MUDAS DE PALMAS GARANTEM SEGURANÇA ALIMENTAR DO REBANHO NAS COMUNIDADES RURAIS

O cultivo da palma forrageira no Semiárido baiano vem garantido a segurança alimentar do rebanho de agricultores e agricultoras familiares. Por meio do Projeto de Segurança Alimentar do Rebanho da Agricultura Familiar, do Governo do Estado, são distribuídas mudas de palmas, resistentes à praga cochonilha do carmim, destinadas à implantação de reserva estratégica de alimentos para o rebanho de caprino, ovino ou bovino de leite. 

Só no período de 27 de janeiro de 2021 a 01 de fevereiro de 2021, foram entregues 100 mil mudas de palma forrageira doce ou miúda, beneficiando 100 famílias agricultoras dos municípios de Jacobina, Andorinha e Santanópolis, territórios Piemonte da Diamantina, Piemonte Norte do Itapicuru e Portal do Sertão. Ainda em fevereiro, estão sendo beneficiadas famílias dos municípios de Bonito, Morro do Chapéu e Serra Dourada. 

O objetivo é proporcionar a agricultores e agricultoras familiares, povos e comunidades tradicionais a reserva estratégica para a alimentação do rebanho bovino, caprino e ovino, principalmente em períodos de longa estiagem. Os beneficiários das entregas recebem ainda capacitação sobre o cultivo intensivo de palma forrageira.  

Alexandra Santos, da comunidade rural Fazenda Pimentel, no município de Andorinha, que recebeu as mudas de palma, destaca a importância dessa entrega para as famílias da comunidade: "A palma tem uma grande importância para nós produtores da agricultura familiar, para a alimentação dos animais, especialmente nos períodos de estiagem".  

Em 2020, mesmo com as restrições causadas pela pandemia, foram distribuídos 3,5 milhões de mudas, com investimento R$1,6 milhão. A ação é executada pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio da Superintendência da Agricultura Familiar (Suaf), com o apoio da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater) e da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), em parceria com prefeituras municipais, associações e cooperativas ligadas à agricultura familiar. 

As mudas distribuídas são provenientes da Estação Experimental da SDR, localizada em Utinga, a partir de convênio SDR/Suaf e a Cooperativa Agropecuária da Chapada Diamantina (Coapechad), responsável pela produção.  

Jaqueline Alves, agricultora familiar da comunidade de Várzea, município de Jacobina, beneficiada pelo projeto de Segurança Alimentar do Rebanho, afirma que receber as mudas é uma grande alegria para a comunidade: "Vai contribuir muito para a gente, principalmente porque temos umas criações de caprinos e ovinos".  

Para acessar essa política pública, os interessados devem buscar o Sistema de Solicitação de Mudas e Sementes – SSMS, no endereço eletrônico: www.portalsdr.ba.gov.br/ssms/, por meio das prefeituras e organizações representativas da agricultura familiar.  


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ANUNCIADO SARAIVA E O SENTIMENTO DO IMAGINÁRIO GONZAGUEANO ATRAVÉS DA ARTE

Embora esteja presente em nossas rotinas diárias, não é todo mundo que sabe o que é arte e como ela se expressa no cotidiano. Ela é uma das expressões mais intrínsecas ao ser humano, acompanhando a nossa trajetória desde o período Paleolítico.

É através da arte que transmitimos sentimentos, ideias e histórias, expressando o que somos e o como vemos o mundo ao nosso redor. Os meios artísticos sempre acompanharam a evolução da tecnologia e na era digital isso não seria diferente.

Anunciado Saraiva é  um conhecedor e utilizador das mais variadas técnicas e ferramentas de desenho. Nascido em Barbalha, Ceará, porém faz questão de registrar que é criado em Exu, terra de Luiz Gonzaga. Detalhe: Anunciado Saraiva é advogado de profissão. Graduado em Direito; Advogado Criminalista, pós graduando em Criminologia.

A arte ele pratica como uma forma de contribuir com a melhoria da cultura e divulgação dos trabalhos dos amigos e dos eventos culturais de Exu. Este ano de 2021, Anunciado Saraiva faz mais uma homenagem a cultura a partir da identidade gonzagueana e o imaginário brasileiro.

Anunciado Saraiva tem contribuído de forma voluntária com diversas artes que divulgam o trabalho dos cantores, principalmente da área do Araripe e de seu Exu.

"Comecei a criar artes há mais de 18 anos, por diversão, e acabei me apaixonando pela cultura gonzagueana, dai passei a criar artes em seu nome, hoje, 90% de tudo que eu crio é sobre o Gonzagão e seus seguidores", conta o advogado Anunciado Saraiva.

Um dos trabalhos mais usados no universo de Luiz Gonzaga é a criação da marca, do símbolo não oficial dos 100 anos de nascimento do Rei do Baião. 

"O processo de comunicar visualmente utilizando imagens e textos para apresentar informação utiliza de habilidades de desenho, estética, tipografia, artes visuais e diagramação", conta o advogado que  expressa o valor de Luiz Gonzaga nas horas dedicadas a cultura.

O trabalho usado por Anunciado é um processo técnico e criativo para comunicar idéias, mensagens e conceitos. Batizado e amadurecido no século 20, é hoje o design gráfico a atividade projetual mais disseminada no planeta. Com objetivos comerciais ou de fundo social.

Segundo Anunciado Saraiva, Luiz Gonzaga é um ícone da música popular brasileira, "foi ele que levou o nome e os problemas do sertão para o Brasil e para o mundo, foi ele que abriu portas para o nordeste, cantando e decantando o seu povo, o sofrimento, as súplicas, sempre cantando músicas de cunho político, criticando os nossos governantes que insistiam em manter os olhos fechados para o Nordeste".

"Quero acrescentar que deveria ser obrigatório a divulgação da cultura gonzagueana aos jovens em especial, na minha opinião, deveria haver uma disciplina na rede federal, estadual e municipal sobre a vida e obra de Luiz Gonzaga, garantindo assim que nossos jovens, que não conheceram Luiz Gonzaga, possam desfrutar um pouco da riqueza que esse nome traz e que representa fonte de renda emprego e fortalecimento do turismo", finalizou Anunciado Saraiva.

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CACHAÇA SELETA: A ARTE, O AFETO, AROMA DA BEBIDA QUE ENCANTA OS BRASILEIROS

Da senzala para a casa grande. A história da cachaça no Brasil começa com a criatividade e ousadia dos negros da época da escravidão, responsáveis por uma das mais saborosas e fortes expressões da cultura brasileira. De lá pra cá, os meios de produção ficaram mais modernos, as técnicas foram aprimoradas e a bebida passou a ter status de produto Premium, sendo encontrada em boates, festas e em eventos por todo o País.

A Seleta, maior produtora de cachaça artesanal do Brasil, acompanha e participa ativamente do crescimento e evolução desse mercado, afinal, são mais de 40 anos produzindo rótulos de qualidade, sabor e inspiração singulares.

Além da fábrica, a empresa conta com uma engarrafadora e galpões próprios. A sede escolhida não poderia ser melhor: Salinas, cidade localizada no sertão de Minas Gerais, conhecida como a Capital Mundial da Cachaça e que recebeu o Selo de Indicação Geográfica do INPI, em 2012. As características do clima, solo e localização geográfica favorecem o desenvolvimento de uma variedade de leveduras selvagens especiais, responsáveis pela qualidade e sabor das cachaças aqui produzidas.

Em cada garrafa, um pedacinho do Brasil. Em cada gole, uma nova história para contar. Experimente Seleta e entenda como quatro décadas de tradição resultaram em produtos únicos, desenvolvidos especialmente para o seu paladar.

Antônio Rodrigues sempre quis mudar a percepção que as pessoas tinham sobre a bebida. Antes consumida pelo preço, hoje a cachaça é requisitada, inclusive, em eventos finos, compondo um mix variado e saboroso de drinks.

Para o fundador da marca, ter conhecimento sobre o negócio, habilidade de encontrar os caminhos para tirar os sonhos do papel e atitude para levar tudo adiante foram ações fundamentais em sua trajetória para transformar a Seleta na empresa que é hoje. Mas ele sabe bem que ninguém alcança o sucesso sozinho.

Por isso, os colaboradores que trabalham diariamente nos alambiques são como uma grande família. A sintonia entre eles e o amor pelo que fazem resultam no sucesso da marca: produtos de aroma e sabores exclusivos, que encantam os consumidores e fazem parte de grandes momentos de quem se permite viver o melhor de cada dia.

Salinas é conhecida como a Capital Mundial da Cachaça. A história de Antonio Rodrigues e sua paixão pela cachaça começaram há mais de 40 anos. Através de muita luta e desafios, o empresário visionário mudou o cenário da então ‘pinga’ que dominava o mercado, para apresentar ao país cachaças de grife e qualidade ímpar. Para ele, o segredo do sucesso consiste em três palavrinhas: Conhecimento, Habilidade e Atitude.

 “Quando se tem conhecimento e habilidade na causa somada a atitude, qualquer problema se resolve”, declara o fundador da Seleta.

No início, Antonio Rodrigues apenas envelhecia a cachaça e vendia a granel ali mesmo pela região. Depois começou a engarrafar e os clientes não paravam de chegar. Logo depois adquiriu uma fábrica com um grande canavial. Com visão estratégica e enfrentando vários desafios e aprendizados, Antonio Rodrigues investiu trabalho e dinheiro no desenvolvimento da empresa e foi crescendo de maneira saudável e consciente, até alcançar a posição de maior produtor brasileiro de cachaça artesanal. Os processos que são a alma do negócio, como a fermentação, destilação, envelhecimento e engarrafamento ainda são feitos no mesmo estilo de antes, ou seja, de forma artesanal para não perder a essência da bebida.

Feitas com cana crua, de fermentação natural, em alambiques de cobre, as cachaças produzidas pela empresa de Rodrigues são envelhecidas em tonéis de bálsamo, ipê amarelo e umburana.

É o maior produtor nacional de cachaça artesanal. Exporta para China, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Uruguai, Portugal, Nova Zelândia e França. Mas o grande autor dessa história não quer parar por aqui. Almeja vôos maiores e se sente feliz por ter contribuído para a elitização da mais brasileira das bebidas, a cachaça artesanal.

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PODCAST OXI MERMÃO NASCE PARA VALORIZAR A CULTURA BREGA


Atuando há pouco mais de dois anos sobre questões de cultura e vivências negras e periféricas do Recife, o veículo de comunicação independente “Que braba!” lança o podcast “Oxi, mermão!”, um produto complementar idealizado e executado por mulheres negras das periferias da região metropolitana da capital pernambucana.

O projeto tem incentivo da Lei Aldir Blanc e promove discussões em torno dos preconceitos em relação às expressões periféricas contemporâneas para o grande público. O podcast nasce com a proposta de levar o o brega, bregafunk, rap, pagode baiano e outros ritmos que nascem na periferia como cultura popular, em um debate que une as teorias acadêmicas às vivências de profissionais da área, com a participação do Mestre de Maracatu Rural Anderson Miguel e o produtor de brega Eliabe Carlos, além dos mestrandos em comunicação e pesquisadores de cultura Antônio Lira e Winglisson Henrique.

De acordo com Catarina Raissa, jornalista formada pela Universidade Federal de Pernambuco e proponente do projeto, trata-se de uma oportunidade de levantar discussões importantes fora do ambiente acadêmico.

 “Este é um assunto que sempre discutimos na faculdade e levamos para rua, é uma luta que travamos há alguns anos e já fazíamos de forma independente, mas é complicado manter o projeto sem recursos. Agora conseguimos fazer uma boa discussão, com ótima qualidade, sendo reconhecidas enquanto profissionais e fomentadoras da cultura”, disse. Dividido em três episódios, o programa vai explicar o que é cultura popular, cultura periférica e, unindo esses dois conceitos, afirmar de forma explicativa o porquê dessas experiências serem consideradas cultura popular.

O “Oxi, mermão!” usa da tradução e interpretação em libras, para que mais grupos sociais tenham a possibilidade de usufruir da discussão. O podcast será lançado, semanalmente, no Youtube, mas também nas diversas plataformas de streaming, como Spotify e Deezer. Os episódios serão lançados nos sábados 06, 13 e 20 de Fevereiro, a partir do meio dia.

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PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS RECEBE DOSSIÊ RECOMENDANDO SUSPENSÃO DE ACORDOS COM BOLSONARO

O novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu um dossiê polêmico preparado por organizações não-governamentais (ONGs) e especialistas de grandes universidades dos EUA sugerindo o congelamento de acordos, negociações e alianças com o governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

O documento de 31 páginas, vazado ontem pela BBC — e ao qual o Correio teve acesso — começou a ser entregue, na manhã desta terça-feira (04/02), para várias autoridades norte-americanas. O dossiê faz recomendações ao democrata sobre 10 assuntos específicos, apontando retrocessos da gestão Bolsonaro em áreas como defesa dos direitos humanos, relações trabalhistas, defesa dos povos indígenas e meio ambiente.

“O presidente Jair Bolsonaro vem implementando políticas que causam danos contínuos às pessoas e ao meio ambiente no Brasil e, consequentemente, à região e ao mundo”, destacou o dossiê preparado pela Rede nos Estados Unidos pela Democracia no Brasil (U.S Network for Democracy in Brazil - USNDB). A Rede é integrada por mais de 1.500 pessoas, em 234 faculdades e universidades de 45 estados dos Estados Unidos.

As recomendações foram elaboradas por especialistas que integram ONGs ou lecionam em diversas universidades renomadas dos EUA, como Harvard, Stanford, Yale e Brown. “É imprescindível que os Estados Unidos priorizem o respeito aos direitos humanos e civis e o Estado de Direito em suas relações com o Brasil”, defendeu o documento que critica o fato de Bolsonaro dar apoio público à brutalidade policial, “que afeta majoritariamente cidadãos de baixa renda, incluindo a população negra”.

Conforme o relatório, Bolsonaro teve graves problemas em sua gestão da pandemia da covid19, “levando a milhares de mortes desnecessárias, falhando na criação de um plano de vacinação e permitindo que o sentimento anti vacina se disseminasse na população”. O documento demonstra preocupação, inclusive, com o desmantelamento do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Na economia, o dossiê destaca que a administração Bolsonaro-Mourão planeja retomar o modelo de privatização e austeridade, "jogando milhares de cidadãos comuns de volta a condições precárias de vida e sem uma rede de segurança social". “A administração Biden-Harris tem a oportunidade de reverter as políticas internas e constituir exemplo de como gastos sociais robustos, ao invés de uma redução combinada de esforços estatais, pode e deve ser usada para impulsionar a recuperação em todo o mundo. Isso irá dificultar os esforços de políticos brasileiros para justificar os cortes de bem-estar social e outros gastos cruciais sob os auspícios das necessidades do mercado”, adicionou.

Bolsonaro tem implementado uma política econômica conservadora, comprometida com a redução do tamanho e dos custos do governo e que tenta atrair investimentos externos. "A atual administração é uma continuação da virada neoliberal conduzida pelo então presidente Michel Temer (2016-18) após a deposição da presidente Dilma Rousseff, em 2016", destaca o texto, que define o ministro da Economia, Paulo Guedes, como “um tecnocrata comprometido com o livre mercado e discípulo de Milton Friedman”, que trabalhou na ditadura de Augusto Pinochet.

Apesar de a reforma da Previdência ser produto da austeridade econômica do governo Bolsonaro, o estudo ainda considera que a mudança promovida por ele e Guedes é “um nítido retrocesso e irá dificultar que trabalhadores pobres possam garantir uma aposentadoria digna”.

“As políticas econômicas rígidas de Guedes têm sido, por vezes, um ponto de tensão com as inclinações ideológicas amorfas de Bolsonaro”, acrescenta o texto, citando que o financiamento do benefício que rendeu popularidade ao presidente. “A ironia é que o governo Bolsonaro foi o primeiro a se opor à resolução que criou os pagamentos emergenciais”, acrescentou. (BBC)

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PROJETO PELÍCULAS NEGRAS LAB INSCREVE PARA CURSO ROTEIRISTAS INICIANTES ATÉ SEXTA (5)

Com o objetivo de formar e ajudar roteiristas iniciantes, o Projeto Películas Negras Lab está com inscrições abertas até sexta-feira (5). As vagas são destinadas para roteiristas entre 16 e 30 anos, de curta-metragem do Nordeste, sendo exclusiva para negros, indígenas e transexuais.

As aulas acontecerão a partir do dia 27 de fevereiro, sempre aos sábados, através da plataforma Zoom. A inscrição é gratuita e pode ser realizada pelo link (https:// docs. google. com/ forms/d/e/ 1FAIpQLSdjG8NdMJ-x0vgZdP9mghf8mHn3l1gFh0u2qF2pP2Kkr5NGLw/ viewform). A iniciativa de formação para roteiristas iniciantes foi contemplada pelo Prêmio Conceição Senna de Audiovisual, da Fundação Gregório de Mattos (FGM), por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

Cada proponente pode inscrever apenas um projeto. Ou seja, a iniciativa selecionará 18 sinopses de curta-metragem, seis em cada uma das seguintes categorias: documentário, ficção e animação. Os 18 trabalhos selecionados participarão do projeto de formação on-line, com professores especializados de cada uma das três áreas. Ao longo do curso, essas sinopses embrionárias amadurecerão para um argumento de até três páginas, no formato Master Scenes.

Prêmios – Os curadores receberão os projetos sem a assinatura dos autores, para evitar qualquer tipo de preterimento, e a avaliação consistirá em analisar os seguintes aspectos: potencial criativo e narrativo da sinopse, pertinência temática e comunicabilidade. Ao final do curso, a curadoria avaliará os argumentos construídos ao longo do workshop. O melhor de cada uma das turmas receberá prêmio no valor de R$400, troféu e outras premiações extras.

Os vencedores serão anunciados em uma live pública no Instagram da Saturnema Filmes. Já a entrega do certificado dos participantes do curso será em até 20 dias após o término do workshop. O recebimento da premiação em dinheiro será feito através de transferência bancária para conta corrente ou poupança em até 30 dias e o troféu será entregue via Correios.

“Esse projeto foi pensado para que pessoas de outra região do Nordeste, principalmente aquelas que não moram na capital, tivessem acesso à iniciativa. Logo, queríamos chegar nessas pessoas que estão distantes e que estão começando a trajetória agora. Portanto, queremos inserir as pessoas da região, negros e trans neste espaço, já que esses tipos de laboratórios só têm nas regiões Sul e Sudeste e a maioria sempre com pessoas brancas, fazendo com que essas categorias sejam excluídas”, afirma a diretora e roteirista Ana do Carmo.

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JOSÉ DANTAS COMPLETARIA 100 ANOS DE NASCIMENTO NO DIA 27 DE FEVEREIRO

O médico, compositor José Dantas nasceu no dia 27 de fevereiro de 1921, na então Carnaíba das Flores, Sertão do Pajeú pernambucano.

O Jornalista Mauro Ferreira, que escreve sobre música desde 1987, com passagens em 'O Globo' e 'Bizz', avaliou que "seria oportuno que o centenário de nascimento de José Dantas de Souza Filho (27 de fevereiro de 1921 – 11 de março de 1962) motivasse no Brasil a vontade de dar o devido reconhecimento ainda que póstumo – ao compositor pernambucano conhecido como Zé Dantas".

Melodista e letrista inspirado, como provou ao compor Acauã, José Dantas se notabilizou como parceiro do conterrâneo Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989).

Na bibliografia musical brasileira, de José Dantas constam sucessivas gravações de músicas como A volta da Asa Branca, Cintura fina, Derramaro o gai, Vem morena, Sabiá, Imbalança, São João na roça, A letra I, ABC do sertão, Algodão, O xote das meninas, Vozes da seca, Noites brasileiras e Riacho do navio.

Pelo tom da maior parte dessas composições imortais, nota-se que o cancioneiro de José Dantas e Luiz Gonzaga soa geralmente leve e festivo, tendo sido composto com doses calculadas de alegria, lirismo, malícia, nostalgia e/ou sensualidade sem deixar de eventualmente tomar posição em favor dos menos favorecidos no sertão, como nos versos de Vozes da seca.

Pernambucano de Carnaíba, município de Pernambuco incrustado no sertão de Pajeú, José Dantas conheceu Luiz Gonzaga no Recife (PE) no fim de 1947. Nasceu uma amizade que evoluiu para parceria que marcou a música brasileira na primeira metade dos anos 1950, década do apogeu artístico de Gonzaga.

Transitando ritmicamente entre baiões, cocos, rojões, toadas e xotes, a obra de Zé Dantas com Luiz Gonzaga traça painel das alegrias e dores de quem vivia nas roças, povoados e cidades interioranas à espera de água e festa nas veredas do grande sertão brasileiro.

Mesmo sendo de família abastada, José Dantas conheceu esse universo rural, retratado por ele nas atuações como comediante em rádios da cidade do Rio de Janeiro (RJ), para onde migrou nos anos 1950.

Foi no Rio de Janeiro, a propósito, que Zé Dantas saiu precocemente de cena, aos breves 41 anos, mas a tempo de ter deixado obra que merece urgente reavaliação para ser celebrada em 2021 com a devida dimensão que obteve na história da música brasileira, em especial na nação nordestina.

Zé Dantas faleceu em 11 de março de 1962, aos 41 anos de idade, deixando assim uma vasta e considerável obra que contribuiu para o grandioso sucesso de Luiz Gonzaga. Suas parcerias são consideradas clássicos da música popular brasileira, a exemplo de Vem Morena, Acauã, Riacho do Navio, A Volta da Asa Branca e Sabiá, entre muitas outras.

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