TARGINO GONDIM, DOMINGUINHOS, ANSELMO GOMES E A SOMBRA DO JUAZEIRO

Targino Gondim. No último dia 20 de julho, Dia do Amigo. No carro a voz de Dominguinhos e Renato Teixeira cantando a música Amizade Sincera. A amizade com Targino Gondim me presentou, proporcionou conhecer o professor, poeta e advogado Anselmo Gomes. 

Anselmo Gomes, já "partiu", desencarnou, viajou para o sertão da eternidade. É habitante de uma nova morada". Mas a alegria, as boas palavras, ações e pensamentos seguem...

Muitas vezes, lá em Exu, Pernambuco, na Varanda do Rei do Baião, Anselmo dialogava: Targino Gondim possui os segredos e nuances da noite estrelada. Cheio de sabedoria aprendeu com "Seu Targino", Luiz Gonzaga e Dominguinhos e bebeu na fonte dos vaqueiros cantadores de viola e por isto  sabe divisar o Cruzeiro do Sul do Sete Estrelo. Este sentimento poético, revelador encontramos em Zé Marcolino, Humberto Teixeira, Zé Dantas. 

Anselmo foi um dos primeiros parceiros na arte de compor com Targino Gondim, Targino no início da trajetória musical. Então, lembrei das músicas de Targino Gondim que gosto de todas. Principalmente das inéditas, ainda não conhecidas do público. Tenho o privilégio de ser amigo desse sanfoneiro e sei que os próximos anos é mais sucesso, novas músicas. Muita música boa no matulão.

Mas quero aqui confessar que meu sentimento bate mais forte quando escuto Na Sombra do Juazeiro, composição de Anselmo Gomes que Targino Gondim gravou e que Dominguinhos numa tarde ao pôr do sol lá em Exu, terra de Luiz Gonzaga revelou ser bonita demais.

Na Sombra do Juazeiro, é tema de saudade, amores, é expressão de sonho, desejo e angústia. Na canção a natureza é solidária até no sofrimento.

Vejamos:

"No meu pé de serra na sombra do juazeiro eu passo o dia inteiro pra ver ela passar mas ela não vem e eu fico esperando sozinho, lamentando aguardando por meu bem/.

E toda quinta-feira lá tem arrasta pé, Vixe, como tem mulher e tanta brincadeira vai amanhecendo o dia e eu fico esperando sozinho, matutando mas não vem quem eu queria/.

Oh tanta malvadeza faça isso comigo não se tens tanta certeza que é teu meu coração na próxima quinta-feira passe logo bem cedinho estou louco por teus carinhos e pra dançar um forrozão...

É por isto que Na Sombra do Juazeiro é minha preferida pois embala, encanta, vibra o sentimento. É um mistério que emudece. Targino Gondim e Anselmo Gomes foram contagiados aqui no ritmo, melodia e harmonia e fizeram uma música mais brasileira, tipo exportação, materializando o real sentido da palavra cultura.

Na Sombra do Juazeiro é o desenho cósmico da natureza-homem-mulher, expressão no choro solitário de dor na união dos destinos. É o juazeiro simbolo de resistência.

Que Santa Cecília protetora da música, ilumine Targino Gondim e a sua sanfona...

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PAPA DIZ QUE CLIMA EXTREMO É VOZ DE ANGÚSTIA DA TERRA, MÃE NATUREZA

O papa Francisco pediu hoje (21), no Vaticano, aos líderes mundiais que prestem atenção ao "coro de gritos de angústia" da Terra, decorrente das mudanças climáticas, condições climáticas extremas e perda de biodiversidade.

Em uma mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação, ele solicitou às nações que enfrentem as mudanças climáticas com a mesma atenção de desafios globais como guerras e crises de saúde, dizendo que o aquecimento global prejudica mais as populações pobres e indígenas.

Francisco afirmou que os países ricos têm uma "dívida ecológica" porque são eles que causaram a maior poluição ambiental nos últimos dois séculos, prejudicando o ritmo da natureza.

"Tragicamente, essa doce canção é acompanhada por um grito de angústia. Ou melhor ainda: um coro de gritos de angústia. Em primeiro lugar, é nossa irmã, mãe Terra, que grita. Vítima de nossos excessos consumistas, ela chora e implora que acabemos com nossos abusos e com a destruição dela", escreveu.

Serviços de emergência têm atuado contra incêndios florestais em partes do sul da Europa em meio a ondas de calor brutais nesta semana, provocando alertas de que a luta contra as mudanças climáticas precisa ser intensificada.

O apelo ocorre alguns dias antes de o papa partir para uma viagem ao Canadá, onde se reunirá com indígenas em Iqaluit, no ártico canadense, que faz parte da região de aquecimento mais rápido da América do Norte.

"Expostos à crise climática, os pobres sentem ainda mais gravemente o impacto da seca, inundações, furacões e ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes", disse o papa.

Ele acrescentou que, "da mesma forma, nossos irmãos e irmãs dos povos indígenas estão clamando. Devido a interesses econômicos predatórios, suas terras ancestrais estão sendo invadidas e devastadas por todos os lados, provocando um grito que sobe aos céus."


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RADIALISTA EDENEVALDO ALVES RECEBE MEDALHA SENADOR NILO COELHO NESTA QUARTA-FEIRA (20)

São 57 anos de vida e destes, 40 , dedicados à comunicação no Vale do São Francisco. Edenevaldo Alves recebe a Medalha Senador Nilo Coelho, nesta quarta-feira (20), como reconhecimento pelo seu trabalho em todos esses anos.

A honraria foi criada através da Lei Municipal 868, de 19 de agosto de 1999. É outorgada pelo Poder Executivo Municipal como gesto de justiça e reconhecimento àqueles que prestaram ou prestam relevantes serviços a Petrolina (PE).

O comunicador José Edenevaldo Alves iniciou sua carreira como radialista em 1982, na Rádio Grande Rio AM e trabalhou nos principais meios de comunicação do Vale, como a Emissora Rural, onde começou o “Programa Edenevaldo Alves”, em 1997. Em 25 anos, o programa continua líder em audiência até os dias atuais, pela Rádio Petrolina FM. No virtual, comanda o blog que leva seu nome e há sete anos leva informação com credibilidade à população.

Edenevaldo é casado com Suzana Borges Medrado Alves e pai de Monalisa, Maria Fernanda e André. Possui graduação em secretariado executivo e é pós graduado em Gestão de Pessoas pela Facape.

“Como filho dessa terra, nascido no hospital Dom Malan e apaixonado por Petrolina, me sinto hoje como se fosse uma criança que ganhasse seu primeiro brinquedo, vocês nem imaginam o orgulho que estou em receber tamanha honraria! Obrigado a todos que fazem o poder público municipal, o prefeito Simão Durando e quero compartilhar essa homenagem com minha família, todos que fazem minha família, meus ouvintes queridos do rádio, leitores do blog e claro meus seguidores do Instagram e em especial minha mulher Suzana, minhas filhas Monalisa e Maria Fernanda e meu filho André. Quero ainda registrar minha gratidão a Deus, porque nada disso seria possível sem a Sua permissão”, agradeceu.

A entrega da medalha Senador Nilo Coelho acontece nesta quarta-feira (20), a partir das 19h, na Câmara de Vereadores de Petrolina.

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EXPOSIÇÃO CELEBRA OS 50 ANOS DO MOVIMENTO ARMORIAL. MOVIMENTO FOI CRIADO POR ARIANO SUASSUNA

Personagem recorrente na obra do dramaturgo, professor, pintor e escritor Ariano Suassuna (1927-2014), a Onça Caetana é quem dará as boas-vindas ao público que visitar a exposição Movimento Armorial 50 Anos a partir desta quarta-feira (20) no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), no centro da capital paulista. A exposição, gratuita, segue até o dia 26 de setembro.

Símbolo da morte, a Onça Caetana já foi representada de várias formas pelo próprio escritor. Uma delas foi registrada em uma de suas iluminogravuras, uma técnica que alia a iluminura [decoração de letras capitulares] com os processos de gravação em papel.

 Em uma das pranchas do álbum Dez Sonetos com Mote Alheio, Suassuna desenhou a Onça Caetana de corpo amarelo e bolinhas vermelhas e asas imensas. E é essa forma que acabou sendo escolhida pelos bonequeiros mineiros Agnaldo Pinho, Carla Grossi, Lia Moreira e Pedro Rolim para virar uma imensa e bela escultura, que agora figura no espaço central do térreo do CCBB.

“A Onça Caetana foi desenhada pelo Ariano Suassuna. Vocês vão ver, na exposição, que ele a representou diversas vezes. A onça é uma mitologia do folclore nordestino. E conseguimos um bonequeiro de Belo Horizonte, que nos fez essa onça maravilhosa, que nos recebe logo na entrada”, disse Denise Mattar, curadora da exposição.

A Onça Caetana e as iluminogravuras fazem parte do Movimento Armorial, que foi lançado por Suassuna em 1970, no Recife, com a proposta de produzir uma arte brasileira ligada às raízes da cultura popular, mas ao mesmo tempo erudita e universal. O movimento percorreu diversos caminhos: passou pela pintura, pela música, pelo teatro, pela dança e pela literatura. Dessa forma, reuniu a literatura de cordel, a música de viola, a xilogravura, o maracatu, a cavalhada e o reisado.

“Pensei em reunir um grupo de artistas que atuassem em todas as áreas e que tivessem preocupações semelhantes às minhas para que nós, juntos, procurássemos uma arte brasileira erudita fundamentada nas raízes populares da nossa cultura. E, através dessa arte, a gente lutar contra esse tal processo de descaracterização da cultura brasileira", descreveu Suassuna certa vez sobre o movimento, em uma entrevista.

A exposição, que já passou pelos CCBBs de Belo Horizonte e Rio de Janeiro, apresenta 140 obras, algumas delas que jamais tinham deixado o Recife. Além de Suassuna, há também trabalhos de sua esposa Zélia Suassuna, Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga e Lourdes Magalhães. A curadoria é de Denise Mattar e a coordenação geral de Regina Rosa de Godoy.

Diferentemente dos demais espaços por onde já passou, em São Paulo a mostra traz ainda duas novidades. “Temos dois momentos que não estiveram nas outras exposições: no primeiro andar vamos ter um espaço para a xilogravura. As pessoas vão poder visitar a exposição e fazer uma xilogravura. E um segundo momento é uma obra que está no terceiro andar, chamada Bumba meu boi, do Francisco Brennand”, disse Regina Godoy.

EXPOSIÇÃO: Após encontrar a Onça Caetana, o visitante será conduzido ao quarto andar do edifício, onde está o núcleo Ariano Suassuna, Vida e Obra, que apresenta uma cronologia ilustrada, livros e manuscritos do escritor e vídeos de suas famosas aulas-espetáculos. Nesse andar também se encontra o famoso alfabeto sertanejo.

Já no terceiro andar estão os figurinos criados pelo artista pernambucano Francisco Brennand (1927-2019) para o filme A Compadecida (1969), de George Jonas, baseado na peça O Auto da Compadecida, de Suassuna. Além dos desenhos originais, esse núcleo apresenta as roupas dos personagens do filme que foram recriadas para a exposição, com exceção do figurino da personagem da Compadecida, que é original e foi usado pela atriz Regina Duarte para o filme.

O segundo andar, por sua vez, apresenta os dois momentos do Movimento Armorial: a chamada fase experimental e a segunda fase. Na fase experimental, com o início do movimento, há apresentação dos trabalhos de Fernando Lopes da Paz e Miguel dos Santos e uma sala especial dedicada à obra de Gilvan Samico. Aqui também se apresenta um resgaste da Orquestra e do Quinteto Armorial, grupos que criaram uma música erudita com influência popular. Já na segunda fase se encontram as iluminogravuras de Suassuna, a tapeçaria e as cerâmicas feitas por sua esposa Zélia Suassuna e os espetáculos do grupo de dança Grial.

No primeiro andar do edifício do CCBB serão apresentadas as produções de cinema, teatro e TV que adaptaram os livros de Suassuna. Nessa andar também haverá espaço para as oficinas de xilogravura e contações de histórias. “Também criamos um espaço, com uma parede imantada, com elementos das iluminogravuras que as crianças vão poder montar”, disse a curadora.

A exposição termina no subsolo, onde se encontram xilogravuras assinadas pelo mestre J.Borges [que está sendo homenageado, em São Paulo, em uma exposição no Centro Cultural Fiesp], além de referências a folguedos populares como o maracatu, o reisado e o cavalo-marinho, reunindo máscaras, trajes, fotos, estandartes e adereços.

A partir de agosto, o público poderá ter um contato mais próximo com o Movimento Armorial, com uma programação paralela à exposição: haverá uma aula espetaculosa apresentada pelo filho de Suassuna, Manuel Dantas Suassuna, bate-papos e uma série de espetáculos musicais. Além disso, haverá um tour virtual pela exposição, com duas horas de música armorial, por meio do acesso ao QRCode que estará localizado em alguns lugares da mostra. Também está sendo disponibilizada uma playlist no Spotify do Banco do Brasil.

“A exposição fica fixa até setembro e, além dela, temos eventos complementares: cinco encontros para a música e também temos as conversas que vão versar sobre artes plásticas, música, teatro e dança e vai mostrar essa efervescência cultural”, disse a coordenadora geral da mostra, Regina Godoy, em entrevista à Agência Brasil.

“Eu faço parte desse universo nordestino que está aqui. Sou filha desse universo. Minha mãe veio para cá, para São Paulo. Para mim, é uma honra trazer esse sonho para cá, fazendo essa ponte para que essas raízes sejam lembradas e homenageadas. Espero que as pessoas que visitarem a exposição se reconheçam aqui, se reconectem com essa arte que existe dentro delas”, destacou Regina.

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RÁDIO JUAZEIRO: PROGRAMA MENSAGEIRO RURAL COMPLETA 36 ANOS

O programa de Rádio Mensageiro Rural completa, hoje (20), 36 anos no ar. Apresentado pelo professor do curso de Agronomia do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) do Campus III da UNEB, em Juazeiro, engenheiro agrônomo, extensionista rural e radialista, José Humberto Felix de Souza. É o programa de maior audiência do Vale do São Francisco.

O Mensageiro Rural foi criado em 1986, pelos agrônomos e extensionistas rurais, José Humberto Felix de Souza e Erinaldo Bezerra da Silva, a iniciativa esteve vinculada à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) da Bahia, transformada em Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) e hoje Bahiater, até 1997.  

Atualmente o programa é apresentado pelo professor José Humberto e participação do professor Rubens Carvalho.

O vereador Mitu destaca que o programa estabelece diálogo com as comunidades rurais e transmite informações técnicas para os agricultores. "Tenho uma grande participação neste programa e sem sombra de dúvidas ele soma mais ainda na vida dos nossos agricultores. São destacadas informações importantes sobre a área rural. Parabéns e desejo muito sucesso".

Fonte: Ascom Vereador Mitu do Sindicato

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CANTOR JOÃO GOMES SE EMOCIONA EM EXU, PERNAMBUCO AO VISITAR ESTÁTUA DE LUIZ GONZAGA

O cantor João Gomes é um sucesso no Brasil. Nas redes sociais, rádio, televisão e shows. Aos 20 anos de idade, natural de Serrita, Pernambuco, ele ganhou o Brasil com o hit "Meu Pedaço de Pecado". A fama que ganhou é do tamanho de sua valorização pelo alicerce que ele viveu nos sertões. A cultura gonzagueana, dos aboiadores e cantadores de viola.

No final de semana o cantor colocou Exu, Pernambuco, em rede nacional através da emoção em visitar a terra de Luiz Gonzaga, Exu, dessa vez numa nova trajetória. Ele retornava do Crato, Ceará, onde realizou um show na Expocrato-uma das maiores festas da América Latina. Emocionado aos pés da Estatua em Exu João Gomes declarou: "É a imagem mais bonita do mundo".

 "Estou muito feliz. Feliz de verdade com tudo que estamos conquistando. Mas são momentos em que lembro o que passei para chegar até aqui, da família, e passa um filme", ressaltou João Gomes que é considerado atualmento como o atual fenômeno musical, número 1 nas plataformas digitais, 

O monumento em Exu, foi construído ao lado do Parque Branca, onde fica o Museu do Gonzagão, e a escultura representa o Rei do Baião com o pé direito em cima de um banco, a sanfona do lado, a mão esquerda segurando o gibão sobre as costas e a mão direita segurando a sanfona.

Construído em concreto armando e esculpido no estilo acadêmico sem uso de forma, o trabalho é uma técnica especial na construção de esculturas.

Em meados de julho de 2021, João Gomes chegou a ser o único brasileiro a marcar presença no Top 50 Global do Spotify com o sucesso do hit "Meu Pedaço de Pecado" e lançou seu primeiro DVD, intitulado "Eu Tenho a Senha", com participações especiais como Tarcísio do Acordeon e Vitor Fernandes.

Nascido em Serrita, no interior do Pernambuco, João Gomes chama atenção pelo timbre grave e marcante tão jovem. João Gomes sempre destaca que carrega a cultura da vaquejada em seu DNA artístico e leva o piseiro para os ouvidos mais diversos do Brasil após ter viralizado nas redes sociais.

Em rede nacional este ano, João Gomes revelou que foi ainda em 2019, quando era aluno de agropecuária no Instituto Federal da Zona Rural de Petrolina, que ele passou a viver da música. O cantor se juntou a alguns amigos para se apresentar em uma reunião da turma e passou a participar de outros eventos. "O povo foi sentando ao redor assim e foi gostando. Eu disse: "Rapaz, esse negócio aqui de cantar forró é bom", disse.

Aplaudido por Neymar, Hulk, Ivete Sangalo e Wesley Safadão, ídolos da sua infância, João jura que não se deslumbra. Tímido, coloca nas músicas românticas que faz a saudade do que ainda não viveu.

Ainda lembrando Belchior, o verso de “Apenas um Rapaz Latino Americano” sintetiza bem a história de João Gomes: “Mas trago de cabeça uma canção do rádio em que um antigo compositor baiano me dizia: Tudo é divino, tudo é maravilhoso”.


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CULTURA E E EDUCAÇÃO: PROFESSORA SERGIANA TAVARES PRESTA HOMENAGEM AOS 200 ANOS DO BARÃO DE EXU

O município de Exu, Pernambuco, comemorou o bicentenário do nascimento do Barão de Exu. A professora Sergiana Tavares escreveu um cordel sobre a história do Barão de Exu, por ocasião das comemorações de seu bicentenário na Fazenda Araripe em Exu.  

O evento foi realizado pelo Instituto Histórico Barão de Exu durante os dias 15, 16 e 17 de julho e contou com uma vasta programação incluindo entrega de medalhas comemorativas, quadrilhas, forró pé de serra e missa solene. 

Sergiana é exuense mas há 20 anos mora em Crato, Ceará, onde leciona Literatura na Universidade Regional do Cariri – URCA. Tem mestrado em Educação, pela Universidade Lusófona, Portugal, e doutorado pela Universidade Federal do Ceará - UFC.

Sergiana estudou a vida toda em escola pública, terminando o ensino médio no Colégio Bárbara de Alencar em Exu e  logo em seguida ingressando no curso de Letras da URCA. Para conseguir fazer a graduação ia diariamente de Exu para Crato, enfrentando todas as condições adversas e, assim, concluir a licenciatura em Letras.

Ela é uma apaixonada pela cultura popular, especialmente pela literatura de cordel. Desde criança ouvia sua mãe recitando cordel, que seu pai comprava na feira nos dias de sábado. Quando aprendeu a ler, foram os primeiros e por muito tempo, os únicos  “livros” a que teve acesso diante das dificuldades financeiras enfrentadas na época. 

Ela crê que vem dessa época a sua paixão pela poesia em geral  e em  particular pela poesia popular. Quando jovem, começou a fazer algumas poesias e ganhou alguns concursos desse gênero dos quais participou. Chegou a fazer parte da Associação de Poetas de Exu, quando produziu alguns poemas, mas com a intensificação dos estudos e do trabalho e sua ida para o Crato, deixou a poesia de lado e só recentemente começou a produzir, esporadicamente, algumas poesias sempre em  homenagem a algum amigo. 

No entanto, ela conta, que a alguns meses recebeu o convite da presidente do Instituto Cultural Barão de Exu, a escritora Thereza Oldam, para participar da comissão da festa do bicentenário do Barão. Como as reuniões eram realizadas em Exu, ela não pode participar de nenhum dos encontros e começou a se sentir em débito não só com dona Thereza Oldam mas porque, como exuense,  queria contribuir de alguma forma com um evento tão importante para o Exu.

Foi quando surgiu a ideia de fazer uma poesia em homenagem ao Barão. Ela iniciou com a ideia de fazer apenas um poema, mas foi se aprofundando na história dele e percebeu que não tinha como fazer um poema curto. E assim, o poema foi ganhando cada vez mais estrofes e quando viu já tinha escrito 67, ou seja, tinha escrito um cordel. 

Foi o primeiro cordel, portanto que ela escreveu. Nele, ela conta toda a saga da família Alencar, desde a saída de Portugal até seu estabelecimento em Exu e daí a história de Gualter Martiniano, a promessa que resulta na construção da famosa capela de São João Batista no Araripe e  a continuação dos festejos por  seus descendestes. Ela  usou como fonte o livro Igreja de São João Batista do Araripe – Sesquicentenário, de Thereza Oldam de Alencar.

O Instituto Histórico Barão de Exu resolveu publicar o cordel, para o qual a autora cedeu todos os direitos autorais. Foram impressos mil exemplares tendo a coordenação editorial de Dario André Peixoto de Carvalho e a coordenação de design e ilustração de George Cruz Silva. Estão disponíveis para a venda na sede do Instituto, na fazenda Araripe, cuja renda será revertida para o mesmo.

Professora Sergiana Tavares diz que não se considera cordelista e nem poetisa. Mas apenas alguém que faz poesia quando o tema a encanta, como quando homenageia seus amigos queridos ou quando a história a instiga, como a história do Barão que narrou em forma de versos no presente cordel.


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