Xilogravura: Mestre Dila ganha memorial em Caruaru, Pernambuco

Caruaru, Pernambuco, vai ganhar um novo espaço cultural neste sábado (16), com a inauguração do Memorial Mestre Dila, na Rua Antônio Satu, nº 36, por trás do Parque de Eventos Luiz ‘Lua' Gonzaga, sob a curadoria de Valdez Soares, filho do artista. A programação contará com apresentação de trios de forró pé-de-serra.

O cordelista e xilogravurista, José Soares da Silva, o Mestre Dila, ganha a homenagem prestes a completar 82 anos. Ele, que reside em Caruaru desde 1952, é Patrimônio Cultural de Pernambuco, título reconhecido pela Secretaria Estadual de Cultura - Fundarpe. 

Dila foi o pioneiro a fazer as permutas entre clichês por cordéis com os próprios poetas andarilhos cordelistas e é considerado um dos artistas mais completos de todos os tempos da cultura popular brasileira.

Mestre Dila ganhou o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2002. O filho dele, Valdez Soares, conta que o pai não gosta muito do título, nem de ser chamado de "mestre".

"Ele sempre diz: 'Mestre, só Deus, meu filho'. Meu pai é um homem muito religioso", revela. A Lei de Patrimônio Vivo reconhece o trabalho dos mestres, mestras e grupos do estado. A Lei prevê a concessão de bolsas vitalícias como incentivo pela realização e perpetuação das atividades artísticas.

Foto: Ricardo Moura



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Bolsonaro, a imprensa e as políticas públicas de comunicação

Com o fim de seu primeiro mês algumas observações iniciais já podem ser feitas sobre o que esperar das políticas públicas de comunicação do governo Bolsonaro e de seu relacionamento com a imprensa.

Uma pista relevante para essa avaliação está no documento divulgado recentemente pelo ministério da Casa Civil sobre as 35 prioridades para os 100 primeiros dias de governo. Entre essas prioridades do governo federal há uma completa ausência de políticas públicas para o setor.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação, responsável por essa agenda, apresentou nesse documento duas prioridades que não possuem relação com o tema da comunicação: um projeto sobre ciência nas escolas e outro sobre a dessalinização da água no Nordeste. De certo modo, era de se esperar essa invisibilidade já que o ministro Marcos Pontes não é exatamente alguém próximo dessa área.

Há nesse documento da Casa Civil apenas uma meta dentre as 35 que aborda a comunicação social como política pública. Segundo consta ali, a prioridade da Secretaria de Governo da Presidência da República será a reestruturação da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Leia-se: a prioridade do governo será a redução do tamanho da EBC e sua consequente desestruturação.

Programas como a universalização da internet de banda larga via Telebrás, a ampliação da TV Digital e do Canal da Cidadania e a estruturação de rádios comunitárias passam em branco, por enquanto, na agenda de Bolsonaro. O que se vê são comentários dispersos de deputados apoiadores do governo, como Kim Kataguiri, que apresentou projeto de lei na Câmara dos Deputados para extinguir o programa Voz do Brasil.

Apesar dessa ausência de temas sensíveis das políticas públicas de comunicação, há uma certa agenda que parece avançar subterraneamente no governo, qual seja, a do financiamento público dos grandes meios de comunicação. Bolsonaro parece ter optado por uma aliança com empresas de televisão como a Record de Edir Macedo e o SBT de Silvio Santos em detrimento da Rede Globo da família Marinho.

Através da Secretaria de Comunicação Social, a SECOM, o governo federal prometeu investir em publicidade nessas empresas e desconcentrar os recursos que antes eram direcionados para a Rede Globo. Esse é o pano de fundo dos conflitos entre a empresa dos Marinho e Bolsonaro. Enquanto SBT e Record passaram a atuar como porta vozes do Planalto, a Rede Globo, com apoio do jornal Folha de S.Paulo, assumiu o papel de liderança da oposição ao governo.

Nesse contexto, merece destaque a recém-chegada da CNN ao Brasil, sob as mãos de um ex-diretor da Record, Douglas Tavolaro. Com previsão de entrar no ar em dezembro, a CNN Brasil será a grande concorrente da GloboNews no país. Uma avaliação geral feita nos bastidores do jornalismo é a de que essa nova empresa será muito próxima do governo Bolsonaro e que cumprirá no Brasil o mesmo papel de divulgação do ideário conservador desenvolvido pela Fox News nos Estados Unidos.

Em geral, políticas públicas são desenvolvidas após amplos debates na sociedade civil e na esfera pública. Após esses debates, as políticas são planejadas com etapas para o curto, o médio e o longo prazo, executadas e avaliadas. Infelizmente, nada disso parece ocorrer no atual governo Bolsonaro. O que se vê é apenas uma grosseira instrumentalização dos recursos da comunicação social para a disputa política cotidiana. Uma pena.

*Fonte: Theófilo Rodrigues é cientista político.
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Coletivo de mulheres de combate ao assédio prevê distribuição de 30 mil tatuagens no carnaval: 'Não é não'

"Não é não". A frase parece óbvia, mas as mulheres ainda precisam repeti-la constantemente para os homens que insistem no assédio, principalmente durante festas onde há grande aglomeração de pessoas, como é o caso do carnaval.

Foi pensando em fortalecer essa rede de mulheres que exigem respeito aos seus corpos que surgiu, em 2017, um coletivo que promove a produção e distribuição de tatuagens com a frase: "Não é Não". As tatuagens, que não podem ser vendidas, são tipo adesivos e coladas ao corpo. Com o tempo elas saem da pele.

Para a produção das tatuagens é feita uma campanha de financiamento onde as pessoas podem colaborar com dinheiro. A campanha estreia na Bahia em 2019, mas no ano passado o estado recebeu as tatuagens para serem distribuídas no carnaval de Salvador, conforme conta a embaixadora do grupo na Bahia, a produtora cultural Gabriela Guimarães.

"No ano passado não tinha a campanha aqui, recebemos adesivos do Rio de Janeiro. Este ano é diferente. Foi feita arrecadação e superamos a nossa meta. Reafirmamos nosso direito de dizer não com financiamento coletivo e o projeto cresceu", contou Gabriela.

De acordo com ela, a campanha, que começou no dia 4 de janeiro, tinha como meta juntar R$ 5 mil para a produção de três mil tatuagens. Entretanto, antes mesmo do encerramento da campanha, previsto para sexta-feira (15), elas já tinham conseguido arrecadar mais de R$ 6.900.

"Vamos conseguir fazer 15 mil tatuagens. Também recebemos ajuda do fornecedor das tatuagens e devemos produzir mais. Prevemos a distribuição de 30 mil tatuagens aqui na Bahia", disse. Além da capital baiana, Gabriela disse que haverá distribuição de tatuagens nas cidades baianas de Ilhéus e Vitória da Conquista.

"A gente precisa de polinizadoras, pessoas que queiram ajudar a distribuir durante o carnaval em outras cidades. A gente preza de que seja de mulher para mulher. A gente quer fortalecer a rede das mulheres", explicou.

Durante a campanha as pessoas podiam fazer doações a partir de R$ 10 até R$ 380. As pessoas que colaboraram com valores a cima de R$ 15 ainda receberam recompensas como fitinhas, pulseiras, brincos e até mesmo objetos de lojas parceiras. Após a colaboração, a pessoa recebe um e-mail com informações sobre a coleta das tatuagens.

Há também o ingresso benfeitor da festa Baile Arapuca, que ocorre no dia 23 de fevereiro, em Salvador. Na compra da entrada da festa mais R$ 5, a pessoa ajuda na campanha do coletivo.

"Para cada tatuagem que vai ao colaborador, uma segue para ser distribuída na rua", explica a produtora cultural. Gabriela enfatizou que a ideia da distribuição das tatuagens no carnaval é que as mulheres possam se identificar através da frase no corpo, fazendo com que se ajudem e se protejam contra o assédio.

"As meninas falam para gente que é muito bom escrever isso [Não é Não] na pele, é a estima da mulher valorizada, ela está falando aquilo no corpo dela", disse.
A produtora cultural destacou a importância da campanha que é também um ato de conscientização e educação, mas revelou esperar que ela seja temporária.

"O intuito é que essa campanha pare de existir, que a gente não precise escrever nos nossos corpos que a gente precisa ser respeitada", disse. (Fonte: Coletivo de Mulheres)
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Comerciantes de Juazeiro e Petrolina dizem que botijão de gás mais caro afeta bolso no início de 2019

A Petrobras anunciou que elevou os preços do gás liquefeito de petróleo (GLP) envasado em botijões de até 13 kg, o chamado gás de cozinha, em 1,04% desde o início desse mês (fevereiro).

O casal Adimilson Freire e dona Judite trabalha há 15 anos no comércio de vendas de alimentos. Eles lamentam o valor do botijão de gás. o valor cobrado é entre R$60 a R$66.

 "A situação está ficando insustentável. Quando o preço sobe temos que colocar o preço na prestação de serviço e aumentar os valores das refeições", diz Adimilson. O produto tem reajustes trimestrais.


O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou, em nota, que o reajuste variou entre 0,5% e 1,4%, de acordo com o polo de suprimento.
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Rio Paraopeba está contaminado, diz fundação

A Fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental (ONG) que atua em defesa do meio ambiente desde 1986, divulgou dados de análises realizadas no Rio Paraopeba. De acordo com a entidade, uma análise de 22 pontos permitiu concluir que a água está contaminada, com qualidade péssima ou ruim, ao longo de pelos menos 305 quilômetros.
Os resultados foram obtidos após uma expedição que durou 10 dias e terminou no último sábado (9). Na semana seguinte ao rompimento da barragem da mineradora Vale em Brumadinho (MG), eles começaram a percorrer rodovias federais e estaduais e estradas rurais, sempre perseguindo o leito do rio. A cada 40 quilômetros, uma amostra foi coletada.
No último ponto analisado, no reservatório de Retiro Baixo, a situação da água foi considerada ruim com índices de turbidez de 329,6 NTU. "Isso equivale a três vezes mais do que o permitido pela legislação. Desde a região de Córrego do Feijão, onde os rejeitos encontraram o Rio Paraopeba, até o reservatório de Retiro Baixo, em Felixlândia (MG), a equipe não encontrou água em condições de uso", informa a Fundação SOS Mata Atlântica.
A entidade planeja apresentar no dia 27 de fevereiro um relatório completo com todos os indicadores obtidos. "A ideia é entregá-lo a autoridades, contribuindo para que as melhores decisões sejam tomadas, e também para a sociedade, principalmente para quem ainda precisa viver daquele e naquele rio, para que tenham informações concretas sobre a situação local".
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia, também tem avaliado a turbidez no Rio Paraopeba e divulgado boletins diariamente desde o rompimento da barragem. O último deles mostra que ontem (13) os índices aferidos foram 371 NTU na altura do município de Mário Campo (MG), 244 NTU em São João de Bicas (MG) e 165 NTU em Juatuba (MG). Segundo a Federação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam), o limite legal para curso d’água de classe 2, como é o Rio Paraopeba, é de 100 NTU.
Em nota divulgada hoje em sua página virtual, a Vale informa que também está monitorando a qualidade da água em 48 pontos e diz que tomará todas as medidas cabíveis para garantir o abastecimento humano e para as atividades agropecuárias. De acordo com a mineradora, produtores rurais de nove municípios estão recebendo água para consumo humano, dessedentação animal e irrigação.
Até a última terça-feira (12), teriam sido disponibilizados cerca de 5,1 milhões de litros de água. "O atendimento é voltado para as cidades de Brumadinho, Florestal, Mario Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé, São José da Varginha, Pará de Minas e Esmeraldas", diz o comunicado da Vale.


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Agricultores familiares debatem importância da semente crioula

A designação "guardião de sementes", embora soe incomum para quem não domina temas relativos à agricultura, sintetiza um dos principais conhecimentos dos produtores do semiárido brasileiro. Na região, que compreende pouco mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, correspondente a 12% do território, parte da população de 27 milhões de pessoas busca domar a seca com o incremento de técnicas que permitam que o plantio vingue.

Dispostos a cambiar as práticas de cultivo que têm dado certo, cerca de 250 produtores rurais, entre homens e mulheres, se reúnem, até a próxima sexta-feira (15), no V Encontro de Agricultores Experimentadores (V ENAE), em Juazeiro do Norte (CE). 

Em entrevista à Agência Brasil, dois dos participantes do evento, organizado pela Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contaram um pouco de sua relação com o assunto.

O agrônomo Amaury Santos representou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em um estudo comparativo entre sementes melhoradas por instituições de pesquisa e sementes crioulas, elaborado com agricultores da Paraíba. 

A conclusão, após três anos de análise, foi a de que as crioulas, por serem cultivadas sempre da mesma forma, sem serem submetidas a nenhuma hibridização - incluindo a artificial, em laboratório, como ocorre com a transgênica -, acabam se adaptando às condições do local. Isso cria uma vantagem para elas quanto ao enfrentamento de adversidades como a estiagem, de modo que se desenvolvem com estabilidade.

Trabalhando com sementes crioulas desde 2007, Santos esclareceu que a pesquisa foi uma sugestão dos próprios agricultores, que acabam se tornando protetores da diversidade genética e alimentar, ao preservar uma verdadeira miríade de tipos de sementes. 

O estudo, financiado com auxílio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), começou a ser pensado quando o agrônomo teve contato com o projeto Sementes da Paixão, sementes que são guardadas por famílias de agricultores do Cariri paraibano, ao longo de várias gerações. Em outros estados, existem propostas semelhantes, como, por exemplo, as Sementes da Resistência, em Alagoas; as Sementes da Gente, em Minas Gerais; e as Sementes da Fartura, no Piauí. 

Ao todo, estima-se que estejam ativos, em todo o semiárido brasileiro, mais de 1 mil casas e bancos comunitários de sementes. Desse total, calcula a ASA, 460 receberam apoio do Programa Sementes do Semiárido, estruturado em 2015, pelo então Ministério do Desenvolvimento Social.

Fonte: Agencia Brasil
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Dia Mundial do Rádio traz mensagens de tolerância, diálogo e paz

O Dia Mundial do Rádio é comemorado em 13 de fevereiro. A data foi escolhida pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, a fim de homenagear o rádio.

Diálogo, tolerância e paz! Esse foi o tema escolhido pela Unesco para a 8ª edição do Dia Mundial do Rádio, nesta quarta-feira, 13 de fevereiro.


O programa Nacional Jovem conversou com o coordenador de Comunicação e Informação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, Adauto Soares, sobre o Dia Mundial do Rádio e a campanha para a data.

Segundo Adauto, a UNESCO criou a campanha para o o Dia Mundial do Rádio convidando as pessoas a mandarem mensagens de tolerância, a fim de mostrar a importância do rádio como uma plataforma para o diálogo e para o debate democrático sobre questões relevantes.

"Esse tema nos faz perceber que o rádio pode mediar conflitos", afirmou. O coordenador afirmou que o objetivo da campanha é a divulgação do rádio.

As mensagens precisam ter até 30 segundos e devem ser enviadas pelo Whatsapp no número (61) 99848-8971.

O programa Nacional Jovem vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 16h, na Rádio Nacional da Amazônia e às 14h, na Rádio Nacional do Alto Solimões.
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