Aracaju promove XIII Fórum do Forró 2014 homenageando o Fole de Oito Baixos e Antonio Barros e Ceceu

Dentro da programação oficial do Forró Caju 2014, a Prefeitura de Aracaju e a Secretaria Especial de Cultura (SEC/Funcaju) promovem o XIII Fórum de Forró.  O evento marca a abertura do ciclo junino da capital.
Este ano, o Fórum homenageia os forrozeiros sergipanos Rogério e Edgard do Acordeon, além dos pernambucanos Zé Calixto e a dupla Antonio Barros e Céceu.   O evento acontece nos dias 04, 05 e 06 de junho, no Teatro Atheneu, localizado na Rua Vila Cristina, 700, Bairro São José.
Criado em 2001, o Fórum do Forró tem o intuito de valorizar a história e a cultura do Forró, assim como incentivar estudos, pesquisa e debates sobre o tema. A programação desta edição inclui palestras, mesas redondas, momentos musicais, mostras e lançamento de livros.
PROGRAMAÇÃO
4 de junho, quarta‐feira, às 19h Abertura Oficial Prefeito Dr. João Aves Filho. Manoel Luís Fraga Viana ‐ Secretário Especial da Cultura e Presidente da Funcaju
Fala Inspiradora Profª. Aglaé D' Àvila FontesVice‐presidente da FUNCAJU

20h - Palestra de Abertura T ema: "Forró Temperado". Palestrante: Bráulio Tavares (PB)
Coordenador da mesa: Paulo Correia (Se)
Momento Musical: Antonio Barros e Céceu (PB), Mayra Barros (PB), Genaro (PE)

5 de junho, quinta‐feira, às 19h
Mesa redonda
T ema: Dois Tempos de História: Edgar do Acordeon e Rogério
Palestrantes: Prof° Paulino da Silva (UFS) e  Antonia Amorosa (Funcaju)
Coordenador de mesa: Profª Janaina Couvo

Momento Musical: Edgar do Acordeon (SE), Antonia Amorosa (SE)
Clipes de Rogério (SE)

6 de junho, sexta‐feira, às 19h
Mesa redonda
Tema: Com respeito aos oito baixos
Palestrante: Léo Rugero
Interseção: Zé Calixto
Luizinho Calixto
Coordenador de mesa: Prof. José Augusto de Almeida (UFS)
Momento musical: alunos da oficina de Oito Baixos, Zé Calixto, Luizinho Calixto e Robertinho dos Oito Baixos
22h - Encerramento
Ações complementares:
Mostra: A Música Nordestina
Lançamentos de livros
  • com respeito aos oito baixos de Leonardo Rugero
  • Apresentação de vídeos
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Lucy Alves e Flávio Leandro dia 23 de junho nos Festejos do São João em Petrolina

Flávio Leandro e Lucy Alves foram confirmados pela Prefeitura de Petrolina para apresentação no dia 23 de junho no São João de Petrolina.

Lucy Alves participou recentemente do I Festival Viva Dominguinhos em Garanhuns.

 "Dominguinhos era o mais virtuose, porque não fazia música para músico. Conseguia tocar de forma genial e conseguia ser simples e popular, porque também era verdadeiro. Nunca abandonou as raízes, sempre cantou e tocou música nordestina e nem por isso deixou de viajar o mundo afora”, falou Lucy Alves sobre a capacidade musical de Dominguinhos, no festival que o homenageou em Garanhuns, no Agreste pernambucano.

A cantora – conhecida do grande público por participar do The Voice Brasil, da Rede Globo – afirmou ser mais uma discípula do mestre sanfoneiro. “Eu também vou nessa onda da música nordestina, da música verdadeira, porque quem canta sua tribo é universal”.

Foto: Ascom Garanhuns/Festival Dominguinhos
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Morre em Exu, Priscila Vicente, amiga de infância de Luiz Gonzaga, Rei do Baião

Amiga de infância de Luiz Gonzaga, Priscila Vicente dos Santos, faleceu hoje em Exu (PE). Companheira de brincadeira de Gonzaga e seus irmãos, Priscila foi criada na casa de Januário e Santana. Quando o já famoso Luiz Gonzaga levou toda família para o Rio de Janeiro, Priscila trocou o Araripe pela então Capital da República, onde viveu durante 38 anos. Morou na casa de Gonzagão, e ali conheceu  lendas da música e da cultura brasileira.

“Humberto Teixeira era uma pessoa boa, mas Zé Dantas era gente da gente”, comentou, em entrevista, sobre os dois mais importantes parceiros do Rei do Baião. De frases curtas e certeiras, assim definia Gonzaguinha: “Menino bom. Discutia muito com Luiz Gonzaga, pois este queria que ele fosse doutor formado na faculdade".  Dos artistas que frequentavam a casa de Luiz Gonzaga confessava predileção pelo ator Paulo Gracindo, e pelo cantor Blecaute, de quem conservava uma esmaecida foto em preto & branco.

De ótima memória, Priscila Vicente  lembrava fatos acontecidos nos anos 20, e as letras originais de canções que Luiz Gonzaga estilizou com Humberto Teixeira, entre outras, Asa Branca, e Juazeiro (que conhecia como Quixabeira). Do amigo, por quem rezava todos os dias, guardava apenas um broche que ele lhe deu presente. Da obra de Lua, a música que mais lhe tocava era No meu pé de serra.

 A Secretaria de Cultura e a Fundarpe lamentaram o falecimento através de uma nota de pesar. Priscila foi velada em sua casa. Nesta quarta-feira 28, às 8h, na Igreja Matriz de Exu, será celebrada missa para Priscila. O corpo segue em cortejo para a Fazenda do Araripe, onde será enterrado.

Fonte: Rádio Jornal Recife/Radio Acaua FM Exu PE
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Programa Nas Asas da Branca. Sábado 7hs Rádio Cidade Am 870 via internet www.radiocidadeam870.com.br

Troféu Gonzagão 2014-Campina Grande, Paraíba.
1- Cantor, compositor Chico Cesar-atual Secretário de Cultura Paraíba. 2- Parafuso, zabumbeiro dos Três do Nordeste. 3- Sanfoneiro Pinto do Acordeon. 4- Empresário Romulo Nobrega biografo de Rosil Cavalcanti e Onildo Almeida.
5- Elino Julião Júnior
 6-Jornalista Xico Nobrega
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Documentário sobre o cantor e sanfoneiro Dominguinhos chega nas principais salas de cinemas do Brasil


Seu Domingos é grande demais para um filme. Até que ele partisse, em 2013, aos 72 anos, havia dado dois passos à frente no xaxado de Luiz Gonzaga. Se o Rei do Baião levou o sertão nas costas para que um País inteiro conhecesse, Dominguinhos fez com que cada homem, nascido no canto que fosse, encontrasse o sertão que havia no próprio peito. Antes de começar a luta contra o câncer que o submeteria a uma injustiça do destino vivida em um quarto do Hospital Sírio Libanês, convalescendo na dor física e da alma que sofria sob desavenças de familiares, Domingos recebeu uma equipe de jovens cineastas. Estavam ali para colocar a água do Rio São Francisco em uma garrafa. Ou, se fosse preciso, em duas.
Mariana Aydar, Duani e Eduardo Nazarian, associados à produtora bigBonsai, começaram levando Domingos ao estúdio, marcando encontros com gente grande. Fizeram isso com Gil, Djavan, Hermeto Pascoal, João Donato, Lenine, Hamilton de Holanda, Elba Ramalho e Orquestra Jazz Sinfônica. O universo se expandia.

Ao lado de Hermeto, Domingos sorriu. Estavam em uma tarde de muita inspiração, tocando um alucinante Tico Tico no Fubá, quando o albino soltou seu instrumento no chão do estúdio. Com uma voz embargada de felicidade, Hermeto falou: "Eu soltei a escaleta porque a bichinha tava querendo dançar". Havia dito antes algo sobre ensaiar. "Se combinar, fica igual futebol. A seleção combina e não joga nada." E mais alguma coisa de Dominguinhos: "Ele consegue viver neste mundo dizendo sim."

Ao lado de Djavan, Domingos chorou. Estava visivelmente abatido pela doença, mais magro do que em outras cenas, e parecia sentir as próprias notas em dobro. Ali, foi dureza. Havia as vozes de Djavan e de Mayra Andrade na belíssima toada Retrato da Vida, mais o violão de Yamandú Costa e o bandolim de Hamilton de Holanda. Seu Domingos tirou a água dos olhos e pediu a Djavan um favor com uma humildade de estraçalhar os técnicos do estúdio. "Se você tivesse trazido seu violão, eu ia pedir pra tocar uma música pra mim." Djavan não tinha violão, mas Yamandú deu um jeito. E a música foi Rota do Indivíduo, só com voz e cordas de nylon, ouvida em um silêncio de oração.

O São Francisco transbordou e os produtores, amparados pelo patrocínio da empresa Natura, perceberam que Dominguinhos precisava de mais. O que seria um filme ganhou formato de websérie e o nome de Domingos +. Dividida em oito capítulos, foi abrigada no site da patrocinadora e uma nova aventura começou. Agora com imagens de arquivo, incluindo apresentações em programas de TV e em shows pouco conhecidos, um longa começou a tentar dar conta do recado. A partir de hoje, algumas salas de cinema de São Paulo exibem um documento histórico.

 Não há som nenhum no sertão de Dominguinhos. Um pião gira no chão de terra até que aparecem os primeiros ruídos. Um boiadeiro canta, uma ave bate as asas. O pião retorna. É uma imensidão de sol e silêncio que abrem o documentário sobre Dominguinhos. Uma solidão que ficou com ele até o final da vida, estivesse na festa dos vitoriosos que levam prêmios Grammy para casa e na colheita do feijão com o pai, nas terras de Garanhuns.

Quando a música aparece, ela vem em turbilhão. Um Dominguinhos de cabeça baixa, de pé, à frente de um grupo, tocando sua sanfona como se estivesse em transe. De olhos fechados, transpassa dedos uns sobre os outros como se tivessem vida própria, como se nem dos comandos do cérebro precisassem.

É o próprio músico quem narra sua história. Seu Domingos fala do pai que já tocava na roça, lembra de sua sanfoninha de 8 baixos e do primeiro grupo que formou com dois irmãos no Nordeste, quando tinha 8 anos. Conta das brincadeiras e dos passatempos. "Eu não matava nem passarinho, por pena." A mãe, alagoana filha de índios como o pai, teve 16 filhos, muitos dos quais "iam morrendo" e sendo enterrados em caixõezinhos que o pai já construía como um especialista.
Seu Luiz, Luiz Gonzaga, já era rei quando viu o menino pelos anos de 1946, 1947. Como fazia quando apostava em um pirralho com jeito de gente, deu a ele 300 mil réis e sua bênção. "Passamos três ou quatro meses com esse dinheiro", lembra Domingos. Logo, é Domingos, pouco tempo depois de aposentar o apelido Nenê, quem está acompanhando o próprio Gonzaga. "O caminho de todo sanfoneiro era Luiz Gonzaga, não tinha outro." Dominguinhos o segue no sucesso, e aparece em programas de TV desafiando o mestre nas mãos e nos pés, com um duelo de xaxado.

O sanfoneiro chega ao Rio de Janeiro de Garanhuns depois de uma saga de 11 dias na carroça de um caminhão. Já estava a mil com a primeira formação do Trio Nordestino quando recebeu um telegrama da morena Janete. "Venha pra casar, eu tô grávida." Aos 17 anos, Domingos virava pai de família. E seu padrinho tinha que ser Luiz Gonzaga.

Seu Luiz recebeu o sanfoneiro em casa sem saber do assunto. "Eu queria que o senhor fosse meu padrinho de casamento." Só quem viu Gonzaga fora do eixo pode descrever o que era aquilo. O homem bravo era o cão, virava o desafeto do avesso e botava até Lampião pra correr. Foi o que aconteceu com Dominguinhos. "Se mande, vá-se embora, cabra safado. Com 17 anos vai casar? Você não existe mais pra mim." Depois de cinco dias, o telefone de Domingos tocou. Era o futuro compadre. "Eu quero ser o seu padrinho."

A história segue na voz do sanfoneiro e nas imagens de encontros em estúdios, alguns dos quais aproveitados de registros para a da websérie feita antes do documentário. Nana Caymmi não consegue cantar afinada Contrato de Separação. Em frente a um Dominguinhos debilitado, ela chora sem se conter, mas segue em frente. 

A sessão de pré-estreia FOI vista por Guadalupe e por Liv, ex-mulher e filha de Domingos. Suas presenças deixavam mais curiosa as cenas em que o sanfoneiro falava de seus casamentos. Sobre Anastácia, segunda mulher do músico depois de Janete, ele diz: "É minha maior parceira, fizemos juntos umas 210 músicas fora outras que ela queimou." É verdade. Depois que Domingos se foi com a bela Guadalupe, Anastácia fez uma fogueira para queimar todas as fitas nas quais havia gravado as criações do músico para suas letras. "O negócio da gente era mais música mesmo", diz Domingos.

Domingos, estudado em escolas de jazz, esmiuçado por músicos eruditos, jamais estudou partitura. Tentou fazer isso, mas abandonou as aulas "porque os livros não tinha figurinhas." Já consagrado, fora da sombra do Rei do Baião, foi com Gal Costa fazer shows pelo país por dois anos, acompanhado por Toninho Horta na guitarra e Robertinho Silva na bateria. "Eu já estava me sentindo um sanfoneiro pop, já estava com o cabelão black." Quando chegou 1978, veio morar em São Paulo e sentiu aflorar a solidão do sertão que havia em seu peito. Dominguinhos era um solitário, como ele mesmo diz.

 Seus olhos se enchiam de água depressa, sobretudo depois que ele começou seu tratamento contra o câncer. Em uma noite, deixou o quarto do hospital com seu chapéu de vaqueiro, apertou o botão do elevador e fez o nome do pai. Chegou ao teatro no qual a Orquestra Jazz Sinfônica o esperava e sentou-se para tocar De Volta pro Aconchego. Quando sentiu os arranjos sinfônicos atravessando seu peito, não se conteve e chorou uma lágrima graúda, como se soubesse que, ali, era a hora de se despedir. 

Fonte: Jornal O Estadão/Julio Maria

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Paraíba: Campina Grande homenageia Dominguinhos no Troféu Gonzagão

Centenas de  músicos prestaram uma homenagem ao cantor e sanfoneiro pernambucano Dominguinhos durante a 6ª edição do Troféu Gonzagão, realizado na sede da Federação Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), em Campina Grande. O prêmio é considerado o “Oscar” da música e tem o objetivo de valorizar os artistas que mantem viva a música regional.


Segundo a organizadora do evento, Rilávia Cardoso, a contribuição de Dominguinhos para música ultrapassa o forró. “Ele era a expressão máxima da música brasileira e não entrou apenas no forró, mas passou por vários estilos. Aqui ele é coroado não só pela habilidade como músico, mas também pela humildade que ele tinha”, comentou. Participaram do evento cerca de 150 artistas.


Fotos: Elba Ramalho, Flávio Baião, Flávio Leandro, Onildo Almeida, Onaldo Queiroga,  Mauro Moraes(filho de Dominguinhos). Flávio Baião e Adilson Medeiros.
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Aderaldo Luciano: minhas lembranças de uma Banda de Pífanos

Minhas mais remotas lembranças de uma banda de pífanos levam-me às margens do Rio São Francisco, em Propriá, no Sergipe. Ali onde o calor entra pela boca do rio e desce sobre os viventes, devagar e sempre. 

O São Francisco foi o primeiro rio que vi de verdade. Nessa primeira vez, passei sobre ele por volta das 4 da manhã. Viajava num velho ônibus da São Geraldo que vinha de Natal, no Rio Grande do Norte, passava em Campina Grande, descia por Caruaru, se mandava para dentro das Alagoas, parava em São Miguel dos Campos e caminhava para Aracaju. Antes de Aracaju, deixou-me na entrada de Propriá. Não havia ninguém me esperando. Com minha mochila, caminhei a pé por mais ou menos dois quilômetros até à Rua Japaratuba, à procura da Fraternidade Marista. Em lá chegando, sentei praça sob o comando do Irmão Salatiel.

Pois bem, desse tempo passado no Sergipe conheci todo o sertão e as cidades para baixo de Propriá. Lembro bem de Brejo Grande, onde me batizei nas curvas do rio, e de Neópolis, onde atravessei para Penedo, numa balsa barulhenta com medo de ser arrastado pelas águas.

 Nessas minhas viagens, tinha eu 17 anos, escutei uma banda de pífano, banda cabaçal, zabumba, como queiram. A Briga do Cachorro Com a Onça e O Besouro Mangagá foram minha primeira aula. E ainda não ouvira falar da Banda de Pífanos de Caruaru. Aquilo arrebatou-me de tal forma que fiquei como metido em um transe. O casamento dos pífanos, um na melodia, outro numa espécie de contracanto, a zabumba marcando num compasso diferente de tudo que eu ouvira, uma caixa malassombrada marcando um xaxeado e um par de pratos como um enxame de chuveirinhos juninos.

Nunca mais parei de ouvir. Depois encontrei com João do Pife, em Caruaru e, com seus discos debaixo do braço, fui fazer uma comparação com Zé da Flauta, nos discos de Alceu Valença. Olhem bem, desculpem-me vocês aí da Bossa Nova, mas o pife é nosso. O pife é o sopro da vida, é o bicho escondido rosnando enfezado.

 Tenho certeza, e vou colocar isso em um poema, viu Beto Brito, tenho certeza que Deus era um tocador de pife e foi soprando nele, num pife feito de taboca, que deu vida ao Homem com seu sopro fiel. Foi mesmo. E vou mais além em meu sonho de jeca: a trilha sonora do Universo, viu Stephen Hawking, é da Banda de Pífanos de Caruaru: é a Briga do Cachorro Com A Onça! Escutem no link pra ver se não é!

Fonte: Texto professor doutor em Ciencia da Literatura Aderaldo Luciano-facebook
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