 70 mil pessoas para a realização da missa a partir das 10hs deste domingo. 

O homenageado é o lendário vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga.

De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de mil vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. 

A missa, uma espécie de romaria pela cidade, acontece sempre ao ar livre e se assemelha bastante aos rituais católicos, embora possua algumas particularidades. No lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo. Este ano, a Missa será celebrada por Dom Magnus Henrique Lopes, bispo de Salgueiro.

Outra tradição iniciada em 1974 e mantida até hoje é a das músicas que embalam a Missa. As nove canções, conhecidas como Rezas de Sol, foram compostas por Janduhy Finizola, um doutor amigo de Luiz Gonzaga, a pedido do próprio Rei do Baião e seguem a estrutura dos ritos da igreja, tendo sempre como protagonistas o vaqueiro e a religião. Três das nove músicas ainda chegaram a ser gravadas por Gonzaga.


Esta é a primeira vez que a Missa será realizada após a regulamentação da profissão do vaqueiro. A lei, aprovada em 25 de setembro de 2013, é um motivo a mais para celebrar.

A Missa do Vaqueiro é promovida pela Fundação Padre João Câncio, em parceria com a prefeitura de Serrita e a Associação dos Vaqueiros de Pega de Boi na Caatinga do Alto Sertão de Pernambuco (Apega).
Nenhum comentário

Blog Ney Vital vai ganhar novo formato




O blog do jornalista Ney Vital vai ganhar novo formato. A página, que integra a Ablogpe-Associação dos Blogueiros de Pernambuco terá um layout mais moderno. A mudança agrega novas ferramentas, dinamizando ainda mais a apresentação do conteúdo para os leitores.

Abordando artigos sobre livros, música brasileira, literatura,  informações culturais,  política, viagens e tecnologia, o blog Ney Vital  é uma referência em conteúdo e acessos:  o endereço recebe mais de 80 mil visitas.   

Com  a renovação, o blog agora pode ser visualizado em qualquer dispositivo. As letras dos textos ficarão maiores e  mais destacadas, tornando a leitura mais leve. 

Ney Vital é jornalista. Especialista em Ensino de Comunicação Social, onde defendeu na Universidade Estadual da Bahia a tese O Jornalismo e a  produção de Sentido na Obra de Luiz Gonzaga. Aos sábados 7hs, é transmitido na Rádio Cidade Am 870 o Programa Nas Asas da Asa Branca, também via internet www.radiocidadeam870.com.br


Nenhum comentário

Novo livro de Ariano Suassuna está pronto


Nos últimos 30 anos, Ariano Suassuna se dedicava ao livro mais caudaloso e importante da carreira literária. O jumento sedutor atingiu duas vezes a versão final, encaminhada para a editora. Ambas - a última enviada em maio - foram descartadas pelo autor. Incansável e perfeccionista, queria fazer novas modificações naquela definida pelo escritor como a obra da vida dele.

O texto definitivo (cerca de 300 páginas) já foi entregue a Alexandre Nóbrega, genro e braço direito de Ariano. "Como não usa computador, ele ainda iria recortar e colar as ilustrações", frisa Nóbrega. A produção criativa disputava o tempo com as aulas-espetáculo, com as quais, desde 1995, ele percorre incessantemente o Brasil de Norte a Sul - a última foi na sexta-feira, em Garanhuns, três dias antes do acidente vascular cerebral que o vitimou.

Ariano tinha orgulho das páginas. Recitava versos decorados e lia passagens nos encontros com familiares e amigos. "Ariano há muito que vinha escrevendo o que, segundo ele, seria a sua obra síntese. Esse livro, tive a oportunidade de 'escutá-lo' inúmeras vezes quando o visitava. Ariano tinha um enorme prazer em ler trechos dele para nós, amigos que o visitávamos. Por alguma razão, desconfiava que essa sua obra não seria publicada em vida…", recorda o amigo Antonio Carlos de Nóbrega, um dos parceiros do Movimento Armorial.

O premiado escritor pernambucano Raimundo Carrero teve o prazer de ler na íntegra. "Samarone (assessor de imprensa de Ariano) chegou lá em casa e perguntou se eu tinha tempo para ler. Eu achei até engraçado", recorda. "Li, gostei muito e escrevi um texto, que ele pediu para colocar na orelha do livro. Para mim, é uma realização intelectual", comemora.

O jumento sedutor reúne romance, teatro e poema, além de ilustrações dele, tudo escrito à mão por Ariano e digitado posteriormente, como sempre fazia. Aliás, escrito e sempre reescrito, para o aperreio da esposa Zélia, como dizia. "O livro está pronto. Ele não estava escrevendo o livro, mas fazendo modificações, que não sei o que eram", explica Maria Amélia de Mello, da José Olympio, responsável por todo o catálogo do artista, a exceção de A pena e a lei e Auto da Compadecida, da Agir.

Caudaloso, o livro já tinha formato definido, com moldura e tamanho acima do padrão normalmente adotado. A quantidade de páginas - muitas, sem dúvida - só poderá ser definida após a diagramação. "O material está em papel, com recortes, colagens, emendas, além dos desenhos dele. A obra dele é muito pessoal. Eram muitos Arianos. O artista plástico, escultor, o escritor de poesia, ensaio, romance, teatro. E um homem muito íntegro", defende Maria Amélia.

Apesar dos muitos leitores e ouvintes das leituras, o enredo permanece envolto em segredo. A narrativa não convencional não é focada em uma história, com diálogos, mas repleta de imagens e metáforas. "É algo extremamente revolucionário, que forma um painel imenso da cultura brasileira, baseado em ritmos, sons", reverencia Carrero. "Está mais próximo da odisseia do que do romance burguês, como falamos da literatura", analisa o escritor e professor. Ele é um dos artistas citados no texto, além de Antonio Carlos de Nóbrega, Zoca Madureira e Lenine.

O título é uma homenagem a Lúcio Apuleio, do século 2, autor de O asno de ouro. E a data para o desvendar dos mistérios também. A ideia inicial seria lançá-lo ainda neste ano, prazo postergado em junho, quando ele optou por novas mudanças. Agora, o lançamento depende da família.

Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário

Rio de Janeiro: Curso sobre o Cordel Brasileiro com Aderaldo Luciano


É muito comum colocar todas as formas de poesia oriundas do Nordeste sob o mesmo nome de cordel, entretanto há diferenças essenciais que as distinguem em vários aspectos. No curso Sobre o Cordel Brasileiro, que será realizado no Museu de Arte do Rio de Janeiro, serão estudados: a história do aparecimento do cordel no Brasil; a construção de um poema de cordel; os principais autores, editoras e movimentos do cordel em São Paulo e Rio de Janeiro; os elementos distintivos e principais momentos do cordel brasileiro, além de um panorama da produção de cordel hoje.

Aderaldo Luciano é professor,  doutor  em Ciência da Literatura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pesquisador, inscrito nos Grupos de Trabalho Caminhos da violência em busca da visão compartilhada e Palavra Fora do Eixo.

 Ligado ao Centro Internacional e Multidisciplinar de Estudos do Épico da Universidade Federal de Sergipe, estudando os conceitos fundamentais da poética do nordeste brasileiro. Autor dos livros Apontamentos para uma história crítica do cordel brasileiro (Editora Luzeiro/Edições Adaga, 2012, teoria), O Auto de Zé Limeira (Confraria do Vento, 2008, poesia).

Co-autor em Violência simbólica e estratégias de dominação: produção poética de autoria feminina em dois tempos (Editora da Palavra, 2010, ensaios) e Quem Conta um Conto – Estudos Sobre Contistas Brasileiras Estreantes Nos Anos 90 e 2000 (Tempo Brasileiro, 2009, ensaios) ambos organizados pela professora Doutora Helena Parente Cunha.

Fonte: Museu de Arte do Rio de Janeiro

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial