GRITO DOS EXCLUÍDOS DIZ QUE MOVIMENTOS DE BASE NÃO ESTÃO ADORMECIDOS

Integrantes do 29º Grito dos Excluídos e das Excluídas fizeram nesta quinta-feira (7), em São Paulo, uma caminhada por reivindicações. A ação durou cerca de uma hora e meia e reuniu grande número de pessoas, inclusive crianças, ocorrendo sem problemas ou interrupções. Eles pediram que o governo federal pare de ceder espaço em ministérios ao centrão (conjunto de partidos políticos que não se identificam necessariamente com o governo ou com a oposição) .

Eles se reuniram por volta do meio-dia no Monumento às Bandeiras, nas proximidades da Assembleia Legislativa e do Parque Ibirapuera para encerrar o ato. Várias faixas foram estendidas com frases como: "Independência sem direitos não é independência, é morte". Antes de começar a caminhada, uma liderança do movimento afirmou que os movimentos de base não estão adormecidos.

O ato contou com a presença de políticos, entre eles o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT). O parlamentar leu uma uma carta, que disse ter enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aproveitando a viagem dele à Índia para participar da Cúpula do G20. Em seguida, os grupos que participaram da manifestação também divulgaram o teor da carta que reúne suas reivindicações. 

Em discurso durante a marcha, outra liderança fez críticas ao governo estadual, de Tarcísio de Freitas. Uma das reclamações dizia respeito ao próprio percurso dos manifestantes, que, este ano, não puderam transitar pela Avenida Paulista, o que daria mais visibilidade ao protesto. Após ordem do governo paulista, houve mudança no itinerário e, por isso, desviaram pelas ruas Dr. Rafael de Barros, Tutoia, Brigadeiro Luís Antônio e Marechal Estênio A. Lima, até chegar ao local de destino.

Em alguns momentos, os manifestantes foram alvo de provocações de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moradores de prédios agitaram bandeiras do Brasil, ao que os participantes do ato responderam com palavras de ordem, como "Arreia, arreia, arreia, arreia, arreia. O povo está na rua e Bolsonaro na cadeia".

Quadra após quadra, policiais militares mantiveram a vigilância sobre os manifestantes. Os agentes formaram um cordão nas calçadas, empunhando escudos.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública esclareceu que o policiamento foi reforçado na Avenida Paulista e na Praça Oswaldo Cruz, por meio das equipes da Força Tática, do Comando de Choque e dos batalhões de Ações Especiais. Os policiais fizeram o patrulhamento tanto a pé quanto em motocicletas e viaturas para garantir a segurança. As equipes do Comando de Policiamento de Trânsito também atuaram, em apoio à Companhia de Engenharia de Tráfego, para assegurar o fluxo viário. Além disso, a Base Comunitária Móvel foi posicionada na Praça Oswaldo Cruz para adequar melhor o espaço a fim de proteger os manifestantes.

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GOVERNO FEDERAL QUER JUSTIÇA CLIMÁTICA NO DEBATE AMBIENTAL

 Governo quer justiça climática no centro do Quatro ministras participaram, nesta segunda-feira (4), da oficina Justiça Climática: Um Novo Caminho para a Adaptação no Brasil: a ministra do meio ambiente, Marina Silva; a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. O tema da oficina, Justiça Climática, resume boa parte das medidas relacionadas ao meio ambiente que vêm sendo defendidas pelo Brasil.

Para a ministra do Meio Ambiente, o encontro representa o marco inicial das discussões para a elaboração da Estratégia Nacional de Adaptação à Mudança do Clima. “Ou seja, o marco inicial das discussões para a estratégia do nosso plano nacional para enfrentamento da mudança do clima”, disse a ministra Marina Silva ao abrir o encontro na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília.

“A ideia de Justiça climática e, principalmente, de racismo ambiental ainda não é reconhecida internacionalmente, mas o Brasil está adotando essa linguagem, esse princípio, nas políticas internas, mesmo não sendo ainda uma convenção internacional.”

A ideia de Justiça climática parte do princípio de que os impactos das mudanças climáticas atingem de forma e intensidade diferentes grupos sociais distintos. (Agencia Brasil)

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QUASE 99% DOS ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS TEM INGREDIENTES NOCIVOS

Quase 99% dos alimentos ultraprocessados comercializados no Brasil têm alto teor de sódio, gorduras, açúcares ou aditivos para realçar cor e sabor, aponta um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP).

Esses ingredientes estão presentes na quase totalidade de biscoitos, margarinas, bolos e tortas, achocolatados, bebidas lácteas e sorvetes, além de frios e embutidos e bebidas gaseificadas como os refrigerantes. Também são encontrados em refeições prontas, pizza, lasanha, pastelaria e outras bebidas açucaradas. A pesquisa avaliou quase 10 mil alimentos e bebidas das principais redes de supermercados de São Paulo e Salvador.

A professora associada do Departamento de Nutrição Aplicada e do Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde do Instituto de Nutrição da Uerj, Daniela Canella, uma das autoras do estudo, alerta para a relação do consumo desses alimentos com o desenvolvimento de doenças crônicas.

“Eles estão associados a uma série de doenças crônicas e à obesidade, como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer. Esse resultado de composição dos ultraprocessados reforça esses achados de relação de consumo desses alimentos e doenças crônicas. Por isso, os resultados são alarmantes”, disse a pesquisadora.

Daniela Canella defende que, além da indicação obrigatória para alimentos com alto teor de sódio, açúcar e gorduras, seria importante informar o indicativo de aditivos, que são os corantes, aromatizantes, emulsificantes, que alteram a cor, textura e aroma dos alimentos. Dessa forma, os consumidores poderiam identificar com mais facilidade os ultraprocessados e tomar a decisão sobre comprá-los ou não.

“Além da informação no rótulo, que a partir de outubro deste ano, passa a ser obrigatória para ‘alto em açúcar, gordura e sódio’, se os rótulos também tivessem a informação de que contêm aditivos com características cosméticas, facilitaria para que os consumidores pudessem identificar com mais facilidade o que são ultraprocessados”, afirmou a professora.

A pesquisadora destacou que os resultados da pesquisa são importantes para auxiliar as políticas públicas, como a proibição de alimentos ultraprocessados em cantinas escolares e outras agendas regulatórias, como a publicidade de alimentos. (Agencia Brasil)

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IBRAM RECONHECE CASA DE FARINHA DO CARIRI COMO PONTO DE MEMÓRIA

Recentemente o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) reconheceu o coletivo cultural Espaço Cultural e Casa de Farinha Mestre José Gomes do Baixio do Muquém - Distrito Baixio das Palmeiras do Crato, representado pelo seu gestor cultural Assis Nicolau, como Ponto de Memória, a partir dos critérios estabelecidos pela Portaria do Ibram no 579, de 29 de julho de 2021.

Esta certificação, comprova sobretudo que o coletivo cultural - Ponto de Memória, Espaço Cultural e Casa de Farinha Mestre José Gomes em Crato (CE), "desenvolve programas, projetos e ações dentro do campo de museologia social, pautada na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando à identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira".

A ocupação da Casa de Farinha Mestre Zé Gomes se dá por meio da realização de diversas ações articuladas em rede com diversas instituições locais (interna e externa) onde acontecem: a) farinhada tradicional, b) academia popular de Danças Culturais para as mulheres; c) Projeto Phyplant: Oficina Prática de manipulação e Produção de Produtos Fitoterápicos; d) Rodas de conversas; e) Colônia de férias para as crianças da comunidade; f) Visitas guiadas para a realização de estudos/pesquisas por parte das escolas da rede municipal, estaduais e para acadêmicos das Universidades Federais e Estaduais. Além de outras ações que poderão ser acompanhadas pelas redes sociais (instagram e facebook). 

O referido Ponto de Memória ao ser reconhecido tem na sua história de Fundação o ano de 1953. Por si só, calculando já somam 70 anos de história. A Associação Comunitária dos Agricultores Familiar Sagrada Família do Baixio do Muquém em parceria com a comunidade e com os familiares do Mestre Zé Gomes, trabalha arduamente para garantir a preservação desse legado que é um patrimônio histórico de muita resistência.

Fonte: Jornal Leia Sempre Brasil: edição número 180).

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CARTA DE APOIO ÁS COMUNIDADES ATINGIDAS PELA GRILAGEM DE TERRAS EM CAMPO ALEGRE DE LOURDES, BAHIA

Carta de apoio às comunidades atingidas pela grilagem de terras em Campo Alegre de Lourdes (BA). Confira:

O Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes vem a público denunciar a tentativa de grilagem de terras, iniciada na última quinta-feira (24), no território tradicional de fundo de pasto Angico dos Dias, formado pelas comunidades Angico dos Dias, Açu, Baixão Novo, Baixão Grande e Baixãozinho. Há seis dias, os/as trabalhadores/as rurais estão convivendo com pessoas estranhas em seu território, seguranças particulares armados e ameaças constantes.

Funcionários, que dizem estar a serviço da empresa Terra Quente Agropecuária – de propriedade do português Carlos Manuel Subtil Duarte -, invadiram parte da área do fundo de pasto das comunidades, que é utilizada há várias gerações pelas famílias para criação de animais. A empresa desmatou a vegetação nativa, transportou maquinário e materiais para o local, fez perfurações no solo, colocou postes de energia e iniciou uma construção. 

A área invadida fica na divisa com os municípios de Caracol e Guaribas (PI), a cerca de 700 metros da PI-470 e próxima ao Parque Nacional Serra das Confusões. Em agosto de 2021, essa mesma área foi atingida por incêndios, que destruíram mais de 2 mil hectares de vegetação na região.

Moradores das comunidades atingidas afirmam que a situação é bastante preocupante e temem que o conflito se agrave. Na última quinta-feira (24), os trabalhadores/as rurais foram surpreendidos também pela presença de cinco policiais militares do município de Caracol, que queriam garantir a continuidade da obra. Os policiais tentaram intimidar os trabalhadores, ameaçando prendê-los.

As famílias camponesas das comunidades da região de Angico dos Dias ocupam tradicionalmente esse território há mais de 150 anos. Os posseiros/as vivem da criação de animais e da agricultura. Há quase 20 anos, a população vem sofrendo com os danos socioambientais provocados pela mineradora Galvani, que extrai fosfato no meio do território, e com diversas tentativas de grilagens de terras, que se intensificaram na última década.

Há mais de cinco anos, as comunidades têm denunciado a participação do empresário Carlos Manuel Subtil nas tentativas de grilagem no território de fundo de pasto. Os/as trabalhadores/as rurais têm apontado também a relação de Carlos Manuel com o José Dias Soares Neto, o Zé do Salvo, envolvido nas tentativas de grilagem dos últimos anos, inclusive na obra iniciada na última semana. De acordo com dados levantados pela Comissão Pastoral da Terra, mais 70% do território tradicional das comunidades de Angico dos Dias é ameaçado por processos de grilagem (documentos fraudulentos, grilagem verde).

Diante dessa situação, o Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes solicita das autoridades competentes medidas urgentes para que os invasores sejam retirados da área e as comunidades possam continuar suas atividades no território com tranquilidade.

Campo Alegre de Lourdes, 30 de agosto de 2023

Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes 

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MARCELO JENECI MOSTRA PROPOSTA FUTURISTA NO REPERTÓRIO CARAVANA SAIRÉ

No terceiro álbum, Guaia (2019), o paulistano Marcelo Jeneci cruzou referências existenciais e musicais de Guaianases – periférico bairro natal onde se criou na zona leste da cidade de São Paulo (SP) – com ecos dos sons do agreste de Pernambuco, epicentro da vivência nordestina do artista.

No quarto álbum de estúdio deste filho de migrantes pernambucanos, Caravana Sairé, Jeneci atiça ainda mais as memórias musicais e afetivas de Sairé (PE), cidade do interior onde viveu parte da infância.

Primeiro título da ambicionada trilogia fonográfica idealizada pelo artista com o cineasta pernambucano Helder Pessoa Lopes, diretor artístico do disco que desembarcou nos aplicativos via ONErpm, Caravana Sairé é álbum de intérprete, derivado do homônimo show apresentado por Jeneci desde 2022.

O compositor assina somente duas músicas, ambas já conhecidas, cedendo a vez ao cantor na maioria das dez faixas, gravadas com sanfonas – inclusive a de Jeneci (também no bass synth) – com os instrumentos de percussão evocativos das bandas de pífano.

Com os toques dos músicos Ivson Santos (pandeiro), Juba Carvalho (percussão), Junior Caboclo (pífanos), Lucas Dan (sanfona), Mestre Bastos (zabumba) e Mestre Zé Gago (pratos), Jeneci aborda sucessos da música nordestina abrigada sob o amplo guarda-chuva dos ritmos genericamente rotulados como forró.

O xote Sou o estopim (Antonio Barros, 1976), apresentado por Marinês (1935 – 2007) e rebobinado por Jeneci no balanço do reggae, abre alas e pede passagem para Caravana Sairé, disco mixado por Mario Caldato.

Na sequência, o cantor remói Lembrança de um beijo (Accyoli Neto, 1994) com o toque flamenco da guitarra de Daniel Casares e tenta dar pisada pop ao seminal Baião (1946), pedra fundamental da parceria de Luiz Gonzaga (1912 – 1989) com Humberto Teixeira (1915 – 1979).

Também do rei do baião, mas em parceria com Zé Dantas (1921 – 1962), Vem morena (1949) ganha registro em seleção de repertório que une o standard junino Olha pro céu (Luiz Gonzaga e José Fernandes, 1951) com Felicidade (2010), joia da parceria de Jeneci com Chico César, autores também de Oxente, música apresentada na voz arretada de Elba Ramalho no álbum O ouro do pó da estrada (2018) e já gravada pelo próprio Jeneci no citado álbum anterior Guaia (2019).

Sucessos conhecidos dentro das fronteiras do nordeste com o toque do Trio Nordestino, Amor não faz mal a ninguém (Onildo Almeida, 1980) e Cadeira de balanço (Assisão e Lindolfo Barbosa, 1976) encorpam a trilha sonora de Caravana Sairé ao lado de Devagar (Jorginho de Altinho, 1984) e de Ai que saudade d'ocê (Vital Farias, 1983).

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MISSA DO POETA ZÉ MARCOLINO SERÁ CELEBRADA NO MÊS DE SETEMBRO, EM TABIRA

A tradicional Missa do Poeta é promovida anualmente, no terceiro sábado de setembro, na cidade pernambucana de Tabira, no Sertão do Pajeú, homenageando o poeta Zé Marcolino.

Este ano será celebrado os 36 anos de saudades do Poeta Zé Marcolino.

Zé Marcolino nasceu em Sumé, Paraíba e é considerado um dos mais talentosos compositores da música brasileira. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Trio Nordestino, Fagner, Elba Ramalho, gravaram músicas do Poeta, como ele gostava de chamar os amigos. 

O poeta morreu no dia 20 de setembro de 1987, em acidente de carro, nas proximidades de São José do Egito, Pernambuco.

MISSA É PATRIMONIO: Em 2022, a Missa do Poeta de Tabira comemorou 35 anos de edições ininterruptas. Em 2010, por meio da Lei nº 14.174/2010, a Assembleia Legislativa de Pernambuco reconheceu a Missa do Poeta como Patrimônio Cultural Imaterial de Pernambuco.

Atualmente, é um dos festejos mais tradicionais do Sertão pernambucano e sempre esteve atrelada à defesa do patrimônio imaterial da arte (música e poesia), difundida por artistas de todo Pajeú, os quais participam desde a primeira Missa, realizada na cidade de Serra Talhada, no ano de 1988, quando diversos artistas nordestinos se reuniram para celebrar o primeiro aniversário de morte do músico, compositor e poeta Zé Marcolino.

A partir do ano de 1991, passou a ser celebrada na cidade de Tabira, onde acontece, até os dias atuais, com uma vasta programação que vai de formação cultural às apresentações de poetas, repentistas, forrozeiros e cantores da música popular nordestina.

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