CERCA DE VINTE E SETE MILHÕES DE BRASILEIROS FAZEM A VIDA PULSAR NO SEMIÁRIDO

 

Quando falamos do Semiárido, estamos nos referindo a uma região que ocupa cerca 12% do território nacional (1,03 milhão de km²) e abrange 1.262 municípios brasileiros, considerando a delimitação atual divulgada em 2017 (Resolução 115, de 23 de novembro de 2017, da Sudene). 

Aproximadamente 27 milhões de brasileiros/as (12% da população brasileira) vivem na região, segundo informação divulgada pelo Ministério da Integração Nacional. Um dado interessante com relação à população do Semiárido é que encontram-se nele cerca de 81% das comunidades quilombolas de todo o Brasil.

A maior parte do Semiárido situa-se no Nordeste do país e também se estende pela parte setentrional de Minas Gerais (o Norte mineiro e o Vale do Jequitinhonha), ocupando cerca de 18% do território do estado. No Nordeste, dos seus nove estados, metade tem mais de 85% de sua área caracterizada como semiárida, sendo o Ceará o que possui a maior parte de seu território com esse perfil.

Em número de municípios, os estados com maior quantidade são Bahia (278), Paraíba (194), Piauí (185), Ceará (175), Rio Grande do Norte (147) e Pernambuco (123). O Maranhão passou a fazer parte do Semiárido Legal em 2017.

INDICADORES SOCIAIS: O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite. Essa situação gera níveis altíssimos de exclusão social e de degradação ambiental e são fatores determinantes da crise socioambiental e econômica vivida na região.

O Semiárido é um espaço com grande concentração de terra, da água e dos meios de comunicação, que historicamente sempre estiveram nas mãos de uma pequena elite.

Olhando para a divisão das terras propícias à agricultura na região, os dados são os seguintes: cerca de 1,5 milhão de famílias agricultoras (28,82% de toda a agricultura familiar brasileira) ocupam apenas 4,2% das terras agricultáveis do Semiárido. Ao passo que 1,3% dos estabelecimentos rurais com mais de 1 mil hectares, conhecidos como latifúndios, detêm 38% das terras.

Mais da metade (59,1%) dos brasileiros em situação de extrema pobreza estão no Nordeste. Destes, mais da metade (52,5%) vivem em áreas rurais da região. Olhando para a faixa etária, 4 em cada 10 pessoas extremamente pobres têm entre 0 e 14 anos (IBGE, 2010).

Em 60,09% dos municípios do Semiárido, com mais de nove milhões de habitantes, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) varia de Muito Baixo a Baixo. O IDH leva em consideração indicadores de longevidade, educação e renda. Todos os municípios do Semiárido apresentaram IDHM inferior ao do Brasil (0,727).

As contradições e injustiças sociais que permeiam a região podem ser percebidas inclusive no acesso à renda, que reflete também uma forte desigualdade de gênero. Segundo dados do IBGE (Censo Demográfico 2000), metade da população no Semiárido, ou mais de oito milhões de pessoas, não possui renda monetária ou tem como única fonte de rendimento os benefícios governamentais, a maioria (59,5%) são mulheres. 

Os que dispõem de até um salário mínimo mensal somam mais de cinco milhões de pessoas (31,4%), sendo 47% mulheres. Enquanto isso, apenas 5,5% dispõe de uma renda entre dois a cinco salários mínimos, a maioria (67%) homens, e dos 0,15% com renda acima de 30 salários mínimos apenas 18% são mulheres.

O índice de Gini, que mede o nível de desigualdade a partir da renda, está acima de 0,60 para mais de 32% dos municípios do Semiárido, demonstrativo de uma elevada concentração da renda na região.

CARACTERÍSTICAS: O atual clima do Semiárido se instalou entre 8 e 10.000 anos atrás e o comportamento das chuvas é documentado pelos viajantes desde a época do Império. Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais. Uma precipitação pluviométrica concentrada em poucos meses do ano e distribuída de forma irregular em todo semiárido.

Comparado com outras regiões semiáridas do mundo, onde chove entre 80 a 250mm por ano, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta. Nele, cai do céu, em média, de 200 a 800mm anuais.

Como é natural das regiões semiáridas, esse volume de chuva é menor do que o índice de evaporação que, no Semiárido brasileiro, é de 3.000mm por ano. Isso provoca um déficit hídrico desafiador para quem vive da agricultura e da criação de animais na região. 

Esse desafio tem sido enfrentado pelas famílias agricultoras através do armazenamento de água da chuva em tecnologias sociais diversas. A água acumulada serve tanto para consumo humano, quanto para uso na agricultura e criação animal. Por isso, a primeira tecnologia implantada na região – a cisterna de placa de cimento - representa um marco na busca da soberania hídrica e alimentar no Semiárido brasileiro.

Tanto a ausência ou escassez das chuvas, quanto a sua alta variabilidade espacial e temporal são responsáveis pela ocorrência das secas - um fenômeno natural e cíclico nesta região. Outro fator de influência é a pequena profundidade do solo, que reduz a capacidade de absorção da água da chuva. A presença de solos cristalinos na maior parte da região limita o abastecimento dos aquíferos subterrâneos. Estima-se que mais de 90% da chuva não são aproveitadas devido à sua evaporação e ao seu escoamento superficial.

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CHESF ALERTA PARA A IMPORTÂNCIA DA NÃO OCUPAÇÃO DE ÁREAS RIBEIRINHAS SITUADAS NA CALHA PRINCIPAL DO RIO SÃO FRANCISCO

De acordo com o comunicado, a defluência média diária da Usina Hidrelétrica de Sobradinho será reduzida para a faixa de 2.600 m³/s, tendo em vista a recuperação do armazenamento do reservatório Luiz Gonzaga para valor superior a 30% do seu volume útil.

Já a defluência média da UHE Xingó permanecerá na faixa de 2.300m³/s, podendo ser elevada para 2.900m³/s, a depender da necessidade de atendimento ao Sistema Interligado Nacional – SIN. A elevação ocorrerá de forma gradual e será comunicada através de SMS aos números cadastrados no sistema de informação da CHESF.

A CHESF destaca a importância da não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do Rio.

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PAPA LEMBRA URGENCIA DE PROMOVER UMA NOVA MENTALIDADE ECONÔMICA

O papa Francisco defendeu neste sábado (21) em um encontro virtual com jovens empresários de diversos países a "urgência" de se apostar em uma "nova mentalidade econômica" que permita ajudar os "negligenciados", os pobres e os excluídos.

Em uma mensagem em vídeo transmitida à tarde aos participantes do congresso, o pontífice argentino assegurou que: "O futuro é o momento especial em que nos sentimos convocados a reconhecer a urgência e a beleza do desafio que se apresenta. Um tempo que nos lembra que não estamos condenados a modelos econômicos (...) e na busca por políticas públicas afins que ignorem seu custo humano, social e ambiental".

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SÃO PAULO EXPOSIÇÃO CELEBRA ANIVERSÁRIO DO REI DO RITMO JACKSON DO PANDEIRO

A exposição "Jackson é Pop", que encantou visitantes do Museu de Arte Popular da Paraíba, em Campina Grande, acaba de chegar a São Paulo. Celebrando o centenário de Jackson do Pandeiro (1919-1982), a mostra fica até o dia 13 de dezembro no Centro Cultural Santo Amaro (zona sul de São Paulo) e tem entrada gratuita.

São exibidos discos, fotos, uma linha do tempo, manuscritos de músicas --incluindo algumas canções censuradas durante a ditadura no Brasil-- e, claro, um pandeiro usado pelo próprio Rei do Ritmo.

"Jackson falou sobre muitas coisas contemporâneas há 60 anos. Falou sobre transexualidade, igualdade de gênero e até corrupção no futebol já na década de 1960. Um artista muito vanguardista. A mostra é um encontro da obra de Jackson com seu povo", diz Sandrinho Dupan, pesquisador de cultura nordestina e um dos curadores da exposição, em entrevista ao Agora.

A curadoria também é assinada por Fernando Moura, biógrafo de Jackson. "Esse acervo faz parte de uma pesquisa que já dura 25 anos e é resultado desses anos de trabalho com família, amigos e pesquisadores. Divulgar Jackson é divulgar a cultura e a música brasileira. Ele é a essência disso", afirma Moura.

Com 435 músicas registradas oficialmente em 30 anos de carreira, Jackson do Pandeiro é dono de sucessos como "Cantiga do Sapo", "Meu Enxoval", "Sebastiana", "O Canto da Ema", "Cremilda" e "Chiclete com Banana".

Além da mostra, que oferece visitas guiadas, o evento conta com oficinas de cordel, pandeiro e dança. Para o encerramento da exposição, em 13 de dezembro, está previsto um show da pernambucana Anastácia. A Rainha do Forró promete cantar clássicos e contar sobre sua vivência com Jackson do Pandeiro.

"O Jackson, com seu balanço peculiar e sua sabedoria, é uma das principais referências da música nordestina e eu acho muito importante que vejam o seu legado", diz Anastácia.O uso de máscara é obrigatório e há álcool em gel disponível em vários pontos do espaço.

Serviço: 'Jackson é Pop - Centenário do Jackson do Pandeiro' 

De terça. a domingo., das 10h às 17h. No Centro Cultural Santo Amaro (av. João Dias, 822). 

Tel. (11) 95901-5155. 

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AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA EMITE AVISO DE CHUVA NO SERTÃO E ÁREA DA BAHIA

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu um aviso meteorológico que indica a possibilidade de chuva com intensidade moderada a forte no Sertão de Pernambuco, neste sábado (21).

A previsão também é válida para o Sertão do São Francisco, que inclui ainda uma área da Bahia.

Segundo a Apac, o motivo é a influência do sistema Vórtice Ciclônico de altos níveis, que causam nebulosidade e podem provocar chuvas em todo o Sertão.

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VEIA NORDESTINA GANHA O PRÊMIO LATINO: O MELHOR ÁLBUM DE MÚSICAS DE RAÍZES EM LÍNGUA PORTUGUESA

O Melhor Álbum de Músicas de Raízes em Língua Portuguesa Veia Nordestina, da cantora Mariana Aydar foi a vencedora do Grammy Latino da música. Aqui Está-se Sossegado - Camané & Mário Laginha. Acaso Casa Ao Vivo - Mariene De Castro e Almério. Targino Sem Limites DE Targino Gondim E Obatalá - uma Homenagem a Mãe Carmen - Grupo Ofa eram os concorrentes.

"Na veia nordestina, eu tenho a minha visão / Carrego emprestada a força do sertão...", é assim que a cantora e compositora paulistana, Mariana Aydar, resgata sua história com a música nordestina, tendo como protagonista o forró, recomeçando o que nunca teve fim.

Nessa paixão pulsa “Veia Nordestina” (Natura Musical), projeto que foi lançado ao longo de 2019 dividido por EPs que formam um disco, produzido por Marcio Arantes, e um minidocumentário dividido em quatro episódios que abordam temas do universo forrozeiro, dirigido por Dellani Lima e Joaquim Castro, parceiro de Mariana na direção do documentário Dominguinhos (2014).

O disco “Veia Nordestina" com 12 faixas que misturam ritmos como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, este é o quinto álbum de estúdio de Mariana e o primeiro dedicado integralmente à cultura nordestina.

Passando pelas festas populares brasileiras como o Carnaval e o São João, o disco traz experiências sensoriais que transportam quem ouve para o universo multicultural do nosso país, como acontece em "Se Pendura", "São João do Carneirinho" e "Forró do ET", essa com a participação da madrinha de Mariana no forró, Elba Ramalho. 

O disco apresenta músicas que mostram a força e liberdade de escolha das mulheres, quebrando pensamentos machistas e patriarcais e elevando o empoderamento feminino como um dos temas principais. Em "Triste, Louca ou Má", regravação da banda Francisco, El Hombre, Mariana escolheu a amiga e grande inspiração ativista, Maria Gadú, para dividir os vocais e em "Condução", Mariana canta sobre a mulher que conduz na dança da vida. 

Questionar o público sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, contestar o retrocesso que nos rodeia, dizer sim à diversidade em todas suas formas, tons e gêneros, também são temas presentes em Veia Nordestina em músicas como "Na Boca do Povo", na mistura envolvente de samba com forró. 

O sentimento mais transformado em música no mundo, a sofrência, está presente em vários momentos do disco. Ela aparece em músicas como "Represa", um xote chorado na regravação pop do clássico de Accioly Neto, "Espumas ao Vento", e em algumas mais animadas, que misturam o sofrer com o sorrir, como "Xilique", um forró sambeado da vertente de Jackson do Pandeiro, composta por Mariana em parceria com Jorge de Altinho e o arrocha "Venha Ver", de autoria de Anastácia, uma das maiores compositoras de forró do país, e Liane. 

Quero traduzir o meu forró, a minha maneira de ver o gênero reinventando, instigando, trazendo elementos contemporâneos, guitarras psicodélicas e a eletricidade da MPC sem perder a alma pé de serra do clássico power trio forrozeiro: zabumba, triângulo e sanfona”, explica Mariana. 

"Os temas deste projeto são muito de dentro do meu sertão, todo mundo tem o seu próprio sertão: suas tristezas, seus lamentos, suas questões. Onde quer que a gente esteja, não importa a região do Brasil e do mundo, a gente se encontra nesse sertão de dentro.", conclui Mariana. 

Veia Nordestina ressignifica esse sertão, da mulher independente que conduz na dança e na vida e para tratar as principais questões do mundo moderno, transformando a tristeza em alegria, como o forró sabe bem fazer.

O disco termina com um agradecimento ao mestre e amigo Dominguinhos com a emocionante "Para Dominguinhos", onde Mariana colocou em música tudo aquilo que queria dizer para ele mas não conseguiu em vida. Um sertão inundado de saudade e gratidão. A elegante sanfona de Mestrinho dá o tom de despedida do disco.

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CHESF REALIZA SIMULADO DE SEGURANÇA NA BARRAGEM DE SOBRADINHO

Todas as usinas da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) instaladas na Bacia Hidrográfica do rio São Francisco realizaram, este ano, o Simulado de Abandono de Área com Cenário de Segurança de Barragem. Hoje (19), foi a vez da Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, promover o treinamento, que contou com cerca de 100 pessoas, entre empregados, trabalhadores de empresas contratadas e aquelas que atuam como acessantes na subestação local.

Além do público citado, como o empreendimento possui uma eclusa, operada pelo DNIT, e por passar uma rodovia estadual (BA-316) na crista da barragem, onde se localizam postos da Vigilância Sanitária e Polícia Militar, a Chesf envolveu e teve o apoio das equipes dessas instituições no simulado. O ponto de encontro externo para o cenário proposto foi na BA-210, em direção ao município de Sento Sé.

“Todos os que atuam nas áreas da Chesf passam por treinamentos de segurança e é fundamental que estejamos todos atentos, mesmo para os cenários mais improváveis. Trabalhamos com segurança e buscando sempre a excelência”, destacou o gerente do Departamento de Operação Regional de Sobradinho, Raniere Farias.

“Esse novo treinamento, contemplando agora o cenário de emergência em barragens, está sendo inserido na nossa rotina de procedimentos relacionados à Segurança de Barragens. Vem para nos qualificar e transmitir ainda mais segurança para as equipes que atuam na operação e manutenção da usina e as que se envolvem diretamente com a segurança de barragens”, declarou Herbert Pereira, gerente da Divisão de Manutenção Civil e Segurança de Barragens de Sobradinho.

As próximas usinas a realizarem os simulados serão Boa Esperança (PI), Funil (BA) e Pedra (BA), e todas acontecerão até o final deste mês de novembro. (*FONTE: Chesf - Foto: Carlos José)

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