PROJETO TRILHA ECOLÓGICA INCLUSIVA É DESENVOLVIDO PELO IFSERTÃO-PE

O projeto Trilha Ecológica Inclusiva, desenvolvido no campus Petrolina Zona Rural do IFSertãoPE, está com agendamento aberto para visitação.

As visitas acontecem nas terças e quintas-feiras e podem ser agendadas para grupos de até 20 pessoas (sem mínimo), através da página do Instagram da Trilha (@trilhaecologicaifcpzr) ou pelo e-mail czr.trilhaecologica@ifsertao-pe.edu.br. Caso grupos maiores tenham interesse em participar, são organizados subgrupos. A duração é de em torno de uma hora e meia e é recomendado aos visitantes roupas e sapatos fechados, boné, água e protetor solar.

A Trilha Ecológica Inclusiva reúne 33 plantas nativas da caatinga identificadas, como a umburana de cambão, xique-xique, pereiro, mandacaru, angico, jurema preta, coroa-de-frade, e até espécies ameaçadas de extinção, como o umbuzeiro, a baraúna e a aroeira. Ao longo do percurso, de cerca de 800 metros, os integrantes do projeto explicam as propriedades e valores de cada uma das plantas identificadas, além de características de crescimento, de floração e usos populares.

O trabalho de estudantes e orientadores engloba a identificação das espécies, a coleta de sementes de plantas nativas, a produção e doação de mudas, além da recepção de visitantes. O grupo ainda realiza trabalhos fora do campus, como visitas a escolas, parques, condomínios, levando um pouco do conhecimento sobre as riquezas da Caatinga.

A Trilha oferece estrutura para receber pessoas com mobilidade reduzida e cadeirantes, através de um triciclo motorizado desenvolvido a partir de um projeto de inovação tecnológica. Ainda em relação à acessibilidade, todo o percurso é sinalizado com sinais de Libras e Braille.

A novidade mais recente é a construção de comedouro e bebedouro no espaço da trilha, no intuito de atrair a fauna nativa. Com a oferta de sementes e frutas nativas, além de água, já foi possível avistar animais como raposas, furões, gato-do-mato, tatu, lagarto e aves. 

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CONGADO É FESTA DAS ALMAS E NECESSITA DE APOIO PÚBLICO, DIZ ANTROPÓLOGO

É preciso ir à festa para as quais se é convidado, para que os outros venham à sua, e que se retribua a presença dos convivas com alimentos apetitosos. Não se viram as costas para a santa ou o santo. Além disso, é bem capaz de você cruzar com alguém em uma rua, quando está na companhia dos companheiros, e o capitão se esquecer de como é a letra de determinada canção, e vocês terem que ficar parados no lugar, sem poder prosseguir.

Estas são algumas das regras do congado, manifestação do catolicismo popular, que pode se tornar patrimônio cultural do Brasil, com registro do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), e tem relação com a cultura dos bantos, da África. O congado que, por vezes, assume o nome de reinado, é prática comum no interior dos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo, geralmente no segundo semestre, para não coincidir com festividades como a Folia de Reis e períodos religiosos como a Quaresma. Há, ainda, registros da festa congadeira no Nordeste do país.

Conforme explica o antropólogo Leonardo Henrique Cruz Machado, o congado ou congada tem forte relação com São Benedito e Nossa Senhora do Rosário e se destaca por não ser mediado por uma figura como o pároco. Uma imagem da santa teria surgido em uma pedra e, após a tentativa de várias pessoas, sido removida por um negro escravizado, quando ele tocou um instrumento de percussão. 

Há sete grupos de congado, sendo um deles principal o moçambique (ou maçambique), e eles se diferenciam pelas vestimentas que seus integrantes usam e outros elementos, como o tipo de música que entoam, ligado ao candombe. O maçambique, por exemplo, canta algo que soa como um lamento. Os grupos são chamados de terno, guarda ou corte, denominação que varia conforme a região.

Para sair às ruas, os grupos de maçambique usam branco. E algumas guardas escolhem colocar turbantes e saiotes. Outras, que, em geral, tocam músicas mais rápidas, vestem peças de roupa mais coloridas. Até mesmo o penacho tem seu lugar, às vezes, remetendo aos povos indígenas. "Todas têm sua importância, sua ritualística", pontua Machado, que deve exibir, no mês que vem, um documentário sobre o congado, viabilizado pela Lei Paulo Gustavo, de incentivo à cultura.

Em relação às figuras e respectivas funções dentro de cada um dos grupos, o vilão apenas dança, não canta, e tem o papel de ir abrindo caminhos. Acompanham-no o capitão, com seu bastão, os bandeireiros, que, geralmente, são uma dupla de dançadores, e os caixeiros. (Agencia Brasil)

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FAMÍLIAS DE AGRICULTORES USAM XIQUE XIQUE NA PRODUÇÃO DE FORMA CRIATIVA

O xique-xique é um cacto muito comum na Caatinga que consegue sobreviver a longos períodos de seca e ainda hidratar animais e pessoas que vivem no sertão nordestino. Isso porque metade de sua composição é formada por água.

Na família da agricultora Ozaneide Gomes dos Santos, que mora em Petrolina (PE), o uso dessa planta sempre foi feito de forma criativa. A sua tataravó fazia um doce com o xique-xique, uma tradição que acabou se perpetuando entre as mulheres da família e que Ozaneide quer levar para o mundo.

Ela é uma das lideranças do Assentamento Mandacaru, que fica na zona rural da cidade pernambucana. No local, outras mulheres também produzem o doce, que só é vendido por encomenda.

O g1 visitou o assentamento em outubro de 2023 e, na ocasião, Ozaneide e sua mãe contaram a história delas com o xique-xique, o jeito certo de cortar a planta para ela não morrer e a busca pela patente do doce.

Durante a visita, a equipe acabou saindo um pouco da pauta depois de conhecer o seu Vicente, um agricultor que foi alfabetizado pela Ozaneide aos 60 anos de idade.

Ele cursou até o Ensino Médio e foi aceito numa universidade federal para cursar zootecnia, mas perdeu a matrícula por ter ficado doente após contrair dengue. (G1 TV Grande Rio)

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PADRE CÍCERO 180 ANOS NASCIMENTO

24 DE MARÇO é o dia aniversário do Padre Cícero.  Portanto este ano completa 180 anos do nascimento.

“O nome do padre Cícero / ninguém jamais manchará, / porque a fé dos romeiros / viva permanecerá, / pois nos corações dos seus / foi ele um santo de Deus / é e pra sempre será.” Es te é um dos temas de incontáveis folhetos de cordel espalhados pelas feiras sertóes afora.

Quem já ouviu falar dos preceitos ecológicos do Padre Cicero, muitos o seguem como exemplo de fé e religiosidade, mas poucos sabem que ele foi um dos primeiros defensores do meio ambiente, do bioma caatinga. Padre Cícero soube unir a mitologia e o poder do conhecimento dos indios Kariris.

Cícero Romão Batista nasceu em Crato, Ceará no dia 24 de março de 1844. Foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Celebrou a sua primeira missa em Juazeiro em 1871. No dia 11 de abril de 1872 fixou residência em Juazeiro. Padre Cícero faleceu no dia 20 de julho de 1934, na cidade de Juazeiro.

A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário cultural que habita a região.

Nas terras do Ceará ouvi uma das mais belas histórias. Resumo: o teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalta um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo Barroso, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.

"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.

Um outra narrativa importante encontrei na mitologia dos Indios Kariris. Nela a região é tratada como sagrada, centro do mundo, onde no final dos tempos, vai abrir um portal que ligará o Cariri  para a dimensão do divino.

A estátua do Padre Cícero encontra-se no topo da Colina. Muitos romeiros percorrem a Trilha do Santo Sepulcro. A pé eles percorrem às 14 estações trajeto marcado por frases e conselhos ambientais do Padre Cícero, que já alertava naquela época para os muitos desequilíbrios ambientais e impactos da agressão humana na natureza.

No ano de 2015 o Vaticano (Italia) reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não há mais fatores impeditivos para que o "santo popular" do interior do interior do Ceará seja reabilitado, beatificado ou canonizado, segundo o chanceler da diocese do Crato, Armando Lopes Rafael. Leia o resumo da carta do Vaticano à diocese do Crato.

Padre Cícero morreu sem conciliação com a igreja católica. 

Padre Cicero descreveu os preceitos ecológicos:

1) Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de pau; 

2) Não toque fogo no roçado nem na caatinga;

3) Não cace mais e deixe os bichos viverem; 4) Não crie o Boi e nem o bode solto; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer; 

5) Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva;

6) Não plante em serra a cima, nem faça roçado em ladeira que seja muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca sua riqueza;

7) Represe os riachos de 100 em 100 metros, ainda que seja com pedra solta;

8) Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, ate que o sertão todo seja uma mata só;

9) Aprenda tirar proveito das plantas da caatinga a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca;

10) Se o sertanejo obedecer a estes preceitos a seca vai aos poucos se acabando o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer, mas se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.

Rezemos com Fé! . Os sorrisos são a alegria da alma. Assim ouvi e aqui reproduzo...


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GOVERNO FEDERAL RETOMA COMISSÃO NACIONAL DE COMBATE Á DESERTIFICAÇÃO


A Comissão Nacional de Combate à Desertificação (CNCD) foi retomada com uma nova constituição e a meta de estabelecer estratégias e promover articulação entre as ações das políticas públicas. A medida - prevista pela lei 13.153/2015 - foi regulamentada por decreto presidencial publicado nesta quarta-feira (28), no Diário Oficial da União.  

Desde que foi criado em 2008, o grupo de caráter consultivo e deliberativo tem como principal objetivo a implementação da Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca, em atendimento ao compromisso assumido pelo país por meio da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação.

De acordo com a publicação, o colegiado permanecerá sendo presidido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima e terá a participação de outras 11 pastas do governo federal, além de instituições, agências, bancos de desenvolvimento e entidades civis dos estados que integram as Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD). Ao todo, serão 42 membros, com respectivos suplentes.

Com reuniões ordinárias anuais, o decreto determina, ainda, que a Secretaria-Executiva - exercida pela Secretaria Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável - estabeleça o regimento interno do colegiado em 120 dias, para que seja aprovado pela maioria absoluta dos membros.

O decreto estabelece também que a Câmara Interministerial de Combate à Desertificação vai promover a interlocução da CNCD com os órgãos e entidades executores as políticas públicas. O grupo interministerial terá a participação de 12 pastas governamentais e também vai acompanhar a aplicação de recursos em ações e programas de combate à desertificação no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e nas Leis Orçamentárias Anuais. (Agencia Brasil)

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ZÉ DANTAS SE VIVO FOSSE COMPLETARIA NESTA TERÇA-FEIRA 103 ANOS

Médico, poeta, folclorista e imitador eram algumas das facetas do talento de Josué Souza Dantas Filho, pernambucano do sertão de Carnaíba, cujo 103 anos de nascimento seria festeja nesta terça-feira (27/2).

O Jornal Correio Braziliense, destaca que o que o levou a ser conhecido e reverenciado nacionalmente foi sua parceria com Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. O encontro desses dois extraordinários artistas nordestinos gerou clássicos da importância de A volta da Asa Branca, Riacho do Navio, Sabiá e Xote das meninas.

Zé Dantas era, ainda, estudante de medicina, em Recife, quando conheceu Gonzagão. Mas só três anos depois é que vieram a ser parceiros, À época já estava radicado no Rio de Janeiro. Isolado na antiga capital federal, entre os plantões no Hospital dos Servidores, sempre lembrava e descrevia os contos, motes e causos em que listava personagens típicos que gostava de imitar. Esse material ele reportava para revistas e utilizava no exercício de outra das suas ocupações, no Departamento de Folclore na Rádio Mayrink Veiga.

Profundo conhecedor do legado de Zé Dantas, o pesquisador e sanfoneiro pernambucano Diviol Lira conta que, “em 1951, ao lado de Gonzagão, Humberto Teixeira e do maestro Guio de Moraes, ele produziu para a Rádio Nacional uma série de programas intitulada No mundo do baião, que focalizava a cultura nordestina. Também conhecido como Sabiá do Pajeú, ele conquistou a simpatia dos ouvintes da emissora ao apresentar imitações de personagens sertanejos, contar casos e mostrar composições inéditas inspiradas no sertão do Nordeste”.

Casado com Yolanda Simões, Zé Dantas dedicou à esposa o baião romântico A letra I, destaca Divil. “A partir dali, ela passou a usar essa vogal em seu nome. Além de Luiz Gonzaga, também contribuíram para para a perpetuação da obra do letrista, Marinês, Jackson do Pandeiro, Ivon Cury, além da neta Marina Elali. Ela gravou músicas inéditas do avô, que faleceu aos 41 anos. A morte precoce levou um dos mais importantes compositores de ritmos nordestinos”.

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AREIA: FESTIVAL CULTURAL DO BAIRRO JUSSARA

A cidade onde nasci, Areia, na Paraíba do Norte, tem um bairro chamado Jussara. Foi onde a cidade nasceu. Foi onde a cidade se fez arruado e de onde se expandiu. A ladeira da Jussara se junta às outras ladeiras da cidade, mas é diferente, é primordial. É uma ladeira que nos leva para o alto, mesmo quando a descemos. O bairro da Jussara é amplo e complexo. É sensível, afeto e amplexo. É uma revolução por dentro de um tornado. São raios que sobem aos céus em noites tempestuosas de longa duração. É ligado em alta tensão.

Nos últimos dias 23 e 24 de fevereiro, a Jussara transformou-se em modelo de autogestão cultural. Ancorada em sua associação (transfigurada em feirinha itinerante de artes, gastronomia, culinária, artesanato e sebo), conjugou, na encruzilhada da Rua do Meio e Deodoro da Fonseca, e fez nascer, crescer e prosperar o seu Festival Cultural, território livre, chão de estrela, céu das maravilhas, aura de transcendência, minutagem mágica, alquimia quântica, sanfona dos povos, carimbó das matas, poesia dos corações.

A Filarmônica Abdon Milanez recuperou sua glória, sob a batuta do Maestro Diego Cândido, o homem-música de alma sinfônica universal. Seguindo seus olhares e gestos, o sol foi colocado para dormir ouvindo um repertório popular, entre Cofrinho de Amor e Frevo Mulher, dobrados, xotes, chorinhos e sorrisos de músicos, anjos, arcanjos, serafins, querubins, caboclos, curupiras, comadres-fulozinhas, almas dos vaqueiros, cocares indígenas, coro de sabiás, reunião de entidades, bênçãos e orações.

Benditos aqueles e aquelas que construíram tão belo evento. Benditos e benditas aqueles e aquelas que acreditaram. Benditos aqueles e aquelas que deixaram suas casas nas noites frias para olhar a lua, namorada surgida por trás dos montes da Jussarinha, musa prateada cercada de nuvens. O abrigo dos mototaxistas transformou-se em palco. A rua transformou-se em plateia. O chão irregular foi tapete para quem dança. A comunidade, senhora e cidadã, custeou sua própria existência e se assumiu para a eternidade. Eu amo a Jussara. (Texto-professor mestre, doutor em Ciência da Literatura Aderaldo Lucano)
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