IRANILDO MOURA LEAL UM ARTISTA PETROLINENSE

 O petrolinense Iranildo Moura Leal, 78 anos é artista plástico e colecionador de raridades. Entre o acervo de Iranildo está uma amostra de fotos antigas da cidade de Juazeiro e Petrolina. O blog destaca a ponte Presidente Dutra e a linha do trem e o Rio São Francisco em tempos de cheia.

Nas ruas, o asfalto substituiu as pedras e o chão batido de terra que faziam parte do cenário de antigamente. Os poucos casarões e prédios históricos que restaram remontam uma época que ficou na memória apenas dos petrolinenses mais antigos. Mas quem quer conhecer mais sobre a história da cidade pode recorrer ao acervo do Arquivo Histórico de Iranildo Moura.

Iranildo possui cerca de 3 mil filmes, incluíndo a história de Lampião. Discos vinil de Luiz Gonzaga e Roberto Carlos entre outros.

Iranildo Moura Leal nasceu em Petrolina, Pernambuco. A infância e adolescência foi vivida na beira do Rio São Francisco. Quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura", conta Iranildo.

EM 2019 o site oficial do cantor e compositor Roberto Carlos, um dos artistas mais populares da América Latina destacou quadros presenteados a Roberto Carlos por Iranildo Moura na década de 70. "Fiquei muito gratificado. Sem palavras tamanho o orgulho". Iranildo conta que até hoje é um dos privilegiados quando o cantor Roberto Carlos faz show em Petrolina e não foi diferente agora em 2025, estive prestigiando o cantor. 

Em contato com a REDEGN, Iranildo lembrou de uma exposição realizada na Biblioteca da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, Juazeiro. "Em 2019, a a Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades foi promovida pela Biblioteca do Campus III e teve como objetivo manter um diálogo com a comunidade acadêmica, alunos e público em geral provocando o interesse pela leitura e saberes", disse Iranildo.

A EXPOSIÇÃO do artista plástico Iranildo Moura Leal é composta por sete quadros com pinturas sobre tela e retrata Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e paisagens tipicamente sertanejas. Para o artista plástico Iranildo Moura a arte não é profissão é sentimento. “É o desenvolvimento do interior que se torna universal e é como o amor ilimitado. Se a alma é arte então sou artista e agradeço a UNEB a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.

Na época o bibliotecário e mestre em Ciência da Informação e doutor em Ecologia Humana Regivaldo Silva (Régis) explicou que as telas pintadas pelo artista plástico Iranildo Moura chamara a atenção dos visitantes.

 “Primeiro em nome da diretoria da Uneb agradecemos a sensibilidade do artista Iranildo Moura. A proposta foi trazer um pouco de conhecimento, cultura e arte para a UNEB. A Biblioteca produz  atividades além dos livros, da leitura que já oferecemos. Nosso objetivo é trazer histórias positivas do convívio com o sertão para que eles possam passar essas informações sobre os ícones da história a partir do Nordeste para a geração que hoje muitas vezes não conhece", disse Regis.

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ARCO-IRIS DUPLO COLORE O CÉU DE EXU

O céu de Exu Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ganhou cores diferentes no fim da tarde deste sábado (16). Um arco-íris duplo foi flagrado na localidade do Sítio Milho Verde, Chácara Lica Fontes e encantou aqueles que puderam ver o fenômeno raro. 

Diante da beleza da natureza, assim que viram o arco-íris duplo, os Advogados Anunciado Saraiva, Junior Parente e o cantor Tarcyo Carvalho, não hesitaram em fazer imagens e fotografar. O video foi enviado com exclusividade para a REDEGN.

"É a perfeição da natureza. Estávamos proseando e a esperança era que ia chover e então veio esse espetáculo da natureza, que agradecemos ao Grande Arquiteto do Universo-Deus. Divino. Muito bonito", disse Anunciado

Especialistas em fotografia analisam que há poucas visões na natureza tão hipnoticamente belas quanto um arco-íris. Uma efêmera maravilha que aparece em nossa realidade, pintando o céu com um espectro de cores, desde o audaz vermelho até o delicado violeta, e em seguida desaparece tão subitamente quanto surgiu. Essas brilhantes faixas de luz têm fascinado a humanidade ao longo dos séculos, surgindo em histórias, canções e até mesmo em mitos de criação ao redor do mundo.

Mas o que é ainda mágico do que simplesmente testemunhar um arco-íris é o ato de capturá-lo em uma fotografia, congelando esse breve instante de deslumbramento para que ele possa ser apreciado repetidamente.

'Capturar fotos incríveis de arco-íris, tecendo o encanto da ciência, da arte e da paixão, no final das contas, a fotografia de um arco-íris não é apenas sobre como enquadrar a luz e a cor, mas sobre capturar aquele raro e efêmero momento de espanto e maravilha", explica Rodrigo Marques, fundador do Clube da Fotografia.

Nas redes sociais muitos internautas se emocionaram. "É um presente de Deus. Lindissimo e assim ficou espetacular...Me emocionei de ver tanta beleza”, “uma verdadeira arte de Deus”, exclamaram.

ARCO-IRÍS NA CIÊNCIA:  De acordo com o astrônomo e professor Rodrigo Raffa, o arco-íris é formado pela interação da luz solar com gotículas de água suspensas na atmosfera, especialmente após uma chuva. No caso do arco-íris duplo, a luz solar sofre uma reflexão adicional dentro das gotículas de água antes de sair, o que resulta na formação de um segundo arco, menos intenso.

"Ele é mais fraco porque parte da luz é dispersa em cada reflexão, diminuindo sua intensidade", explica.

Além disso, o astrônomo esclarece que a formação do arco-íris depende da posição do observador: "O arco-íris, na verdade, é um círculo completo. Nós acabamos observando apenas metade dele, cerca de 180 graus, porque a outra parte está abaixo do horizonte. Se estivermos em um local elevado, como em um avião, conseguimos ver o círculo completo."

A criação de um arco-íris envolve fenômenos ópticos como refração, dispersão e reflexão da luz solar nas gotículas de água. Quando a luz branca do sol entra em uma gota de água, ela muda de direção (refração) e se separa em diferentes cores devido à dispersão, já que cada cor tem um ângulo de desvio distinto.

A luz, então, reflete internamente na gota e sofre nova refração ao sair, intensificando a separação das cores. Esse processo ocorre simultaneamente em milhares de gotículas, resultando no arco multicolorido no céu.

O vermelho aparece no topo do arco porque é menos desviado, enquanto o violeta fica na base, sendo o mais desviado. Para que o arco-íris seja visível, o observador precisa estar de costas para o sol, já que o fenômeno ocorre quando a luz é refletida em um ângulo de 42 graus.

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ZÉ PRAXEDES E SUA PAIXÃO POR EXU DE LUIZ GONZAGA

A professora Thereza Oldam de Alencar, autora do livro Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-Pernambuco (Sesquicentenário 1868-2018), relata que a Igreja tem entre os devotos fiés um grupo de amáveis pessoas que, de tão assíduas, de tão abnegadas, tornaram-se conhecidas e queridas. José Praxedes dos Santos e a Banda de Pífanos são bons exemplos.

Seu Zé Praxedes nasceu no dia 5 de janeiro 1932 e agora tem 93 anos.

Antes deste período da pandemia, seu Zé Praxedes "batia todos os dias o ponto", no Parque Aza Branca e dele se escutava parte da história de Luiz Gonzaga e suas andanças e amor por Exu.

Durante a pandemia numa conversa com José Praxedes dos Santos, este é o nome de batismo dele, a reportagem da REDEGN, visitou Exu e diante do isolamento social peguntou a seu Praxedes; e a vida como está?. Ele não respondeu a pergunta se Exu já tinha vivido um momento assim, de isolamento social: Seu “Zé Praxedes chorou. 

Zé Praxedes possui nestes 93 anos de vida, uma caminhada marcada pelo vínculo com a família de Luiz Gonzaga. Profissão Vaqueiro. Durante décadas traballhou  prestando serviços a “Seu Januário”, pai de Luiz Gonzaga. Praxedes é citado como sendo um “exímio dançador de forró e homem justo”,  no livro da professora Thereza Oldam Alencar, “Igreja de São João Batista do Araripe-Exu, Pernambuco-Sesquicentenário (1868-2018).

“Seu Praxedes é um dos Patrimônios Vivos da Cultura Gonzagueana. Seu universo é Exu, o Parque Asa Branca, o Araripe de São João Batista, o Sítio Ubatuba e Monte Belo, a Fazenda Caiçara, a Igreja de São João Batista, o Parque Aza Branca…”Seu Praxedes ” está presente em todos os momentos. É amor explícito, sem palavras. Sua presença tem voz. Cada pedaço desse mundo é Exu, os mistérios encantados da Chapada do Araripe”. 

HISTÓRIA: A história de fé da Igreja de São João do Araripe, no município de Exú, no Sertão pernambucano, é contada pela primeira vez no livro “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)”, de Thereza Oldam de Alencar. A obra foi lançada em 2018, com a presença de Seu Zé Praxedes, na própria igreja no dia 23 de junho, véspera de São João, ao final da nona noite do novenário.

O livro remonta a trajetória do Barão de Exú, bisavô da autora, que construiu a igreja como pagamento de uma promessa ao santo, e relembra as tradições e festejos até os dias atuais. Também traça a história da família Alencar, importante na política da região. Aos 91 anos, Thereza escreveu o livro à mão, durante quatro anos de pesquisas e entrevistas.

“Fui juntando peças e ouvindo a voz da tradição. Entrevistei octogenários que guardavam importantes informações e fui vendo se formar, diante de mim, uma linda história de amor e fé. Foram quatro anos de pesquisa e peleja, andando, trabalhando e trabalhando. E, também, me baseei em o que minha mãe – nora do Coronel João Carlos, criado pelo Barão – escreveu”, conta Thereza.

A história começa com a chegada dos Alencar, vindos de Portugal, ainda no século XVII, e vai até o Barão de Exú, Gualter Martiniano de Alencar Araripe, nas fazendas Araripe e Caiçara. Com o “caos de dor” trazido pela epidemia de cólera no Crato, vizinho a Exu, entre 1862 e 1864, o Barão fez uma promessa a São João, para que a doença não se alastrasse por seu povo. Com a graça alcançada, o fazendeiro iniciou a construção da igreja, inaugurada na véspera do Dia de São João em 1868. Em seu testamento, deixou expresso que seus descendentes cuidassem da igreja.

Os mais de 150 anos do Araripe também se entrelaçam com a vida de outro conhecido morador de Exu: Luiz Gonzaga. A bisavó do Rei do Baião se abrigou na Fazenda Caiçara, também do Barão, durante a peste de cólera. Foi na igreja que os pais de Gonzagão, Januário e Santana, se casaram. Gonzaga eternizou os 100 anos da igreja na canção “Meu Araripe”. Foi Thereza, a autora do livro, quem escreveu, inclusive, a apresentação do disco “São João do Araripe”, em 1968.

“Meu sonho é que a história dessa igreja seja disseminada por todos. Pelos devotos, pela nossa família, por Exu, por Pernambuco, pelo Brasil. É uma história simples e verdadeira e não pode ser esquecida. É um santuário de fé, patrimônio histórico e cultural do povo de Exu. Não é só um prédio bonito. Sua argamassa é feita de amor e fé”, conclui a autora.

Dividido em 12 capítulos, “Igreja de São João Batista do Araripe, Exu-PE – Sesquicentenário (1868/2018)” faz um passeio detalhados sobre esses 150 anos, misturando a história dos Alencar, dos Gonzaga, do município de Exu e do povoado do Araripe. Sua última parte, intitulada “Memorial Idílico do Araripe”, conta com depoimentos de 33 personalidades da região ou que têm uma relação de carinho com o lugar. Entre eles, o jornalista Francisco José e Dominique Dreyfus, biógrafa francesa de Luiz Gonzaga.

O livro tem prefácio escrito pelo advogado Dario Peixoto, filho de Thereza, e orelha da capa escrita pelo ator e humorista piauiense João Claudio Moreno. A contracapa tem autoria do marido da autora, Francisco Givaldo Peixoto de Carvalho, também escritor. E a orelha da contracapa, com perfil biográfico da autora, foi escrito pelo poeta e escritor cearense José Peixoto Júnior.

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AREIA MOSTRA CACHAÇA ACONTECE ENTRE OS DIAS 18 A 21 DE SETEMBRO

A cidade de Areia, conhecida como a Capital Paraibana da Cachaça, recebe entre 18 e 21 de setembro a 4ª edição do Areia Mostra Cachaça. O evento é promovido pela APCA, Associação dos Produtores de Cachaça de Areia, e será realizado no Centro de Ciências Agrárias, no Campus II da Universidade Federal da Paraíba. 

Com uma programação variada, o evento reúne palestras com especialistas, concurso de destilados, curso de sommelier em cachaça, visitas técnicas e uma feira com expositores do setor.

Mais do que celebrar a cachaça, o Areia Mostra Cachaça valoriza a cultura local, reunindo gastronomia regional, hospedagens aconchegantes, arte e música em um só espaço, reforçando o potencial turístico e econômico da região brejeira da Paraíba.

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ÁGUAS DO VELHO CHICO AVANÇAM E ELEVAM NÍVEL DO RIO PIRANHAS

O avanço das águas do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF) em direção ao Rio Grande do Norte alcançou, nesta quarta-feira (13), o município de São Bento, no sertão paraibano. Nos próximos dias, a água deve chegar ao território potiguar, beneficiando milhares de moradores do semiárido, incluindo municípios que enfrentam histórico de escassez hídrica. As medições feitas pelos técnicos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apontaram uma elevação de 4 centímetros do nível do Rio Piranhas.

É a primeira vez que a água do PISF chegará, de forma regulamentada, ao semiárido potiguar. O processo de vazão começou na última terça-feira (5), a partir da Estação de Bombeamento EBI-1, no município de Cabrobó (PE), passando pela estrutura de controle da Barragem Caiçara, em Cajazeiras (PB). Na quarta-feira (6), o percurso seguiu pela Barragem Engenheiro Avidos e, na sexta-feira (8), pela Barragem de São Gonçalo, em Sousa (PB). Na terça-feira (12), a água alcançou os municípios de Pombal e Paulista, no norte da Paraíba.

Após São Bento, a água seguirá rumo à divisa com o Rio Grande do Norte e deve chegar no município de Jardim de Piranhas, já em solo potiguar, na sexta-feira (15). Depois, a água será destinada aos principais reservatórios do estado: a Barragem de Oiticica, em Jucurutu, com capacidade de 742 milhões de metros cúbicos, e a Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do Rio Grande do Norte, com capacidade de 2,4 bilhões de metros cúbicos, localizado na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, nos municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu. Com a chegada da água nesses açudes, estima-se que milhares de pessoas serão beneficiadas, fortalecendo atividades econômicas locais e promovendo maior segurança hídrica para o estado.

O percurso até o território potiguar compreende 412 km e envolve um complexo sistema de reservatórios e canais. “Essa liberação de água é histórica para o estado do Rio Grande do Norte, porque é a primeira vez que está sendo liberada água da transposição do São Francisco, após manobras de testes feitas pelo governo passado. Nós, do MIDR, estamos atendendo ao pedido feito pelo Governo do Estado do Rio Grande do Norte e pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos”, disse o secretário Nacional de Segurança Hídrica do MIDR, Giuseppe Vieira.

A operação é resultado de uma articulação entre o Governo Federal e os governos estaduais da Paraíba e do Rio Grande do Norte, visando reforçar o abastecimento humano, irrigação agrícola e dessedentação animal em regiões historicamente afetadas pela seca. Técnicos do MIDR monitoram permanentemente a qualidade e quantidade de água, garantindo que a distribuição ocorra de forma eficiente e contínua.

Caminho das águas e PISF-O Projeto de Integração do Rio São Francisco é a maior obra de infraestrutura hídrica do país, no âmbito da Política Nacional de Recursos Hídricos. Com 477 quilômetros de extensão, distribuídos em dois eixos (Leste e Norte), o empreendimento assegura a segurança hídrica de 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba — estados onde a estiagem é frequente.

Recentemente, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, percorreu trechos do chamado “caminho das águas”, acompanhando de perto o andamento das obras estruturantes que possibilitam a chegada das águas do São Francisco ao Rio Grande do Norte. “Essa liberação marca mais um avanço na missão de garantir segurança hídrica ao povo nordestino. O Rio Grande do Norte é uma das pontas dessa grande engenharia que é o PISF, e estamos chegando lá com planejamento, responsabilidade e olhar social”, afirmou Waldez Góes.

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ONILDO ALMEIDA 97 ANOS

Excepcionalmente, vou pedir licença aos leitores de O Poder para falar de Onildo Almeida, o primeiro parceiro musical do meu pai. Já publiquei esse texto no ano passado, mas hoje eu não poderia deixar de homenagear esse ícone do País de Caruaru, e do Brasil, o “Homem da Feira”, que está completando 97 anos, ainda com um vozeirão, encantando a todos. Parabéns, Onildo! Republico um artigo que escrevi nos seus 89 anos.

Há alguns anos, fui para a homenagem a Onildo Almeida. O evento, organizado pelo presidente do Instituto Histórico de Caruaru, Walmiré Dimeron, com o apoio do empresário Djalma Cintra Filho, aconteceu no Espaço País de Caruaru, do Polo Comercial. Na ocasião, houve o lançamento de um livro e a projeção de um documentário sobre o homenageado, uma exposição de discos e fotos do seu acervo pessoal, além de depoimentos de amigos e familiares e de um bate papo com o compositor. Emocionado, Onildo agradeceu, cantando várias de suas canções, entre elas a imortal “A Feira de Caruaru”. Sensacional!

Voltei para casa tão entusiasmada que decidi, também, homenageá-lo, escrevendo algumas linhas sobre ele. Para tanto, procurei dados nos escritos do meu pai, que era fã do seu primeiro parceiro musical. Muitos não sabem, mas a primeira música que Seu Nelson compôs, em 1957, foi “Capital do Agreste”, em parceria com Onildo. Uma homenagem ao centenário da cidade. Gravada por Luiz Gonzaga em disco de 78 rpm, junto com “A Feira de Caruaru”, fez sucesso na época.

Encontrei vários registros nelseanos sobre Onildo. Escolhi trechos do livro “Vasto Mundo – Panorama visto do Monte” (1981): “Antigamente se dizia que todo 13 de agosto é dia de o Diabo andar solto no meio do mundo, dia aziago, por conseguinte. Pois bem, sem ser diabólico e sem ter cauda de capiroto, deu as caras neste vale de lágrimas, exatamente em 13 de agosto de 1928, um velho e querido amigo meu: Onildo Almeida, o menino da Ponte Velha, no País de Caruaru, filho de Zinha, que era excelente tocador de bandolim, violão, banjo e violino, integrante destacado da orquestra de cordas do saudoso Bloco Carnavalesco Lira Independente, dos velhos carnavais caruaruenses. 

Zinha era José Francisco de Almeida, comerciante de secos e molhados, casado com Flora Camila de Carvalho Almeida, havendo, por seu leito, os seguintes filhos: Ivanilda, Onildo, Letícia, Idelcina, José, Zenilda e Cleide”. Consta ainda no referido livro que: “Onildo, com apenas oito anos de idade, já cantava no coro da igreja evangélica; foi oficial de alfaiate, aprendiz de João Boinha, na Alfaiataria João Barbalho; fez o curso secundário no Ginásio de Caruaru, no tempo de Dr. Luiz Pessoa; na vida artística, estreou como crooner de orquestra matuta na sede do Esporte Clube Caruaruense; sua primeira composição musical, em 1945, foi o fox intitulado, ‘Não me abandones’; ainda em 45, chegou a tocar na Jazz Acadêmica, no Recife, mas seu lugar era Caruaru, onde se realizaria como músico e excelente compositor que é; a sua grande chance profissional ocorreu em setembro de 1951, com o surgimento da Rádio Difusora de Caruaru, na qual integrava o conjunto vocal, ‘Os Caetés’, junto com o inesquecível Luiz Queiroga e outros rapazes; na Difusora, Onildo foi homem de sete instrumentos: cantor, controlist a, redator, crítico musical, a gota”.

Por fim, seu Nelson afirma “Onildo Almeida, um nome que é uma legenda no cancioneiro popular nordestino, oxente!”. Esta é a minha homenagem a esse ícone do País de Caruaru!

Valéria Barbalho é médica e cronista.

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BEBÊS PREMATUROS NO CEARÁ PREFEREM O BALANÇO DA REDE

O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, atende cerca de 55 municípios cearenses e é referência no estado em técnicas não invasivas para a recuperação de prematuros. Uma delas é a redeterapia, usada com bebês com quadro clínico estável.

Rafaela e a mãe, a professora Jamile Lima, ainda experimentam os benefícios do tratamento feito na unidade. Após complicações durante a gravidez, Rafaela veio ao mundo prematuramente, no dia 9 de agosto deste ano.

Com 28 semanas incompletas de gestação e apenas 730 gramas, a pequena Rafaela figura no quadro de bebês prematuros extremos. Mãe e filha foram atendidas na Unidade Neonatal do HRN e ainda aguardam a tão esperada alta médica.

O HRN conta a Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin), que atende prematuros em quadros clínicos mais complicados, além das unidades de Cuidado Intermediário Convencional (Ucinco), para pacientes com dificuldades na amamentação, por exemplo, e a de Cuidado Intermediário Neonatal Canguru (Ucinca), onde Rafaela e a mãe estão. A unidade acentua o ganho de peso das crianças prematuras saídas da Utin.

O Hospital Regional trabalha com foco nas ações conjuntas e em atividades terapêuticas. “O bebê ainda não consegue ficar muito do colo e na redinha ele fica mais aconchegado. A rede adequada ao seu tamanho faz com que ele se sinta abraçado e o nível de oxigênio melhora”, detalha a coordenadora do Serviço de Neonatologia, Cristiane Lemos.

“Ela está com 1,524 Kg e a previsão é que a gente saia quando ela estiver com 1,800 kg. Cada graminha é uma conquista”, conta Jamile. No Projeto Canguru, o vínculo entre mãe e filha se tornam ainda mais forte, o que ajuda, também, na recuperação das duas. “Fico no quarto com outras mães e eu que dou banho, remédio, tudo com o acompanhamento dos médicos”, lembra.

Rafaela e Jamile passaram por todas as unidades de atendimento neonatal do Hospital Regional. Agora, com quadro bastante evoluído, mãe e filha estão quase prontas para ir para casa. “Aqui nós temos formações e por isso meu sentimento hoje é de segurança. A gente foi lutando e hoje está tudo bem. Eu vou pra casa já segura de como cuidar da minha filha”, conta Jamile.

É direito de pais e mães ter livre acesso ao recém-nascido quando necessário o internamento após o parto, mesmo que a criança dê entrada em Unidades de Terapia Neonatal Intensiva (UTI Neonatal).

Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 10% dos bebês nascem antes do tempo no País, quadro que pode trazer complicações à saúde das crianças.

Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o tratamento disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é obrigado a fornecer uma atenção humanizada não só ao recém-nascido, mas também a toda sua família.


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