Caicó, Carnaval, Festa de Santana e a calamidade da Seca

Neste dia 25 dezembro, abri o livro Grande Sertão Veredas. Sempre releio para não esquecer que a  grande metáfora de Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, junto com a do Sertão, é o Rio. Sabemos o quanto o rio, além de realidade geográfica, é uma realidade mítica e mágica.

Mítico e mágicos são meus amigos das bandas de Caicó, cidade cravada no seridó do Rio Grande do Norte.


"O sertão é dentro da gente". Prestando atenção a prosa de "Seu Arlindo" que conta angustiado a saga da Barragem dos Itans, que deveria abastecer o municipio de Caicó e está vivendo uma das piores secas dos últimos anos, vou pontuando mais uma história..


Caicó é uma palavra derivada da tribo de indio Cariris. Caicó promove duas das mais mais tradicionais festas brasileiras: Carnaval e Santana.

Mas o que me chama atenção é a atual situação do Açude Itans, reservatório de água artificial construído no leito do rio Barra Nova, no município de Caicó com a finalidade de abastecer aquela localidade.

A bacia ocupa uma área de 1340 hectares, com capacidade para 81.750.000 m3 de água. Porém a realidade é de calamidade. A barragem está no volume morto, ou seja, menos de 5 porcento da capacidade de armazenamento.

Os primeiros estudos para a construção do açude datam de 1907, sendo um projeto do Governo Federal em caráter emergencial, para socorrer o Seridó, região tradicionalmente submetida aos efeitos das condições climáticas adversas e que, na ocasião, sofria uma seca calamitosa.

O ministro paraibano José Américo de Almeida, nascido em Areia, autorizou a obra que  foi concluída no final de 1935 e inaugurada em 2 de fevereiro de 1936.

Com isso, Caicó foi a primeira cidade do interior do Rio Grande do Norte a ganhar um serviço de abastecimento de água, cujo atendimento nunca precisou ser suspenso por falta de capacidade hídrica.

Hoje, programas de Rádio e seus violeiros cantam a tristeza só vista no canto agourento do Acauã...A seca tudo mata...Só a Fé permanece assobiando uma canção nas veredas do Grande Seridó...A fé é dentro da gente...

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