Festa de Santo Antonio de Barbalha, Ceará

Misto de cultura popular e fé católica, a Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha, município do Sul cearense, entrou desde 2015 para a lista das celebrações registradas como patrimônio imaterial brasileiro. Unânime, a decisão foi anunciada semana passada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

No Nordeste, a Festa do Pau da Bandeira está no mesmo nível do Bumba-Meu-Boi, no Maranhão, das festas de SantAna de Caicó, no Rio Grande do Norte.

Os festejos de Santo Antônio remontam ao fim do século XVIII e se relacionam à
própria origem da cidade de Barbalha, com a construção de uma capela em devoção ao santo. Atualmente, as celebrações duram 13 dias, terminando no dia 13 de junho, Dia de Santo Antônio.

A tradição do Pau da Bandeira começou em 1928. Trata-se do tronco de uma árvore previamente escolhida, simbolizando a promessa e a devoção ao santo casamenteiro. Os carregadores formam uma espécie de irmandade e centenas de homens se revezam para levar o pau sobre os ombros por cerca de 6 quilômetros até a frente da Igreja Matriz de Barbalha, onde é hasteado com a bandeira de Santo Antônio, numa demonstração de força e fé.
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Irmãs Nordestinas e o presente de Luiz Gonzaga, uma sanfona branca


Maria de Lourdes Batista e Socorro. As Irmãs Nordestinas nos anos 70 conheceram Luiz Gonzaga, Rei do Baião e este ao contemplar a desenvoltura de uma interpretação de um choro sentenciou: "Vou presentear vocês com uma sanfona branca".

Elas contam que não foi executado um choro fácil. "Escolhi um difícil e Luiz Gonzaga logo disse que menina para fazer a sanfona falar, tocar".  Tudo isto numa sanfona de 80 baixos.

A palavra do Rei foi cumprida em 1984 quando Maria de Lourdes esteve em Exu e ganhou das mãos de Luiz Gonzaga, a sanfona branca. "E ainda ganhei um disco autografado", revela a sanfoneira "Lourdinha" como é conhecida em Petrolina.

As Irmãs Nordestinas nasceram em São José do Egito, Pernambuco.  Não foi por acaso que Luiz Gonzaga viu logo  a agilidade e habilidade, talento e ousadia ao puxar a sanfona de 80 baixos, pois Lourdinha é filha do melhor sanfoneiro de São José de Egito, Pedro Bentinho, homenageado com Medalha de Honra ao Mério-Centenário de São José do Egito.

As Irmãs Nordestinas ainda fazem shows. "Sempre faço apresentações é só chamar que a gente faz a sanfona roncar neste Nordeste afora".
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José Maria: um nome apaixonado pelo ofício do Rádio

José Maria, há mais de 50 anos atua nas programações de rádio pelo Nordeste. O início foi na Rádio do Commercio de Garanhuns. Atualmente abre todos as manhãs a programação da Rádio Grande Rio Am 680.

Em Petrolina foi um dos pioneiros na profissão atuando na época na recem instalada Emissora Rádio  Rural AM 730. O jornalista Marcelo Damasceno revela que Zé Maria é dono de uma voz grave. "José Maria é  multimídia, com programa de música de todos os gêneros no estúdio e faz com maestria um verdadeiro auditório externo, à procura de talentos com entretenimento e seu Domingo Alegre".

Zé Maria conta que foi produtor e atuou como empresário de grande nomes da música brasileira, cita Nélson Gonçalves, Altemar Dutra, Odair José, Waldick Soriano, Diana, Luiz Gonzaga, Lindomar Castilho, Trio Nordestino, Fernando Mendes. 

"A primeira vez que Roberto Carlos esteve aqui foi através de minha ousadia e dedicação ao trabalho. Um dos maiores artistas do mundo cantou aqui na região. Luiz Gonzaga na época de ouro", conta Zé Maria.

Zé Maria conta que conviveu com todas as mudanças provocadas pelo avanço da tecnologia que atingiu o rádio. "O segredo é ser simples. Acompanhar o dinamismo da vida e da tecnologia e ser simples acompanhado de uma boa dose de gostar e amar a profisssão. No meu caso sou apaixonado pelo rádio", disse Zé Maria.

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Invasão das bandas nos festejos juninos provoca debate entre música de qualidade e forró eletrônico

Assim como aconteceu há alguns anos, o forró voltou a ter espaço no mercado musical brasileiro. Mas não é o forró consagrado por Luiz Gonzaga e Dominguinhos nem a vertente universitária que revelou Falamansa e Rastapé. É o forró eletrônico, que já havia sido apresentado ao país por bandas como Mastruz com Leite e agora consagra como sucesso nomes como Aviões do Forró, Wesley Safadão e as irmãs Simone e Simaria.

A mais nova corrente denominada do forró eletrônico surgiu no início dos anos 2000 representada por grupos como Aviões do Forró, composto na época por Xand e Solange (agora a cantora faz carreira solo), e Garota Safada, hoje mantido com a alcunha apenas do vocalista Wesley Safadão. 

As duas bandas fazem parte da vertente que foi criada em 1990 e recebeu influência de outros estilos: sertanejo, brega e axé music. “Sua característica principal é a linguagem estilizada, eletrizante e visual, com maior destaque para o órgão eletrônico, que aparentemente substituiu a sanfona”, comenta o autor Expedito Leandro Silva em sua obra, o livro Forró no asfalto: Mercado e identidade sociocultural (2003)

O saudoso escritor Ariano Suassuna, escreveu e deixou o legado em defesa da linha do forró que para ele continua moderno com sanfona, zabumba. Segundo Ariano as bandas do chamado forró de plástico já tem o mercado de portas abertas para ele e “os artistas que fazem uma obra de teor cultural legítimo lutam para conseguir sobreviver”. 

No entendimento do autor o Estado tem por obrigação fomentar a cultura, adiantando que esses artistas que fazem uma música meramente comercial não têm necessidade de lutar por espaços abertos pelo dinheiro público. 

“Estou com os verdadeiros forrozeiros e não abro”, concluiu Suassuna que lembrou na ocasião o fato de grupos que seguem uma linha mais tradicional por exemplo, padecerem do mal que é a falta de visibilidade enquanto essas bandas que fazem uma música de qualidade fraca “enriquecem à custa dos espaços que, no meu entendimento, não fazem por merecer”.

Para Xand, há 15 anos vocalista do Aviões do Forró a modernização do ritmo contribuiu para o gênero ganhar espaço e ultrapassar as fronteiras do Nordeste, região natal e onde o estilo é fenômeno desde a década de 1940 e assim atingir os mais jovens. 

“Para isto acontecer a mudança de linguagem foi a peça-chave para o forró chegar onde chegou. Hoje, as letras falam de coisas do cotidiano”, explica o cantor. “O forró eletrônico ganhou uma nova roupagem. Se antes era apenas triângulo, sanfona e zabumba, hoje possui uma parafernália, com bateria, percussão e metais”, completa Solange. Mudanças que também ocorreram com o sertanejo — outro grande fenômeno da música brasileira — ao enveredar para os estilos romântico e universitário.


Wesley Safadão teve que esperar mais tempo para que o Brasil abraçasse de vez o Garota Safada, criado em 2003. O sucesso nacional veio no ano de 2015. Hoje, o cantor é um dos maiores fenômenos, recorde de público na maioria de suas apresentações. “O forró, muito embora seja respeitado no Brasil, não tinha tanta popularidade. O que acontecia é que o Norte e Nordeste nos recebiam muito bem. Até viajávamos para São Paulo ou Rio de Janeiro, mas não íamos a outros lugares do Sul e Sudeste, por exemplo”, afirma Safadão.

O sanfoneiro José da Silva diz que não adianta estes jovens das bandas argumentar. "Moderno continua sendo Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Estes meninos deveriam usar o conselho de Luiz Gonzaga...Luiz Gonzaga cantou de norte a sul deste Brasil e abriu caminhos também prá voces. Portanto, Respeitem os 8 baixos de Januário".




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Dominguinhos citava que forró eletrônico não tem ritmo. As bandas não deveriam se identificar com nome de forró

Na contramão de todo esse sucesso que o forró eletrônico está conseguindo perante o público e a mídia, alguns forrozeiros tradicionais criticam o movimento. Dominguinhos era um deles. Não concordava com o nome dado ao ritmo atual usado pelas maioria das bandas.

"O forró eletrônico não existe. Estas bandas de forró eletrônico não tem nada a ver com o forró verdadeiro. Nem o ritmo eles conseguem fazer. Não é forró o que eles fazem. É muito diferente do forró, não tem absolutamente nada que se identifique.

Como mestre do gênero, legítimo herdeiro musical de Luiz Gonzaga, em vida Dominguinhos falava com conhecimento de causa.

"Quem faz forró não tem como fugir dos instrumentos como zabumba, triângulo e eles não usam nada disso. É uma nova modalidade que eles inventaram e que infelizmente ainda não descobriram o verdadeiro nome para isso", costumava dizer Dominguinhos. 

Sem medo de ferir os sentimentos de quem faz o forró eletrônico, Dominguinhos opiniva sobre o assunto. 

"Não dá pra dizer que é forró. Eles deveriam tentar se intitular de outra forma porque aquilo não tem nada a ver. Não tem identidade. É uma grande mentira".
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João Emidio: Devolva meu Forró e o Encanto da Fogueira de São João

O cantor e compositor João Emidio, escreve para o blog Ney Vital, revelando preocupação com a diminuição da presença dos cantores que fazem o forró na base da sanfona, triangulo e zabumba. Na integra texto de João Emidio:

"Quem tem o poder nas mãos, os ilustres Governadores, Prefeitos poucO se importam com os artistas que passam o ano inteiro fazendo cultura, alegrando sua cidade, seu estado, e quando chega o São João , há uma invasão do forró eletrônico e do Sertanejo, sem que se tenha o zelo  de preservar o verdadeiro FORRÓ contemplando também esses artistas regionais.

Nesta inversão de valores e quem faz musica de qualidade, passa a ser coadjuvante na nossa festa Junina, beirando ao ridículo de mendigar para tocar. Esses artistas merecem respeito sim senhor, pois  trilham no dia a dia a longa caminhada de Luiz Gonzaga, Jacksom do Pandeiro, Dominguinhos e tantos outros que lutaram para manter essa chama acesa. Vale salientar que se tudo continuar assim, o nosso São João  vai perdendo o seu encanto  e a plateia, cada vez mais,  só terá olhos para os "SAFADÃO" da vida,  e a nossa cultura, a nossa fogueira, vai mais e mais se apagando, definhando na saudade e na solidão"!

Fonte> Empresário. Cantor e Compositor João Emidio
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Garanhuns, Pernambuco promove Bienal do Livro com participação de Maciel Melo e Xangai

Cinco dias de lançamentos de livros, palestras, mesas-redondas, oficinas, contação de histórias e shows. A III Bienal do Livro do Agreste leva para Garanhuns e cidades vizinhas uma série de atividades gratuitas com o intuito de promover o hábito da leitura. 

O evento acontece até o domingo (21), das 9h às 21h, na Praça Mestre Dominguinhos e é realizada pela Associação do Nordeste das Distribuidoras e Editoras de Livros (Andelivros), com apoio da Prefeitura de Garanhuns.

A III Bienal do Livro do Agreste reunirá escritores das mais variadas vertentes: de jornalistas a romancistas, poetas a autores da literatura infantojuvenil, que autografarão obras e participarão de bate-papos com o público. O evento será aberto ao público às 19h do dia 17. Todas as atividades são gratuitas.

Os cantores Maciel Melo e Xangai integram a programação do evento e prometem embalar o público que visitar a  Bienal. Eles se apresentam, respectivamente, na noite de sexta e sábado, às 20h.​ ​Além do show, o cantor e compositor Maciel Melo também lançará o seu livro A Poeira e a Estrada. A publicação é uma autobiografia e traz a trajetória desse nordestino que vive intensamente o Sertão, seus personagens, histórias e paisagens.

“Gosto do público que frequenta feiras de livro porque eles gostam de ouvir poesias. Além disso, o ambiente proporciona um show mais intimista”, disse Maciel.
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