Brumadinho: Maioria dos corpos pode nunca ser encontrada, diz equipe que participa de resgate

A equipe dos Anjos do Asfalto que participa do resgate das vítimas do desastre de Brumadinho diz que, embora a quantidade de lama seja menor que a de Mariana, as condições são mais difíceis e perigosas. Muitas das vitimas, talvez a maioria, poderão nunca ser encontradas.

A lama do rejeito do Corrego do Feijao é mais fluida que a de Mariana e impede que as equipes de resgate possam trabalhar nas zonas mais afetadas, o meio do mar de lama, a chamada zona quente. É mais fluida porque a barragem tinha mais água. Isso a torna altamente instável, explica o resgatista Eduardo Pedrosa.

O resgatista Edmar Freitas explica que ela afunda sob o peso das pessoas e as suga completamente. Algumas áreas tem vários pontos com mais de dez metros de profundidade de lama. Só bombeiros com auxílio de helicópteros conseguem ter acesso ao meio do mar de lama.

Pedrosa diz que é elevado o risco de uma segunda barragem estourar , principalmente devido às chuvas. Também pode se romper um bolsão de rejeito no meio do rio.

Os Anjos do Asfalto também destacam o drama dos animais. Há um número imenso de vacas, caes, cavalos e capivaras presos em agonia na lama. Caes já foram resgatados de casas isoladas no meio da lama, sem que tenha sido achado sinal dos donos.

"A situação é muito difícil e extremamente perigosa. Apelamos que as pessoas não se aproximem da lama nem tentem fazer resgates por conta própria", diz Freitas.

*O Globo  Ana Lucia Azevedo *Enviada especial
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Ambientalistas dizem que a onda de rejeitos da barragem de Brumadinho pode chegar ao Rio São Francisco

Técnicos avaliam a extensão do dano ambiental provocado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais.

A quantidade de rejeito que desceu a serra é impressionante: cerca de 12 milhões de metros cúbicos. A lama vazou da barragem 1 do complexo da Vale conhecido como Mina Córrego do Feijão. O primeiro impacto foi nas dependências da mineradora. Escritórios e um refeitório onde havia centenas de funcionários foram soterrados.

A lama espessa também fechou estradas e foi parar dentro do Rio Paraopeba, que abastece um terço da Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

“Nós temos os impactos químicos dos metais que vão sedimentar, que vão se incorporar ao solo, aos fundos dos rios. Vai acabar impactando todo o ecossistema, ou seja, as próprias características biológicas do ecossistema, os peixes de vida superior”, explica Antônio Eduardo Giasante, professor de engenharia hídrica da Universidade Mackenzie.

Ambientalistas dizem que a onda de rejeitos pode chegar ao Rio São Francisco, que além de Minas Gerais passa por outros quatro estados: Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. 

Além da tragédia humana, os reflexos ambientais também causam angústia nos moradores, especialmente aos que estão na beira do Rio Paraopeba. O aposentado José Moreira, de 61 anos, expressou preocupação com contaminação e possíveis enchentes. 

“A gente já espera as contaminações que vão vir pela frente. Os pés de goiaba acabaram, os peixes todos acabaram. Não existe mais peixe no Rio Paraopeba. Agora, o futuro que vai dizer. A sensação é de destruição”, lamentou. 

“Esse barulho que estamos ouvindo agora, desde o rompimento, só aparecia quando estava chovendo, porque aí o Rio Paraopeba sobe. Meu medo agora é dar enchente, porque vai assorear o rio. Com essa lama, vai gerar doenças, principalmente as de rato, que são as mais perigosas”, complementou o fazendeiro, preocupado com o futuro.

Antes de cair no Velho Chico, a onda de rejeitos passaria pelas barragens de duas usinas hidrelétricas: a de Retiro Baixo e a de Três Marias, na região central de Minas. A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a lama pode poluir 300 quilômetros de rios.

“A contaminação já existe, é o grau de contaminação que precisa ser avaliado. É preciso que se avalie a extensão dos danos, o volume de rejeitos e que medidas serão adotadas para retirada desses rejeitos”, afirma Carlos Rittl, diretor-executivo do Observatório do Clima.

O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que a barragem estava inativa desde 2015 e que o material não deve se deslocar muito. 

“Os técnicos estão me explicando é que como esta barragem estava inativa, o material que estava dentro dela vai secando e consequentemente o rompimento levou a espalhar um líquido, mas com uma concentração maior de terra seca, o que faz com que ela não tenha grande potencial de andar. Eu creio que o risco ambiental, nesse caso, vai ser bem menor que o de Mariana”, diz o presidente da Vale.

Fonte: Estado de Minas Foto: Corpo Bombeiros MG
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Barragem de Rejeito de Jacobina, avaliada com alto potencial de dano será monitorada

O monitoramento das barragens de rejeitos que existem na Bahia será intensificado, devido ao alerta provocado pela tragédia de Brumadinho (MG), ocorrido na sexta-feira (25). A informação é da gerência da Agência Nacional de Mineração na Bahia (ANM).

Conforme Cláudio da Cruz Lima, gerente regional da ANM na Bahia, no estado baiano são 14 barragens de rejeitos minerais, sendo que quatro delas podem representar algum risco.

"As barragens que têm mais alto potencial de dano são as localizadas em Jacobina (2), Santa Luz (1) e Itagibá (1), mas elas estão sendo monitoradas, inclusive presencialmente, e as empresas estão cumprindo os condicionantes impostos pela ANM. Apesar disso, a gente vai intensificar o monitoramento das barragens, e, a partir desta semana vamos fazer uma reunião para retraçar os planos de monitoramento das barragens aqui na Bahia", completou Lima.

A Bahia não tem registro de acidentes com barragens de rejeitos. A intensificação do monitoramento das unidades é uma medida preventiva, afirmou o gerente da ANM no estado.

Almacks Luiz Silva agente da CPT, graduado em Gestão Ambiental com especialização em Recursos Hídricos, Saneamento e Residência Agrária em Tecnologias Sociais e Sustentáveis no Semiarido, nas redes sociais aponta que a segunda barragem de rejeito de Jacobina, tem um talude (paredão) de 55 (cinquenta e cinco) metros de altura e capacidade para 13 (treze) milhões de toneladas de material e uma área de 34 (trinta e quatro) hectares.

A barragem ainda tem um potencial de 33,9 milhões de toneladas de material para ser processado, 

Almacks explica que risco é a função que associa a probabilidade de ocorrência de um evento indesejado com a gravidade das consequências deste evento, caso ele venha ocorrer.
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Wilson Seraine e a obra de Luiz Gonzaga

O professor Wilson Seraine, que também é pesquisador e escritor, recebeu recentemente a Medalha da Ordem Estadual do Mérito Renascença do Piauí - a mais alta comenda do Piauí, no grau Comendador. Ele estuda, há 21 anos, a história e obra de Luiz Gonzaga, e é considerado um dos especialistas mais respeitados do Brasil, quando se trata da vida e obra do “Rei do Baião”.

Em Teresina, ele preside a Colônia Gonzaguiana (grupo de fãs do Rei do Baião, músicos e pesquisadores), que promove eventos culturais na cidade. Entre eles, a Procissão das Sanfonas, que há 10 anos leva a música do Rei do Baião pelas ruas do centro de Teresina, e a Missa de Santa Luzia, uma homenagem ao nascimento de Luiz Gonzaga.

Wilson Seraine também é autor de sete livros nos segmentos de educação e cultura popular, é membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, membro da Academia Piauiense de Literatura de Cordel, integra o Conselho de Cultura do Estado do Piauí e apresenta, na FM Cultura de Teresina, o programa semanal “A Hora do Rei do Baião”.

Wilson Seraine é piauiense formado em Licenciatura Plena em Física na Universidade Federal do Piauí (UFPI). Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA-RS) e professor de Física do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI).

Fonte: Meio Norte
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Eletrobras está monitorando a situação da tragédia de Brumadinho e os riscos que podem afetar o Rio São Francisco

As usinas hidrelétricas de Retiro Baixo e Três Marias poderão ser afetadas pelo rompimento das barragens da mineradora Vale, nesta sexta-feira (25). A Agência Nacional de Águas (ANA) informou que a Usina Hidrelétrica Retiro Baixo, que está a 220 km do local do rompimento, deverá ser impactada pelos rejeitos dentro de dois dias e que "possibilitará amortecimento da onda de rejeito".

A usina fica no rio Paraopeba, na bacia do rio São Francisco. Furnas, subsidiária da Eletrobras que tem 49% do empreendimento, está monitorando a situação. Outra hidrelétrica que poderá ser afetada é a usina de Três Marias, também na bacia do São Francisco.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que opera a usina, diz estar acompanhando a situação, mas que espera que o impacto do acidente em seu reservatório seja mínimo, porque boa parte dos rejeitos deverá ser retida pelo reservatório da usina de Retiro Baixo.

A reportagem entrou em contato com a ONS (Operadora Nacional do Sistema) para saber se há risco de impacto no abastecimento de energia elétrica, mas ainda não teve retorno. Mesmo que as hidrelétricas sejam afetadas, o órgão poderia acionar outras usinas para garantir o fornecimento.
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Barragem de Retiro pode evitar que rejeitos de Brumadinho atinjam Rio São Francisco, avalia governo

Relatório repassado por técnicos do governo ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , nesta sexta-feira, mostra que os rejeitos da barragem da Vale , que se rompeu na região de Brumadinho , devem atingir nas próximas horas o reservatório da Hidrelétrica de Retiro Baixo, a 150 quilômetros do local do desastre.

Segundo os técnicos, os rejeitos poderão chegar ao Rio Paraopebas e serem canalizados até Retiro Baixo, que serviria como uma espécie de barreira de contenção para evitar que os rejeitos de minério atinjam o Rio São Francisco.

Segundo o corpo técnico do ministério, a barragem de Brumadinho está situada na Bacia do São Francisco, o que, em primeira análise, sugere que a primeira estrutura receptora dos impactos seria a Barragem de Retiro Baixo, a mais de 150 km do ponto de rompimento.

Os integrantes do governo avaliam que as primeiras medidas saneadoras deverão ser adotadas pelos órgãos ambientais do governo de Minas Gerais, o responsável pelo licenciamento e fiscalização da barragem. Ao ministro Salles, os técnicos chegam a apontar prioridades nessas primeiras horas seguidas do desastre: resgate de vítimas e proteção de pontos de captação de água.

Ao GLOBO, o secretário do Meio Ambiente de Minas, Germano Luiz Gomes, afirmou que estava voando para o local do desastre e não poderia comentar os efeitos do rompimento.

Fonte: O Globo
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Início de 2019 registra aumento da intolerância religiosa na Bahia

Ofensas nas redes sociais à Mãe Stella de Oxóssi quando seu nome batizou uma nova avenida na capital baiana e atos de vandalismo à Pedra do Xangô, um patrimônio cultural da religiosidade afro-baiana reconhecido oficialmente pelo Município de Salvador. O início do ano de 2019 na Bahia, infelizmente, tem testemunhado o agravamento da intolerância religiosa. 

Os casos têm aumentado. Somente na Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa, em Salvador, já foram registrados em janeiro 13 casos de intolerância religiosa. O número é mais que o dobro da média mensal de aproximadamente seis casos notificados no ano passado e o triplo do contabilizado em janeiro de 2018.

Segundo a coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação (Gedhdis) do Ministério Público estadual, promotora de Justiça Lívia Vaz, o aumento tem relação principalmente com o contexto político atual do País, apesar do aplicativo Mapa do Racismo, lançado pelo MP em novembro do ano passado facilitar o registro e envio de denúncia pelo cidadão.

“Os dados mostram a necessidade das instituições, sobretudo aquelas que defendem os Direitos Humanos, se posicionarem. E o MP é uma dessas instituições. Temos visto um contexto de recrudescimento do racismo religioso muito motivado pelo contexto político. As pessoas estão se sentindo mais à vontade em manifestar intolerância e ódio. Então, estamos fazendo uma ação mais densa esse ano”, afirmou. 

Quatro terreiros de Juazeiro, no território Sertão do São Francisco, servem de exemplos como espaços religiosos cruciais à preservação da cultura atrelada às religiões de matriz africana. Os são terreiros Ilê Asé Ayra Onyndancor, Ilê Asé Ominkayodé, Ilê Abasy de Oiá Guenã e o Bandalê Congo, todos situados no bairro do Kidé. 

Fonte: MPBA George Brito
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