CHESF VOLTA A ALERTAR ALTERAÇÕES DE VAZÃO E DAS CONDIÇÕES DE CHEIA NO VELHO CHICO

Cerca de 33 prefeituras de municípios ribeirinhos do Submédio e Baixo São Francisco foram contatadas e alertadas pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) sobre as alterações de vazão e das condições de cheia no Velho Chico. 

O objetivo é que os gestores municipais e defesas civis fiquem em alerta devido ao aumento do nível do rio que vem ocorrendo desde o dia 12 de janeiro de 2022.

A Chesf está procedendo operação de controle de cheia no Rio São Francisco a partir do maior reservatório do Nordeste, Sobradinho (BA), e divulgou, com antecedência, o aumento da vazão, com abertura de comportas (vertimento), para que as autoridades municipais pudessem se organizar, dentro da agilidade necessária para a situação.

As águas estão sendo liberadas para aguardar o grande volume de chuvas que estão caindo no Alto São Francisco este mês e tendo em vista que o período úmido se estende até abril. 

“O Operador Nacional do Sistema Elétrico, o ONS, declarou regime de cheia na Bacia do Rio São Francisco e, dessa forma, temos que atuar com regras específicas, aguardando chegar mais água, pois ainda há   chuvas acontecendo em Minas Gerais. 

A previsão é Sobradinho, nosso maior reservatório, alcançar 75% de armazenamento no fim de janeiro”, informou o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin.

Além de ter contatado prefeituras e defesas civis municipais, a Chesf vem dando ampla divulgação sobre as vazões programadas, informando que desde o dia 12, vem aumentando a liberação de água dos reservatórios em 500 metros cúbicos por segundo (m³/s) a cada dois dias. No dia 24, as usinas hidrelétricas de Sobradinho (BA) e Xingó (AL) estarão liberando 4.000 m³/s.

Por não haver vazão nesse patamar há 12 anos, a Chesf divulgou para autoridades, imprensa e publicou no seu site informações sobre as localidades onde há pontos sensíveis a vazões a partir de 2.500 m³/s, para que a sociedade e os órgãos públicos competentes façam o acompanhamento e tomem medidas para garantir a segurança.

Confira as cidades ribeirinhas já contatadas pela Chesf:

Baixo São Francisco: - Penedo-AL  - Pão de Açúcar-AL  - Belo Monte - AL - Olho D’Água do Casado-AL - Porto Real do Colégio-AL  - Piaçabuçu-AL  - Piranhas-AL  - São Brás-AL  - Igreja Nova - AL - Traipu - AL  - Propriá - SE  - Amparo do São Francisco - SE - Brejo Grande - SE  - Canhoba - SE - Canindé do São Francisco - SE  - Gararu - SE  - Ilha das Flores - SE  - Monte Alegre de Sergipe - SE - Nossa Senhora de Lourdes - SE  - Nossa Senhora da Glória -S E  - Neópolis - SE  - Poço Redondo - SE - Porto da Folha - SE  - Telha - SE 

-*Submédio São Francisco: - Petrolina - PE  - Belém do São Francisco - PE  - Cabrobó - PE  - Floresta - PE  - Lagoa Grande - PE  - Santa Maria da Boa Vista - PE  - Juazeiro - BA  - Curaçá - BA  - Paulo Afonso - BA

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UMBUZADA DO SERTÃO GANHA REFERÊNCIA NA REGIÃO DE JUAZEIRO E PETROLINA

Enquanto milhares de empresas fecham as portas mundo a fora, um casal usa da ousadia empreendedora e aposta no sabor do umbu como marca para o Nordeste, em especial Petrolina, Juazeiro e região. Trata-se da Umbuzada do Sertão. A umbuzada é um alimento muito apreciado no nordeste brasileiro. 

A ideia da fabricação da Umbuzada surgiu com Adriana de Araújo Silva Brito e Edilson André. Eles são de Recife mas moram na região desde 2013. Adriana revela que a umbuzada surgiu "quando ela começou a fazer na roça depois que aprendeu com uma vizinha na zona rural". 

"Comecei a fazer a Umbuzada cem porcento natural e os elogios, pedidos foram aumentando. O sabor chamou a atenção de quem consumia e então resolvemos fazer o empreendimento. Umbuzada do Sertão", contou Adriana.

A Umbuzada do Sertão promove a alimentação saudável envolve mais que a escolha de alimentos adequados, relacionando-se com a defesa da biodiversidade de espécies, o reconhecimento da herança cultural e o valor histórico do alimento, além do estímulo à cozinha típica regional, contribuindo, assim, para a valorização das tradições e o prazer da alimentação. 

A árvore Umbuzeiro é considerada sagrada no sertão. O umbu faz parte do cancioneiro de Luiz Gonzaga, uma árvore no meio da caatinga do sertão, porém todos que a conhecem bem sabem que com chuva ou sem chuva, ela estará totalmente verde e cheia de flores pronta para produzir seu delicioso fruto. 

Com trabalho e determinação o casal Adriana e Edilson buscou a profissionalização do empreendimento. Com orientações técnicas do Sebrae hoje eles já fazem entrega da Umbuzada através de pedidos.

Com a comercialização da Umbuzada do Sertão, os sertanejos ganham a oportunidade de ter uma alimentação saudável e desfrutar de uma rica variedade em recursos naturais, cultura alimentar, a singular culinária incorporada a tradição.

Detalhe: Adriana revela também que existe a umbuzada feita especialmente para os adeptos das academias, a geração Fitness, aqueles que buscam "estar em boa forma física", o que práticam de atividade física e se refere ao bom condicionamento físico ou bem estar físico e mental.

O umbu é considerado uma fonte de vitamina.

"O patrimônio culinário nas receitas tradicionais, faz parte da memória afetiva, do registro, da transmissão oral de nossa herança cultural que convive com a modernidade. A umbuzada do sertão tem essa característica. Valorizar uma agricultura mais sustentável,

mantendo o equilíbrio do ambiente e respeitando o conhecimento local, é fundamental para o sucesso do empreendimento", diz Adriana.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de umbu, em 2020, foi de 5,4 mil toneladas, representando 57% do total do país, sendo destaque nacional. Na Bahia, a produção é resultado de um extrativismo sustentável, que proporciona renda para milhares de famílias.

SERVIÇO: Contato Umbuzada do Sertão. WhatsApp 87981034781 e @umbuzadadosertão

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AGROFLORESTA SERÁ TEMA DE CURSO NA SERRA DOS PAUS DÓIAS EM EXU PERNAMBUCO

Na chapada do Araripe, no município de Exú, Sertão de Pernambuco, o casal Vilmar Lermen e Silvanete Sousa construiu um local para bem viver com seus quatro filhos. Em uma área de um pouco mais de 10 hectares, no sítio Serra dos Paus Dóias, o casal optou em trabalhar com os Sistemas Agroflorestais (SAFs) para recuperar a terra, transformando-a em uma área produtiva e bonita. 

Este trabalho é a agroecologia pode ser uma boa alternativa para a agricultura familiar. Nos próximos dias 21, 22 e 23, será realizado o Curso Agrodóia Agroflorestando. Durante a programação terá a partilha de sementes. O evento acontece na Serra dos Paus Dóias.

Em 2019, No Dia Nacional da Caatinga, 28 de abril, A Agência Eco Nordeste lançou uma campanha pela valorização do bioma. Experiências com características de Empreendedorismo, Inovação e Sustentabilidade; em ações individuais, coletivas; públicas e privadas têm destaque na campanha Ecos do Bioma Caatinga. 


A reportagem destacou o exemplar trabalho do agricultor familiar Vilmar Luiz Lermen, no município de Exu, Sertão do Araripe (PE), onde cultiva uma Agrofloresta.

Paranaense, filho de agricultores, há 23 anos residente no Estado de Pernambuco, sendo 16 anos no município de Exu, no Sertão do Araripe, onde cultiva uma agrofloresta exemplar. Trabalho apoiado por Paulo Pedro de Carvalho, agrônomo e coordenador geral do Centro de Assessoria e Apoio aos Trabalhadores e às Instituições Não-Governamentais Alternativas (Caatinga). Ele vive em Ouricuri, mas atua em todo o Sertão do Araripe. Agrofloresta é a praia de ambos e um exercício de transformação na relação com a terra que ainda não está muito disseminado pelo Semiárido, mas que faz diferença onde passa.

Vilmar conta que tanto seu pai quanto sua mãe vieram de famílias agricultoras. Mas, depois de tentar a sorte com uma serraria, o pai faliu. Foi quando conheceu o Movimento Sem Terra (MST) e veio para o Nordeste participar de um encontro, se apaixonou, casou com Maria Silvanete não retornou. Militou no MST, trabalhou no Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, cursou Pedagogia, se especializou em Geografia e, finalmente, comprou uma terra em Exu e vem cultivando sua própria agrofloresta ao lado da esposa, na Serra dos Paus Dóias, em cima da Chapada do Araripe.

Ele faz parte de Associação dos Agricultores (as) Familiares da Serra dos Paus Dóias (Agrodóia), que trabalha com Sistemas Agroflorestais; Sementes Crioulas; beneficiamento de frutas nativas (extrativismo) e cultivadas; e abelhas nativas e africanizadas, com uma inserção social no território do Araripe. Participa também do Conselho da Área de Proteção Ambiental (APA), Conselho de Turismo e Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável do Município. É sócio do Centro Sabiá e diretor do Caatinga e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Exu.

Na propriedade, tem duas cisternas de 76 mil litros e fogão geoagroecológico. Na Associação, tem cisterna de 76 mil litros, jardim filtrante adaptado, fossa séptica, biodigestor, biofertilizante e agroindústria, onde são fabricados doces, geleias, licores, óleos essenciais e mel. Tudo isso fez com que a propriedade se tornasse um modelo a ser mostrados aos inúmeros visitantes que o casal recebe.

Para Vilmar, as vantagens do Sistema Agroflorestal Agroecológico começam pela conservação do solo e ambiente como um todo. Ele conta que, nas primeiras semanas, se investe em culturas de ciclo curto, que podem ser plantados simultaneamente com milho, árvores e raízes, além de forrageiras adubadoras de solo.

“Quase todas essas plantas produzem alguma flor e pólen para as abelhas, o que garante alimento, renda, e, no tempo e no espaço, o agricultor vai fazendo a sucessão vegetal. As árvores vão crescendo junto com esse sistema. Uma floresta nativa tem mais ou menos 300 anos. No Sistema Agroflorestal você faz isso em mais ou menos 30 anos, inclusive na própria Caatinga”, garante.

Vilmar lembra que, ao longo dos últimos 35 / 40 anos, o agricultor e pesquisador suíço Ernst Götsch radicado na Bahia, sistematizou, pesquisou, experimentou muitos destes sistemas, em diversos lugares do mundo, e foi passando em vivências, intercâmbios e cursos.

“Hoje tem muita bibliografia já testada pela academia que faz com que a família agricultora tenha alimento no período de chuva e de seca, tenha trabalho o ano inteiro, embora seja um pouco mais intenso na chuva porque é quando se planta a maioria dos cultivos. Mas na estiagem ainda tem trabalho, que ocupa a família, tem harmonia entre o sistema de acumulação e abundância numa estratégia que pode ser alimentar e de renda. Geralmente a família agricultora prioriza a alimentação e o excedente vai para as feiras agroecológicas e programas como PAA e Pnae“, explica.

A Academia, segundo o agricultor agroflorestal, vem ajudando a sistematizar a fornecer elementos técnicos e, com organizações, fazem assessoria e abrem caminhos junto às agências de financiamento / bancos oficiais para quem tem interesse em investir, baseado na experiência acumulada.


“Também tem sido feito um trabalho coletivo com o IBGE, a Conab, a Embrapa, para o zoneamento agrícola, para entrar no Censo Agropecuário, na lista dos preços mínimos da Conab, já que até então esses produtos eram considerados incipientes para a economia, porém, em alguns lugares do Semiárido são essenciais num extrativismo que depois passa para um cultivo dentro do Sistema Agroflorestal, com o solo protegido, presença da água. Isso dá uma segurança alimentar e hídrica para a família, fornece produtos para o ecossistema e para animais domésticos e silvestres. Quando a madeira estiver madura, não vai destruir, vai fazer uma colheita, pela poda ou queda natural”, relata.

Vilmar defende que o O Sistema Agroflorestal Agroecológico é o mais completo do ponto de vista de ciclagem dos nutrientes, manutenção de temperatura mais estável ao longo do ano. Trabalha com sementes crioulas, normalmente de base familiar e comunitária, dentro de redes de distribuição e comercialização”, destaca.

DESAFIOS: Um dos desafios apontados ele, na Caatinga, é o da sistematização, porque trata-se de um grande bioma de clima Semiárido, de mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, em 11 estados, mas dentro dele há mais de mil outros micro ecossistemas.

“Para cada um tem que se pensar, estudar, avaliar o que melhor se adapta, o que é da vontade do agricultor e da família, qual a habilidade, como os sabores e saberes se casam e que estejam dentro da legislação ambiental, sanitária. O beneficiamento é necessário para aproveitar, agregar valor e compartilhar até com outras regiões”, ressalta.

“Nós seres humanos, somos altamente dependentes dos sistemas naturais. Lá na frente, quando a pessoa quiser se aposentar, tem uma poupança na madeira, óleos essenciais, meliponicultura, colheita de frutos, que não têm a necessidade de um manejo tão intensivo. Temos sucessão na mão de obra também”, ressalta Vilmar.

Ao olhar para trás, mais de 30 anos depois de formado em Agronomia, Paulo Pedro lembra que, quando começou, o termo usado era Agricultura Alternativa, que foi se desenvolvendo com a participação de diversos atores, reunidos hoje pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).

Paralelamente, as organizações ligadas à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vêm fazendo um trabalho de Assistência Técnica Rural (Ater) no Semiárido em Agroecologia. Daí foi formada a Rede de Agricultores(as) Experimentadores(as) do Araripe (Rede Araripe), que trouxe outra perspectiva, ao trabalhar diretamente com 11 municípios do Araripe e mais um do Sertão Central (Parnamirim), em Pernambuco. São, em média, 2 mil famílias envolvidas.

“Houve uma melhoria na parte social e econômica, desenvolvimento de Políticas Públicas de Convivência com o Semiárido, a construção de um milhão e 200 mil cisternas, sendo 800 mil só pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), formação e mobilização. Comparando com dez anos atrás, avançamos. Muitos ainda estão em transição, outros querendo conhecer”, destaca.

Paulo Pedro ressalta, ainda, a incorporação da temática das agroflorestas pelas instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e os Institutos Federais de Tecnologia (IFs). Mas faz a ressalva de que ainda não ganhou uma dimensão significativa.

“Se voltarmos uns dez anos, percebemos um grande avanço com experiências concretas de famílias que estão em processo de Conversão Agroecológica, muitas delas em Sistemas Agroflorestais. Viram que a experiência é boa e querem isso para as suas propriedades. Algumas estão bem avançadas, como a da família de Vilmar e Silvanete, lá em cima da serra, em Exu, que recebe visitas durante o ano inteiro”, avalia.

Para Paulo Pedro, a Agroecologia, por meio dos Sistemas Agroflorestais, está ganhando espaço. Mas ainda não é uma quantidade significativa na Agricultura Familiar. “É importante destacar que a Agroecologia e a Agrofloresta estão ganhando espaço na agenda política e dentro dos órgãos de pesquisa. Mas não podemos dizer que é institucional, que todos aderiram a esse processo. Mas grupos dentro dessas instituições trabalham junto com agricultores, comunidades, organizações da sociedade civil que fazem parte da ASA, da ANA, de várias redes que promovem a Agroecologia no Semiárido Brasileiro”, pondera.

“Hoje é bem real e visível a lógica da convivência se sobrepondo à antiga e equivocada do combate à seca. Os agricultores do Semiárido são experimentadores que buscam a todo momento saídas. Até a FAO e a ONU reconhecem a Agroecologia e a Agrofloresta como forma de dobrar a produção de alimentos saudáveis no mundo em dez anos e cuidando do meio ambiente e das relações entre as pessoas”, anima-se.

Por fim, o agrônomo destaca a existência de diversas redes, locais, regionais, nacionais e até internacionais, de troca de experiências, um fator muito importante na promoção da Agroecologia, para possibilitar as trocas de agricultor para agricultor, com experiências permanentemente desenvolvidas e “Quando o agricultor ensina algo que aprendeu, ele também está se abrindo para escutar outras famílias e as organizações que prestam assessoria a esses agricultores e essas redes estão ali para fomentar esse processo de construção participativa dos conhecimentos”.

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FLÁVIO LEANDRO E FAMÍLIA: MAIS UM EXEMPLO NO RITMO A FAVOR DA NATUREZA. A IMPLANTAÇÃO DE UMA AGROFLORESTA

O poeta, compositor e cantor Flávio Leandro através das redes sociais compartilhou mais uma ação que chama a atenção para a visão de conscientização, valorização para o meio ambiente, agroecologia e ecologia humana. A proposta é a implantação de  uma Agrofloresta na região onde mora, área rural de Bodocó, Pernambuco.

"Começando nossa agrofloresta...com muito bom humor né, Cissa Leandro? Numa guerra de facão de brincadeira! Bomtacumtu! 

@cissaleandro. Uma tarde linda, plantando "pununça" com a companhia linda de @cissaleandro e @davileandrooficial. Foram plantadas 200 covas com as manivas fornecidas por Chico Peba! Quando acabamos de plantar, caiu uma bela chuva. Acunha, os caba!

Flávio Leandro destacou também a Fruta de Palma; "quem já comeu? Item indispensável na alimentação animal do semiárido nordestino, a palma forrageira nos dá também esse delicioso fruto...também conhecido como Figo da Índia". 

Mais uma vez Flávio Leandro se coloca no lado de uma visão de futurista na resistência a concentração de terras, ao cultivo de grandes monoculturas. Criar uma agrofloresta é ser contra a exploração máxima dos recursos naturais e na grande dependência de agrotóxicos e fertilizantes químicos. 

A agroecologia hoje já é considerada uma ciência, movimento, prática, educação, aliada a um projeto de produção agrícola, que se baseia em novas relações humanas e de produção. Além de utilizar técnicas para preservar os recursos naturais, valoriza o agricultor e famílias enquanto integrante essencial na complexa teia econômica, social, ambiental e cultural da produção de alimentos.

De acordom com estudiosos e pesquisasores ambientalistas os Sistemas Agroflorestais (SAF) são formas de uso da terra, baseados nos princípios da agroecologia, que unem a produção de alimentos e de outros recursos vegetais, cultivos de hortaliças/frutas (agro) e arbóreos (florestais).

Com a Agrofloresta, o material vegetal preexistente é cortado e disposto de forma ordenada e com arranjo definido no solo. Ao longo do tempo, há um manejo intensivo da vegetação, especialmente na poda e na disposição do material podado no solo, criando o que se chama de ‘berços’.

Desta maneira, o aproveitamento da matéria orgânica pela vida do solo é ainda maior que nas clareiras naturais. A água entra melhor na terra, com maior aproveitamento. É nesta faixa que se colocam as sementes, tubérculos ou manivas. Ao longo do tempo, vão surgindo várias espécies de plantas por regeneração natural.

O resultado é a integração entre homem e natureza considerada ser essa a agricultura ideal para o planeta, pois a convencional está destruindo e desrespeitando o meio ambiente.

A agrofloresta trabalha a técnic da relação homem e natureza, pois os cultivos em equilíbrio não se exaurem, mas colaboram entre si, mutuamente.

Cissa Leandro também destacou uma mensagem de gratidão ao visitar o Sítio A´gua Branca, em Santa Cruz da Venerada, Pernambuco "O entardecer do sítio Água Branca. Um contraste perfeito nos tons ofertados pela natureza, que não são ditados por tendências ou formadores de opinião do mundo da moda. Aqui tudo se combina na mais perfeita harmonia... com amor para nós. Levanta a cabeça, olha pro alto, olha para baixo, pro lado, para trás e sente... tá tudo aqui perfeitinho, de presente pra mim, pra vc, para todos".

MÚSICA E AGROECOLOGIA: Em 2012, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga ganhou o título de Doutor Honoris Causa em Ecologia (in memoriam), maior honraria das instituições de ensino.

A ideia de conceder o título a Luiz Gonzaga veio do professor e pesquisador da UFRPE Severino Mendes Júnior. Durante uma entrevista o professor defendeu a importância de Luiz Gonzaga, um autêntico defensor do meio ambiente. O professor afirmou que, pela afinidade das letras de interpretados por Luiz Gonzaga escritas pelos parceiros e poetas da causa ambiental, exemplo Xote Ecológico é o título mais que merecido, principalmente para despertar as novas gerações.

Ano passado Carla Visi,  cantora, gestora em Gestão Ambiental defendeu a tese de Mestrado em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos da FCSH pela Universidade Nova de Lisboa. 

Carla Visi é ex-vocalista da banda Cheiro de Amor e atualmente está empenhada em diversos projetos ligados a questão em defesa da Mãe Natureza.

Naturalista, não faz alimentação com carne vermelha ou toma refrigerantes. A cantora é militante das causas ambientais desde a década de 90, que foi quando percebeu que poderia contribuir com o meio ambiente através da música. Atualmente, Carla Visi realiza palestras sobre cultura e sustentabilidade em diversos lugares.

Além de acumular os ofícios de ambientalista, cantora e mãe, Carla também é formada em Jornalismo, possui uma pós-graduação em Gestão Ambiental.  “A música é minha comunicação maior e o jornalismo me faz pensar a palavra, a comunicação”.

A cantora concluiu o mestrado com o tema A Canção da Natureza e a Natureza da Canção, Música Brasileira para a Educação Ambiental Crítica.

"Há uma distorção de valores na gestão pública e uma inversão de valores na nossa sociedade, onde o ter é mais importante do que o ser, a aparência mais importante que a essência. Não só os projetos culturais, mas as instituições que nos associamos, os artistas que seguimos, os produtos que escolhemos comprar são reflexo dos nossos valores. Alguns exemplos… Uma marca que usa mão-de-obra infantil ou escrava deve ser boicotada; um gestor ou funcionário que manifeste qualquer tipo de preconceito deve ser punido; um artista que estimule a violência não pode participar e ser aprovado em editais públicos", afirmou Carla Visi.


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RÁDIO CONTINUA VANGUARDA POR MEXER COM A IMAGINAÇÃO DAS PESSOAS E INSTANTANEIDADE, DIZ PUBLICITÁRIO

O rádio passa por uma profunda transformação diante do avanço do áudio digital. Apesar das mudanças sofridas, ele preserva um conjunto de características que o torna capaz de absorver e explorar uma série de inovações, na avaliação de especialistas que compuseram a mesa de discussão “30 anos da CBN: das ondas ao podcast, o futuro do áudio”, no Palco do Conhecimento, na Rio Innovation Week.

Para Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann, tanto o rádio quanto o podcast - que se popularizou nos últimos anos - possuem capacidade singular de lidar com a instantaneidade e a imaginação do público se comparado aos demais meios de comunicação:

"O rádio continua vanguarda por ter duas características imbatíveis: a instantaneidade e a capacidade de mexer com a imaginação das pessoas. Esse tipo de imaginação o rádio sempre vai ter e o podcast também. E isso bem produzido tem tudo para ser cada vez mais sucesso, seja para os anunciantes que apostaram nisso, seja para as agências que precisam de prestígio para trabalho criativo."

Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo, destaca que o formato do áudio traz “uma temperatura do que está acontecendo” e mistura, no jornalismo, a informação com a “emoção e a verdade”.

Isso permite, avalia, que o mercado teste programas em áudio com formatos de curta e longa duração, a depender do consumo. A revolução trazida pelos podcasts, inclusive, expõe o potencial do áudio digital no mercado brasileiro:

"A voz traz o componente do humano, da verdade. Fizemos uma pesquisa em 2020 no Brasil que mostra que os novos formatos de áudio entram muito nas áreas urbanas, especialmente Sudeste e capitais do Nordeste. Ele captura - seja jornalismo ou entretenimento - várias gerações, especialmente entre os jovens a partir de 15 e 16 fala muito com a população brasileira, com a classe C."

Na avaliação de Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ, o rádio se adaptou melhor ao ecossistema digital do que a televisão aberta no país, que “demorou a entender o novo contexto de concorrência''.

Ele avalia que o rádio está cada vez mais inserido na lógica multiplataforma ao passo em que está presente no smartphone, nas mídias sociais, na TV por assinatura e até nos smart speakers (assistentes de voz). Uma das próximas tendências para os próximos anos, diz, será o formato de “rádio híbrido”:

"A BMW, por exemplo, fechou um acordo para ter equipado nos veículos de fábrica o rádio híbrido, que inclui o rádio digital via internet e o analógico. Você clica no painel do seu carro e ele busca nos dois formatos o melhor sinal e coloca pra tocar pra você. 

Além disso, tem outras coisas sendo estudadas no rádio híbrido que envolve a escuta não linear, em que o usuário pode ter acesso a listas de músicas que vão tocar na rádio e pular o que não quer ouvir ou ouvir fora daquela ordem, podendo voltar ao fluxo normal à qualquer momento. São algumas das novidades a nível internacional."

Para Washington Olivetto, uma das frentes que ainda precisam ganhar corpo no Brasil é o investimento publicitário em áudio digital. Há vasto potencial de crescimento na área, diz ele: "Historicamente, o que fez o sucesso da publicidade brasileira foi a boa relação entre agências, veículos e anunciantes. Mais do que nunca, agora com o rádio, podcasts e a possibilidade de alguns assumirem características visuais, é fundamental que agências e anunciantes de veículos estejam unidos para a gente começar a fazer coisas cada vez de maior qualidade."

O rádio bateu recordes de audiência durante a pandemia, ao mesmo momento em que passa por uma profunda transformação com o avanço do áudio digital. As notícias mais atualizadas, a prestação de serviço e a proximidade com o ouvinte ganharam novas camadas com a transmissão digital que se espalhou dos aparelhos em casa e dos carros para os smartphones e smartspeakers,e os podcasts que permitem ouvir comentários e reportagens onde e quando quiser. 

Participam do debate: Marcelo Kischinhevsky, professor e pesquisador de Rádio da UFRJ; Márcia Menezes, head de Jornalismo Digital da Globo; e Washington Olivetto, publicitário e fundador da W/GGK, da W/Brasil e da WMcCann. A mediação é de Thiago Barbosa, gerente de produtos digitais da CBN.  (Fonte O Globo/Valor)

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REVISTA DE PROJETO DA USP DISCUTE O IMPACTO AMBIENTAL DA ALIMENTAÇÃO

Você já parou para pensar no porquê de comer o que come? Quais são as trajetórias dos alimentos — desde onde foram produzidos até chegaram ao mercado e, finalmente, à mesa? A alimentação, algo que pode parecer tão trivial, é um processo complexo, que envolve pessoas, práticas culturais e interesses econômicos. Para tornar esse sistema mais conhecido, o projeto de extensão Sustentarea da Faculdade de Saúde Pública da USP lançou a 12ª edição de sua revista trimestral, a última de 2021.

A revista traz discussões sobre o sistema alimentar brasileiro, descrito por seu editor, Alisson Machado, como um conjunto de processos que envolvem desde a produção até o consumo final dos alimentos. Algo que, segundo o periódico, não diz respeito apenas às logísticas de transporte e cultivo, mas que se relaciona também com a história de colonização do País, os hábitos e alimentos que se desenvolveram em cada região. 

A nova edição conta com 20 autores das áreas de nutrição, geografia e antropologia. Para Machado, o assunto escolhido tem ganhado destaque no contexto de pandemia e avanço da fome no Brasil. Nesse cenário, muitas pessoas começaram a pensar como a alimentação se associa a aspectos mais amplos da vida, como a saúde, o humor e o impacto humano sobre o meio ambiente.

A procura por uma alimentação sustentável deixa de contemplar apenas a demanda nutricional do indivíduo para se engajar no uso responsável dos recursos naturais. Aos que estão nesta busca, Machado chama atenção para a importância de compreender a origem da comida que chega à mesa. “Dependendo do que a gente escolhe, estimulamos algum tipo de economia. Ao consumir de pequenos produtores e alimentos orgânicos, por exemplo, o impacto ambiental é menor”, lembra o editor da publicação.

Além dessas reflexões, a edição oferece alternativas ao consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, disponibilizando receitas e dicas de preparo para opções mais saudáveis, como as plantas comestíveis descartadas do cardápio tradicional — as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs).

Destaque da edição para a lista de alimentos de época, além de uma perspectiva sobre os alimentos mais produzidos no Brasil e no mundo, a revista apresenta ainda a história de sucesso da Cooperativa Grande Sertão e características da taioba, na tradicional seção Que Alimento é Esse?

REVISTA: A revista Sustentarea integra as atividades do Núcleo de Apoio às Atividades de Cultura e Extensão da USP (Nace) Sustentarea, projeto de extensão universitária da USP com uma visão global da alimentação. Indo desde a produção até o consumo, o projeto visa a ajudar a construir e manter hábitos saudáveis na população, a fim de reduzir o risco de doenças crônicas e o impacto ambiental.

O Nace surgiu como uma evolução do projeto Dia Sem Carne na FSP, que foi baseado numa dissertação de mestrado da faculdade. Atualmente, o projeto atua na divulgação científica para a população nas mídias sociais e desenvolve atividades sobre alimentação e sustentabilidade em rodas de conversa, oficinas e materiais educativos com alunos de escolas municipais de São Paulo. O objetivo é estimular o engajamento e a reflexão dos alunos na melhora de seus hábitos alimentares e entre seus amigos e familiares. (Fonte: Jornal da USP)

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MORRE, AOS 95 ANOS O POETA THIAGO DE MELO, DEFENSOR DA FLORESTA AMAZÔNICA

Uma das vozes mais importantes na defesa da Amazônia, o poeta Thiago de Mello morreu nesta sexta-feira, aos 95 anos. A informação foi confirmada pela editora Global, que publicou nota sobre o poeta e ativista nas redes sociais. "É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos.

Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país", diz a nota.

O poeta morreu em Manaus e causa não foi revelada. O velório será na capital amazonense. O governador do Amazonas, Wilson Lima, decretou luto oficial de três dias.

Thiago de Mello nasceu em Barreirinha (AM), em 1926, e se engajou na luta política e na defesa da natureza ao longo de toda a carreira. É dele o poema Os estatutos do homem, publicado em 1964, no qual defende a verdade, a vida e a natureza. Além do engajamento político e ambiental, Thiago de Mello também era grande defensor dos direitos humanos.

Ao longo de mais de 60 décadas de carreira, ele publicou 12 livros de poesia e oito de prosa. O poeta lutou contra a ditadura e, por isso, acabou perseguido e exilado. Viveu na Argentina, em Portugal e no Chile, onde conheceu e  fez amizade com o Nobel Pablo Neruda.  

Confira a nota da Editora Global: "É com grande pesar que comunicamos a morte do autor Thiago de Mello, aos 95 anos. Grande tradutor, ensaísta e um dos nomes mais influentes e respeitados da poesia brasileira, Mello ficou conhecido como um ícone da literatura regional e sua perda será sentida não apenas pela sua família e aqui na Global, mas em todo o país.

O autor, que nasceu em Barreirinha, Amazonas, em 30 de março de 1926, tem também a luta política, o lirismo, a natureza, as relações de família e os amores como facetas marcantes em sua obra.

Preso durante a ditadura militar (1964-1985), exilou-se no Chile, encontrando em Pablo Neruda um amigo e colaborador. Da amizade veio a decisão de traduzirem os poemas um do outro.

Mello morou na Argentina, no Chile, em Portugal, na França e na Alemanha. Voltou à sua cidade natal, onde vive até hoje, apenas após o final do regime militar no Brasil.

Publicou, entre outros livros, Faz Escuro mas Eu Canto, Acerto de Contas, Como Sou, Melhores Poemas e Amazonas – Pátria da Água. Suas obras foram traduzidas para mais de trinta idiomas.

É hora de celebrar seu legado e se apoiar no seu lirismo para manter sua memória viva.

A Global deseja forças para sua família neste momento tão difícil."

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