Saudade do tempo que joguei futebol e o drible era poesia, o passe prosa, o chute era êxtase e o gol, delírio pleno.

Minha imaginação viaja pelos campos da minha fantasia. Muitos pensam que só gosto de forró e baião! Tenho uma outra paixão: Futebol. Sou torcedor do Treze de Campina Grande lá da Paraíba.

Fui leitor do jornalista Armando Nogueira, que escrevia a coluna na Grande Área. Com ele li uma vez que O preparador físico Toninho Oliveira, do Flamengo, fez um teste na fase de pré-temporada: media o batimento cardíaco dos jogadores, sempre que tocavam na bola. O resultado mostrou que apenas um não ficava abalado: Romário. Com o craque, a coisa é diferente.

Um dos sonhos que me agitam nas horas de descanso é vibrando na hora do gol. Sim joguei futebol e gostava mesmo era de colocar o parceiro na marca do gol. Tipico meio de campo!  Um drible e um passe genial, sem modestia, garantia minha vaga no time do amigo João João José Oliveira, hoje um craque no jornalismo, trabalhou na Inglaterra e traz no curriculo uma cobertura da Copa Mundial de Futebol. 

Armando Nogueira em dado momento, já nos anos 90, chegou a escrever alertando pela sorte do futebol, tal a degradação a que a estupidez humana estava arrastando os valores do jogo mais apaixonante do mundo.

A falta de ética que afeta a vida pública brasileira invadiu os estádios, subvertendo todos os códigos de conduta dentro e fora do campo. Em vez do drible, um pontapé; em vez de um passe, um cachação. É a lei da selva escancarando a pusilanimidade dos responsáveis que não  punem com expulsão, a rasteira, o pontapé traiçoeiro e outros golpes desleais que ferem fundo a essência do futebol.
 
Contou Armando Nogueira que dias amargos, certa vez, mum tremendo acesso de melancolia: "Que diabo, eu venho de outras eras. Sou dos tempos em que o futebol brasileiro sabia refinar sua técnica, elevando-a às culminâncias da arte: o drible era poesia, o passe era prosa, o chute era êxtase e o gol, delírio pleno.

Sitiado de tristeza, eu me perguntava sem eco: terá sido em vão aquele drible à direita que Garrincha inventou e que nos deu de mão beijada como herança maior?

E a “folha seca” com a qual mestre Didi decretou o outono de tantos goleiros pelos campos afora? E o milagre de Pelé, cujos gols – como eu já disse – eram tramados na véspera, pois, matreiro como ninguém, ele trazia de casa as traves e a bola do jogo...

Belas tardes em que a bola solar de Gérson, Tostão e Rivelino espalhava contentamento pelos campos mexicanos no mundial de 70. Eu tinha orgulho de chorar em público as lágrimas de alegria que não eram só minhas porque de todos nós, irmãos gêmeos de Carlos Alberto, de Jairzinho e Clodoaldo. Até hoje, eles dão a volta olímpica no Azteca da minha infinita saudade.

Bem-vindo sejas, doce Nenem Prancha, tu que me ensinaste a decifrar os mistérios da linha de fundo, fosse nos pés de Tesourinha, fosse nos pés de Garrincha ou de Julinho: tu que me mostraste, pela primeira vez, onde luzia o talento de Heleno de Freitas e a chispa certeira de Ademir Menezes. Tu que tanto louvavas com olhar reverente a majestade de Nilton Santos".

Tá explicado: minha saudade é que o gol um dia na minha vida foi arte, poesia, o passe prosa, o chute magia e o gol delírio pleno...tá explicado!

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