Maroca, Poroca e Indaiá: as ceguinhas de Campina Grande, Paraíba

Maroca, Poroca e Indaiá. Amanheci pensando nelas. Três irmãs cegas que cantavam no centro de Campina Grande, Paraíba, pedindo esmolas, na esquina da antiga e hoje extinta Livraria Pedrosa.

Regina Barbosa nasceu em 1940 é conhecida como “Poroca”. Maria Barbosa, nascida em 1944, é “Maroca” ou “Lia”. Nascida em 1950, Francisca da Conceição Barbosa, da mesma maneira, é conhecida por outros dois nomes: “Indaiá” ou “Gueão”.

As três são cegas de nascença e passaram a infância e juventude cantando nas feiras do interior dos Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba.  Maria, Regina e Conceição, as três irmãs cegas acreditam no destino e dão uma lição de pureza e simplicidade como encaram a vida. O sofrimento não as tornou amargas.

As irmâs serão homenageadas hoje em Campina Grande durante o evento "Sextas Musicais", no Museu dos Três Pandeiros.

As 'ceguinhas de Campina Grande' tornaram-se conhecidas em todo o Brasil com a produção do filme 'A pessoa é para o que nasce', de direção de Roberto Berliner. O documentário conta a história delas. A trilha sonora do filme é de Hermeto Pascoal.

A vida de pedir esmolas nas ruas começou logo cedo. Maroca revela que começou a pedir na rua quando tinha sete anos. Poroca tinha oito. Ja Indaiá foi levada para a rua ainda mais cedo, com sete meses. E foi durante o período em que pediam esmolas, que elas aprenderam cantar e tocar ganzá.

“Depois que a gente aprendeu, a gente ficava tocando com o ganzá, o povo ouvia e dava as esmolas. Eles escutavam e paravam para olhar”, revela  Maroca.


Nenhum comentário

← Postagem mais recente Postagem mais antiga → Página inicial

0 comentários:

Postar um comentário