ARTICULAÇÃO SEMIÁRIDO DEFENDE CONVIVÊNCIA COM A SECA NA COP 30

No contexto em que o comprometimento dos países signatários do Acordo de Paris com a redução da emissão dos gases de efeito estufa está aquém do necessário para garantir que o aumento da temperatura mundial não ultrapasse 1,5 ºC, a adaptação às mudanças climáticas é um dos temas mais importantes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

 O evento, que acontece de 10 a 21 de novembro em Belém (PA), conta com a participação de representantes do Semiárido brasileiro, região que é um verdadeiro celeiro de soluções climáticas de base comunitária. 

Para Cícero Félix, da coordenação executiva da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA Brasil), as soluções para enfrentamento às mudanças climáticas precisam ser construídas com base na experiência dos povos indígenas, comunidades tradicionais e agricultores: 

“Os chefes de estado, as grandes lideranças globais, têm chamado atenção de que nós precisamos construir um caminho para sair da dependência dos combustíveis fósseis e para redução e eliminação do desmatamento, as duas principais causas da emergência climática. Esse caminho passa necessariamente pela inteligência coletiva dos povos que vivem nos biomas, pelos saberes ancestrais dos povos, pelos conhecimentos desenvolvidos por eles em parceria com os institutos e centros de pesquisas, com as universidades, enfim, mas os povos devem ser colocados na centralidade, no protagonismo da construção desse caminho. E, nós da ASA, temos construído esse caminho há mais de 20 anos”, defende Cícero Félix.

A ASA nasceu justamente da necessidade dos povos do Semiárido brasileiro aprenderem a conviver com um clima marcado pela concentração de chuvas em parte do ano e estiagem no restante dos meses. A Articulação, que congrega hoje mais de 3 mil organizações de todos os estados do nordeste e do norte de Minas Gerais, já participou de cinco Conferências das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Além disso, é um ator central na propagação de uma das tecnologias mais populares de adaptação climática: as cisternas. 

As mais de 1,5 milhões de cisternas e outras tecnologias hídricas espalhadas pelo Brasil e por outras regiões áridas e semiáridas do mundo permitem que as famílias possam estocar água para beber e plantar, mesmo durante a estiagem. 

Representantes da ASA seguram bandeiras no pavilhão da da Conferência  das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD).

Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) participa da Conferência das Partes (COP) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD), a COP16, na capital saudita.

Há quase três décadas, a ASA trabalha com a noção de “convivência com o Semiárido”, uma perspectiva de vida baseada nas comunidades sertanejas que tem como princípio a estocagem de água, alimentos e sementes. Nesse modo de vida, valoriza-se plantas e a criação de animais que se adaptam ao clima do Semiárido. Para traduzir essa forma de encarar os desafios climáticos, a articulação escolheu como mensagem para levar para a COP30: “Convivência é o nosso jeito de mudar o mundo”. 

Outro grande motivo para os povos do Semiárido estarem presentes na COP 30 é que grande parte deles vivem na Caatinga, um bioma que só existe no Brasil e que possui uma importância grande no mecanismo de sequestro de carbono da atmosfera, como aponta um estudo do INSA e do Observatório da Caatinga e Desertificação. 

No entanto, este bioma está fortemente ameaçado. Uma das consequências do aumento da temperatura global é a desertificação, um processo de evapotranspiração da água do ambiente, que o torna mais seco, menos fértil e menos propício à biodiversidade. Esse efeito já pode ser sentido no Brasil, que em novembro de 2023 recebeu a triste notícia do aparecimento de uma zona árida na região que fica entre o estado da Bahia e Pernambuco. Sival Fiúza, um jovem de 22 anos da comunidade rural quilombola Ponta da Serra, município de Serra Talhada (PE), é dessa região e está na COP30 para discutir esta e outras questões.

“Minha comunidade fica entre a região do Sertão do Moxotó, de Itaparica e também do Sertão do Pajeú. Principalmente na região de Itaparica, a gente percebe que esse processo [desertificação] vem crescendo constantemente. A gente não consegue ver mais plantas nativas da Caatinga, como a aroeira […] Antes, com os saberes ancestrais, a gente conseguia perceber quando ia chover, por exemplo. Hoje em dia a gente não consegue ter essa métrica”, conta Sival. 

Para Silval Fiúza e para outros caatingueiros, como se autodenominam aqueles que vivem na e da Caatinga, a COP 30 é uma oportunidade dar visibilidade ao bioma:

“A gente vem com um foco principal de mostrar a floresta da Caatinga, mostrar que o Semiárido vem passando por um processo de invisibilidade dentro dessas pautas de negociações [climáticas] à nível mundial. E mostrar a potência que a gente tem a oferecer, levando em consideração todas as tecnologias sociais que a gente consegue produzir, mostrar que a Caatinga e as regiões semiáridas da América Latina têm muito a oferecer e tem muito a contribuir para o mundo nessa questão do debate climático à nível global”, defende Sival Fiúza.

O Semiárido também tem se tornado uma região estratégica para a implantação de usinas eólicas e solares e, portanto, importante na transição do uso de combustíveis fósseis para as energias renováveis. Segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), o ano de 2024 terminou com 1103 usinas eólicas instaladas no Brasil, sendo que a maior parte delas na região Nordeste, responsável por 92,2% da energia produzida por este setor. Em relação à energia solar, segundo a Aneel, até a data da publicação desta notícia, o Brasil possuía 2664 usinas fotovoltaicas, sendo 1749 instaladas no Nordeste. 

O que poderia ser uma boa notícia para o avanço do cumprimento das metas climáticas, na realidade, tem impactado negativamente territórios agroecológicos experientes no desenvolvimento de tecnologias, práticas e políticas de enfrentamento climático. Agricultoras e agricultores têm denunciado que estes empreendimentos energéticos vêm sendo implantados sem diálogo com as comunidades e tem causado enormes danos ambientais e sociais. 

Para Roselita Victor, que é agricultora e integrante da Marcha pela Vida das Mulheres e pela Agroecologia, um movimento que vem denunciando os impactos causados pelos empreendimentos energéticos na Paraíba, a mitigação e adaptação às mudanças climáticas não pode acontecer sem justiça climática: 

“E a questão da justiça climática, ela está na ordem do dia e acho que nós temos muito o que conversar no Brasil. Temos que ter uma outra matriz energética renovável, ótimo, mas é preciso repensar os modelos de como essa energia, por exemplo, está sendo conduzida, implementada no Semiárido, que está retirando as famílias agricultoras, que é quem conservam a natureza. Porque quem fez toda essa crise ecológica não foram os agricultores e nem as agricultoras”, aponta Roselita Victor. 

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RÁDIO EDUCADORA: NEY VITAL SACODE O FORRÓ NO RITMO DO JORNALISMO TODOS OS DOMINGOS

O Programa ‘Nas Asas da Asa Branca – Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos’ agora tem novo horário e é apresentado aos domingos a partir das 10h na Rádio Educadora do Cariri FM 102.1, no Crato, Ceará.

Em defesa do Meio Ambiente e Valorização da Cultura Brasileira o jornalista Ney Vital recebeu Moção de Aplausos da Câmara de Vereadores, terra onde nasceu Padre Cícero. A homenagem, aprovada pelo Poder Legislativo, foi apresentada pelo vereador José Wilson da Silva Gomes (Wilson do Rosto) e aprovada por unanimidade.

A produção e apresentação do programa é do jornalista Ney Vital, colaborador da REDEGN. O programa é pautado em músicas de Luiz Gonzaga, informações em defesa do meio ambiente, agroecologia (destacando a Floresta Nacional da Chapada do Araripe e o Rio São Francisco), a cultura da região, seus cantadores de Pífano, aboiadores e violeiros.

‘Nas Asas da Asa Branca – Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos’ segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. Programa com roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores.

Ney Vital considera o programa “o encontro da família brasileira”. Ele não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultura, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a tecnologia digital e forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar, cariri sertões de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil.

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro. Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe.

“Existe uma desordem, inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio”, avalia Ney Vital que recebeu o Título de Cidadão de Exu, Terra de Luiz Gonzaga, título Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga do Espaço Cultural Asa Branca de Caruaru e o Troféu Viva Dominguinhos-Amizade Sincera em Garanhuns.

Bagagem profissional-Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e TV. Nas afiliadas da Rede Globo (TV Grande Rio e São Francisco), foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa de aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Membro da Rede Brasileira de Jornalismo, Ney Vital é formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela Uneb/Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 

“Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança de identidade cultural em nosso povo, experimentada por quem o sintoniza a RADIO EDUCADORA em todas as regiões do Brasil", finaliza Ney Vital.

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MINISTRA DIZ QUE FOME, POBREZA E CRISE CLIMÁTICA DEVER COMBATIDAS JUNTAS

 Fenômenos climáticos extremos, como o tornado que atingiu o Paraná na última sexta-feira, provocam destruição, mortes e maior vulnerabilidade social. A partir dessa premissa, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta segunda-feira (10) que fome, pobreza e crise climática devem ser combatidas de forma conjunta.

 Ela participou de um evento na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, que reuniu autoridades de diferentes países, além de outros membros do governo brasileiro.

“As pessoas perdem seus sistemas alimentários, locais de trabalho, quando tem uma enchente, quando tem um tufão ou um furacão, agravado pela mudança do clima, como aconteceu agora no Paraná, onde uma cidade inteira foi arrasada com perdas de vida. Elas ficam mais vulneráveis”, apontou  Marina.

Marina defendeu a necessidade de pensar a mudança do clima em paralelo ao combate às desigualdades.

“Pensar o enfrentamento da desigualdade junto com o enfrentamento da mudança do clima é algo perfeitamente possível, e é o único caminho para lidar com os dois problemas com eficiência”, complementou.

O evento teve a participação do ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias. Ele destacou a necessidade de fortalecer redes de proteção social para respostas às emergências climáticas, e reforçou a importância dos povos tradicionais no cuidado da terra, além dos agricultores familiares. 

“Não há segurança alimentar nem resiliência climática sem aqueles que cuidam da terra, das águas e das sementes, da produção. A agricultura familiar fornece a maior parte dos nossos alimentos”, disse Dias. 

“Ao mesmo tempo, povos tradicionais agem como guardiões de técnicas tradicionais de plantio e da diversidade genética de nossos alimentos. A floresta produtiva é um caminho que integra o social, o ambiental e o ecológico”, complementou.

No último dia 7 de novembro, durante a Cúpula do Clima, 43 países e a União Europeia aprovam a Declaração de Belém sobre Fome, Pobreza e Ação Climática Centrada nas Pessoas. O compromisso coloca a agenda do combate à fome e à pobreza no centro das discussões climáticas globais.

No evento desta segunda-feira, a ministra da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, Reem Alabali Radovan, elogiou a iniciativa brasileira em desenvolver a Declaração de Belém e iniciativas de combate à fome.

“Esta declaração representa um passo pioneiro na articulação entre ação climática, proteção social e segurança alimentar. Reconhece que a proteção do planeta e a proteção das pessoas devem caminhar juntas. A agricultura sustentável e o desenvolvimento rural inclusivo são essenciais para enfrentar o desafio climático global e garantir que ninguém seja deixado para trás. Além disso, a declaração deixa claro que a proteção social é um pilar da ação climática nacional e global”, disse a ministra alemã.

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XICO NÓBREGA NO REINO DE GONZAGÃO: A MÚSICA E O MUNDO DO NORDESTE

Acompanhei atentamente a trajetória de preparação, concepção e agora lançamento da obra O Reino do Baião, personagens, obras e o Nordeste, do jornalista cultural Xico Nóbrega, com orgulho, meu irmão, e hoje colaborador da Procult. Uma parceria da EDUEPB com RG Editora, sob o patrocínio do selo UNIMED Cultural, a obra é concebida com um rigor meticuloso de um pesquisador-autoridade, conhecedor irretocável, criterioso e cuidadoso, qualidade rara no mundo das letras quando o assunto é cultura musical, especificamente sobre o Rei do Baião, o imortal Luiz Gonzaga. 

Esta obra reúne dezenas de artigos temáticos sobre Luiz Gonzaga, o Rei do Baião: a sua longa carreira artística, o solista de sanfona (Quem não vibra e se mexe com Remelexo?), as músicas em homenagem aos seus familiares, os seus maiores compositores e e seguidores, as curiosas histórias da Asa Branca, do Baião Paraíba, e da Triste Partida, a sua relação com a Jovem Guarda, e a presença de sete estados do Nordeste, nos seus baiões.  

A obra se abre ao leitor com um valioso levantamento biobibliográfico do Rei do Baião. Pela didática explanatória habilidosa, bem como a profundidade e veracidade das informações, este levantamento inicial é pertinentemente adequado, inclusive para a avassaladora maioria dos jovens leitores brasileiros que conhecem muito pouco sobre a vida e obra do grande Lula, matriz e ícone da MPB.

Destacam-se alguns capítulos especiais e imortais: O solista da sanfona; Humberto Teixeira, compositor fundamental; Zé Dantas, o compositor genial; Paraíba, um jingle político; Zé Clementino e a Jovem Guarda; Luiz e Jackson: androgenia e transexualidade; e Paraíba, um abraço pra ti pequenina. Estes, dentre outros artigos, tornam a obra de Xico Nóbrega tão importante, pelo valor didático e acadêmico, sobretudo aos leitores sedentos em descobrir e/ou valorar a obra desse gigante da MPB de base nordestina.   

Com uma escrita simples, não menos profunda e bastante acessível, Xico Nóbrega, para além de se mostrar como um acurado pesquisador, também esclarece pontos obscuros da história musical e com efeito pessoal do Rei do Baião. Assim, o cuidado deste pesquisador em referendar nas citações as fontes ligadas à discografia (datas, locais e gravadoras) tornam O Reino do Baião, personagens, obras e o Nordeste uma obra de cabeceira para qualquer brasileiro, em especial nordestino, que deseje conhecer o grande filão poético-musical que se esconde por trás da vasta produção de Luiz Gonzaga. Neste sentido, com seu lançamento marcado para dia 24/10, a partir das 19h, no Museu dos 3 Pandeiros, ratifico seu valor e convoco a todos para  prestigiar esse grande momento.

(Dr. Marcelo Vieira da Nóbrega. Docente da FALLA/UEPB. Permanente do PPGLI ( Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade) e do PPGFP (Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores). Líder do Grupeo (Grupo de Pesquisa de Estudos da Oralidade).  

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RÁDIO EDUCADORA FM: NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO

O Programa ‘Nas Asas da Asa Branca – Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos’ agora tem novo horário e é apresentado aos domingos a partir das 10h na Rádio Educadora do Cariri FM 102.1, no Crato, Ceará.

Em defesa do Meio Ambiente e Valorização da Cultura Brasileira o jornalista Ney Vital recebeu Moção de Aplausos da Câmara de Vereadores, terra onde nasceu Padre Cícero. A homenagem, aprovada pelo Poder Legislativo, foi apresentada pelo vereador José Wilson da Silva Gomes (Wilson do Rosto) e aprovada por unanimidade.

A produção e apresentação do programa é do jornalista Ney Vital, colaborador da REDEGN. O programa é pautado em músicas de Luiz Gonzaga, informações em defesa do meio ambiente, agroecologia (destacando a Floresta Nacional da Chapada do Araripe e o Rio São Francisco), a cultura da região, seus cantadores de Pífano, aboiadores e violeiros.

‘Nas Asas da Asa Branca – Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos’ segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. Programa com roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores.

Ney Vital considera o programa “o encontro da família brasileira”. Ele não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultura, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a tecnologia digital e forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar, cariri sertões de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil.

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro. Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe.

“Existe uma desordem, inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio”, avalia Ney Vital que recebeu o Título de Cidadão de Exu, Terra de Luiz Gonzaga, título Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga do Espaço Cultural Asa Branca de Caruaru e o Troféu Viva Dominguinhos-Amizade Sincera em Garanhuns.

Bagagem profissional-Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e TV. Nas afiliadas da Rede Globo (TV Grande Rio e São Francisco), foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa de aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Membro da Rede Brasileira de Jornalismo, Ney Vital é formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela Uneb/Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 

“Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança de identidade cultural em nosso povo, experimentada por quem o sintoniza a RADIO EDUCADORA em todas as regiões do Brasil", finaliza Ney Vital.

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PESQUISA SOBRE ABELHAS DA CEMAFAUNA-UNIVASF GANHA DESTAQUE EM SEMINÁRIO

O Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna-Univasf) marcou presença no XVI Seminário de Pesquisa e XVII Encontro de Iniciação Científica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizado entre os dias 14 e 16 de outubro de 2025, em Brasília (DF). O evento reuniu pesquisadores, bolsistas e gestores ambientais de todo o país em torno do tema “Ciência, Tecnologia e Conhecimento Tradicional na Gestão da Biodiversidade”, valorizando o papel da pesquisa científica aplicada à conservação.

Representando o Cemafauna, vinculado à Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), participaram a pesquisadora Aline Andrade e os bolsistas Mariana Barroso Cruz e Ludwig Lima Nunes, orientados por ela no âmbito da parceria entre ICMBio e Cemafauna-Univasf. Os trabalhos apresentados abordam estudos voltados à ecologia da conservação, comportamento e sustentabilidade das abelhas nativas, com foco nas Unidades de Conservação da Ararinha-azul e do Boqueirão da Onça, ambas localizadas no estado da Bahia. Os dois estudos integram o esforço científico em compreender os efeitos das modificações humanas sobre as populações de abelhas, consideradas espécies-chave na manutenção da biodiversidade. As pesquisas revelam como as mudanças no uso do solo, a perda de vegetação e a pressão antrópica interferem nas redes de interação entre abelhas e plantas nativas, impactando diretamente os ecossistemas da Caatinga. 

O trabalho da bolsista Mariana Barroso Cruz, intitulado “Interações entre populações de abelhas e espécies vegetais de interesse para a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) em áreas com diferentes níveis de pressão antrópica nas Unidades de Conservação da Ararinha Azul”, já havia sido premiado no Simpósio Nacional de Meliponicultura e voltou a ser reconhecido no evento do ICMBio, destaque na categoria de mérito e qualidade científica. Já o bolsista Ludwig Lima Nunes apresentou o estudo “Efeitos de perturbações antrópicas em comunidades de abelhas no Parque Nacional Boqueirão da Onça”, que monitora a composição, riqueza e diversidade das abelhas em áreas conservadas e sob diferentes graus de pressão humana. O trabalho destaca a importância das áreas protegidas para a manutenção da diversidade biológica e para o equilíbrio das relações ecológicas na Caatinga.

Para a pesquisadora Aline Andrade, orientadora dos bolsistas e integrante da equipe técnica-científica do Cemafauna, a participação no evento representa um marco no fortalecimento da parceria entre as instituições e na visibilidade das pesquisas desenvolvidas no semiárido. “Ver nossos estudantes apresentando resultados tão consistentes é motivo de orgulho e esperança. Cada dado coletado, cada observação de campo, ajuda a compreender melhor o papel das abelhas na manutenção da vida na Caatinga. E quando esses resultados são reconhecidos nacionalmente, reforçam a importância da ciência que nasce no sertão e contribui para decisões concretas de conservação”, destacou Aline Andrade.

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LIVRO O REINO DO BAIÃO PERSONAGENS, OBRA E O NORDESTE SERÁ LANÇADO NA SEXTA-FEIRA (24)

A Editora da Universidade Estadual da Paraíba (EDUEPB), lançará, na sexta-feira (24), às 19h, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), em Campina Grande, o livro “O Reino do Baião: personagens, obra e o Nordeste”, do jornalista cultural Xico Nóbrega. A obra é publicada em parceria com a RG Editora e com o patrocínio do selo UNIMED Cultural. O evento é gratuito e aberto ao público em geral.

Para escrever o livro, o autor, que também é colaborador da Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da UEPB, realizou uma pesquisa meticulosa e apaixonada sobre Luiz Gonzaga, o imortal Rei do Baião, figura central da cultura musical brasileira e ícone da identidade nordestina. Com escrita acessível e certeira, Xico Nóbrega, conhecido como uma das maiores autoridades no estudo da cultura musical popular, oferece aos leitores uma imersão na trajetória artística e pessoal de Gonzaga.

“O Reino do Baião” se destaca pelo aprofundado levantamento bibliográfico do artista, seguindo por temas que percorrem as diversas facetas da carreira de Luiz Gonzaga: como solista da sanfona, suas homenagens à família por meio da música, a relação com outros compositores, bem como curiosidades sobre clássicos, como “Asa Branca”, “Baião Paraíba” e “A Triste Partida”.

Figuram, ainda, capítulos dedicados à relação de Gonzaga com a Jovem Guarda e à representação dos estados nordestinos em sua obra, além da sua incursão em outros gêneros musicais. A narrativa articula a análise musical, social e histórica, amparada por referências à discografia de Gonzaga, com datas, locais de gravação e selos fonográficos, o que torna o livro uma obra de referência para pesquisadores, estudantes e admiradores da música brasileira, sendo útil, também, para o público mais jovem, que conhece pouco sobre a dimensão artística e humana de Luiz Gonzaga.

Outras informações, pelo telefone (83) 3315-3381 ou por e-mail eduepb@setor.uepb.edu.br.

(Texto: Giuliana Rodrigues-UEPB)

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