MARCO ZERO DE JUAZEIRO: MEMÓRIA HISTÓRICA ESQUECIDA

Prédios históricos abandonados em Juazeiro representam risco aos pedestres e à segurança pública e expõem o descaso com o patrimônio arquitetônico da cidade. Sem manutenção há décadas, as construções correm o perigo de desabar.

Um outro descaso com a falta de compromisso com a história de de Juazeiro é o Marco Zero do município. O Marco Zero está localizado no final do bairro São Geraldo. Uma placa turística informa o local mostrando que "ali deveria ser um ponto de atração turística histórica".

Nas imediações da placa de sinalização do monumento existe a marca do “abandono, esquecimento, falta de respeito à memória" de Juazeiro. Ao redor lixo. 

Em visita a reportagem BLOG NEY VITAL fotografou uma tímida homenagem: numa pedra escrito, "Patrimônio de Nossa Senhora das Grotas", uma Cruz do Cruzeiro e o resistente pé de Juazeiro.

Moradora do bairro São Geraldo, Estelita Raquel disse que "nunca viu nenhuma benfeitoria no local e nem ao menos uma placa contando a história do local. Só existe essa placa ai", aponta, ressaltando que "o cenário de descaso". 

Outra reclamação dos moradores é que não há coleta de lixo na área. O terreno baldio quase em frente e ao lado do Marco Zero é utilizado pelos habitantes do local para jogar lixo. De tempos em tempos eles mesmos promovem queimadas para reduzir o volume de entulho.

Conta a história que no ano de 1596, o território era percorrido pelos bandeirantes, encontrando sob as frondosas árvores do Juazeiro, os mascates e tropeiros que descansavam. "Havia índios tribo da nação Cariri primeiros habitantes das margens do rio São Francisco.

Segundo os historiadores o Marco zero de uma localidade ou de um município é o “sítio originário”. Seria o “ponto de origem” do local, o espaço onde foram realizados os eventuais encontros ou celebrações que antecederam a organização da localidade, independentemente das motivações. 

Há diversos tipos de marcos como o Quilométrico, pequeno poste ou estaca colocados à margem de rodovias e ferrovias e que indica distância ao ponto inicial da estrada; o Batimétrico, indica a profundidade de um ponto num lago, represa, rio, estuário ou mar e o Pré-histórico, as cavernas que eram usadas pelos homens primitivos, para se abrigarem do frio e dos animais.

Os primeiros marcos da humanidade foram os locais de sepultamento, “uma cova coberta com monte de pedras”.

NOTA PREFEITURA DE JUAZEIRO:  A Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes (Seculte), esclarece que o 'Marco Zero' de Juazeiro é um dos muitos monumentos esquecidos há muitos anos. Entretanto, o Planejamento Estratégico do Turismo, que vem sendo elaborado pela prefeita Suzana Ramos, já prevê a revitalização e preservação da área. (Fotos Ney Vital)

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CICLO DE DIÁLOGOS FORMATIVOS: EDUCAÇÃO, HISTÓRIA E DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS DO SEMIÁRIDO ACONTECE NA QUARTA (13)

Encontram-se abertas as inscrições para o terceiro encontro do 'Ciclo de Diálogos Formativos: Educação, História e Direitos dos Povos Indígenas e Quilombolas do Semiárido Pernambucano'.

O objetivo é promover conhecimentos nas áreas de Educação, História e Direito sobre os povos Indígenas e Quilombolas habitantes do semiárido pernambucano e contribuir com reflexões e consequente ressignificação sobre os povos originários, como também possibilitar a efetivação da Lei 11.645/08.

A ação acontecerá na próxima quarta-feira (13), a partir das 19h, no canal do YouTube do TV Raízes da Cultura, e, desta vez, terá como tema "Opará e PPGECOH-UNEB/Laboratório de Etnologia: estudos e formação sobre indígenas, quilombolas, comunidades de religiões afro-brasileiras e demais comunidades tradicionais no Semiárido".

Convidadas/os: Carlos Alberto, Regivaldo José da Silva, Maria Aparecida Brandão Ventura, Gabriel Marinheiro Tumbalalá e Ioná Pereira da Silva. Mediação: Libânio Francisco (Instituto CulturalRaízes) e Edivânia Granja (IFSertãoPE).

O evento, gratuito e com certificação, é promovido campus Petrolina do IFSertãoPE, em parceria com a ONG Instituto Cultural Raízes, e acontece até o dia 12 de novembro, de forma on-line, totalizando seis mesas-redondas com a participação de servidores do IFSertãoPE, além de professores(as) convidados(as) indígenas e quilombolas, como também de docentes não indígenas e não quilombolas de outras instituições de ensino e que são atuantes nas temáticas propostas.

Para conferir a programação e realizar a inscrição: https://ifeventos.ifsertao-pe.edu.br/event/559. 

Acesse o canal de transmissão: https://youtube.com/c/TVRA%C3%8DZESDACULTURA.

PROGRAMAÇÃO 

Data: 13/10/21 - 19h às 22h

Mesa 3 – “Opará e PPGECOH-UNEB/Laboratório de Etnologia: estudos e formação sobre indígenas, quilombolas, comunidades de religiões afro-brasileiras e demais comunidades tradicionais no Semiárido”

Convidadas/os: Carlos Alberto, Regivaldo José da Silva, Maria Aparecida Brandão Ventura, Gabriel Marinheiro Tumbalalá e Ioná Pereira da Silva. Mediação: Libânio Francisco(Instituto CulturalRaízes) e Edivânia Granja(IFSertãoPE)

Data: 10/11/21 - 19h às 22h

Mesa 4 – “Protagonismos indígenas na Educação Superior no IFSertãoPE”

Convidadas/os: Maria da Penha da Silva, João Marcos da Conceição (Marquinhos Truká) e Eduardo Vergolino(IFSertãoPE - Campus Floresta). Mediação: Libânio Francisco(Instituto CulturalRaízes) e Edivânia Granja(IFSertãoPE)

Data: 11/11/21 - 19h às 22h

Mesa 5 – “Os Direitos Humanos e os direitos dos povos e indígenas e quilombolas”

Palestrante/convidado: Clarissa (UPE Arcoverde); Jeferson Pereira quilombola (Advogado da CONAQ e Mestrando na UNB; Professora Carina Calábria FDR/UFPE, Guilherme Xukuru do Ororubá. Mediação: Libânio Francisco(Instituto CulturalRaízes) e Edivânia Granja(IFSertãoPE)

Data: 12/11/21 - 19h às 22h

Mesa 6 – “Experimentações em Educação Intercultural no Pensamento Decolonial”

Convidadas/os: Carolina Mendonça (UNILAB); Naiara Unzurrunzaga Martinez (University of Liverpool in London), Cláudia Truká e Adalmir José (Quilombo de Conceição das Crioulas). Mediação:Herlon Bezerra(IFSertãoPE) e Edivania Granja (IFSertãoPE)

O evento é gratuito e confere certificado.

Canal de transmissão: https://www.youtube.com/c/TVRAÍZESDACULTURA

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OPARÁ: PRODUÇÕES ARTÍSTICAS E VISUAIS SE DESTACAM A BELEZAS E DESAFIOS DO RIO SÃO FRANCISCO

Ao longo de sua atuação o Irpaa vem impulsionando a luta por um São Francisco Vivo. Por meio de debates públicos, marchas, ações de preservação e conservação, o Instituto tem dado sua colaboração para manter a vida do rio. Nos últimos anos, a instituição tem acreditado no poder do audiovisual para denunciar a situação da Bacia do São Francisco e evidenciar a perspectiva para o futuro, reafirmando a urgência de ações políticas em favor do São Francisco, o que já vem sendo defendido organizações e movimentos sociais.

Hoje data em que se celebra o batismo do rio que recebe o nome de um homem comprometido com as causas sociais e com grande amor à natureza queremos estimular o debate sobre as bênçãos e turvações do rio São Francisco a partir de diferentes produções e abordagens.

BELO CHICO: A poesia, a música e arte sempre nadaram nas águas do São Francisco. Esse ano, foram esses os elementos escolhidos pelo Irpaa para chamar a atenção da população acerca da situação do Velho Chico, rio que atravessa cinco biomas, dentre eles o Cerrado e a Caatinga, e que vem sofrendo uma diversidade de agressões desde sua nascente, na cidade de São Roque de Minas (MG) até a sua foz na praia do Pontal do Peba, em Piaçabuçu (AL).

Agressões que são ecoadas por imagens e canto no projeto Belo Chico. O álbum, de autoria de Targino Gondim, Nilton Freittas e Roberto Malvezzi – Gogó, nos convida a refletir as agressões como a supressão e queima da vegetação na área da bacia hidrográfica, a poluição por lançamento de esgotos e rejeitos de minérios, a exposição do solo e construção de barragens que provocam o assoreamento do rio, prejudicando a dinâmica dos peixes, dos povos e da navegação. Esses fatores estão causando o desaparecimento de muitas nascentes que alimentam o rio São Francisco e transformando rios afluentes perenes em rios intermitentes. Existem ainda fatores como uso de agrotóxicos nas lavouras e a transposição de suas águas, compondo um cenário que aponta para a perda de biodiversidade do rio e compromete a utilização pela atual e futuras gerações.

O rio São Francisco, que é admirável por sua grandeza e faz parte da vida de milhares deEnviar pessoas, também está presente nas canções do Belo Chico, retratando as formas de vida, abastecimento, cultura, poesias, lendas, mistérios do rio. Esses encantos e desencantos foram apresentados ao público de forma virtual na noite do dia 02 de outubro, na live de lançamento do Belo Chico, que tem a arte e a educação como essência.

Uma coletiva de imprensa também foi realizada para apresentar o projeto Belo Chico para jornalistas do Vale São Francisco e de outras regiões, no intuito de sensibilizar as múltiplas vozes da imprensa em defesa do rio Opará.

A VOZ E O RIO: Em 2017, o Irpaa lançou o documentário a “A voz do Rio”. O vídeo caminha pela luta dos movimentos sociais contra a transposição do Rio São Francisco e em defesa de um projeto de revitalização como medida indispensável para existência do Velho Chico. “A voz do Rio” reafirma a urgência de ações políticas em favor do rio a partir de projetos hidroambientais na sua bacia hidrográfica e da implementação da proposta de Convivência com o Semiárido.

O clima semiárido está presente em mais da metade do território da bacia hidrográfica do rio São Francisco, bacia esta que hoje possui menos de 10% do solo coberto por vegetação nativa. Sem a Caatinga em pé não haverá São Francisco vivo, seja pela morte dos efluentes que dependem da Mata Branca para alimentar o Velho Chico, seja pelo assoreamento decorrente dos solos carreados para o seu leito.

GRITOS: O curta-documentário “Gritos”, nasce em 2015, com o objetivo de “incomodar” o olhar e despertar a opinião das pessoas acerca da situação atual da Bacia do São Francisco, chamando atenção para sinais explícitos de morte do rio. As imagens, conduzidas pela trilha sonora, mostravam diversos fatores e consequências que vem contribuindo para um futuro bastante incerto, assim como reafirmam a urgência de ações políticas em favor do São Francisco vivo.

Os municípios baianos de Barra, Xique-Xique, Sento Sé, Pilão Arcado, Remanso, Sobradinho, Juazeiro, além de Petrolina (PE), que fazem parte do médio e submédio São Francisco, são cenários de uma série de intervenções humanas que contribuem para o estado preocupante do rio. As marcas de trechos secos do Lago de Sobradinho aparecem como um “choque de realidade”, despertando o espectador para a possibilidade real de uma morte anunciada do São Francisco.

Essas produções tentam despertar a todos e todas para a urgência em revitalizar o Belo Chico, pois como definiu Dom Luis Cappio: “Uma pessoa doente não tem condições de doar sangue, um anêmico não doa sangue, e se quiserem que eu [rio São Francisco] doe minhas águas para milhões e milhões de pessoas, em primeiro lugar precisam se preocuparem com sua revitalização”.


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DIA DO NORDESTINO É COMEMORADO NESTA SEXTA-FEIRA (8)

Nesta sexta-feira (8) é comemorado o Dia dos Nordestinos. A data comemorativa foi criada no ano de 2009 em São Paulo, homenageando na época o centenário do nascimento de Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré, poeta popular, compositor e cantor cearense.

No Estado paulista, lugar onde a população nordestina fora da região Nordeste é expressiva, a data virou a Lei 14.952/2009 criada pelo vereador Francisco Chagas (PT). O intuito é celebrar as raízes e as tradições culturais dos nordestinos, além de relembrar a vida e obra do autor cearense.

Patativa do Assaré (1909-2002) está entre as principais figuras nordestinas do século XX. Vivia em Assaré (CE), com sua família de origem pobre que vivia da agricultura. Com a morte do pai quando tinha 8 anos, começou a ajudar na plantação.

Foi alfabetizado aos doze, mas o estudo durou apenas alguns meses. Nessa época, começou a fazer repentes. Recebeu anos depois o codinome Patativa, pássaro da região que tem canto bonito em notas "tristes".O primeiro livro veio em 1956: Inspiração Nordestina, que reunia poemas do autor. Teve reconhecimento nacional, ganhou prêmios e foi cinco vezes Doutor Honoris Causa. Mesmo famoso, nunca deixou a região do Cariri, interior cearense.

Confira texto do jornalista Xico Sá, homenageando Patativa do Assaré:

A obra de Patativa do Assaré (1909-2002) reinventou a nação semiárida para os seus próprios viventes. O poeta foi tão necessário nessa empreitada quanto autores como Raquel de Queiroz, José Américo de Almeida ("A Bagaceira") e José Lins do Rego foram para a fundação da imagem do Nordeste na primeira metade do século passado.  Aqui deixa-se de fora, de propósito, Graciliano Ramos e sua alma russo-nordestina, nome que carrega outros sóis.

Andarilho de poesia falada, como os trovadores medievais ou beatniks da América, Patativa botou a prosódia do recolhido homem sertanejo, quase oriental nos seus modos, para desavergonhar-se e tocar no rádio.

O que era economia da fala vira sangradouro, tempestade, como a cheia que invade agora a terra seca. O semiárido, corte da geografia que abriga quase 20 milhões de almas, ganharia assim o seu Camões ou Comonge, como se diz por lá, onde o português reencarna, no anedotário, um anti-herói à João Grilo e Pedro Malasartes.

Ele apreciava muito "Os Lusíadas", ao ponto de dizer muitos versos na mesma métrica. Também perdeu uma vista, desde menino. "Dor-dolhos" se chamava a doença que cegava nos sertões mais precários. 

O seu primeiro livro, "Inspiração Nordestina", recolhido por um amigo que se ofereceu para o exercício da datilografia, agora é reeditado pela Hedra. O bardo não anotava nenhum garrancho do que recitava, mas guardava tudo de memória.

Além do pendor camoniano, Patativa -pássaro miúdo e cantador, daí o apelido- era chegado num Castro Alves. As musas do parnaso também lhe mostravam os bordados das anáguas. Eta Bilac para deixar rastros, talvez seja o mais influente poeta brasileiro de todos os tempos, está nas dores do mundo de Cartola, um fã confesso, está nos floreios do poeta mais sertanejo.

Como se vê no livro relançado, cuja primeira edição é de 1956, seja nos sonetos, nas quadras ou motes, o condoreiro e o homem do "ora, direis" se encontram no Assaré (CE), que quer dizer atalho na língua tupi, caminho dos jardins que se bifurcam da poesia nordestina. Homem que é homem pode até preferir João Cabral, mas não tem medo de raspar o tacho de mel dos adjetivos.

É com esse mundo meloso que Patativa prensa a sua rapadura -nada representa mais a sua poesia do que esse doce nordestino. Com linguagem aparentemente adocicada, ele fez um tijolo impenetrável para a dentição dos esmorecidos. 

Como em "A Triste Partida", sua canção gravada por Luiz Gonzaga: "-De pena e sodade, papai, sei que morro!/ Meu pobre cachorro, / Quem dá de comê?/ Já ôto pregunta: -Mãezinha, e meu gato?/ Com fome, sem trato,/ Mimi vai morrê!".

Nas "vidas secas" de Antônio Gonçalves da Silva, que ganharam mundo a partir de programas de rádio do Crato, Ceará há o duro protesto contra a cerca de arame do latifúndio, mas com uma verve "romântica" à Castro Alves.

Na sua canção de um exílio inevitável, não há o piripaque metafísico ("em cismar sozinho à noite...") de Gonçalves Dias, pois a dor já começa na estrada. Patativa botou o homem do semi-árido, seco e contido por natureza, para derramar-se. Isso é quebra de tabu, sertão sob o sol da psicanálise. 


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BELEZAS DO RIO SÃO FRANCISCO. OPARÁ. VELHO CHICO

O São Francisco é o maior suporte hídrico de desenvolvimento econômico e social da região nordeste, suas belezas cênicas e paisagísticas proporcionam serviços ecossistêmicos de valoração sentimental imensurável. O Velho Chico é cultura, é poesia, é encanto do nascer ao pôr do sol. Suas águas e sua flora são berçários para uma diversidade de vida, ele é proteção, é abrigo, é um gigante que serve ao seu povo. 

Um rio fonte de vida e de inspiração a todos que o conhecem. Da nascente à foz o Velho Chico transmite história, encantos e grandes emoções. Suas belezas estão representadas na arte, nas histórias do cangaço, no sentido religioso pelo próprio nome do santo São Francisco, nas lendas populares, no amor, nas músicas e nos diferentes olhares, vivências, sentimentos e mistérios. Nas diversas representações artísticas, a canção mais conhecidas é “Petrolina, Juazeiro”, que ressalta duas cidades em estados diferentes unidas pelas belezas do rio. 

Falar do rio São Francisco é falar da identidade do nordeste, da vida no semiárido, do potencial agronômico do Vale do São Francisco, das diversas represas e geração de energia ao longo do seu percurso, é destacar as dunas de Sobradinho, as memórias das cidades submersas, com destaque para o livro “Sento-Sé, Memórias de Uma Cidade Submersa, da jornalista Adzamara Amaral”. Suas ilhas e seus encantos, as comunidades tradicionais ribeirinhas, os cânions rasgando a Caatinga na divisa de Alagoas e Sergipe e a emoção da foz em Piaçabuçu.

Os benefícios do rio não tem preço, tem valores! O turismo e o lazer são atividades que contribuem para a conservação ambiental, tornando-se inspiração para quê a percepção humana esclareça que os recursos naturais valem mais do que se pensa e, portanto são necessárias medidas de conservação e preservação para manutenção das belezas, dos recursos e das diferentes formas de vida que o rio abriga.

Autoras: *Maria Regina de Oliveira Silva-Mestre em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental pela Universidade do Estado da Bahia-UNEB

*Aldean Lima de Souza-Professora de Biologia e Pós-graduanda em Vigilância Epidemiológicas das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas - UNEAL



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MAIS DE CINCO MIL MULHERES RURAIS COMEÇAM A UTILIZAR AS CADERNETAS AGROECOLÓGICAS

Mais de cinco mil mulheres rurais agricultoras, assentadas de reforma agrária e de povos e comunidades tradicionais de toda a Bahia, estão recebendo treinamento para a utilização da Caderneta Agroecológica. 

A ferramenta metodológica, que permite à agricultora fazer a gestão de tudo o que é produzido na propriedade familiar, a partir das anotações do que é vendido, trocado, doado e consumido. 

A ação está sendo realizada via assistência técnica e extensão rural (Ater) do Governo do Estado, executada por meio de prestadoras de Ater contratadas via Chamada Pública da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater), vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR).  

As mulheres estão conhecendo esse instrumento pedagógico em atividades coletivas realizadas nas comunidades rurais atendidas, a exemplo da oficina realizada na comunidade do Engenho de São João em Cruz das Almas, nesta semana, pela equipe do Instituto de Desenvolvimento Social e Agrário do Semiárido (IDESA), prestadora de Ater, contratada para executar a chamada pública ATER Mulher, em comunidades rurais do Recôncavo Baiano, que teve a participação da coordenadora técnica da Bahiater, Carmem Miranda. 

Carmem Miranda explica por que é importante levar essa ferramenta a mais para agricultoras baianas: "O ATER Mulher vem para dar visibilidade ao trabalho das mulheres e a caderneta agroecológica é um instrumento que vai possibilitar a ela saber a renda e o tanto de produto que ela tem no quintal. A partir daí se dá visibilidade ao trabalho da mulher. Ela começa a se ver enquanto agricultora, enquanto colaboradora, enquanto mulher que contribui na finança da casa, da família. Ela consegue ver o quanto ela produz e a diversidade da produção, um elemento fundamental. A caderneta realmente contribui para a auto-organização das mulheres, para a conquista da autonomia e eleva sua autoestima. Ela revoluciona a vida no campo, a vida das mulheres". 

A agricultora Rosa dos Santos, da comunidade Engenho de São João, é uma das beneficiárias do ATER Mulher. Ela destacou a importância do serviço de Ater e a ação das cadernetas: "Estamos trabalhando com a caderneta e antes a gente não anotava nada, passava em branco. Hoje estou muito feliz por essa conquista, para a partir de hoje anotar as nossas vendas, o nosso consumo, as doações e as trocas. A caderneta vai facilitar a autonomia e a nossa autoestima". 

Lidiane Braga, coordenadora do projeto ATER Mulher no Recôncavo pelo IDESA, observa que a oficina é o momento de apresentar às agricultoras essa ferramenta: "Irá possibilitar a elas organizarem e fazerem o levantamento de toda a sua produção e toda a renda que é gerada na unidade produtiva familiar e é uma ferramenta de empoderamento feminino". 

CADERNETAS AGROECOLÓGICAS: A ferramenta começou a ser adotada, em 2019, pelo Pró-Semiárido, projeto do Governo do Estado executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR/SDR). A ação já apresenta resultados econômicos e refletiu o processo de aplicação das Cadernetas Agroecológicas junto a 374 agricultoras envolvidas no Pró-Semiárido. Dentre os dados expostos, está o valor da produção gerado por elas, que ultrapassou R$1,2 milhão em um ano de anotações. 

A Caderneta Agroecológica foi concebida, em 2011, pelo Centro de Tecnologias Alternativas na região de Zona da Mata em Minas Gerais (CTA/ZM), em interlocução com o Grupo de Trabalho Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia - (GT/ANA). O Programa de Formação em Feminismo e Agroecologia (CTA), em 2013, foi o primeiro a utilizar a metodologia das Cadernetas. Logo após, também em 2013 e em 2015, o GT da ANA aplicou esse instrumento dentro de um programa de formação, cuja temática principal foi "Feminismo e Agroecologia", financiado pela União Europeia e levado a todas as regiões do país. 

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RIO SÃO FRANCISCO: OPARÁ RIO QUE É MAR

 

“Riacho do Navio corre pro Pajeú, o rio Pajeú vai despejar no São Francisco, o rio São Francisco vai bater no ‘mei’ do mar, o rio São Francisco vai bater no ‘mei’ do mar…”

Neste dia 4 de outubro, dia de aniversário do Rio São Francisco, o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco saúda todos que fazem sua parte para preservar esse grande patrimônio brasileiro.

Há 520 anos, uma expedição naval comandada por Américo Vespúcio que descia parte da costa brasileira para reconhecimento, deparou-se com a imensidão da foz de um rio grandioso. Desse encontro nasce o primeiro relato oficial em relação ao Rio São Francisco e a data do seu batismo pelos portugueses, que escolheram esse nome por ser o dia 4 de outubro o dia do santo São Francisco. Pelos índios daquela região, o Rio era conhecido como Opará, o rio-mar.

Hoje, o São Francisco é o Velho Chico, é o rio da integração nacional, o rio do Cerrado, da Caatinga e do Sertão, o rio do Brasil, o rio que sofre, o rio que precisa de uma solução.

O maior rio inteiramente brasileiro possui 2.820 km de extensão e responde por 75% da disponibilidade de água doce para o Nordeste. Sua bacia abriga 505 municípios e cerca de 18 milhões de pessoas. Possui 168 afluentes e percorre sete unidades da Federação – Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Distrito Federal. Por sua grande extensão, foi dividido em quatro regiões, para melhor planejamento: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco. (Fonte: CHBSF)

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