Médicos e enfermeiros do Hospital Regional de Juazeiro ameaçam greve devido atraso de salários

Médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas do Hospital Regional de Juazeiro, ameaçam realizar uma paralisação das atividades. De acordo com a categoria devem ser paralisadas por conta de atrasos no pagamento dos salários e de condições precárias de trabalho.

É a segunda paralisação no hospital neste ano. A unidade faz parte da rede de saúde que abrange a Bahia e Pernambuco, atendendo a 53 cidades dos dois estados.

Segundo denúncias eles estão sem receber salários há dois meses. Os profissionais continuam trabalhando, mas estão enfrentando dificuldades.

"Atualmente, nós recebemos o salário de abril. Trabalhamos maio sem receber. Trabalhamos junho agora que encerrou. Estamos agora no início de julho, e sem nem previsão de quando vamos receber", disse um funcionário que não quis se identificar.

A greve afeta as pessoas que chegam ao hospital em busca de atendimento, mas não conseguem. Uma delas é a aposentada Maria Senhora da Conceição. Ela chegou à unidade sentindo fortes dores no abdômen e nas costas, mas não conseguiu ser atendida.

"Não consegui. A menina foi lá e falou com o médico, o médico mandou que eu fosse para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento]. Nem olhar para mim, ele olhou. Não mandou nem eu ir lá [na sala de atendimento]", disse a aposentada.

A assistência também não é fornecida para pacientes que já estão internados no hospital. A irmã da pescadora Maria Aparecida Silva está no hospital há três meses, aguardando uma cirurgia na vesícula.

"O nosso medo é esse, não saber se essa cirurgia que ela está na espera, na expectativa, vai ser prejudicada", questionou Maria Aparecida.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que paga regularmente a Associação de Proteção à Maternidade e Infância de Castro Alves, que faz a gestão do hospital.

Segundo a Sesab, na quinta-feira (4) regional de juazeiro foi feito um pagamento de quase R$3,6 milhões para a entidade. A secretaria disse ainda que o hospital está funcionando normalmente.

A equipe da TV Bahia tentou contato com a associação responsável pela gestão do hospital, mas não obteve retorno.

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Bahia: Prefeitura de Sento Sé quer legalizar garimpo que está em área ambiental

Um garimpo de ametistas que funciona de forma ilegal em Sento Sé, no norte da Bahia, desde 2017, e que hoje está dentro dos limites do Parque Nacional do Boqueirão da Onça, criado em 2018, deverá ser legalizado.

A iniciativa para a legalização é da Prefeitura de Sento Sé, para quem essa é a melhor alternativa para que o problema seja resolvido e os cerca de 3 mil garimpeiros que estão no local, segundo a gestão municipal, tenham mais dignidade.

De acordo com o secretário de Meio Ambiente de Sento Sé, está sendo elaborada uma proposta para ser apresentada ao Ministério do Meio Ambiente com vistas à retirada da área do garimpo de dentro da reserva ambiental, que tem 851 hectares.

A área do parque é dividida em duas: uma unidade de conservação permanente, de 345.378 hectares, e uma Área de Proteção Ambiental (APA), de 505.680 hectares. O parque abrange Sento Sé, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas.

Segundo a prefeitura de Sento Sé, quando da realização das audiências públicas para discutir os limites da área do parque, em 2017, havia ficado de fora os locais onde estão ocorrendo garimpos ilegais.

Na época, inclusive, o então Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), hoje Agência Nacional de Mineração (ANM), chegou a realizar um acordo que previa a legalização do garimpo por meio da criação de uma cooperativa de garimpeiros.

Com a cooperativa, os garimpeiros poderiam da entrada na Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), que se fosse emitido legalizaria a exploração. Mas houve a mudança de diretoria no órgão federal, com a criação da ANM, e a ideia ficou para trás.

Para piorar a situação dos garimpeiros, veio a criação do Parque Nacional do Boqueirão da Onça com a área do garimpo dentro da reserva – e o que já era ilegal ficou mais ainda.

“Não vemos outra alternativa, a não ser legalizar esse garimpo”, disse o secretário de Meio Ambiente de Sento Sé, Luís Sandro Jatobá, que observou em seguida que já houve tentativa de embargo do local por parte do DNPM, mas sem sucesso.

O embargo ocorreu ainda em 2017, mas foi feita apenas a notificação, a atividade mineral continuou. O garimpo, em seu auge (entre agosto e setembro de 2017), chegou a 8 mil garimpeiros profissionais e amadores, de várias partes do Brasil.

A ametista, uma pedra preciosa violeta de quartzo, é comercializada por garimpeiros na região por entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil o quilo, mas atravessadores a vendem por até R$ 10 mil o quilo. O principal fim comercial é o ornamento.

Natural de Sento Sé, Etevaldo Evangelista de França, 39, estava em Belo Horizonte quando ficou sabendo do garimpo e resolveu voltar para a terra natal e se aventurar. Ele chegou ao garimpo 40 dias depois dele ser descoberto, em junho de 2017.   

Ainda hoje, ele vive do garimpo, mas vai apenas uma vez por semana, apenas para pegar as pedras brutas, polir e vender. Ele prefere não revelar quanto ganha com isso. Segundo disse, há 1.500 pessoas no local, metade do que informou a prefeitura.

Etevaldo é o responsável pela Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros do Município de Sento Sé, registrada em novembro de 2017. Ele não sabe ao certo se a área do garimpo – que se estende por cerca de 1 km – está mesmo dentro do Parque Nacional do Boqueirão da Onça.

“Hoje, diminuiu bastante o tanto de gente que tinha. Muitas pessoas ficam lá durante a semana, dormem em barracos, e vão para suas casas, em povoados próximos ou em Sento Sé, nos finais de semana. Mas já tem até casa de alvenaria”, contou.

O garimpo fica no povoado de Quixaba, próximo a Serra dos Brejinhos, para onde houve há cerca de três semanas uma “correria” de gente em busca de novos locais de exploração, que seriam do lado oposto da serra onde está o atual garimpo.

“Divulgaram umas mensagens no WhatsApp, umas 500 a 1.000 pessoas foram pra lá, procuram, mas não acharam nada. Foi uma notícia falsa que mobilizou muita gente”, disse. “Eu nem fui lá, sabia que era boato, o povo já procurou pedra em tudo ali”.

O CORREIO buscou informações sobre fiscalização na área do garimpo junto à Polícia Federal, ANM e Ministério do Meio Ambiente, mas não houve resposta dos órgãos federais.

A Polícia Civil de Sento Sé informou que só vai ao local se ocorre crimes cuja atribuição seja de sua competência investigar – a última ida ao local foi quando dois homens morreram após explosão num buraco da mina, em 20 de agosto de 2017.

Fonte: Correio Bahia
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Simplicidade e resiliência do sertanejo inspiram projeto Rumos

"- Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvores no quintal, no baixo do córrego." Assim começa um dos maiores clássicos da literatura brasileira, Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. A fala é do personagem Riobaldo, jagunço aposentado que inicia um diálogo com um interlocutor ao qual se sente inferior. Riobaldo se vê como “só um sertanejo, muito pobre coitado”, definindo-se quase como uma coisa sem valor, de pouca importância, uma nonada. 

A artista plástica Juliana Pessoa explica que, mais do que apenas o nome do seu projeto, nonada é o conceito por trás de toda a obra. Para ela, é da aparente simplicidade do sertanejo que nasce sua sabedoria. “Riobaldo inicia dizendo que não é nada importante, exatamente porque ele bem sabe que vai tratar de coisas sérias e grandes. Assim, nonada guarda o paradoxo de ser simultaneamente algo e também o seu oposto”, filosofa.

Foi a partir desse conceito que Juliana decidiu que a série de desenhos a ser desenvolvidos no projeto Nonada – aprovado pelo programa Rumos Itaú Cultural – seria feita à mão e com os materiais mais elementares, como grafite, carvão, argila, papel e lixa. “Diante da abundante proliferação de tecnologias de produção de imagem, o desenho guarda bem essa condição de nonada, de ser uma coisinha à toa, miserável, mas capaz de concentrar uma grande potência visual”, explica.

Nonada, na verdade, é um projeto em andamento e que já deu frutos. A primeira leva de desenhos foi exibida em uma exposição na Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2018, e também no Complexo Cultural Teatro Deodoro, em Maceió (AL). As imagens foram inspiradas em fotografias que registraram o cangaço na virada do século XIX para o XX e, em especial, a Guerra de Canudos.

Para a próxima etapa, Juliana planeja uma residência artística no Parque Estadual de Canudos (BA), onde pretende explorar imageticamente outro clássico da literatura nacional que conta a história do massacre de Belo Monte – Os Sertões, de Euclides da Cunha. “Apesar de tudo que sofreram e principalmente por terem lutado valentemente até a morte, me impressiona a paixão daquele povo pobre, miserável, que se uniu em torno do sonho proposto por Antônio Conselheiro”, explica Juliana.

Durante a residência artística em Canudos, a artista estará acompanhada do orientador do projeto, o professor Fernando Pessoa, que vai realizar uma série de entrevistas com moradores da cidade, descendentes dos fundadores do primeiro arraial, além de professores e pesquisadores. 

O objetivo das entrevistas é traçar um paralelo entre o passado e o presente a partir das pessoas que guardam no próprio corpo o vigor do sangue e da memória desses homens e mulheres, que viveram e morreram em nome de Antônio Conselheiro, na defesa de seu Belo Monte.

Juliana Pessoa é formada em artes plásticas, com mestrado em filosofia, pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), onde atualmente também dá aula. 

Sua pesquisa se concentra na área do desenho, explorando iconografias do cangaço, de Belo Monte e do candomblé. Na área da filosofia, ela se dedica ao estudo de Nietzsche e Heidegger; na área da literatura brasileira, tem foco no sertão e em religiões de matriz africana.

Em 2015, realizou a sua primeira exposição, Obá: entre Deuses e Homens, no Museu Capixaba do Negro, em Vitória (ES). Em 2016, fez parte da primeira edição do projeto Cá entre Nós, na OÁ Galeria, também nessa cidade.

 Já no ano seguinte, participou do curso Procedência e Propriedade, ministrado pelo professor Charles Watson. Em 2018, além das duas primeiras exposições do projeto Nonada, participou da III Semana Brasileira de Sófia, na Bulgária, e da mostra 20/20, no Museu Vale, em Vila Velha (ES).

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Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades é destaque na Biblioteca da Uneb, Campus III Juazeiro

A Biblioteca da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, Juazeiro, Bahia, abriu ao público, a Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades. A exposição acontece entre os dias 17 de junho a 02 de agosto, no horário das 7hs às 22hs. 

A Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades é promovida pela Biblioteca do Campus III e tem como objetivo manter um diálogo com a comunidade acadêmica, alunos e público em geral provocando o interesse pela leitura e saberes.

A EXPOSIÇÃO do artista plástico Iranildo Moura Leal é composta por sete quadros com pinturas sobre tela e retrata Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e paisagens tipicamente sertanejas. Para o artista plástico Iranildo Moura a arte não é profissão é sentimento.

 “É o desenvolvimento do interior que se torna universal e é como o amor ilimitado. Se a alma é arte então sou artista e agradeço a UNEB a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.

O bibliotecário e mestre em Ciência da Informação Regivaldo Silva (Régis) explica que as telas pintadas pelo artista plástico Iranildo Moura podem ser visitadas gratuitamente pelo público em geral.

“A proposta é trazer um pouco de conhecimento, cultura e arte para a UNEB. A Biblioteca produz  atividades além dos livros, da leitura que já oferecemos. Nosso objetivo é trazer histórias positivas do convívio com o sertão para que eles possam passar essas informações sobre os ícones da história a partir do Nordeste para a geração que hoje muitas vezes não conhece. Os filhos podem vir com os pais também. A ideia é conhecer os quadros", disse Regis.

Nascido em Petrolina Iranildo Moura teve a infância vivida na beira do Rio São Francisco.

Quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura", conta Iranildo.

Iranildo Moura foi homenageado no ano de 2012, durante festividades do Centenário de Luiz Gonzaga pela Assembleia Legislativa de Pernambuco.

Através da EXPOSIÇÃO LUIZ GONZAGA 30 ANOS DE SAUDADE é possível uma viagem ao imaginário. Nele Luiz Gonzaga planta a sanfona entre nós, estampa a zabumba em nossos corpos, trancafia dentro de todos um triângulo e é imortalizado no registro de sua voz.

O visitante faz um passeio pela Fazenda Caiçara, local onde Luiz Gonzaga nasceu no dia 13 dezembro de 2012, no Povoado do Araripe, localizado a 12 km de Exu, Pernambuco. 

Dentro do seu matulão convivemos, bichos e coisas, aves e paisagens. Pela manhã, do seu chapéu, saltaram galos anunciando o dia, sabiás acalentando as horas, acauãs premeditando as tristezas, assuns-pretos assobiando as dores, vens-vens prenunciando amores.

Através dos quadros assistimos as cores da Casa onde morou o pai Januário, o tocador de 8 Baixos e Santana, a mãe cantadora das novenas. Já famoso um Luiz Gonzaga homenageando Lampião, seu ídolo. Um Lampião iluminando pela paz e poesia incapaz de cometer violência.

E por fim o Luiz Gonzaga e o Mandacaru, representando o verde e a resistência que sempre esteve estampado em seu peito abriganado o canto dolente e retorno dos vaqueiros mortos e a pabulagem dos boiadeiros vivos. 

Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de agosto de 1989.

Ao completar 35 anos a UNEB traz a cultura,  as vozes do sertão e suas ladainhas e os benditos aninhadas por ali e aqui buscando eternidade. 
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Ministros da Agricultura e da Saúde vão explicar durante audiência a liberação de 211 agrotóxicos

Os ministros da Agricultura, Tereza Cristina, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, serão os próximos a serem sabatinados pela Câmara dos Deputados, em Brasília. 

Os dois confirmaram presença na Comissão de Defesa do Consumidor da casa após um requerimento de convocação do deputado federal pernambucano Felipe Carreras, do PSB. A audiência está confirmada para o dia 7 de agosto, logo na primeira semana após o recesso parlamentar. 

A intenção é que eles expliquem a liberação indiscriminada de 211 novos agrotóxicos apenas nos primeiros seis meses deste ano, como está sendo feita a fiscalização nas lavouras e quais os impactos na saúde da população. A expectativa é de um bom embate entre a bancada contra a utilização dos produtos e a bancada ruralista.

O número de liberações de agrotóxicos nos seis primeiros meses de 2019 já ultrapassa todo o ano de 2018. Além disso, o País segue totalmente na contramão da tendência mundial, que é diminuir cada vez mais a quantidade de agrotóxicos permitidos e suas utilizações. 

O caso do Brasil, inclusive, já se transformou em um problema acompanhado por todo o mundo, como confirma matéria do jornal francês Le Monde, na última semana, que afirmou “Ao liberar agrotóxicos, Brasil vai na contramão da tendência mundial”, lembrando ainda o caso que a Rússia bloqueou um carregamento de soja brasileiro por ter ultrapassado os limites autorizados de resíduos de glifosato.

“O que está acontecendo no Brasil é que estão colocando veneno na mesa das pessoas e o governo parece estar pedindo que coloquem cada vez mais, fechando os olhos para a fiscalização e dando mais subsídios para que essas substâncias atinjam mais pessoas. 

Matérias jornalísticas nos mostram todos os dias problemas de saúde provocados por estas substâncias. Pessoas estão morrendo e o governo quer liberar cada vez mais agrotóxicos. Isso não pode continuar desta forma”, argumentou o deputado Felipe Carreras.

Segundo levantamento realizado com base em dados do Ministério da Saúde, as notificações por intoxicação por agrotóxico dobraram desde 2009, passando de 7.001 para 14.664, em 2018. Apesar desses números, a Organização Mundial de Saúde estima que este índice pode ser até 50 vezes maior.

Na última semana, em audiência pública sobre Isenção Fiscal de Agrotóxicos, realizada em Brasília, foi afirmado que o incentivo aos agrotóxicos do Brasil pode superar a casa dos R$ 14 bilhões anualmente. Além disso, a cada US$1 gasto com defensivos agrícolas, é necessário um custo de até US$ 1,28 em tratamentos de intoxicação.

“Já foram registrados milhares de casos de intoxicação por agrotóxicos no País. São mais casos de câncer, doenças crônicas e malformações congênitas. No Ceará, por exemplo, a médica pesquisadora da Universidade Federal do Ceará, Ada Pontes, constatou que os agrotóxicos estão ligados diretamente aos casos de má formação e puberdade precoce em crianças. Este é apenas um caso de vários já apresentados por pesquisadores e pela imprensa. Se esses produtos estão fazendo tanto mal, estão onerando os cofres públicos e toda a população é contra, queremos saber o que explica essa quantidade de liberações”, finalizou Carreras.

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Luta contra a privatização da Chesf ganha frente parlamentar: energia não pode virar mercadoria

Foram lançadas nesta quarta-feira (3) cinco frentes parlamentares relacionadas ao setor elétrico: em Defesa da Eletrobrás e do Setor Elétrico, com Henrique Fontana na coordenação (PT-RS); em Defesa da Eletrosul, coordenada por Pedro Uczai (PT-SC); a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico Brasileiro, coordenada por Erika Kokay (PT-DF); a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte, com Zé Carlos (PT-MA) na coordenação e a Frente Parlamentar em Defesa da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco), coordenada por Danilo Cabral (PSB-PE).

O evento foi um ato político para promover o conjunto de frentes parlamentares com uma causa comum: a luta contra a privatização do setor. Duas já haviam sido instaladas neste ano: a que defende o setor elétrico brasileiro, com 205 deputados, e da Chesf, com 213 deputados.

Segundo o deputado Pedro Uczai, a energia é um direito social e não pode virar mercadoria. Ele afirma que o setor elétrico é estratégico para a soberania nacional e a Eletrosul, para ele, começou a perder força quando a geração foi privatizada durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Nós não admitiremos a privatização do sistema Eletrobrás. E, no caso da Eletrosul, é mais grave: eles querem incomporar a Eletrosul à CGTEE (Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica), cuja empresa é deficitária, mal administrada, e para criar uma perspectiva de incentivo tributário para depois privatizar."

A CGTEE, citada por Uczai, é uma das subsidiárias da Eletrobras, que pode ser incorporada à Eletrosul. A CGTEE surgiu da cisão da antiga Companhia Estadual de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul. Segundo o deputado, a primeira medida da frente, que tem mais de 220 deputados, é articular ações com as bancadas da região Sul e de Mato Grosso para evitar a incorporação da Eletrosul à CGTEE.

A frente será instalada na semana que vem, assim como a Frente Parlamentar em Defesa da Eletrobrás e do Setor Elétrico, que tem 210 assinaturas para adesão, e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Eletronorte, que já tem a adesão de 232 deputados e 11 senadores. Zé Carlos, que coordena a da Eletronorte, diz que não basta trabalho de gabinete com a formalização das frentes.

"Nós temos que sair desta Casa e ir pras cidades, pros municípios, fazer a conscientização da sociedade sobre o que o governo está querendo. A luta não será ganha somente aqui no Congresso. Aqui é uma parte importante. Mas fundamentalmente ela será ganha nas ruas."

A Eletrobrás lucrou pouco mais de 13 bilhões de reais em 2018, em razão da redução de contratos da usina nuclear de Angra 3 e da venda de subsidiárias de distribuição de energia deficitárias. O valor de mercado do sistema Eletrobrás pode alcançar 400 bilhões de reais, segundo representantes das frentes parlamentares.
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MP pede explicações sobre as mortes de oito suspeitos de matar Policial Militar

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) pedirá explicações sobre as mortes de oito suspeitos de envolvimento na morte de um policial militar em Pernambuco. Ao Correio, o promotor Ernani Lucas Nunes Menezes afirmou que se encontrará com o responsável pelo 24° Batalhão da Polícia Militar em Barra de São Miguel (PB), onde as mortes ocorreram.

O assassinato do PM ocorreu na segunda-feira (1º/7). No dia seguinte, oito pessoas suspeitas de envolvimento com o crime, incluindo um vereador pernambucano, foram mortas por policiais na cidade paraibana. De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, no momento em que a polícia localizou o grupo, os suspeitos reagiram e, na troca de tiros, acabaram mortos. Os mortos são seis homens e duas mulheres. A ação contou com 70 agentes dos dois estados.

Nas redes sociais, circulam vídeos e fotos que mostram a polícia carregando os corpos dos mortos pela cidade, expostos em carros comuns, e não do Instituto Médico Legal (IML). Ao longo do caminho, a população parabeniza a ação. A corporação alega que carregou os feridos para o pronto-socorro. 

De acordo com a polícia, no crime de segunda-feira, três dos acusados saíam de um mercadinho após assaltar o local, quando foram interceptados pela polícia. Na fuga, eles se esconderam em uma casa e alvejaram a viatura em que estavam dos PMs, matando um deles.

Em uma das portas do veículo, é possível contar mais de 40 buracos provocados pelos disparos, que seriam de uma espingarda calibre 12. O profissional que morreu foi identificado como o soldado do 24º Batalhão da Polícia Militar (BPM) André José da Silva. O outro, identificado como sargento Moacir Moreira da Silva, foi levado para a UPA de Santa Cruz do Capibaribe e está em estado estável.

Após o crime, os suspeitos fugiram e foram encontrados em Barra de São Miguel, no agreste paraibano. No momento em que a polícia localizou o grupo, os suspeitos teriam reagido com tiros. 

O vereador do município de Betânia (PE) Andson Berigue de Lima, conhecido como Nanaca, do PP, está entre os suspeitos mortos. De acordo com a polícia, ele teria ido resgatar o irmão, conhecido como Galego de Lena, possível participante no crime do dia anterior. 

A Prefeitura da cidade lamentou a morte do vereador, na quarta-feira (3/7), “Nanaca foi um grande parlamentar que muito contribuiu para a população e política do município”, diz o texto publicado em rede social. 
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