ROMEIROS PARTICIPAM DA ROMARIA DE NOSSA SENHORA DAS DORES EM JUAZEIRO DO PADIM ÇIÇO

A jornalista Camila Holanda escreveu que nas entranhas do Cariri do Ceará foi emergido uma versatilidade de ícones que, entrelaçados povoam o imaginário religioso e cultural que habita a região.

O saudoso teatrólogo, pesquisador cultural Oswaldo Barroso, ressalatava um dos mais valiosos símbolos, a vigorosa força mítica e religiosa. Oswaldo Barroso, cidadão honorário de Juazeiro do Norte, diz que a primeira vez que esteve no Cariri foi nos anos 70 e a experiência fez com que suas crenças e certezas de ateu fossem desconstruídas e reconstruídas com bases nos sentimentos das novas experiências e epifanias vividas.

"Desde o início, não acreditava em nada de Deus. Mas quando fiz a primeira viagem ao Horto do Juazeiro do Norte, foi que eu compreendi o que era Deus. Isso mudou minha vida completamente", revelou Oswaldo.

Juazeiro do Norte vive mais um grande momento de devoção com a tradicional Festa de Nossa Senhora das Dores. A celebração, que já teve início, abre caminho para a romaria, que começa na próxima semana, atraindo milhares de fiéis à cidade. Segundo o Padre Édmo Galvão, que está à frente das festividades, o lema deste ano destaca a importância da oração, em sintonia com a proposta do Papa Francisco para 2024.

“O tema deste ano é evangélico, pois nos mostra Maria que obedece ao que Deus lhe pede, sendo mãe do nosso Salvador. Quando ela diz ‘faça-se em mim segundo a vossa palavra’, ela nos ensina a seguir a vontade de Deus,” explica o Padre Édmo.

A festa traz diversas novidades, como a tarde cultural, pensada para que todos se sintam em casa. “A casa de Nossa Senhora das Dores é a casa de todos nós. Por isso, programamos atividades para a juventude e também para os romeiros, como a Vila Tabuleiro, onde ocorrem as confraternizações diárias,” destaca o padre.

Além dos tradicionais novenários e missas, a programação conta com uma série de eventos que buscam integrar os devotos e visitantes, proporcionando momentos de espiritualidade e convivência. Entre as atrações, estão shows, quermesses e a feijoada que acontecerá no dia 8 de setembro.

Padre Édmo também compartilhou suas expectativas para a romaria deste ano: “Estamos nos preparando para uma Romaria maior que a do ano passado, esperando mais de 320 mil fiéis aqui em Juazeiro do Norte.”

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PROGRAMA ESCOLA VERDE DA UNIVASF REALIZA WORKSHOP DE ESCRITA CIENTÍFICA

Com o tema “Transformando Ideias em Publicações”, o Programa Escola Verde (PEV) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) realizará um Workshop de Escrita Científica. São disponibilizadas 100 vagas para estudantes de graduação, pós-graduação e profissionais que pretendem aprimorar as habilidades em redação científica e a qualidade da escrita acadêmica. A capacitação acontecerá nos dias 19 e 26 de outubro, no turno da manhã, pelo formato remoto. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas até o dia do workshop.

Os interessados devem se inscrever através do site do evento, mediante pagamento de taxa, cujo valor varia de acordo com a categoria do participante. Estudantes e servidores da Univasf terão desconto de 40% no valor da taxa de inscrição. Para isso, ao se inscrever, basta digitar o cupom: DESCONTOUNIVASF2024. O Workshop será ministrado pelo docente do Colegiado de Ciências Sociais da Univasf, Paulo Ramos, coordenador do PEV. A programação da capacitação abrangerá desde os fundamentos da escrita científica até o uso de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) para aperfeiçoar os textos acadêmicos. 

Durante o Workshop de Escrita Científica, os participantes irão aprender técnicas da redação científica, de estruturação, redação e revisão, participar de dinâmicas e exercícios práticos e compartilhar experiências com os colegas. Além de informar-se sobre o uso de Inteligência Artificial (IA) na redação e como essas ferramentas podem melhorar a clareza, coesão e precisão dos textos científicos. Cada participante, ao final do workshop, poderá elaborar e publicar um livro impresso e digital sem custo adicional, pela Editora Setentrional.

O professor Paulo Ramos frisa que a escrita científica é uma habilidade fundamental no mundo acadêmico e profissional. “O workshop é importante, sobretudo, sob essa perspectiva da necessidade de estarmos publicando e divulgando as atividades que realizamos na academia e tendo em vista, também, que há uma carência de oportunidades para a publicação. As revistas e os eventos são muito limitados, então esta é a oportunidade de publicarmos de uma maneira sistemática e de forma organizada”, comenta Ramos.

O Workshop conta com o apoio de diferentes instituições de ensino superior da região. Além da Univasf, estão envolvidas no projeto a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade de Pernambuco (UPE), o Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), a Faculdade de Petrolina (Facape) e a Editora Setentrional. Mais informações sobre o evento estão disponíveis no site do evento.

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GRITO DOS EXCLUÍDOS: TODAS AS FORMAS DE VIDA IMPORTAM

 Grito dos/as Excluídos/as: Carta das Pastorais Sociais da Diocese de Juazeiro-"Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?"

Há 30 anos, o 7 de setembro é marcado por uma forma verdadeiramente cidadã de celebrar o dia da Pátria: o Grito dos Excluídos e Excluídas.

Fruto da Primeira Semana Social Brasileira e da articulação das Pastorais Sociais e movimentos populares, o Grito dos Excluídos e Excluídas se espalhou por todo o país ao longo dessas três décadas e se tornou referência de um espaço permanente de denúncias das desigualdades sociais.

Neste ano de 2024, no qual o Grito completa 30 anos de resistência, o lema é "Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?"

O lema do Grito, assim como também o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, nos leva a refletir sobre a cultura do descarte, como aponta o Papa Francisco, que ameaça a amizade social.

Em um mundo regido pela lógica desenfreada do mercado, do consumo e do lucro acima de tudo, as vidas das pessoas importam cada vez menos.

Quem se importa com os pobres, famintos, negros, indígenas, sem-terra, catadores/as de material reciclável, população em situação de rua, sem teto, periferias urbanas, encarcerados, mulheres, pessoas LGBTQIAP+, idosos, pessoas com deficiência, entre tantos outros que têm seus direitos negligenciados? Quem se importa?

Aqui, na Diocese de Juazeiro, as Pastorais Sociais caminham lado a lado com essa parcela da população, que parece invisível aos olhos do Estado.

Neste Grito dos Excluídos e Excluídas de 2024, reafirmamos nosso compromisso de servir aqueles/as que mais precisam, com o objetivo de construir uma sociedade mais justa e digna para todos e todas.

Por isso, nós, Pastorais Sociais da Diocese de Juazeiro, gritamos:

Por uma saúde de qualidade, sem grandes filas de espera para exames e consultas e com acesso a medicamentos;

Por um hospital materno-infantil para atender a demanda dos municípios da Diocese;

Por saneamento básico para os bairros periférico;

 Pelo controle das muriçocas, que geram ainda mais incômodos aos que estão encarcerados;

Para que toda criança tenha vida plena e direito de se desenvolver, brincar, estudar, comer, dormir, ter acesso à saúde, receber amor, carinho, viver com a família e ser protegida;

Pelo combate à violência contra as mulheres em seus diversos tipos nas zonas urbana e rural;

Pela vida das mulheres em contexto de prostituição, que são estigmatizadas pela sociedade, que julga ao invés de acolher, sem conhecer os motivos que as levaram a essa atividade;

Pela garantia e defesa dos territórios de comunidades tradicionais, a exemplo dos fundos de pastos, quilombolas, pesqueiros e ribeirinhos;

Pela preservação e revitalização do rio São Francisco, essencial para toda forma de vida na região e à sustentabilidade da pesca artesanal;

Pelo fortalecimento da agricultura familiar, da produção agroecológica das nossas comunidades e pelo amplo acesso à alimentação saudável, sem veneno e com valor nutricional;

Para que os idosos sejam cuidados e tenham acesso aos direitos previdenciários e outros benefícios;

Gritamos contra a violência infantil, que acontece desde o ventre materno, quando mães são negligenciadas na rede pública de saúde;

 Contra à exploração sexual e trabalho infantil, que acometem nossas crianças e adolescentes;

Contra os empreendimentos de mineração, agronegócio e energias renováveis que violam os direitos de diversas comunidades rurais em nossa Diocese e geram imensos danos socioambientais;

Contra a grilagem de terras e a violência no campo.

Por esses e muitos outros gritos, seguimos lutando por justiça e colocando a pessoa humana no centro de nossa ação. Como destacou o Papa Francisco na Fratelli Tutti: A cultura do encontro "exige que, no centro e toda ação política, social e econômica, se coloque a pessoa humana, a sua sublime dignidade e o respeito pelo bem comum."

Assim as Pastorais: Da terra, da Mulher, dos Pescadores, Da Criança, Da Pessoa Idosa, Da Saúde, Carcerária e da Educação seguem buscando fortalecer os encontros que geram vida.

Juazeiro/Bahia, 7 de setembro de 2024

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PACTO ECONÔMICO EM DEFESA DO MEIO AMBIENTE É ASSINADO

Mais de 50 empresários brasileiros divulgaram um manifesto em defesa de uma economia voltada para a conservação do meio ambiente.

O documento intitulado "Por um Pacto Econômico com a Natureza" afirma que acatástrofe de maio no Rio Grande do Sul e os incêndios no Pantanal tornam mais urgente a necessidade de união de esforços contra os desafios das mudanças climáticas.

A carta menciona o despreparo da nação e manifesta um compromisso de buscar saídas com a sociedade, colaborar com o Poder Executivo no combate ao desmatamento e na recuperação de áreas degradadas, contribuir com o Legislativo na criação de leis que disciplinem o licenciamento ambiental e incentivar o Judiciário na defesa do direito constitucional ao meio ambiente.

Mas o documento observa que todos os brasileiros têm a responsabilidade de repensar hábitos e processos, e que cabe à iniciativa privada acelerar a adaptação da economia brasileira à nova realidade do clima.

O documento afirma que um pacto econômico com a natureza dará impulso ao país no cenário global, que o Brasil pode gerar renda e empregos, preservar áreas verdes e transformar espaços urbanos, e que o país precisará apresentar um plano de redução de emissões de carbono em 2025, como anfitrião da cúpula global sobre crise climática.

Por fim, o documento, assinado por 52 cidadãos empresários, afirma que o empresariado e os Três Poderes precisam se unir em defesa do meio ambiente, da economia e da prosperidade da população.

"A gente tem a COP vindo aí no ano que vem. Então, é uma oportunidade sensacional para a gente conseguir se juntar e mostrar para o mundo que a gente quer liderar essa conversa globalmente. Então, nossa expectativa é que agora a gente possa desdobrar em algo concreto, em conversas com o Estado, com os Três Poderes e com a sociedade civil”, diz o empresário Pedro Bueno.

"O que nós queremos é um fórum permanente onde nós possamos discutir de forma colaborativa, de forma construtiva, as soluções para os problemas. E nós temos já um conjunto de soluções para serem apresentadas e debatidas, mas que têm que ser implementadas, porque nós precisamos entrar em modo ação", afirma o empresário Walter Schalka.

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CULTURA NORDESTINA EM CADA PALAVRA É TEMA DO FESTIVAL RIOMAR DE LITERATURA

O pesquisador Paulo Vanderley é um dos nomes confirmados na 2ª edição do Festival RioMar de Literatura, que acontecerá em 14 de setembro, com uma programação diversificada. Paulo Vanderley é autor do livro Luiz Gonzaga 110 anos do nascimento. Este ano o evento faz homenagem a cultura nordestina.

O evento acontece no Teatro RioMar Fortaleza.

Com a temática “Cultura Nordestina em cada palavra”, o festival receberá escritores renomados, artistas e o público apaixonado pela rica cultura nordestina. Com uma programação gratuita e diversificada, que inclui homenagens, debates, apresentações artísticas e um show de encerramento, o festival destaca a importância da Literatura Nordestina para a construção do imaginário popular da região.

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CICLO DO CORDEL REALIZA PALESTRA NO SERTÃO DO PAJEÚ

 O Sertão do Pajeú, berço dos mais originais estilos literários, receberá mais uma ação formativa gratuita do projeto "Ciclo do Cordel", onde alunos de escolas públicas terão acesso ao ensino teórico e prático de um cordel. Com incentivo do Funcultura, o projeto inicia nesta segunda, 26/8, na EREF Doutor Diomedes Gomes Lopes, em Iguaracy (PE) e na EREM Aristaque José de Veras, na Ingazeira (PE).

Os participantes abordarão a origem da Literatura de Cordel, suas especificidades técnicas de criação (métrica, rima e oração), escrita criativa, seus meios de circulação, entre outros dados técnicos da manifestação popular, com um total de 40h/ aula de formação. 

Serão oficineiros os integrantes do Clube do Cordel: Natália Oliveira, Carla Santana, Francisca Araújo, Thaynnara Queiroz e  Nilson Gonçalves, grupo que há anos vem fortalecendo a cena do Cordel em eventos e projetos: o Clube do Cordel nasceu com o propósito de fomentar a produção literária e estimular a formação de novos cordelistas através da união da cultura e da educação de maneira prazerosa e significativa para os alunos. A proponência do projeto é da poetisa Francisca Araújo e Luna Vitrolira é a idealizadora deste Ciclo do Cordel para o Funcultura; enquanto Taciana Enes assina a produção executiva. O incentivo é do Funcultura.

Francisca, que é natural de Iguaracy, destaca a importância de levar a projeto a sua terra: "Falar sobre literatura de cordel é muito importante para o fortalecimento da escrita e da cultura da oralidade. É muito especial para mim poder trazer à minha cidade um projeto como este, especialmente, por contemplar estudantes da rede pública na escola onde estudei e trabalhei há alguns anos atrás", afirma.

UM CORDEL PARA CHAMAR DE SEU-Durante a formação, os alunos ainda serão apresentados aos principais cordelistas do repertório popular, além do destaque para a produção literária feminina. O curso também oferecerá certificado e a criação (diagramação) e impressão dos folhetos. 

Como culminância, um sarau que será apresentado pelos poetas integrantes do coletivo "Clube do Cordel" e os alunos, fomentando a oralidade e a escrita na poesia popular: será online, através do link youtube.com/@clubedocordel8022 no dia 01º de setembro, às 10h. É possível acompanhar mais detalhes do projeto em instagram.com/clube.do.cordel .

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VEGETAÇÃO INTELIGENTE E RIQUEZA CULTURAL: A CAATINGA É MUITO MAIS QUE A SECA E ESCASSEZ

A Caatinga cobre cerca de 11% do território brasileiro, incluindo todos os Estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais, e é o único bioma exclusivamente brasileiro, com aproximadamente 380 espécies endêmicas. No entanto, a região é vista como paisagem proscrita, renegada e frequentemente associada a rusticidade, escassez, seca e miserabilidade. Uma pesquisadora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP investigou os significados negativos atribuídos a esse bioma e propõe abordagens pedagógicas para promover uma visão mais positiva do semiárido brasileiro.

A partir de entrevistas, visitas ao sertão nordestino e acesso a bibliografia científica, jornais e obras literárias, a pesquisa encontrou indícios de que a desvalorização desse bioma pode estar associada a narrativas deturpadas difundidas pela mídia, obras literárias e ações governamentais. RI.CA.ATINGA: o semiárido clama pela valorização de sua riqueza é o título da tese defendida pela nordestina Andreia de Araújo. Há quase duas décadas morando em São Paulo, a arquiteta não esquece de suas raízes e deseja ver a riqueza do semiárido nordestino reconhecida.

A investigação começou por visitas às cidades nordestinas no Agreste Pernambucano – Bezerros, Caruaru e Gravatá – em busca de um entendimento da relação entre a região e as pessoas que nela viviam. A pesquisadora conversou com distintos atores da sociedade, usando uma abordagem fenomenológica em que “a construção de um olhar é feita a partir da imersão, com intenção aberta a todas as possibilidades, sem julgamento nem conceito prévio”. Entre os entrevistados, estavam o famoso xilogravurista J. Borges, um agente turístico e um casal de advogados. Alguns temas de pertencimento surgiram na conversa, como o laço emocional que eles tinham com a terra e com as pessoas, que as mantinham conectadas ao lugar. A valorização dos aspectos locais e relatos nostálgicos referenciavam imagens bucólicas na infância. “Os relatos encontrados contrariavam as narrativas que as mídias divulgavam sobre o povo nordestino”, diz.

Em seguida, Andreia coletou depoimentos – de forma virtual, por conta da pandemia – em uma oficina montada por ela. O tema foi Visões das paisagens brasileiras, e atividade foi feita durante a Semana de Arquitetura e Urbanismo & Design. A proposta era investigar a percepção das pessoas (64% do Sudeste, 20% do Nordeste e 14% do Sul) sobre a Caatinga antes e depois de uma ação pedagógica que ela faria logo depois da oficina.

Inicialmente, foram apresentadas ao público imagens de diversas paisagens brasileiras, incluindo Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, Campos Sulinos e Cerrado. As pessoas foram questionadas a respeito de impressões que tinham sobre essas regiões e os adjetivos que associavam a cada paisagem. Em relação à Caatinga, as respostas foram predominantemente negativas, com palavras como “morte”, “secura”, “aridez”, “deserto”, “tristeza”, “povo sofrido” sendo frequentemente mencionadas. “As imagens verdejantes, mesmo sendo da Caatinga, foram menos apontadas, ou sequer foram selecionadas pelos participantes”, conta a pesquisadora.

No entanto, outros ícones importantes da cultura brasileira, como Luiz Gonzaga e Ariano Suassuna, enaltecem o Nordeste e a cultura regional. Em uma de suas canções, Luiz Gonzaga ilustra a representatividade das grandes feiras – que foram responsáveis pelo surgimento e crescimento de algumas importantes capitais regionais, como Feira de Santana, Caruaru, Garanhuns, Mossoró, entre outras, abastecidas pelas produções vindas dos brejos (áreas úmidas e pantanosas).

Na canção A Feira de Caruaru,  Luiz Gonzaga dizia: “A Feira de Caruaru faz gosto a gente ver, de tudo que há no mundo nela tem pra vender… Tem massa de mandioca, batata assada, tem ovo cru, banana, laranja e manga, batata-doce, queijo e caju, cenoura, jabuticaba, guiné, galinha, pato e peru. Tem bode, carneiro e porco, se duvidar isso é cururu. Tem bode, carneiro e porco, se duvidar isso é cururu”.

Na canção Luar do Sertão, Luiz Gonzaga celebrou a noite sertaneja: “Não há, ó gente, oh! Não, luar como esse do sertão…Oh que saudade do luar da minha terra. Lá na serra branquejando, folhas secas pelo chão. Este luar cá na cidade tão escuro não tem aquela saudade, do luar lá do sertão”.

A pesquisadora cita também o escritor modernista Mário de Andrade, que defendeu o semiárido nordestino em relatos de suas viagens ao Norte e Nordeste do Brasil, no final da década de 1920. Suas observações foram publicadas em crônicas, colunas e entrevistas no jornal Diário Nacional, onde atuava como redator, em janeiro de 1929.

“Vatapá, cavala em molho de coco, doces de comer pouco, deliciosos […] creme de camarão, casquinhas de caranguejos, o chouriço daqui é um doce, a canjica daqui inteiramente diversa da sulista … (Trecho das crônicas de Mário de Andrade, Diário Nacional, janeiro/1929).

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