LIRA NORDESTINA, A PRINCIPAL TIPOGRAFIA DE CORDEL RETOMA PRODUÇÃO EM 2019

Em 2019, os cordelistas poderão imprimir cordéis na Lira Nordestina. A Lira é um equipamento cultural, vinculado a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Regional do Cariri (URCA).

Depois de alguns anos sem fazer impressões, a Lira Nordestina voltará as atividades de produção de cordel, a partir do aporte financeiro da URCA para colocar em funcionamento o maquinário da gráfica.

A Lira Nordestina foi a principal tipografia de produção e circulação de cordel do país. A intenção é retomar a produção do cordel proporcionando a impressão dos clássicos e dos novos escritores da literatura de folheto. Atualmente a Lira conta com um vasto acervo de xilogravuras, clichês, matrizes  e maquinário tipográfico.

A Lira Nordestina funciona em um dos espaços do Centro Multifuncional do Cariri  “Vapt Vupt”, em Juazeiro do Norte - CE.
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Coordenador municipal da Aliança Nacional LGBT denuncia que casal de namorados foi agredido na Ilha do Fogo

"Em contato com a redação do Blog, o coordenador Municipal da Aliança Nacional LGBT, Alzyr Anttonio Sá Brasileiro, denunciou que um casal de namorados gays foi agredido no final da tarde de sábado (5) na Ilha do Fogo, "e a motivação foi a orientação sexual".

"Os dois agredidos não querem se expor, estão no momento assustados e por isto não revelam os nomes. Estamos organizando um ato de repúdio na Ilha do Fogo". Segundo Alzir os agressores usaram uma pedaço de madeira para "bater no casal e além da violência física, usavam agressões verbais, a exemplo de que viado tem que morrer”. 

“O ato deve acontecer para que as autoridades e a sociedade tomem total conhecimento da existência da LGBTFOBIA. Vamos lutar por mais segurança e direitos, vamos denunciar que isto é uma questão social grave", concluiu Alzir.

A data e hora do evento que ocorrerá na Ilha do Fogo será confirmado. 

O termo LGBT significa lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transsexuais. O termo foi aprovado no Brasil em 2008 em uma conferência nacional para debater os direitos humanos e políticas públicas de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais

Foto: Facebook
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Morre o artesão Severino Vitalino, filho do mestre Vitalino de Caruaru

Faleceu na madrugada desta segunda-feira (7) o artesão Severino Vitalino, filho do Mestre Vitalino, aos 78 anos. Ele estava internado, após sofrer um infarto, desde outubro no hospital Mestre Vitalino, que leva o nome do pai, em Caruaru. Ele chegou a passar por uma cirurgia cardíaca, sendo encaminhado para a UTI. 

Em novembro a situação se agravou para um quadro infeccioso, onde permaneceu internado com insuficiência respiratório e renal. Severino é um dos quatro dos filhos do Mestre que decidiu seguir trabalhando com o barro, era comum o encontrar criando peças na Casa Museu do Mestre Vitalino, no Alto do Moura. Premiado, uma de suas últimas conquistas foi em maio de 2018 quando ficou entre os agraciados do Prêmio Culturas Populares, do Ministério da Cultura.

A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, lamentou a morte do artesão: “É com profunda tristeza que recebo a notícia do falecimento de Severino Pereira dos Santos, o Severino Vitalino. 

Filho do grande Mestre Vitalino, ainda criança se mudou com sua família para o Alto do Moura, em Caruaru, onde viveu até o final de sua vida. O povo brasileiro será sempre grato a Severino que, com o seu grande talento, deu continuidade à obra do seu pai e mentor e influenciou a comunidade de artesãos de Caruaru e de todo o país. Meus sinceros sentimentos aos familiares, amigos e admiradores”, diz a nota.
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Humberto Teixeira: O homem que engarrafava nuvens

O Homem Que Engarrafava Nuvens, o documentário sobre Humberto Teixeira, é grande, belo, fascinante, emocionante. Para quem gosta de cultura, de arte, de história, de Brasil, é imprescindível.

Quando publicou Os Sertões em 1902, Euclides da Cunha estruturou o entendimento sobre Canudos em três partes, o Homem, a Terra e a Luta. O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira, faz o mesmo com Humberto Teixeira: o compositor é o homem; a terra é o sertão; a luta, no caso o tema, o baião. Um mergulho com uma mistura continua dessas três abordagens.

No documentário, o Doutor do Baião, apelido dado por Luiz Gonzaga a Humberto Teixeira, é colocado como fruto de um lugar e de seu tempo. Assim como havia feito em Cartola – Música Para os Olhos, o diretor apura a contextualização, em vez de optar por uma idealização romântica de seu personagem.

Entrevistas e performances de Caetano Veloso, Raimundo Fagner, Lirinha, David Byrne e até mesmo de uma japonesa interpretando Paraíba Masculina em um pub eletrizam o documentário e apresentam o principal personagem, Humberto Teixeira.

Ao longo dos 100 minutos de projeção, o filme abre e fecha, expande e detalha. A história se inicia com a jornada de descobrimento de Denise Dummont, filha do compositor, da figura do próprio pai. Gradativamente, o filme é ampliado: o rádio, o declínio do samba, o Brasil do pós-guerra, os fatores culturais que possibilitam o crescimento do baião. Aí, no dito popular, é pau na máquina: uma maratona de canções que conquista até o mais cético.



Mas o cineasta não perde o fio da meada. Depois de expandir, ele centra novamente na figura de Humberto Teixeira, sua incursão na política, o machismo com a filha e as esposas. O mais encantador é que, apesar de musical, o filme não interessa apenas pelas canções. Sendo fã ou não de baião, é impossível não se conectar com a montagem esperta que foge do frenesi, mas dá agilidade à história.

As imagens não são mero pretexto para mostrar as canções de Teixeira: elas têm significado, poesia e poder. Nessa tarefa, o cineasta Lírio Ferreira conta com a ousadia e inquietação dos enquadramentos do diretor de fotografia Walter Carvalho (Budapeste), que não aceita o óbvio ou mediano como satisfatório.

Assim como uma sanfona que abre e fecha para ampliar ou encurtar as notas, O Homem que Engarrafava Nuvens expande e aproxima, ao tempo do baião, para contextualizar a música, Humberto Teixeira, o Brasil e o nordestino. É um filme antropológico, musical, euclidiano, popular, ágil e, acima de tudo, ousado.
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Alexandre Garcia, antigo assessor da ditadura, por Urariano Mota

Entre as notícias leves da semana, esteve a de Alexandre Garcia, ou Alexandre Eggers Garcia, virar porta-voz de Bolsonaro. Depois, Garcia procurou esclarecer a informação, com a eterna modéstia que não lhe falta. Alexandre, o grande jornalista, preferia continuar o seu trabalho para 15 jornais e 280 emissoras de rádio. Apenas. Melhor que Hércules, parecia, por executar mais de doze trabalhos. Mas para quem não sabe, ele escondeu o óbvio, porque é um mestre em omitir. A sua fala, falha ou coluna apenas era, é reproduzida em rede. 

Aliás, por falar em omitir, no seu perfil no Portal dos Jornalistas ele informa, e reproduz depois aonde vai, porque é mestre em rede: “O primeiro emprego no jornalismo foi um estágio na sucursal do Jornal do Brasil (RJ) em Porto Alegre. Começou a escrever na editoria de Economia e se especializou em Bolsa de Valores. Nessa época, conciliava um emprego no Banco do Brasil com o do jornal. Pouco tempo depois, foi contratado pelo JB e largou o trabalho no banco”.

Omitir também é mentir. Se ele saiu por um tempo, sob licença generosa, mais adiante voltou com ainda mais generosidade, porque ocupou cargos comissionados na direção geral do Banco do Brasil. E continuou e saiu no fim muito bem, como pesquiso aqui em um comentário na web:

“Alexandre Garcia é aposentado pelo Banco do Brasil, com uma belíssima aposentadoria paga pela PREVI. Na época, anos 70, havia uma situação esdrúxula, abominável, típica daqueles tempos apelidada de ‘teta dupla’, que consistia no seguinte. O cara estava lá no BB em Brasília, daí através de um ‘pistolão’, era convocado por um órgão público, e o funcionário era cedido para um ministério, por exemplo (Maílson da Nóbrega é outro exemplo), no chamado ‘interesse do serviço, com ônus para o Banco’. O nome ‘teta dupla’ se aplicava porque o cedido acumulava os dois proventos. O BB cedia o funcionário com ônus, isto é, ele continuava na folha de pagamentos e contando tempo de serviço normalmente. Posteriormente isso acabou, agora se o funcionário for cedido ele opta pelo salário do novo órgão ou fica com o salário do BB, porém os custos são repassados. Aposentou-se no topo da carreira, como se tivesse exercido altos cargos por mais de 30 anos. Se passou uns 2 ou 3 anos no BB foi muito”.

Na verdade, no Banco do Brasil ele fingiu trabalhar, porque na ocasião, recebendo salário de comissionado para 8 horas, não cumpria sua jornada. E falava, com modéstia e impunidade, pois sempre esteve a favor dos ventos: “o que outros fazem em oito horas, eu faço em quatro”. Gênio. Os demais, coitados, que se submetessem à carga geral das oito horas por dia.

Nesta semana, ao divulgar as razões para o seu trabalho com a ditadura, neste novo tempo da extrema-direita, ele fala, de passagem: “Certa vez, em casa, eu tirava o suor no chuveiro, minha mulher irrompeu ao banheiro com um ultimato. ‘Ou eu ou o Figueiredo’. E optei pelo Figueiredo”, publicou. É um autêntico puxa-saco de plantão, que se exibe despudorado, como prova maior de amor não há.

A propósito do ilustre servidor da ditadura, há um livro, “No Planalto com a Imprensa”, de André Singer, Mário Hélio Gomes, Carlos Villanova e Jorge Duarte, sobre o qual publiquei breve resenha em  19/01/2011, no Direto da Redação do saudoso Eliakim Araújo. O texto foi reproduzido depois na redecastorphoto e no Observatório da Imprensa.

Ali, pude ver que nos trechos onde o eufemismo recomendaria chamar de momentos menos honrosos do jornalista, eram indicadas ações vis como se fossem coisas bobas, ossos do ofício de experientes assessores, entre um riso e outro.

Ainda que o livro não tivesse qualquer espírito investigativo, pois as palavras dos assessores de imprensa entrevistados eram sempre as últimas e se aceitavam sem qualquer contraditório, podiam ser notados atos falhos dos profissionais no Planalto. A primeira coisa que se percebia vinha a ser  a banalização da ditadura. Era como se um golpe de Estado, censura, clima de terror, torturas e assassinatos não fossem o preço necessário para o acesso agradável aos ditadores da ocasião.

Mas nos flagrantes de ser vil, servil, nada se comparava a Alexandre Garcia, quando esteve numa posição intermediária entre assessor do assessor e secretário do secretário de imprensa de Figueiredo. Ele assim se dirigiu, em suas primeiras horas de poder, ao general Rubem Ludwig:

‘Agora, gostaria de ouvir os seus conselhos de como proceder lá dentro porque costumo vestir a camisa dos lugares onde trabalho.’

Quanta entrega de espírito e devoção à causa para segurar o cargo, poderia ser comentado.
Para Alexandre Garcia, enfim, nada era mais honroso que isto, exibido com orgulho em seu currículo:

‘Condecorado com a OBE (Ordem do Império Britânico) pela Rainha Elizabeth’.  Então a resenha de 2011 concluía: Deus salve a rainha. Para tal honra, John Reed e semelhantes deviam se torcer de inveja por todos os séculos.

Agora, o adulador maior de ditadores fala que não será porta-voz oficial de Bolsonaro. “Porta-voz de todos”, ele publica no Twitter. Mentira. Fora do Planalto, ele serve melhor ao presidente fascista nos comentários e artigos. Aquelas mesmas falas geniais para 15 jornais e 280 emissoras de rádio. A cada frase, nova façanha. Um Hércules da bajulação em rede.  

*Fonte: www.vermelho.org.br
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HUMBERTO TEIXEIRA COMPLETARIA NESTA SÁBADO (5) 104 ANOS DE NASCIMENTO

No Museu da Imagem e do Som Alcântara Nogueira, em Iguatu-Ceará, está exposta uma flauta que tem uma importância fundamental na música brasileira. O seu dono, no entanto, nunca foi reconhecido exatamente pelo talento como flautista, nunca se arvorou a um Pixinguinha, ou Benedito Lacerda, dois grandes flautistas que viveram na sua época.

O dono dela é natural de Iguatu e começou a aprender música na flauta que lhe foi presenteada pelo pai. Teve como professor um tio músico, o maestro Lafaiete Teixeira. E o aprendizado contribuiu para que ele se tornasse um dos mais importantes compositores da música brasileira.
Humberto Cavalcanti de Albuquerque Teixeira, completaria hoje dia (5), 104 anos de seu nascimento.

Humberto Teixeira morreu no dia 03 de outubro de 1979 no Rio de Janeiro.

O Doutor do Baião, como também era conhecido tem uma extensa obra musical, e nem toda composta por baiões. No entanto, foi por este ritmo, estilizado em 1946, em parceria com o pernambucano Luiz Gonzaga, que ele fez fama e fortuna.

O encontro dos dois foi um destes acasos fundamentais que mudaram o curso da música brasileira. Em 1945 Luiz Gonzaga tinha na cabeça a ideia de criar uma nova dança, uma nova tendência musical, baseada nos ritmos que trouxe com ele do sertão de Pernambuco. 

Já começava a fazer sucesso com a Moda da mula preta e Xamego. Seu parceiro mais habitual na época era Miguel Lima. Um dia Gonzaga procurou Lauro Maia, compositor cearense, para juntos deflagrarem o novo ritmo. Maia esquivou-­se da empreitada e sugeriu que Luiz Gonzaga procurasse seu cunhado, o advogado Humberto Teixeira.

Teixeira vinha de uma família classe média, o avô era chefe político da região, o coronel Francisco Alves Teixeira. Adolescente, foi mandado para estudar em Fortaleza, em seguida ao Rio de Janeiro, onde pretendia estudar medicina. Mas mudou de ideia, e fez direito. 

Passou a compor com parceiros durante o curso. A obra que considera inicial intitula­-se Sinfonia do café, composta para um musical chamado Muiraquitã. A composição não fez sucesso, mas agradou a Alberto Byington Junior, presidente da gravadora Columbia (depois Continental). Que gostou da música e pediu que lhe encontrassem o autor.

Dias depois ele recebeu uma ligação de Braguinha, diretor musical da Columbia, pedindo que Humberto Teixeira comparecesse à Columbia porque a Sinfonia do café seria gravada. Cunhado de um compositor bem sucedido como Lauro Maia (casado com a irmã de Humberto), o caminho estava aberto.

Até o encontro com Luiz Gonzaga, o cearense tivera várias composições lançadas por artistas famosos do Rio. Nenhuma, porém, nem de longe chegou perto do que aconteceria com as parcerias que passou a assinar com o pernambucano de Exu, Pernambuco que apareceu em seu escritório, na Avenida Calógeras, Centro do Rio, numa tarde de outono de 1945.

Em entrevista (publicada em livro) ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez, Humberto Teixeira contou em detalhes o encontro inicial com Luiz Gonzaga: "Eu fechei praticamente o escritório, como eu fazia sempre que vinha negócio de música. Nós relembramos, retrospectamos em torno dos ritmos nordestinos, do Ceará, de Pernambuco, a terra dele...Naquele dia chegamos a duas conclusões muito interessantes. Uma delas é que a música ou o ritmo que iria servir de lastro para nossa campanha de lançamento da música do Norte, a música nordestina seria o baião. Nós achamos que era o que tinha características mais fáceis, mais uniformes, para se alcançar essa música". Ao final da reunião, a dupla estava com Asa branca praticamente pronta. Três dias mais tarde, fizeram Baião, lançada pelo grupo vocal Quatro Ases e um Curinga, em 1946, gravada por Luiz Gonzaga três anos depois.

Dos muitos parceiros que Luiz Gonzaga teve, foi com Humberto Teixeira, ao menos nos primeiros meses, que Gonzaga mais teve participação ativa na letra ou na música. 

Boa parte do que criaram na primeira safra do baião veio de melodias ou versos de domínio público. Asa branca, Juazeiro, Légua tirana, Baião de dois, eram temas que se cantavam...e que o Brasil e o exterior cantam até os dias de hoje, 2019.
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Cuscuzerias valorizam cultura nordestina no Vale do São Francisco

Uma das bases da alimentação do povo nordestino é, sem dúvidas, o cuscuz. O prato, já tradicional na cultura africana, ganhou novos elementos na vinda ao brasil e se tornou figura habitual nas refeições, acompanhado de ovos, carne de charque, leite ou manteiga.

Se no Brasil o surgimento do cuscuz está ligado às camadas mais pobres da população, como famílias de escravizados que fugiam ou de bandeirantes, hoje o prato é um símbolo do nordeste, o que fica evidente nas camisas, canecas, quadros e memes na internet sobre o prato. No Vale do São Francisco, um dos ramos da culinária local que impressiona quem vem de fora, e até mesmo aos que nasceram às margens do Rio São Francisco, são as cuscuzerias.

A proposta é valorizar o cuscuz, servido em porções individuais, chamadas de “peitinho”, devido á forma da cuscuzeira, e cheio de acompanhamentos como bode, frango, diversos queijos e até banana da terra. Em cada estabelecimento, a média é de 300 pratos por dia e cerca de 300kg de cuscuz por mês. Yeslândia Sampaio há quatro anos começou a vender cuscuz e pastéis junto com seus pais e o irmão em um trailer.

“Começou aquela coisa familiar mesmo, só nós quatro e a gente percebeu que apesar de sair pastel, teve o boom do cuscuz, todo mundo só queria saber do cuscuz recheado. E começou no boca a boca, todo mundo chegava falando”. Hoje, a cuscuzeria batizada de Lampião Aceso, funciona num ponto fixo na cidade, com capacidade para quase 100 pessoas.

O mesmo aconteceu com Jamerson Costa, o Lozão, como é conhecido pelos amigos e família. A ideia de servir o cuscuz veio na casa de amigos, quando viu a cuscuzeira que serve porções individuais. No início, Jamerson conciliava a jornada de trabalho do comércio com a produção dos pratos. Com a demissão no trabalho, a saída foi investir na Lozão Cuscuzeria, que hoje faz até delivery. 

“Inicialmente nós não fazíamos entrega, mas o espaço foi ficando tão pequeno que a gente acabou expandindo, já que fisicamente não dá pra crescer ainda, a gente expandiu para que o nosso cuscuz chegasse à casa dos clientes, das pessoas que não conseguiam ir até lá”.

O que levaria alguém a sair de casa para comer algo que ela mesma pode preparar? O diferencial das cuscuzerias é a variedade de sabores. Além dos acompanhamentos tradicionais, alimentos como o queijo do reino e até o camarão fazem parte dos cardápios, que têm preços baixos e garantem a fidelização dos clientes, como Yeslância explica. 

“A gente tem cliente que janta aqui de segunda á sábado, tem outros que vêm três vezes na semana. Cuscuz não enjoa, é uma maravilha”. Já em Lozão, o cardápio batiza cada prato com uma rua, monumento, bairros da cidade e as ilhas do são Francisco, o que vira um atrativo.

“A gente apresenta ao turista, eu faço isso pessoalmente, dizer o que a gente tem, o que é [a ilha do] rodeadouro, de onde vem [a ilha] do massangano, lá tem o samba de véio. Essa é uma forma de regionalizar e mostrar o que tem, tanto para o turista de casa, como os que vem de fora”.

A valorização da cultura e da culinária nordestina é presente em cada aspecto das cuzcuzerias, que agregam na decoração as chitas, candeeiros, cordéis e outros elementos que garantem que a visita seja uma imersão de sabores e sentidos do que é ser nordestino. 

Mesmo com o crescimento de fast foods, food trucks e franquias de multinacionais na região, as cuscuzerias fazem parte de um nicho específico da culinária, que relembra as origens do povo que aqui vive e as belezas da região, como enfatiza Lozão. 

“A gente nordestino tem que dar esse valor porque somos muito ricos nisso, nossa culinária é deliciosa, de custo baixíssimo. O Nordeste nada mais é do que um cuscuz recheado bem bonito!”.

Fonte: Brasil de Fato (Vanessa Gonzaga)
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