SUÍTE NORDESTINA, IDENTIDADE E PROGRAMA RÁDIO NAS ASAS DA ASA BRANCA-VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS

O IPHAN recebeu o pedido para transformar o Forró em Patrimônio Imaterial do Brasil. Mesmo que o órgão não consiga prosseguir, depois falarei sobre isso, independente de qualquer querer das elites, o forró é a música patrimonial do Brasil. E todos sabemos que o Brasil não é só samba, sertanejo, axé e funk. 

O Brasil é verdadeiramente uma grande sala de chão batido, uma sala de reboco, com folhas de eucalipto espalhadas e lá no canto da parede um trio tocando sanfona, triângulo e melê. Quem não souber o que é um melê, procure saber, forrozeiro não é.

A juventude forrozeira tem como base para seu gosto, geralmente, os acordes de Luiz Gonzaga, as sincopadas de Jackson, a genialidade de Dominguinhos e a leveza de Sivuca. De vez em quando adentram no universo dos trios e têm no Trio Nordestino a voz das vozes de Lindú; entram pelo swing de Os Três do Nordeste, com Parafuso rodopiando assustadoramente; entranham-se pelo Trio Mossoró, com a identidade mais sertaneja de João Mossoró; alguns distanciam-se um pouco mais no tempo e chegam ao Trio Nagô ou ao Trio Marayá.

Mas quero trazer para os amantes da arte forrozal quatro pilares para nossa sala. Não sei mais qual foi o ano no qual estreamos na Rádio Serrana de Araruna, ZYI 692, AM 590, aos domingos, entre 6 e 9 das manhãs paraibanas. Éramos três a escrever o Suíte Nordestina: Ney Vital Guedes, Pedro Freire e eu. Depois veio Ednaldo da Silva, o Dina. Fernando Oliveira na sonoplastia.

Procurávamos não ficar na mesmice e vivíamos a vasculhar as feiras do brejo em busca de discos de artistas anônimos e outros que não chegavam em nosso cidade. Os sebos de Campina Grande e João Pessoa eram vasculhados, visita a amigos da zona rural, era uma caçada épica. No repertório dos discos de vinil tocávamos não os carros chefes, mas músicas de boa qualidade escondidas nas 12 faixas tradicionais.

Nessas buscas encontramos o magnífico Azulão. A primeira canção do mestre de Caruaru que toquei no rádio foi Apanhadeira de Café, de Brito Lucena e Azulão. Uma marchinha que eu ouvia de Xuxu, um vizinho que, quando bebia, a cantava com uma emoção de doer o peito da gente. De Azulão a Jair Alves, cognominado O Barão do Baião, foi um pulo. 

Comprei o disco em Remígio e corri pra casa para ouvir. Chamou-me atenção o baião Aproveita a Maré, de Valdrido Silva e Humberto de Carvalho. Quando ouvi fiquei meio aéreo com um baião que não falava de seca, nem de amor perdido, mas do mar, das sereias e seus cantos. A eles, certa vez, juntou-se Assisão, que tempos depois viraria febre nas rádios com Eu Fiz Uma Fogueirinha. Mas Sebastião do Rojão foi quem surpreendeu-me com canções que iam entre o baião e o bolero, entre o rojão e a dor de cotovelo. Foram os quatro cavaleiros durante um bom tempo em minha radiola Aiko e nas ondas da Rádio Serrana, no Suíte Nordestina. (Fonte: Aderaldo Luciano Doutor em Ciência da Literatura)
Nenhum comentário

CORONAVÍRUS: AUTORIDADES DE SAÚDE ADMITEM QUE TRANSMISSÃO É MUITO INTENSA

Como previsto pelo Ministério da Saúde, o aumento diário do número de casos confirmados e mortes pelo novo coronavírus continua crescendo em velocidade acelerada. A quantidade de óbitos confirmados de quinta-feira para ontem foi o maior já registrado pela pasta: ao todo, 60 mortes pela Covid-19 foram contabilizadas. 

Com isso, o país tem 359 mortes pela doença e outras 9.056 pessoas foram diagnosticadas. Questionado pelo Correio sobre quais lições a pandemia teria ensinado ao Brasil, a equipe do Ministério da Saúde afirmou que aprendeu que a transmissão do vírus é muito mais potente do que se imaginava.

“Aprendemos que este vírus se transmite de uma forma muito mais intensa do que nós imaginávamos, e o número de casos de pessoas assintomáticas ou com sintomas leves é muito elevado. O risco disso é que a possibilidade de transmissão, mesmo de pessoas assintomáticas ou com sintomas muito leves, é muito intensa”, respondeu o secretário-executivo do órgão, João Gabbardo.

Ele explicou que o aprendizado fez com que o Ministério mudasse a linha de resposta para a contenção do vírus. “Começamos trabalhando com uma linha de isolar as pessoas sintomáticas para diminuir o risco do contágio, mas, com o tempo, fomos percebendo que isso não seria suficiente”, salientou. Por isso, a contenção da atividade social é uma das principais recomendações.

O fato de pessoas sem sintomas estarem aptas à transmissão fez com que o Ministério mudasse até mesmo a indicação do uso de máscaras. No início, a pasta não as recomendava para a população. “Hoje, no transporte coletivo, por exemplo, se impõe a necessidade, porque isso protege as pessoas de uma transmissão”. Para isso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, incentivou que as pessoas produzam as próprias máscaras e deixem as cirúrgicas para os profissionais de saúde.

No Brasil, 23 estados e o Distrito Federal registraram vítimas. Apenas Acre, Amapá, Roraima, Tocantins e Mato Grosso não confirmaram óbitos. São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará são as unidades da Federação com mais mortes. A taxa de letalidade chegou a 4%. No entanto, o aumento do percentual não é visto com preocupação por Mandetta, que afirmou que o aumento da testagem fará o número de casos de Covid-19 que circulam no Brasil aumentar e, consequentemente, a taxa de letalidade cair. (Correio Braziliense)
Nenhum comentário

O MODO DE FUNCIONAMENTO DA HUMANIDADE ENTROU EM CRISE, OPINA ATIVISTA SOCIOAMBIENTAL

O mundo está em suspensão. O momento é de recolhimento, de silêncio. A experiência do isolamento social, para enfrentar o horror do novo coronavírus, pode trazer lições valiosas à humanidade. “Se essa tragédia serve para alguma coisa é mostrar quem nós somos. É para nós refletirmos e prestar atenção ao sentido do que venha mesmo ser humano.  E não sei se vamos sair dessa experiência da mesma maneira que entramos. Tomara que não”, afirma o escritor Ailton Krenak, de 66 anos, um dos mais destacados ativistas do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas e doutor honoris causa pela Universidade de Juiz de Fora. 

Recolhido em sua aldeia no Rio Doce, o autor de Ideias para adiar o fim do mundo (Companhia das Letras) observa que o ser humano descolou-se da natureza e da sintonia com a terra, “devorada” por grandes corporações que controlam os recursos financeiros do planeta e persistem na concepção europeia colonizadora de que exista uma “humanidade”, enclausurada na maior parte de sua vida em ambientes artificiais. “Essa chamada humanidade, na verdade, constitui um grupo seleto que exclui uma variedade de sub-humanidades, caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes, que vivem agarradas à terra, aos seus lugares de origem, que são coletivos vinculados à sua memória ancestral e identidade. Esse grupo exclui também 70% das populações arrancadas do campo e das florestas, que estão nas favelas e periferias, alienadas do mínimo exercício do ser, sem referências que sustentam a sua identidade. São lançadas nesse liquidificador chamado humanidade”, acredita. 

Para Ailton Krenak, os seres humanos têm neste isolamento social pelo qual passa a maior parte do planeta uma oportunidade para a pausa e correção de rumos: “Todos precisam despertar. Se, durante um tempo, éramos nós, os povos indígenas, que estávamos ameaçados de ruptura ou da extinção dos sentidos das nossas vidas, hoje estamos todos diante da iminência de a terra não suportar a nossa demanda. Tomara que, depois de tudo isso, não voltemos à chamada ‘normalidade’, pois se voltarmos é porque não valeu nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro. Aí, sim, teremos provado de que a humanidade é uma mentira”.

A seguir, mais trechos da entrevista:
*No início do livro Ideias para adiar o fim do mundo, o senhor introduz uma discussão que parte da indagação: Somos mesmo uma humanidade?.  O senhor poderia responder à esta provocação, particularmente mais intrigante nestes tempos de pandemia: somos uma humanidade?

Eu penso que essa pergunta fica em suspenso. Vivemos esta experiência de isolamento social, como está sendo definida a experiência do confinamento, em que o mundo inteiro tem de se recolher. Ao mesmo tempo, assistimos a uma tragédia de gente morrendo em diferentes lugares do mundo, ao ponto de na Itália os corpos serem colocados em caminhões para incinerar, sem sequer ser identificados. Essa dor, talvez ajude as pessoas a responder a essa pergunta. Nós nos acostumamos com a ideia de que somos uma humanidade. Embora a ideia tenha sido naturalizada, ninguém mais presta atenção ao sentido do que venha mesmo ser humano. É como se tivéssemos várias crianças brincando que, por imaginar essa fantasia da infância, continuassem a brincar por tempo indeterminado. Viramos adultos, estamos devastando o planeta, cavando um fosso gigantesco de desigualdades entre povos e as sociedades. De modo que há uma sub-humanidade que vive uma grande miséria, sem chance de sair dela. Isso também foi naturalizado. O presidente da República disse outro dia que brasileiros vivem no esgoto. Esse tipo de mentalidade doente está dominando o planeta. E veja agora esse vírus, um organismo do planeta, responder a essa alienação dos humanos com um ataque à forma de vida insustentável que adotamos por livre escolha, essa fantástica liberdade que todos adoram reivindicar, mas ninguém se pergunta sobre o seu preço. Veja que esse vírus está discriminando essa humanidade. Ele não mata pássaros, ursos, nenhum outro ser, apenas humanos. Apenas a humanidade está sendo discriminada. Quem está em pânico são os povos humanos, o modo de funcionamento deles entrou em crise. Consolidaram esse pacote que é chamado de humanidade, que vai sendo descolada de uma maneira absoluta desse organismo que é a Terra, vivendo numa abstração civilizatória que suprime a diversidade, nega a pluralidade das formas de vida, de existência e de hábitos. Os únicos núcleos que ainda consideram que precisam ficar agarrados nessa terra são aqueles que ficaram meio esquecidos pelas bordas do planeta, nas margens dos rios, nas beiras dos oceanos, na África, na Ásia ou na América Latina. Esta é a sub-humanidade: caiçaras, índios, quilombolas, aborígenes. Existe, então, uma humanidade que integra um clube seleto, vamos dizer, bacana. E tem uma camada mais rústica e orgânica, uma sub-humanidade, que fica agarrada na terra. Eu não me sinto parte dessa humanidade. Eu me sinto excluído dela. Por isso digo, no livro, que é um clube, seleto, que não aceita novos sócios.

**Filosoficamente, como interpreta a pandemia que acomete o mundo?

Estamos há muito divorciados desse organismo vivo que é a Terra. Do nosso divórcio das integrações e interações com a nossa mãe, a Terra, resulta que ela está nos deixando órfãos, não só os que em diferente graduação são chamados de índios, indígenas ou povos indígenas, mas todos. Enquanto a humanidade está se distanciando do seu lugar, um monte de corporações espertalhonas tomam conta e submetem o planeta: acabam com florestas, montanhas, transformam tudo em mercadorias. Fomos, durante muito tempo, embalados com a história de que somos a humanidade e nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a Terra e a humanidade. Eu não percebo onde tem alguma coisa que não seja natureza. Tudo é natureza. O cosmos é natureza. Tudo em que eu consigo pensar é natureza. Nós, a humanidade, vamos viver em ambientes artificiais produzidos pelas mesmas corporações, que são os donos da grana. Agora, já imaginou que esse organismo, o vírus, possa também ter se cansado da gente e nos “desligado”? Sabe como faz isso? Tirando o nosso oxigênio. Dizem que a Covid-19, quando evolui para os pulmões, se não tiver bomba, aparelho para alimentar de oxigênio, a pessoa morre. Quantas máquinas dessa vamos ter de fazer? Para 6 bilhões de pessoas na terra? A nossa mãe, a Terra, dá de graça o oxigênio, põe a gente para dormir, desperta de manhã com sol, dá oxigênio, deixa pássaros cantar, as correntezas, as brisas, cria esse mundo maravilhoso para compartilhar, e o que a gente faz com ele?  Isso pode significar uma mãe amorosa, que decidiu fazer o filho calar a boca pelo menos por um instante. Não é porque não goste dele, mas quer ensinar alguma coisa para ele. Filho, silêncio. A Terra está falando isso para a humanidade. E ela é tão maravilhosa que não é ordem imperativa. Ela simplesmente está dizendo para a gente: silêncio. Esse é também o significado do recolhimento.

***Os idosos, chamados de grupo de risco, em algumas abordagens são lembrados como algo descartável – do tipo, “alguns vão morrer”, como algo inevitável. Como avalia esta abordagem que parece arrancar toda e qualquer humanidade do indivíduo, tornando-o uma estatística?

Esse tipo de abordagem cria uma insegurança afeta as pessoas que amam os idosos, que são avós, pais, filhos, irmãos de outras pessoas, que estão na idade útil de trabalho. É uma palavra insensata, não tem sentido que alguém em sã consciência faça comunicação pública dizendo ‘alguns vão morrer’. É uma banalização da vida, mas também é uma banalização do poder da palavra. Pois alguém que faz uma emissão dessa está pronunciando a condenação. Seja diretamente dirigida a alguém em idade avançada, com 80, 90, 100 anos. Sejam os filhos, netos, ou todas as pessoas que têm afeto uns com outros. Imagine se vou ficar em paz pensando que minha mãe ou meu pai podem ser descartados. Eles são o sentido de eu estar vivo. Se eles podem ser descartados eu também posso. Olhando para além do Brasil, mirando o mundo, Foucault tem uma obra fantástica: Vigiar e punir. Nesse livro, diz que essa sociedade de mercado que vivemos, essa coisa mercantil, só considera o ser humano útil quando está produzindo. Com o avanço do capitalismo, foi criado um instrumento que é o de deixar viver e o de fazer morrer: quando deixa de produzir, passa a ser um custo. Ou você produz as condições para você ficar vivo ou produz as condições para você morrer. Essa coisa que conhecemos como a Previdência, que existe em todos os países com economia de mercado, ela tem um custo. Os governos estão achando que, se morressem todas as pessoas que representam custo, seria ótimo. Isso significa dizer: pode deixar morrer os que integram os grupos de risco. Não é ato falho de quem fala, a pessoa não é doida, é lúcida, sabe o que está falando.

****Como está a sua rotina, agora com o isolamento social?

Parei de andar mundo afora, suspendi compromissos. Estou com a minha família na aldeia krenak, no Médio Rio Doce. Já estávamos aqui de luto com o nosso Rio Doce. Não imaginava que o mundo faria esse luto conosco. Está todo mundo parado. Todo mundo. Quando os engenheiros me disseram que iriam usar a engenharia, a tecnologia para recuperar o Rio Doce, perguntaram a minha opinião. Eu disse: a minha sugestão é impossível de colocar em prática. Pois teríamos de parar todas as atividades humanas que incidem sobre o corpo do rio, a 100 quilômetros na margem direita e esquerda do rio, até que voltasse a ter vida. O engenheiro me disse: ‘Mas isso é impossível’. O mundo não pode parar. E o mundo parou. Desde muito tempo a minha comunhão com tudo o que chamam de natureza é experiência que não vejo muita gente que vive na cidade valorizando. Já vi pessoas ridicularizando, ele conversa com árvore, abraça árvore, conversa com o rio, contempla a montanha, como se isso fosse uma espécie de alienação. Essa é a minha experiência de vida. Se é alienação, sou alienado no sentido comum que as pessoas. Há muito tempo não programo atividades para depois. Temos de parar de ser convencidos. Não sabemos se estaremos vivos amanhã. Temos de parar de vender o amanhã.

*****Agora o prognóstico, ou algo do tipo: se continuarmos ao ritmo de sempre, em sua avaliação, que fim nos aguarda?

O ritmo de hoje não é o da semana passada nem o do ano novo, do verão, de janeiro ou fevereiro. O mundo está agora numa suspensão. E não sei se vamos sair dessa experiência da mesma maneira que entramos. Desconfio que não vai ser a mesma coisa depois. Se tiver depois. Tem muita gente que suspendeu projetos, atividades que estavam fazendo. As pessoas acham que basta mudar o calendário. Estão enganadas. Pode não haver o ano que vem. Em artigo que li sobre a pandemia, o sociólogo italiano Domenico de Masi cita a obra profética A peste, de Albert Camus: a peste pode vir e ir embora sem que o coração do homem seja modificado. Ele cita trecho inteiro do romance em que o personagem diz, aquele bacilo que trouxe aquela mortandade, que parece que tinha sido dominado, podia continuar oculto em alguma dobra, algum corrimão, janela, poltrona, só esperando o dia em que, infortúnio ou lição aos homens, a peste acordará seus ratos para mandá-los morrer numa cidade feliz. Este vírus que nos ameaça não é o mesmo na China, na Itália, nos Estados e no Brasil. Ele muda. E se muda, não sabemos o que é. Então seria muito bom parar de fazer projetos para amanhã, para o ano que vem e nos ater ao aqui e agora. Não tenho certeza nenhuma se no ano que vem tudo vai continuar a acontecer como se nada tivesse mudado. E tomara que não voltemos à normalidade, pois se voltarmos é porque não valeu nada a morte de milhares de pessoas no mundo inteiro. Aí, sim, teremos provado que a humanidade é uma mentira. Se essa tragédia serve para alguma coisa, é nos mostrar quem nós somos. Estamos em suspensão. Vamos ver o que vai acontecer. (Fonte: Jornal Estado de Minas)
Nenhum comentário

ARARINHAS AZUIS ESTÃO DE VOLTA AO SERTÃO DE CURAÇÁ E HÁ 30 DIAS SE ADAPTANDO AO CALOR DA CAATINGA

São exatos 30 dias que as 52 Ararinhas Azuis retornaram à caatinga, sertão do Curaçá, Bahia. A esperança é renovada a cada dia, para se poder contemplar o voo das aves. São mais de 20 anos que isto não ocorre.

Com exclusividade a redação do BLOG NEY VITAL, mostra ao leitor fotos do Refúgio de Vida Silvestres da Ararinha Azul e a Área de Proteção Ambiental. Estes são os locais destinados à reintrodução Ambiental e conservação do bioma da caatinga, localizado na Fazenda Caraíbas. 

Desde o momento de chegada ao  Centro de Reprodução e Soltura em Curaçá, as Ararinhas foram admitidos em quarentena, com a supervisão das autoridades do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) no local. Cada ave foi retirada da caixa de transporte e teve a leitura de chip realizada. As ararinhas-azuis foram liberadas no aviário, mantendo o isolamento com o ambiente externo e outros animais pelo prazo de 30 dias.

De acordo com informações obtidas pela reportagem do BLOG NEY VITAL não houve mortalidade e as aves chegaram em ótimo de saúde estão comendo e bebendo normalmente; elas estão calmas e confortáveis em suas novas habitações e se acostumando com o clima da Caatinga. 

Para auxiliar na recuperação dos animais está sendo fornecida a eles a mesma alimentação que tinham na Europa. A comida para as ararinhas-azuis foi trazida no avião junto com as aves, com toda certificação e autorização pelo MAPA.

Anualmente, 70% de todos os filhotes produzidos serão enviados para o Centro de Reprodução e Soltura em Curaçá para serem reintroduzidos na Caatinga. Este processo é importante para que as aves que serão soltas em breve, bem como as que ficarão em cativeiro para reprodução, tenham a máxima diversidade genética possível e com isso se minimize os riscos de cruzamento de ararinhas-azuis com parentesco muito próximo, o que poderia comprometer o processo de reintrodução na natureza.

Detalhe: Descoberta há mais de 200 anos pelo naturalista alemão Johann Baptist Ritter von Spix, a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) não é observada na natureza desde que o último exemplar, um macho, desapareceu em outubro de 2000. Passados 20 anos desde sua última aparição, a espécie finalmente poderá voltou a habitar as matas de Curaçá, no sertão da Bahia, como resultado de um esforço conjunto que vem sendo desenvolvido desde 1986, quando foi descoberta a última população selvagem de apenas três indivíduos. 

A formalização desta iniciativa ocorreu em 1990, quando o Ibama criou o Comitê Permanente para a Recuperação da Ararinha-azul. Desde então, entre muitas idas e vindas e contando com o esforço de inúmeras organizações, fundações internacionais. O projeto vem dando bons frutos, um deles é a repatriação de 52 ararinhas-azuis provenientes da instituição alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP).
Nenhum comentário

PROFESSOR PREOCUPADO COM A FALTA DE ISOLAMENTO SOCIAL FAZ VERSOS E COBRA POSIÇÃO DE PREFEITOS

"Hoje eu fiquei assombrado
Ao chegar a Petrolina
Porque vi em toda esquina
O povo tão descuidado
Tinha banco tão lotado
Tanto carro em movimento
Gente andando ao relento
Como num dia normal
Saí daquele local
Voltei pro isolamento".

Os versos são de autoria do professor e poeta Paulo Robério retratando a sua preocupação com a flexibilização do isolamento social que antes de forma rígida havia sido decretado pelos prefeitos da região do Vale do São Francisco e norte da Bahia.

Paulo postou mensagem dizendo que tem manifestado, em comentários no Facebook, a preocupação e até indignação com o "afrouxamento" das medidas de contenção do coronavírus em Juazeiro e em Petrolina.

"Num primeiro momento as normas foram rígidas, oportunas, corajosas e de firmeza. Passados alguns dias, já vemos muita coisa mudada. A movimentação social nessas cidades é intensa. Lojas comercias abertas aos montes; filas quilométricas em instituições bancárias, pessoas passeando desprovidas de máscaras e sem o menor temor da situação. Com essa onda de flexibilização ou afrouxamento mesmo, dá a entender à população que a pandemia está sendo controlada, erradicada até. Com isso o medo esvai-se e a sensação de "o perigo já passou", toma conta dos desinformados", escreveu Paulo Robério.

Ainda de acordo com Paulo, o ministro Mandetta falou na dificuldade que o governo brasileiro está tendo em adquirir Equipamentos de Proteção Individuais e 8000 respiradores junto a China. Os chineses estão comercializando esses produtos para diversos países, inclusive os Estados Unidos estão comprando tudo.

"O ministro foi enfático em relação a evitarmos ao máximo a circulação social, medida prioritária para não elevar o número de infectados. Com todo esse descuido que está ocorrendo, veremos os resultados nas próximas semanas. Quem estiver vivo verá",  disse Paulo Robério enfatizando em forma de poesia:
"Vamos todos fazermos a lição 
Cada qual recolhido no seu lar
Aproveitem o momento pra estudar
Pra ficar com o pai, mãe e irmão 
Preservar a saúde é opção 
Pra quem quer ter saúde de verdade 
Ninguém ande nas ruas da cidade
Tome essa atitude decisória 
É melhor a distância provisória 

Que a lembrança eterna da saudade"

Também em forma de protesto e preocupação, em carta ao presidente Jair Bolsonaro, prefeitos questionam o governo federal sobre a campanha “O Brasil não pode parar” e ameaçam ir à Justiça para responsabilizar o chefe do Planalto por consequências da mudança no isolamento social durante a pandemia da covid-19.

O governo federal defende a flexibilização do isolamento social. A iniciativa é parte da estratégia montada pelo Palácio do Planalto para divulgar ações de combate ao novo coronavírus, ao lado de medidas que o presidente Bolsonaro considera necessárias para a retomada econômica.

Em carta, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) questiona Bolsonaro se o governo vai orientar Estados e municípios a suspenderem imediatamente as restrições de convívio social e se a União assumirá as responsabilidades que cabem aos governos locais, como atendimento direto à população.

“A depender da resposta do governo federal ao presente ofício, pois o posicionamento até o momento tem sido dúbio e gerado insegurança na população, não restará outra alternativa aos prefeitos se não recorrer à Justiça brasileira com pedido de transferência ao presidente da República das responsabilidades cíveis e criminais pelas ações locais de saúde e suas consequências”, diz o documento, assinado pelo presidente da FNP e prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

As perguntas da FNP a Bolsonaro:
1. O Governo Federal orienta os entes subnacionais a suspender imediatamente as restrições de convívio social? Caso positivo, por meio de qual instrumento oficial?

2. Caso o convívio social seja suspenso, há previsão de diálogo federativo para a construção de uma estratégia para concretizar tal medida?

3. Quais as evidências científicas foram consideradas para motivar a mudança repentina no posicionamento do Governo Federal quanto às medidas de isolamento social?

4. Caso o Governo Federal suspenda a contenção social, o que poderá levar ao colapso do Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal assumirá todas as responsabilidades da Atenção Básica, Média e Alta complexidades, incluindo todos os atendimentos? Como estaremos na contramão do que indica e recomenda a OMS, o Governo Federal assumirá as responsabilidades de todo o atendimento à população?

5. Está entre as medidas do Governo Federal a federalização do SUS?
Nenhum comentário

A POESIA DO PETROLINENSE ALMIR DE CARVALHO

O poeta petrolinense  Almir de Carvalho lança "Poecósmica". É   o segundo livro de poemas desse petrolinense que tem na sua verve poética o Parnasianismo, o Romantismo, contudo abraça  outros estilos poeticos, pois que livre corre a pena e os temas quando o vate tem o bafejo das musas da poesia e Almir assim o demonstra. Seus versos, carregados de emoção dizem bem sobre um autor de personalidade literária.

"Poecósmica", é  um neologismo criado pelo autor para definir poemas cuja temática  descreve de forma poética  e até  enigmática, esse fabuloso cosmos que encanta a humanidade desde os primórdios. "Cósmica  mente da minha alma sutil
Deixai-me desvenda-la em versos
Desvelando os teus universos
Das fímbrias do teu tecido volátil."

Almir de Carvalho,  é formado em web design, amante da fotografia, desenhista autodidata e ilustrador, irmão  do poeta cantador, escritor, compositor, Aldy Carvalho, para quem ilustrou duas de suas obras, os cordéis  "No Reino dos Imbuzeiros" e "A Ganância  de um preguiçoso."

O poeta declara que poesia e literatura em geral, sempre foi sua paixão, em tenra idade já  compunha pequenas peças  infantis do gênero pop. Já  crescido passou a escrever contos, poemas " que não  podiam ficar guardados na gaveta".

Conforme o autor, "Poecósmica" vale muito a pena ser lido e que muitos dos poemas aí  contidos "tocarão  sua alma e o surpreenderão,   sobremaneira"

Você  pode adquirir a obra e saber mais sobre o autor em:
https://clubedeautores.com.br/livro/poecosmica
Nenhum comentário

ENFERMEIRAS E ENFERMEIROS SE DESDOBRAM NA GUERRA CONTRA O CORONAVÍRUS

Os aplausos ecoam pelo país, os gritos de "viva" saem a plenos pulmões e os agradecimentos se multiplicam. No foco de um Brasil, uma Juazeiro e Petrolina em estado de decretos e guera devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), estão os doentes e casos suspeitos, mas também os profissionais de saúde. 

São médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, atendentes, encarregados da limpeza e demais funcionários de hospitais e centros recém-montados para atender a população. 

Durante horas dedicados ao trabalho, eles põem em prática o conhecimento para salvar vidas, a atenção contra o sofrimento humano, a técnica a serviço da informação e a higiene como arma para impedir o avanço do inimigo invisível.

O isolamento social necessário no combate à Covid-19 tem como exceção algumas áreas de atuação essenciais em que trabalhar de casa não é uma opção. Desempenham essas tarefas homens e mulheres que têm se esforçado dia e noite para garantir a oferta de serviços indispensáveis neste período de crise pandêmica: destaque para as enfermeiras e enfermeiros.

A reportagem da redeGn, ouviu trabalhadores da saúde. As enfermeiras contam como a rotina mudou e por que os cuidados se intensificaram.

A enfermeira e professora universitária Samara Morais, doutora em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual do Ceará, avalia que a saúde pública passa pelo grande desafio do enfrentamento mundial pelo Covid-19. 

"Os impactos dos serviços de saúde e aos profissionais linha de frente são nítidos o que já ocasionou  uma ampliação imediata dos leitos e uma exaustiva jornada de trabalho sobrecarregando a todos os profissionais envolvidos. Lidamos diariamente com a exposição ao vírus. O medo é presente no dia a dia de todos, uma vez que a alta incidência dos casos poderá ocasionar um verdadeiro caos ao sistema de saúde e não mais haver leitos suficientes para atender a demanda", diz Samara Morais.

A enfermeira Joana Lino trabalha há 9 anos na área. São mais de 80 horas por semana. Ela coordena dois postos de saúde em Petrolina e também presta serviço num hospital particular. Joana revela que desde dezembro vem acompanhando o desenrolar desta pandemia com "muita angústia e ansiedade".

"Aqui em nossa região estamos tendo vários treinamentos. Os gestores e hospitais particulares, temos os equipamentos de proteção individual, mas o inimigo é invisível e pode estar em qualquer lugar e nós, profissionais da saúde, estamos muito expostos e mesmo obedecendo todas as regras podemos nos contaminar e isto causa medo", revela Joana. 

Uma foto na Itália viralizou relatando o trabalho de Paulo Miranda,  enfermeiro da unidade terapia intensiva (UTI) no único hospital de Cremona. Esta pequena cidade na região da Lombardia é o epicentro do surto do novo coronavírus na Itália. Como muitos de seus colegas, Miranda está trabalhando em turnos de 12 horas desde o último mês. Em suas fotos, ele deseja mostrar a força de seus colegas e também sua fragilidade. "Somos profissionais, mas estamos ficando exaustos. Hoje, sentimos que estamos nas trincheiras e todos estão com medo."

Joana aponta os desafios que virão durante este mês de abril. "Estamos no meio de uma guerra. Fiquem em casa. O coronavírus é uma ameaça real. Está sendo muito difícil tudo isso. Estamos assistindo muitos profissionais já afetados psicologicamente e só estamos no começo. Não sei como nós profissionais da saúde  vamos estar quando tudo isto passar. Repito: fiquem em casa", disse Joana.

A diretora da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Sônia Maria Soares, avalia que ninguém estava preparado, nem aqui nem no mundo inteiro.

Satisfeita com o reconhecimento da sociedade, que tem homenageado os profissionais de saúde mundo afora, a diretora afirma que são agora os homens e mulheres de jaleco branco, às vezes também de azul e verde, que se tornam protagonistas de um capítulo dramático da história da humanidade. 

"Nossa força vem, junto da profissão que escolhemos, da vontade de ajudar o próximo em todos os momentos, ainda mais nesse de agora...tão difícil. É com amor mesmo que trabalhamos", finalizou Sonia.
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial