CENTRO SABIÁ INICIA PROJETO MÃOS QUE ALIMENTAM NO AGRESTE DE PERNAMBUCO

Cinquenta famílias rurais chefiadas por mulheres dos municípios de Cumaru e Orobó, no agreste do Estado, participam de uma nova ação do Centro Sabiá. 

O projeto Mãos que Alimentam visa promover a autonomia econômica e a soberania e segurança alimentar e nutricional no Semiárido pernambucano, por meio da implantação de quintais produtivos, de assessoria técnico-pedagógica contínua e do intercâmbio entre agricultoras para troca e fortalecimento de experiências e conhecimentos, dentro da metodologia camponês/a a camponês/a.

O empoderamento das famílias agricultoras são elementos intrínsecos para promoção da agroecologia, neste sentido o Mãos que Alimentam prevê a realização de dez oficinas formativas em temáticas agroecológicas e de gênero. “A chegada desse projeto para beneficiar famílias chefiadas por mulheres no território, vem para contribuir com a garantia ao direito à alimentação de qualidade, com a visibilidade do trabalho das mulheres agricultoras na produção de alimentos, e com isso contribuir para a autonomia econômica e o empoderamento feminino no campo”, explica Juliana Peixoto, coordenadora territorial do Centro Sabiá, no Agreste.

Dona Gilvaneide da Silva Barbosa, de 37 anos, moradora da comunidade Morro do Macaco em Orobó, aguarda o projeto com ansiedade, “muito bom pra gente, esse projeto chegar agora”, declara animada. Dona Gilvaneide ainda nem sabe que também serão instalados 30 fogões agroecológicos, tecnologia social de baixo impacto ambiental, que irá ajudar a promover dignidade alimentar e economia às famílias, reduzindo custos e riscos associados à produção de alimentos, pois a alta constantes no preço do gás de cozinha, vem diminuindo o acesso de muitas famílias ao fogão de gás e expondo aos perigos de improvisar no preparo de alimentos.

 A ação será executada em quatro comunidades rurais do agreste pelo Centro Sabiá e terá duração de 12 meses, com o apoio da organização católica da Espanha “Manos Unidas”. (Fonte: Rosa Sampaio/Jornalista do Centro Sabiá)

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V FESTIVAL DE MÚSICA DA PARAÍBA HOMENAGEIA MARINÊS

Foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) o edital do V Festival de Música da Paraíba. De acordo com o documento, o festival vai homenagear a cantora Marinês, e já tem inscrições abertas.

As eliminatórias do festival devem acontecer nos dias 27 e 28 de maio, no Cine Teatro São José, em Campina Grande, e a final no dia 4 de junho, no Teatro Paulo Pontes, Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa, Paraíba.

Por conta da pandemia da Covid-19, a final do Festival de Música da Paraíba terá a presença apenas dos candidatos, da comissão julgadora e do público em número limitado.

Podem participar do festival artistas paraibanos que morem no estado, e artistas naturais de outros estados que comprovem residência na Paraíba há pelo menos dois anos. Os inscritos devem ter mais de 18 anos e apresentar música autoral inédita.

As inscrições devem ser realizadas virtualmente, em um formulário eletrônico disponibilizado pela organização do evento. É preciso anexar os documentos requeridos e o material musical que vai concorrer ao prêmio.

A curadoria das músicas inscritas vai ser feita por uma comissão julgadora, formada por três profissionais. Estão aptas a participar do Festival de Música da Paraíba canções dos mais diversos gêneros.

As músicas selecionadas serão divulgadas no site do festival, e os candidatos terão que confirmar a participação no evento até 48 horas após a divulgação dos selecionados, pelo e-mail festivaldemusica@radiotabajara.pb.gov.br.

V Festival de Música da Paraíba:

Inscrições: até 6 de março;

Curadoria: de 7 de março a 6 de abril;

Divulgação: 7 de abril;

1ª fase eliminatória: 27 de maio, em Campina Grande;

2ª fase eliminatória: 28 de maio, em Campina Grande;

Final: 4 de junho, em João Pessoa.

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CANTORA VERA DE MARIA MAGA É CLASSIFICADA NO PROGRAMA THE VOICE MAIS DA TV GLOBO

'Por isso eu vou na casa dela Falar do meu amor pra ela, Tá me esperando na janela, Não sei se vou me segurar"...

Mais uma vez a música "Esperando na Janela", de Tangino Gondim, Manuca e Raimundo do Acordeom, é destaque em rede nacional de televisão. Desta vez na voz da cantora Vera de Maria Maga. 

"Esperando na Janela" foi lançada em 1999 em álbum independente homônimo quando, descoberta por Regina Casé, foi incorporada à trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles de 2000, na voz de Gilberto Gil. No mesmo ano, a canção foi regravada pela dupla sertaneja Rionegro & Solimões e ficou como faixa bônus do álbum Bate o Pé - Ao Vivo, se tornando um dos grandes sucessos da dupla e recebendo centenas de gravações se tornando a música uma referência do cancioneiro brasileiro.

Em 2001 Targino venceu o Grammy Latino como "Melhor Música Brasileira" pela canção e em 2004 foi a música mais executada no Brasil naquele ano. 

Os talentos do THE VOICE MAIS disputam uma chance de chegar à grande final, quando o público vai decidir quem leva o grande prêmio: R$ 250 mil e um contrato com a gravadora Universal Music.


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LULA, BOLSONARO, CIRO E MORO USAM A FORÇA DAS ONDAS DO RÁDIO COM MARATONA DE ENTREVISTAS

Mês passado BLOG NEY VITAL informou que o rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. 

Na opinião de Washington Olivetto, publicitário, tanto o rádio quanto o podcast que se popularizou nos últimos anos possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação.

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo."

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Neste domingo, a Folha Press, com texto do jornalista Ranier Ranier Bragon, destacou que os quatro pré-candidatos à Presidência da República mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto deram cerca de 30 entrevistas na primeira quinzena de fevereiro, a maioria delas para rádios do interior do país, uma tônica da atual pré-campanha.

Os estilos de Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Sérgio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT) são diferentes, mas o objetivo é coincidente.

 As entrevistas às rádios, geralmente, ocorrem em um clima mais receptivo e informal do que para TVs e grandes veículos de comunicação. Isso dá ao político uma oportunidade maior de abordar temas de seu interesse e explorar discursos testados em pesquisas qualitativas.

Embora à primeira vista pareça irrisório do ponto de vista de uma eleição nacional Lula dar uma entrevista para a rádio Progresso FM, de Juazeiro do Norte (Ceará), como fez nesta quinta-feira (17). A ideia é que a sua fala repercuta em outros órgãos de comunicação, além de os "melhores momentos" serem imediatamente recortados e reembalados para as redes sociais.

A rádio de Juazeiro, por exemplo, não transmite seu jornal pela internet, mas a equipe de Lula se encarregou da tarefa.

 Para isso, o entrevistador, João Hilário, foi gravado no estúdio de Juazeiro e Lula no escritório de São Paulo onde tem dado todas as entrevistas, com captação de imagem e som de alta qualidade, sob o comando de Ricardo Stuckert, o repórter-fotográfico que o acompanha há duas décadas.

Ainda na quinta, a entrevista completa foi postada nas redes do petista, com destaque para a afirmação "de que é possível o Brasil voltar ao pleno emprego" e uma foto do petista sorridente --Lula vestia um blazer sobre uma camisa de malha, figurino que tem adotado em praticamente todas as entrevistas.

João Hilário é âncora do jornal da rádio há cerca de três anos e meio, é filiado ao PDT e já foi por duas vezes prefeito de Barbalha, cidade próxima a Juazeiro, mas diz que não exerce mais atividades políticas.

Ele diz que pediu ao deputado federal José Guimarães (PT-CE) para intermediar o pedido de entrevista. Duas semanas depois, Hilário conta que a assessoria de Lula entrou em contato. "Primeiro foi marcada para terça, depois foi adiada para quarta e, depois, para sexta. No final, foi antecipada para quinta", diz ele.

Lula deu ainda entrevistas em fevereiro para a Rádio Tupi FM (Rio) e à Rádio Clube, de Recife, entre outras.

 Jair Bolsonaro sempre utilizou, no mandato, as falas às rádios. Em suas lives de quinta-feira, por exemplo, ele responde a perguntas do programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, que adota uma postura notadamente simpática ao seu governo.

O programa transmite suas lives na íntegra, como a desta sexta-feira (18), que ocorreu com um dia de atraso devido à viagem do presidente à Rússia. "Obrigado ao pessoal que está assistindo à Jovem... [se corrige] À minha live. Quando acabar aqui, bota na Jovem Pan, canal 576", disse Bolsonaro depois de reclamar que havia ainda mais duas perguntas da emissora. "Mais duas? Vamos embora, rápido, pensei que ia acabar mais cedo hoje."

Bolsonaro também concedeu entrevista em fevereiro, entre outros, para a Voz do Brasil, o programa estatal com retransmissão obrigatória por todas as rádios do país.

Sérgio Moro foi o que mais entrevistas a rádios deu em fevereiro. Ele foi presencialmente a estúdios no Ceará, Piauí e São Paulo.

 "Durante o meu período de gestão no Ministério da Justiça, os crimes caíram substancialmente. Não houve igual queda em qualquer outro período", afirmou o ex-juiz em trecho de sua entrevista à Rádio Verdes Mares (Fortaleza) postado por sua pré-campanha nas redes sociais.

A queda de homicídios verificada no ano de 2019, porém, seguiu uma tendência do ano anterior e não tem relação com a gestão federal, ressaltam especialistas. A segurança pública ainda é, majoritariamente, função dos governos estaduais.

Ciro também é assíduo frequentador de rádios. Em fevereiro ele deu entrevistas para emissoras de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Minas Gerais.

Tendo em sua equipe o marqueteiro João Santana, ele já adota há tempos uma presença constante e agressiva nas redes, com visual voltado ao público jovem.

Em seus programas semanais -o "Ciro Games, a Live do Cirão"-, ele faz "reacts" políticos, comentando vídeos de adversários.

Suas idas a rádios se juntam ao farto material produzido em pílulas para as várias redes sociais.

 Foi justamente em uma rádio, em 2002, que Ciro cometeu um dos maiores erros de sua carreira. O então candidato à Presidência chamou de burro um ouvinte que havia ironizado sua promessa de não distribuir cargos, caso eleito, perguntando se ele não estaria querendo ser presidente da Suíça.

Ciro reconheceu o erro, mas o ato foi explorado à exaustão pela campanha do então adversário José Serra.

A legislação eleitoral é permissiva em relação à pré-campanha, só havendo ameaça de punição caso haja pedido explícito de voto. O período oficial só começa em 16 de agosto.

"O rádio não informa. Forma. É o que muda a opinião das pessoas. O Lula gosta de falar a rádios. É extremamente importante, tem uma credibilidade muito grande", diz Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT. "O Brasil é um país muito plural, diverso, acho que essas rádios têm um papel muito importante na democratização da informação", reforça Reginaldo Lopes (MG), líder da bancada do PT na Câmara.

Para o deputado Bibo Nunes (PL-RS), aliado de Bolsonaro, não importa o tamanho da rádio. "Uma emissora de nada, tem dez ouvintes, se falar algo bombástico, a repercussão também é bombástica devido à rede social. Hoje não estamos na idade média, estamos na 'idade mídia'", diz.

Consultor de Comunicação e Marketing do Podemos, Fernando Vieira lembra que toda rádio hoje é praticamente uma TV, transmitindo pela internet, o que eleva o alcance.

"Rádio é o melhor meio de comunicação do país. Tem capilaridade e capacidade de atingir a população mais humilde", diz o deputado André Figueiredo (PDT-CE), aliado de Ciro.

Só nos 15 primeiros dias de fevereiro, os quatro pré-candidatos melhor colocados nas pesquisas eleitorais deram cerca de 30 entrevistas, a maioria delas a rádios do interior do país

RESUMO RÁDIO: 

Lula (PT)-Costuma dar entrevista pela internet, de SP, geralmente vestindo um paletó e uma camisa de malha por baixo.

 Bolsonaro (PL)-Em praticamente todo o mandato, teve como prática entrevistas para rádios de fora do circuito SP-RJ.

 Moro (Podemos)-Dos quatro foi o que mais deu entrevistas para rádios na primeira quinzena de fevereiro.

 Ciro (PDT)-Já explora há muito tempo os meios digitais e também tem extensa agenda de entrevistas a rádios.

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ARNALDO JABOR, UM OLHAR PARA ALÉM DA TELA E DA IMPRENSA

Em 12 de abril de 2017, Arnaldo Jabor, que morreu no último dia 15, aos 81 anos, em consequência de um AVC, escreveu: “Caros leitores, meus semelhantes e irmãos, vou abandoná-los. Isso. Correndo o risco de ‘lugares-comuns’ ou lamentos narcisistas, vou dizer por quê. Foram vinte e seis anos escrevendo sem parar em vários jornais do País.

E aqui já vai meu primeiro lugar-comum: ‘como o tempo voa… foi outro dia mesmo’ que estreei na Folha de S. Paulo, onde fiquei por dez anos.

Depois, fui para outros jornais, incluindo o Estadão e O Tempo, de Belo Horizonte. Fiz as contas e, entre o espanto e o orgulho (outra obviedade), verifiquei que, nestas duas décadas e meia, escrevi cerca de mil e quinhentos artigos em jornais. Mil e quinhentos? É. Logo depois, me meti na TV e no rádio, onde também estou há vinte anos mais ou menos. Rádio e TV juntos somam cerca de três mil comentários sobre a vida do País até hoje. Como ousei? Com que cara me meti nisso, deitando regra sobre tudo? Bem, foi por fome e não por vaidade”.

Nessa crônica, em tom de despedida – a razão era começar a rodar seu nono filme, Meu Último Desejo, baseado em conto de Rubem Fonseca, e que ficou inédito –, Jabor elenca a quantidade de crônicas publicadas em jornais Brasil afora e o número de comentários feitos na TV e no rádio. Aritmética simples. Se formos pensar que o “adeus” na crônica – que deveria ser a última – não se concretizou e que ele continuou a destilar sua opinião pelos mais diferentes veículos e mídias, poderíamos exponenciar os 1.500 artigos e os três mil comentários, indo a números ainda mais substantivos.

 A aritmética continua simples – mas há um problema aí. Arnaldo Jabor, em seus mais de 50 anos de atividade, nunca deu muita bola para a aritmética, para a linearidade, para uma lógica que coloca em caixinhas pensamentos e ideias, preconcebidas ou não.

Naquelas mais de 1.500 crônicas e nos seus milhares de comentários, Jabor se especializou em uma coisa: fustigar (mesmo irritar) políticos à esquerda e à direita. Ele incomodava os dois lados? Então, por uma lógica enviesada – mas eivada de verdade –, ele tinha razão. Partindo, inclusive, da máxima de Millor Fernandes: “Todo jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados”. 

E Jabor, do alto de seu 1,87 metro de altura, gostava de ser oposição. Seu tom ácido, irônico e muito coloquial podia fazer tremer os espectros ideológicos de qualquer coloração, talvez até ocupando um espaço que era de direito de Paulo Francis, morto em 1996. Afinal, Jabor fazia um jornalismo de oposição – e de opinião, esses artigos tão raros nos dias de hoje.

Jornalista? Sim, mas não por vocação, mas, como ele mesmo afirmou no texto iniciado lá em cima, “por fome, e não por vaidade” – apesar de ele ter começado nas antigas máquinas de escrever, lá no começo dos anos 1960, em jornais estudantis. 

Porque Arnaldo Jabor era, antes de tudo, um cineasta. E dos muito bons. “Eu era cineasta e virei jornalista”, afirmou ele em outra crônica. Então, como foi essa transição? 

Muitos já sabem, mas não custa repetir – ou, no caso, repercutir a voz inconfundível do autor: “Eu fiz cinema por trinta anos e, como todo cineasta, sofria de duas angústias básicas: ansiedade e frustração. Fiz nove filmes e, mesmo assim, passava necessidade para sustentar minhas filhas. Um dia falei: ‘Enchi. Chega de sofrer’. Encontrei Fernando Gabeira num avião e pedi que ele me recomendasse à Folha, onde ele escrevia. Pois não é que o bom Gabeira me indicou ao Otavinho Frias, que me empregou? Sou grato a Gabeira por isso”. 

“Encheu”? Não necessariamente. Mais acertadamente seria dizer que teve as asas cortadas – ele, e o Cinema Brasileiro, com maiúsculas mesmo, quando o governo de Fernando Collor acabou, em começo dos anos 1990, com a Embrafilme e jogou ideias, câmeras e profissionais em uma vala comum onde não cabiam grandes expectativas. Ele apontou o dedo em direção ao “sucateamento” da produção cinematográfica nacional. 

Um sucateamento que teve vários níveis, ora parecendo arrefecer – com a criação da Ancine –, ora parecendo ser ainda mais voraz, como tem se visto nos últimos anos, quando o tal “sucateamento” estendeu seus tentáculos e, não contente em afundar o cinema, faz questão de colocar a pique a cultura brasileira de um modo geral.

Jabor confessou que teve que se reinventar profissionalmente e, depois de décadas atrás de uma câmera, foi parar atrás de um computador. Por fome, e não por vaidade, lembram? Mas a fome passou, a vaidade – convenhamos – deu o ar da graça (sempre dá) e Jabor talvez tenha se tornado muito mais conhecido do público comum – ou de um público mais recente – depois que começou a escrever em jornais e aparecer na TV e em emissoras de rádio do que no período em que rodou seus oito filmes, alguns deles clássicos, como Toda Nudez Será Castigada (1972) e a chamada “trilogia do apartamento” – ou “trilogia entre quatro paredes”: Tudo Bem (1978), Eu Te Amo (1980) e Eu Sei Que Vou Te Amar (1986).

CINEMA: Antes de se reinventar na pele jornalística, o carioca Arnaldo Jabor já havia construído sua persona cinematográfica, de um diretor que começou lá em 1967 com o documentário Opinião Pública – uma tentativa de “cinema verdade” fruto de um curso patrocinado pelo Itamaraty que havia feito anos antes com o sueco Arne Sucksdorff, radicado no Brasil, ganhador de um Oscar em 1949, da Palma de Ouro de Cannes em 1952 e 1954 e… inspirador daquilo que o mundo passaria a conhecer como Cinema Novo.

Porque Arnaldo Jabor, antes de tudo, era um cinema-novista, da chamada “segunda geração”, e que conviveu intensamente com nomes (e amigos) como Gustavo Dahl, Glauber Rocha, Cacá Diegues e Leon Hirszman. E que bebeu em uma fonte essencial naqueles longínquos anos 1960: o Centro Popular de Cultura da União Nacional dos Estudantes, o icônico CPC da UNE. Naquele cadinho de ideias, jovens tentavam entender, repensar e reinterpretar o Brasil, com suas mazelas, sua heterogeneidade, suas distorções sociais e políticas. 

O caminho seria fazer isso a partir de uma cultura de base, popular, e gente como Carlos Vereza, Sérgio Ricardo, Edu Lobo, entre outros, queriam trilhar essa longa e tortuosa estrada. Mas aí veio 31 de março de 1964 e a principal iniciativa cultural do País na década de 60 foi extinta, ardendo em um incêndio real que lambeu a sede da UNE e em chamas metafóricas que engolfaram o País em uma longa noite que duraria 20 anos.

CORTA: Arnaldo Jabor foi para as ondas do rádio, para as telinhas televisivas e para as páginas dos jornais. Ganhou outra persona, apesar de nunca ter, de fato, se despedido da anterior. Voltou a filmar só em 2010, quando lançou o terno A Suprema Felicidade, que passou praticamente em brancas nuvens. Mas isso, no final das contas, importa? Porque as ideias e as opiniões de Jabor ficam, você gostando ou não delas – e, com certeza, rendiam (rendem?) uma boa discussão. Está aí sua validade.

A mesma validade que tinham aquelas reuniões em um botequim esquecido em uma esquina de Botafogo, no Rio de Janeiro, onde se gestavam revoluções culturais, cinema-novismos e uma outra realidade. Onde também se sonhava, como o próprio Jabor escreveu, com uma ponta de saudosismo, quando lhe perguntaram sobre voltar a filmar:

“O cinema ficou muito complicado, muito mercadológico, sem poesia, muito aporrinhante. E me deu uma profunda saudade do ovo cor-de-rosa que o espanholzinho me servia, em cima de um pedacinho de papel de pão, num pires de louça rachada, com um saleiro sujo do lado. Havia ali, naquela precariedade, naquela vitrininha com linguiça frita, pastel e empadinha, havia, ali no açucareiro cheio de moscas, uma esperança, uma alegria selvagem que nunca mais senti na vida. Ali, naquele botequim, entre a linguiça e o ovo cor-de-rosa, morava um sonho brasileiro que nunca se realizou.” (Fonte: Marcelo Rolemberg)

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA ABRE INSCRIÇÕES PARA FESTIVAL DE SANFONEIROS

A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), através do Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca), está com inscrições abertas para o 11º Festival de Sanfoneiros. O evento acontecerá no dia 25 de maio, no Auditório Central da instituição.

As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através do site, até o dia 25 de março. Os candidatos precisam enviar no ato de inscrição um vídeo com até 90 segundos de duração, com a execução de uma música de livre escolha.

Além disso, são exigidos documentos de identificação, autorização de registro e uso da imagem e voz e de direitos sobre a produção artístico-cultural.

Os artistas poderão concorrer em três categorias: sanfona de até oito baixos, sanfona acima de oito baixos e categoria infanto juvenil, para participantes com até 14 anos.

Os prêmios são de R$ 3.000 para todos os finalistas; de R$ 2.000 para os escolhidos através de votação do júri popular em cada categoria; e de R$ 1.000 para os que tiverem maior número de visualizações nos vídeos de inscrição, que serão postados pelo Cuca nas redes sociais, também por categoria.

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GEL BARBOSA FAZ TEMPORADA DE SHOWS NO LARGO DO CRUZEIRO DO SÃO FRANCISCO

Gel Barbosa, um dos melhores sanfoneiros da atualidade, faz temporada de shows gratuitos no Largo do Cruzeiro do São Francisco, às segundas-feiras, a partir das 18h. As apresentações acontecem em formato mais intimista, e são realizados  pelos restaurantes Boteco do Pelô, Cuco Bistrô, Maná Grill e Odoyá, todos localizados no Largo do Cruzeiro do São Francisco.

Gel Barbosa, que é produtor musical, compositor, cantor, arranjador e sanfoneiro, já acompanhou e gravou com artistas como Zé Calixto, Pinto do Acordeon, Antônio Barros, Cecéu, Elba Ramalho, Xangai, Targino Gondim, Carlos Pitta, Elba Ramalho, Almério, Mariana Aydar e Renato Borghetti. Natural de Serra da Raiz, na Paraíba, Gel Barbosa nasceu numa família de músicos e teve como maior influenciador seu pai Geraldinho, tocador de oito baixos.

 Em 2013 se mudou definitivamente para Salvador e desde então trilha sua carreira atuando em diversos espaços culturais e também em cidades do interior da Bahia. Considerado um dos melhores sanfoneiros nordestinos da atualidade, fez participação no primeiro CD solo do cantor sueco Thomas Eby, participou do CD Obatalá, onde participaram artistas como Gilberto Gil, Zeca Pagodinho, Alcione, Marisa Monte e Jorge Ben. Hoje Gel Barbosa divide seu tempo também entre gravações e produção musical de diversos gêneros musicais como forró, choro e frevo.

Serviço: Show de Gel Barbosa no Cruzeiro do São Francisco

Segunda-feira -  dia 21.02, a partir das 18h – gratuito

Assessoria de Imprensa – Doris Pinheiro

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