ECOLOGIA: EMPRESA DESISTE DE PARQUE EÓLICO EM ÁREA DA ARARINHA AZUL

Comunicado distribuído pela Voltalia informa que a empresa desistiu de gerar energia eólica próximo ao local de reintrodução da ameaçada ararinha-azul, em Curaçá, no interior da Bahia. No comunicado, a empresa afirma “que não possui e nem tem intenção de iniciar projetos eólicos” no local. Comenta, ainda, “que chegou na região há cinco anos, em 2017, para realização de estudos. Mais recentemente, contudo, com a confirmação da reintrodução das aves na localidade, a empresa optou por descontinuar todas as ações que encontravam-se em andamento”.

A nota citada pela imprensa regional foi veiculada em resposta ao abaixo-assinado da Change.org, mas não consta na página da empresa.

Como descrito em reportagem de ((o))eco, a Voltalia pretendia gerar 288 Megawatts no Complexo Eólico Serra da Borracha, com 48 turbinas distribuídas em “linhas retas orientadas principalmente na direção Norte-Sul” e em seis parques apartados. Estudos sobre a fauna regional eram conduzidos pela companhia para o futuro licenciamento do projeto, pelo governo estadual. De origem francesa, a empresa tem outros empreendimentos eólicos em localidades como São Miguel do Gostoso e Serra Branca, no Rio Grande do Norte, além de negócios com produção, venda e distribuição de energia no Brasil e no Exterior.

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) foi extinta da natureza em 2000, pelo desmatamento, caça e tráfico. Um primeiro grupo com 8 aves criadas em cativeiro foi liberado num refúgio de vida silvestre em Curaçá e Juazeiro, na Bahia, em 11 de junho. A reserva é rodeada por uma área de proteção ambiental, também federal. Somam juntas 1.200 km², cerca do dobro da área da capital Salvador. As áreas protegidas são cortadas pela rodovia BA-120. Outros projetos energéticos não estão descartados do futuro da região de Curaçá, que tem alto potencial para geração de energia.

A reportagem é de Aldem Bourscheit. Jornalista cobrindo histórias sobre Conservação da Natureza, Crimes contra a Vida Selvagem, Ciência, Comunidades Indígenas e Tradicionais. Atuou em jornais, rádios, organizações não governamentais, setor privado e governamental. Pós-graduado em Meio Ambiente, Economia e Sociedade pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Argentina). Especializado em Políticas Socioambientais e Públicas. Membro da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental. FONTE: https://oeco.org.br/noticias/empresa-desiste-de-parque-eolico-em-area-da-ararinha-azul/

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VAZÃO DA BARRAGEM DE SOBRADINHO DEVE AUMENTAR NA SEGUNDA QUINZENA DE JULHO


A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) informa que a vazão praticada no reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho permanecerá na média diária de 1.200 metros cúbicos por segundo (m³/s), com perspectiva de ser elevada para 1.600 m³/s a partir da segunda quinzena de julho, podendo haver alteração neste valor em função do processo de otimização energética envolvendo as diversas regiões do País, coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.

A vazão foi definida em reunião coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA realizada em 05/07/2022, quando também se definiu que a UHE de Xingó, deve permanecer no patamar ora praticado de vazões médias diárias de 1.100 m³/s, com possibilidade de elevação para até 1.600 m³/s, a depender do comportamento da geração eólica e das necessidades de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN.

Importante observar que a elevação de vazão registrada recentemente no Baixo São Francisco ocorreu em virtude das chuvas na região situada a jusante da UHE Xingó, não tendo relação, portanto, com a vazão praticada pela referida Usina.

A Chesf reforça ainda a importância para a não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, visto que em condições emergenciais,  a exemplo da necessidade de maximização de geração para atendimento ao SIN, as usinas de Sobradinho e Xingó têm a capacidade de turbinar vazões da ordem de 4.200 m³/s e 3.000 m³/s, respectivamente.

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ÓPERA DA SERRA DA CAPIVARA RETORNA COM HOMENAGEM A NIÉDE GUIDON

Após dois anos suspensa devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a Ópera da Serra da Capivara retorna em 2022 para a quarta edição. O evento, que será realizado entre os dias 26 e 30 de julho, volta a iluminar o anfiteatro da Pedra Furada, no Parque Nacional Serra da Capivara, e a Praça do Abrigo, em São Raimundo Nonato. 

Este ano somam-se às atrações Roberta Sá, Dona Onete, Cordel do Fogo Encantado, Cátia de França, Ostiga Júnior e o DJ Gil Preto, à programação diversa da Ópera - um espetáculo multissensorial que reúne música, dança, teatro e iluminação artística, combinados com shows de artistas brasileiros e discotecagem moderna, que conferem à noite sertaneja ritmos, tons e sotaques de diferentes lugares do Brasil.

ATO NIÉDE GUIDON: Desta vez, o ato principal das noites da Ópera trará como tema uma homenagem especial à Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira especializada em pré-história. Ela foi uma das responsáveis pela criação do Parque Nacional da Serra da Capivara e é um dos nomes mais atuantes na conservação e na manutenção de relíquias pré-históricas em solo brasileiro. 

Seus estudos no interior do Piauí datam desde a década de 1970, contribuindo não apenas para a criação do Parque, mas também com iniciativas educacionais e sociais para impulsionar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população da região.

O Parque Nacional da Serra da Capivara, criado em 1979, fica no sudeste do Piauí, ocupando parte dos municípios de São Raimundo Nonato, São João do Piauí, Canto do Buriti, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. É considerado o território com o maior número de sítios arqueológicos das Américas. 

Lá existem mais de 1,3 mil registros pré-históricos da presença humana espalhados em 130 mil hectares de área. Por sua importância histórica e cultural foi classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial Cultural, em 1991, e tombado como Patrimônio Nacional pelo IPHAN (1993).

Em reportagem do The New York Times publicada em janeiro de 2022, o Parque foi o único destino turístico brasileiro citado dentre 52 lugares no mundo para se conhecer, e ainda classificado como "imperdível" pelo jornal americano.

PROGRAMAÇÃO: 

Primeiro dia - 26 de julho/2022 Praça do Abrigo – São Raimundo Nonato 20:00: show  Cátia de França

Segundo dia – 27 de julho/2022 Praça do Abrigo – São Raimundo Nonato 20:00: show com Ostiga Junior

Terceiro dia – 28 de julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – show da Roberta Sá

Quarto dia – 29 de julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – Show do Cordel do Fogo Encantado

Quinto dia – 30 de Julho/2022 Pedra Furada – Parque Nacional Serra da Capivara 19:00 – Ato Niéde

20:30 – Gil Preto - Brasilidades 21:00 – Dona Onete

*Serviço: Ópera da Serra da Capivara - Ato Niéde

Quando: de 26 a 30 de julho de 2022

Onde: Parque Nacional da Serra da Capivara

Ingressos: Os ingressos já estão à venda pela internet pelo SYMPLA. 

Mais informações em www.operadaserradacapivara.com.br

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O GENIAL TALENTO DA COMPANHIA CABELO DE MARIA

Renata Mattar uniu-se ao músico Gustavo Finkler e, juntos, fundaram a Cia Cabelo de Maria, no ano de 2007. Inicialmente, a proposta era fazer um espetáculo com o vasto material recolhido por Renata em seus mais de 10 anos de pesquisa pelo Brasil registrando cantos de trabalho, ou seja, comunidades que ainda trabalhassem em mutirão cantando ou que alguma vez tivessem cantado no trabalho coletivo e ainda lembrassem daquelas cantigas.

Em dezembro de 2007, o selo SESC lançou o CD “Cantos de Trabalho” com a Cia Cabelo de Maria e a participação das destaladeiras de fumo de Arapiraca, obtendo grande reconhecimento do público e da crítica especializada.

As cantigas apresentadas no show “Cantos de Trabalho” vêm das destaladeiras de fumo de Arapiraca (AL), das descascadeiras de mandioca de Porto Real do Colégio (AL), das plantadeiras de arroz de Propriá (SE), da farinhada da comunidade de Barrocas (BA), da colheita de cacau de Xique-Xique (BA), da bata do feijão de Serrinha (BA) e das fiandeiras de algodão do Vale do Jequitinhonha (MG).

Musicalmente, os arranjos privilegiam o formato acústico, passeando por uma variada gama de estilos e ritmos regionais brasileiros. As vozes femininas vêm em primeiro plano, auxiliadas pelos cantos e contracantos do violão, da viola caipira e do violino. A percussão é feita com instrumentos convencionais e com os próprios objetos utilizados na lida.

No ano de 2009 a gravadora Pôr do Som convidou a Cia Cabelo de Maria para gravar um cd com canções do período junino dedicado ao público infantil. Nascia aí São João do Carneirinho.

O CD São João do Carneirinho traz dezoito canções destinadas ao público infantil. Para comemorar, buscamos um repertório cheio de brincadeiras onde o público é convidado a participar cantando e fazendo várias brincadeiras.

O grupo faz uma celebração do período junino, quando se agradecem as colheitas realizadas e se acendem as fogueiras fazendo pedidos para o próximo ano.Coco, xote, baião, marchinhas, formam a riqueza e a variedade de ritmos para alegrar a garotada em “São João do Carneirinho” .

Uma homenagem a Luiz Gonzaga, o eterno rei do baião, que nesse ano de 2022, completa 110 anos de nascimento e que tantas canções de São João compôs. Além dele, outros compositores constam do espetáculo. Clássicos como “Farofa fa” e “Severina Xique Xique” garantem a diversão.

O espetáculo foi contemplado pelo projeto Rumos e gravou o seu dvd no mês de julho de 2011.

Já em 2010 a Editora Saraiva juntamente com o escritor Ricardo Azevedo convidaram a Cia Cabelo de Maria a musicar os poemas deste autor no livro “Como Tudo Começou”.

Uma idéia antiga de Ricardo era tornar canções os poemas do citado livro. Para isso, chamou o músico Gustavo Finkler e os dois realizaram doze parcerias, que compõem este espetáculo e que agora estarão em um cd encartado no livro.

São músicas que passeiam por diversos ritmos brasileiros e do cone sul, como baião, chacarera, samba, valsa brasileira e outros.

Os poemas falam do nascimento e de toda a intensidade de se chegar ao mundo. Pais, avós, brinquedos, imagens, tudo é novidade para o recém chegado. Como diz Ricardo Azevedo, “cada pessoa que nasce tem a vida em sua mão”.

Um trabalho sensível e divertido para todas as idades: dos bebês homenageados nos poemas aos avós dos mesmos.

Além disso, Renata segue sua pesquisa com música regional brasileira e, dada a qualidade do material, sem demora a Cia Cabelo de Maria apresentará novidades.

FONTE: http://gustavofinkler.tnb.art.br/

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MUDANÇAS CLIMÁTICAS AUMENTARAM A INTENSIDADE DAS CHUVAS, DIZEM PESQUISADORES

As mudanças climáticas causadas pelas ações humanas contribuíram para intensificar a força das chuvas que afetaram alguns estados do Nordeste e especialmente Pernambuco entre o fim de maio e o começo de junho e deixaram 130 mortos no Estado, além de dezenas de milhares de desabrigados e desalojados. E, caso o aquecimento global não estivesse em curso, sem o atual aumento de 1,2º C em relação aos níveis pré-industriais, os temporais teriam sido um quinto menos intensos.

As conclusões são de estudo do World Weather Attribution, divulgado nessa terça-feira (5). A pesquisa reuniu cientistas do Brasil, Reino Unido, Holanda, França e Estados Unidos. A entidade investiga a relação das mudanças climáticas com os eventos extremos observados no planeta, como o caso das chuvas torrenciais que devastaram Pernambuco. 

As análises que ratificaram a influência da atividade humana no aumento da intensidade da chuva no Estado partiram de modelos climáticos simuladores do evento meteorológico em dois cenários: sem a emissão de gases do efeito estufa e com o aumento da temperatura do planeta em cerca de 1,2º C - próximo, inclusive, ao limiar de 1,5º C apontado como ponto irreversível do aquecimento global. 

O estudo selecionou 75 estações pluviométricas da região com dados consistentes desde a década de 1970. As análises incluíram a quantidade de chuva que caiu em intervalos de sete e 15 dias. “Concluímos que as mudanças climáticas causadas pelo homem são, pelo menos em parte, responsáveis pelos aumentos observados na probabilidade e intensidade de eventos de chuva intensa notados em maio de 2022”, diz trecho da conclusão do estudo.

Os resultados ainda são consistentes com as projeções futuras de chuvas fortes no Nordeste e, por tabela, sugerem que as tendências continuarão a aumentar caso as concentrações de gases do efeito estufa continuem em progressão. “Devido às mudanças climáticas, outros fatores, como o aumento do nível do mar e as marés mais altas, podem aumentar a vulnerabilidade às chuvas fortes, levando a mais inundações urbanas no Recife, por exemplo”, cita outra parte da conclusão do estudo.

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TRIBUTO A LAMPIÃO SERÁ REALIZADO ENTRE OS DIAS 27 A 31 EM SERRA TALHADA

Serra Talhada vai relembrar as datas de nascimento e de morte de Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, com muita música, poesia, teatro, dança, fotografia, literatura, artesanato e gastronomia. O Tributo a Virgolino - A celebração do Cangaço, evento promovido pela Fundação Cabras de Lampião, vai ser realizado entre os próximos dias 27 e 31 de julho na Estação do Forró e no Museu do Cangaço da cidade, de forma gratuita, para munícipes e turistas que queiram celebrar a história do Rei do Cangaço.

Na programação está a encenação ao ar livre do espetáculo teatral O Massacre de Angico - A Morte de Lampião, escrito por Anildomá Willans de Souza e dirigido por Izaltino Caetano. No elenco, atores da região, que vão mostrar o talento dos artistas sertanejos, e também de outras localidades do estado. Ao todo, mais de 80 atores e figurantes vão entrar no palco.

O evento, que é realizado anualmente desde 1994, reunirá grupos musicais, folclóricos, violeiros repentistas, cantores, poetas e pesquisadores do cangaço, para expressar a cultura de raiz. Haverá uma integração entre as mais diversas linguagens artísticas  demonstrando a força da cultura popular. "Comemorar seus mitos, festejar datas, celebrar fatos, é comum aos povos que têm cultura e que valorizam a sua história", comentou Cleonice Maria, uma das responsáveis pelo Tributo a Virgulino.

"A realização do Tributo a Virgolino - A Celebração do Cangaço, integrando diversas linguagens culturais, na terra onde Lampião nasceu, é de majestosa autenticidade, de um valor simbólico imensurável, e que poucos eventos possuem", explicou também Anildomá Willans de Souza, um dos organizadores da grande festa.

Toda a programação é gratuita. O incentivo é do Funcultura/ Fundarpe/Secretaria de Cultura/Governo de Pernambuco, com o apoio da Prefeitura de Serra Talhada/Fundação Cultural de Serra Talhada. A produção é da Fundação Cultural Cabras de Lampião e da Agência Cultural de Produção e Criação.

A programação completa está disponível nos sites: www.museudocangaco.com.br e www.cultura.serratalhada.pe.gov.br e no Instagram do Museu do Cangaço @museudocangacost.

LAMPIÃO - Virgolino Ferreira da Silva, que entrou para a história com a alcunha de Lampião, nasceu no dia 7 de julho de 1897, e morreu no dia 28 de julho de 1938 ao lado de sua companheira Maria Bonita. O mais famoso casal de cangaceiros, que dividiu a história do sertão brasileiro em antes e depois da passagem deles pela terra, até hoje são amados e odiados. 

"Lampião é um marco na história do Nordeste. Para uns, herói; para outros, bandido. A verdade é que qualquer brasileiro tem uma opinião a respeito do famoso cangaceiro pernambucano. Sua história se confunde com a própria história do nordeste brasileiro", comentou Anildomá.

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MULHERES DE CURAÇÁ PROMOVEM EMPODERAMENTO E GERAM RENDA ATRAVÉS DE PRODUÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR

Agregar valor aos produtos, aproveitar as potencialidades da localidade para gerar renda e fortalecer a identificação com o modo de vida tradicional de uma comunidade de Fundo de Pasto. É dessa forma que agricultora/es de Esfomeado, em Curaçá, estão se organizando para garantir a melhoria da renda e também somar na luta pela defesa e a identificação da população com o seu território.

A Associação de Mulheres em Ação da Fazenda Esfomeado (Amafe), atua desde setembro de 2013 para estimular a participação feminina nos espaços comunitários e gerar renda. Com a construção de uma unidade de beneficiamento, a entidade reforçou a missão junto às famílias agricultoras. 

“O objetivo principal é o empoderamento da mulher. Dar visibilidade, dar espaço de vez e de voz, trazer a mulher para as discussões sociopolíticas da comunidade. Esse foi o primeiro intuito da associação. Pós a fundação da entidade, a gente começa a pensar em agregar uma renda para essas mulheres e assim foi a ideia da agroindústria. A gente inicia com o beneficiamento do biscoito de sequilho e os derivados da mandioca, por também entender que a mandioca é um elemento que nós não temos na comunidade, mas temos em comunidades vizinhas e a ideia era justamente da unidade entre as comunidades, dessa geração de renda local, da troca de experiências”, afirma Cristiane Ribeiro, presidenta da Amafe.

Com a unidade de beneficiamento, a Amafe consegue auxiliar a/os agricultora/es no escoamento da produção. Atualmente, são feitos por mês, aproximadamente, 50 quilos de biscoito, 20 litros de licor e 150 potes de geleia.

 “A gente hoje está trazendo um diferencial, não só geleias das frutas da Caatinga, mas também geleias do quintal das agricultoras e dos agricultores. A gente faz geleias de tomate, de cebola, de pimentão; que são ingredientes que são possíveis de serem plantados em hortas comunitárias ou individuais. E aí você ter essa renda, não só quem está no beneficiamento da unidade, mas também quem está lá no seu quintal produtivo ter pra onde vender o seu produto”, explica Cristiane.

DONA ODETE: Os rótulos dos produtos beneficiados estampam o nome “Dona Odete”, que é uma mulher da comunidade de Esfomeado que serve de inspiração para as demais quando o assunto é participação ativa na sociedade, união e independência. 

Cristiane Ribeiro destaca que Dona Odete “Foi a primeira ativista, a primeira empreendedora social da comunidade. Ela começa trazendo ainda nos anos 70 o associativismo, ela já trazia essa ideia de unidade, já promovia os aspectos sociopolíticos e veio fazendo um trabalho muito bacana dentro do processo social, da busca de direitos, na luta por igualdade, por políticas públicas. Foi uma forma que encontramos de manter viva essa trajetória bacana de uma mulher, que lá nos anos 70, dentro da invisibilidade maior da mulher e, ainda, diante do processo do machismo, ela era uma dona de casa , tinha filhos e mesmo assim ela saia do discurso pra fazer a prática”.

A vice-presidente da Amafe, Cíntia Graciela dos Santos, afirma com orgulho que a inspiração e o legado da Dona Odete vão ser levados sempre adiante, através da atuação das mulheres. 

“Estamos sempre propagando: somos mulheres, podemos mais, podemos estar onde queremos estar! Por mais Odetes, vamos levar a nossa história, a nossa raiz. Eu, mais uma Odete, junto com essas Odetes aqui, queremos mais e não vamos parar. Não vamos parar em momento algum! Vamos trazer mais, vamos ousar mais e vamos sair mais. Em qualquer espaço a gente vai estar. Sempre, vocês aí nas estradas da vida, vão saber: as Odetes passaram, porque a ousadia a gente traz no Sangue!”, expressa orgulhosa Cíntia Graciela.

O trabalho da associação já envolve diversos moradores das comunidades no território, seja na produção das matérias-primas ou no beneficiamento e comercialização. O plano é aumentar o alcance das atividades.

 “A gente começa a perceber horizontes. É possível que mais mulheres venham para o projeto, é possível a gente conseguir atingir mais mulheres. Hoje estamos com 15 mulheres na entidade, formalizadas, mas nós temos de forma indireta um contingente de mais de 30 mulheres. E famílias, a gente tem em torno de 50” destaca Cristiane.

Os produtos da Amafe podem ser encontrados em lojas ou feiras de agricultura familiar da região, inclusive no Armazém da Caatinga, loja da agricultura familiar inaugurada recentemente na orla de Juazeiro-BA.

FONTE: Texto e fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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