Na Serra do Araripe Pernambuco Ceará saudade da Barraca Verifique e os atuas vendedores de frutas

Quem viaja do Exu, Pernambuco para o Crato, Juazeiro do Ceará, guarda sempre na lembrança, hoje apenas recordação da "Barraca Verifique", onde Luiz Gonzaga, tomava uma bicada/lapada de Catuaba. Neste caminho duas músicas tocam: Vou pro Crato e Barraca Verifique:
"Descendo aquela ladeira,
nunca mais vou esquecer
Pedaço de chão gostoso,
na barraca verifique catuaba vou beber
Se passo por lá, tenho que parar
Pra ver seu Zé, sua mão apertar Eita catuaba boa vou correndo to à toa,
quero no Crato chegar. 

Haja o que houver sei que chego lá. Nem que eu passe o dia inteiro
eu chego no Juazeiro
pra meu padrinho visitar.



O caminho/a estrada que liga Exu ao Crato  é a via das maravilhas. As paisagens agem e ardem em eco. Quais mãos trabalharam na confecção desse origami? A planície sem fim, cada casinha perdida ao lado de um cajueiro. Estradas de terra vicinais, plantações de abacaxis, um pedaço da mata atlântica. Barraquinhas de frutas e seus sitiantes. São os vendedores de frutas na beira da
estrada.

E lembrei que Cada poeta tenta exprimir as qualidades de um determinado fruto em sextilhas, para testar o poder de concisão do verso criando uma enciclopédia dos frutos do Brasil.

Eis alguns:
Jaca
A casca é dura e furante.
o bago, doce e macio.
O caroço tem segredos,
O talo parece um rio
represando visgo e seivas
como uma mulher no cio.

Sapoti, puro desejo
Perfumoso e sensual
Mais doce do que o mel
Uma geléia real
De muitos frutos comi
Garanto não tem igual


Com carne de sol, então,
Dá "sustança" e dá calor!
Você fica em condição
Pros embates do amor!
Outra delícia, trem bão,
É fazer, dele, o licor!

O Pequi dá lá no alto,
Já me disse o chapadeiro!
Colhido, vem pro asfalto,
Com seu gosto, com seu cheiro!
De ir buscá-lo, não falto,
Todo mês de fevereiro!

O seu pé, o pequizeiro
É uma árvore bonita!
Se a seca é um braseiro
Ele não seca e não frita!
Contando, meu companheiro,
A gente nem acredita!

Por isso, meus companheiros
Com alegria, venho aqui,
Conclamar os violeiros,
Cujo talento eu já vi:
Sejamos bons brasileiros
E vamos comer Pequi!
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