EXISTE RELAÇÃO ENTRE FELICIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

O que é ser? Quem sou eu? O que é ser feliz? O que é felicidade? É possível medir a felicidade? O planeta Terra está feliz? Como as mudanças climáticas podem impactar nesta felicidade? Como resgatar a felicidade da Terra para sermos também felizes? Essas foram algumas das indagações que permearam a formação "Felicidade e Mudanças Climáticas", realizada com colaboradores/as do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa) e estudantes da República do Irpaa nesta quarta (17) e quinta-feira (18), à sombra do Juazeiro, embaladas/os por músicas, reflexões e ações de cuidado.

A ideia de relacionar felicidade e mudanças climáticas, surgiu a partir de discussões anteriores sobre como a ação dos grandes empreendimentos e do capitalismo vem acelerando as mudanças climáticas; e como a pandemia acentuou o aparecimento de diversos distúrbios psicológicos e doenças emocionais, impactando parte da população. A necessidade de discutir o tema veio da avaliação de um cenário de infelicidade constante na sociedade. "Tem a ver com o planeta que estamos vivendo, com esse modelo de sociedade, o capitalismo, o consumo, a forma de ver a natureza como um recurso, e não como um bem, e que fazemos parte dele", explica a colaboradora do Irpaa e uma das organizadoras da formação, Aldenisse Souza.

O colaborador do Irpaa e também organizador da formação, André Rocha, fala sobre a concepção da felicidade e como ela interfere no bem-estar da nossa casa comum, a Terra. "A felicidade na sua essência difere de alegrias e prazeres que são momentâneos [...] a felicidade como sendo um status de médio a longo prazo, tem menor instabilidade e depende não apenas da pessoa, mas da relação com os outros e da sua relação com a natureza. Então, o status de felicidade plena requer essa contemplação e interação de convivência em harmonia com a natureza", explica o colaborador do Irpaa.

André destaca também que é possível "contribuir evitando os excessos, refletindo sobre a promoção da igualdade de acesso aquilo que é básico: alimentação, saúde, educação, não apenas seu bem-estar, mas do planeta todo". Nessa perspectiva, o colaborador do Irpaa, Bruno Gonçalves aponta que "a felicidade não está isolada como a gente pensa, é parte de um todo (...) a própria harmonia com o nosso ambiente nos contagia também (...) Não é possível ser feliz sozinho", expressa.

O tema abordado na formação provocou e instigou os/as participantes, que na sua maioria, até o momento não haviam refletido sobre esta relação entre a felicidade e as mudanças climáticas. Nesse sentido, a colaboradora do Irpaa, Ana Paula Ribeiro, destaca como foi importante essa reflexão. "Eu não tinha feito essa análise nessa profundidade que a gente tem feito nesses dois dias e essa compreensão nos dá embasamento para que a gente compreenda a dimensão do que é felicidade e que está atrelada a nossa casa comum, ao cuidado das relações e que não existe felicidade se existe injustiça".

A estudante da República do Irpaa, Lusan Silva Paiva, da comunidade tradicional de Fundo de Pasto Frade, em Curaçá, fala sobre a surpresa em relação ao tema escolhido. "Quando foi proposto para gente participar desse encontro sobre Felicidade e Mudanças Climáticas, primeiro fiquei me perguntando o que tinha a ver uma coisa com a outra. Agora, a gente percebe que tem tudo a ver".

As reflexões provocadas mexeram com os/as participantes que passaram a compreender que a felicidade está atrelada a diversos fatores externos e internos. "Diante essa dinâmica de estudo, leitura e debate de alguns materiais você vê que está tudo interligado e precisa ser debatido em vários espaços, para perceber que a felicidade está ligada a vários fatores, não só a mudança climática, mas vários fatores que a gente promove no dia a dia", frisa o estudante da República, Dione Tuxi, do povo originário Tuxi.

Discutir acerca da relação entre Felicidade e Mudanças Climáticas desperta muitas inquietações e a necessidade urgente de buscar caminhos para resgatar a felicidade da Terra, e consequentemente, a nossa felicidade. O grupo presente no estudo chegou à conclusão que é preciso denunciar quem são os principais responsáveis pelas mudanças climáticas e seus impactos, como o capitalismo verde, que busca unir a produção e exploração da natureza, fortalecendo os ideais do capitalismo de forma camuflada. Outra percepção advinda do estudo é que a Convivência com o Semiárido é um dos caminhos para barrar as mudanças climáticas e mitigar seus efeitos.

Fonte: Texto e Fotos: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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LUIZ GONZAGA VIVE APESAR DOS POLÍTICOS E O DESCASO COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA

Entra Governo e sai prefeito, secretários, deputados e senadores e a CULTURA DO FORRÓ continua sem ser valorizada. A política atual não quer cultura. Os atuais governantes não se engajam numa política pública de cultura.

O Forró foi elevado à condição de Patrimônio da Cultura Brasileira. Como se vê, o FORRÓ, BAIÃO, XOTE E XAXADO estão em alta. Mas no caminho existe a pedra da falta de Política Pública, para gerar renda e valorização a Cadeia Produtiva que movimenta as festas juninas do Nordeste

Para os Políticos, atuais prefeitos e pré candidatos ao Governo do Estado de Pernambuco cultura da sanfona e valorização do Forró para quê? Por que forró?

A pergunta vai em especial para os Prefeitos e ex-prefeitos de cultura de Campina Grande, Paraíba, Caruaru, Pernambuco, Petrolina, Jaboatão dos Guararapes. Cadê o festejo junino com música deixada pelo reisado de Luiz Gonzaga, ritmo, harmonia e melodia da sanfona, zabumba e triangulo?

Antonio Nobrega-músico, brincante da música brasileira, da dança, do teatro e do 'universo do circo, da criança e da cultura popular deu uma resposta: conectando a estudos e reflexões sobre a cultura brasileira em geral, esse casamento entre conhecimento empírico e teórico foi conduzindo-me à constatação de que vivemos num país que reluta em aceitar-se integralmente.

Os governantes não tem compromisso com a cultura gonzagueana, de Dominguinhos e Sivuca, Jackson do Pandeiro, Marinês, e por isto não alcança a modernidade forrozeira das novas gerações que também não fazem shows nos palcos das grandes festas juninas das principais cidades do Nordeste.

Cadê nosso Forró, Xote, Baião. O marketing destas mesmas cidades dizem que "estão fazendo o forró de Luiz Gonzaga". Em Caruaru, existe até uma programação de um ARRAIÁ DO GONZAGÃO, e pasmem, não existe um contratado que possua uma identidade, pertencimento cultural, é arraiá para enganar quem?

Que outra razão para tal desperdício de insumos culturais tão vastos e de tão imensa riqueza simbólica como o nosso reservatório de ritmos presente nos gêneros criados por Luiz Gonzaga.

Sigo, Antonio Nobrega e deixo um dialogo para as autoridade políticas: Mais do que preservar o Forró, através de Políticas Públicas,  nossa tarefa está em amplificar, dinamizar, trazer para a órbita de nossa cultura contemporânea os valores, procedimentos e conteúdos presentes nessa "instituição" o forró cultural.

Essa ação amplificadora poderia abranger escolarização musical – por que não se estuda Forró em nossas escolas de música?–; a prática da dança – a riqueza lúdica e criadora proporcionada pelo seu multifacetário estoque de movimentos–; a valorização de modelos de construção e integração social advindos do mundo gonzagueano. 

Tudo isso ajudaria ao Brasil entender-se melhor consigo mesmo e com o mundo em que vivemos.

O FORRÓ é uma das representações simbólicas mais bem-acabadas e representativas que o povo brasileiro construiu. Assim como o samba, o choro, o baião, uma entidade transregional cuja imaterialidade poderemos transmudar em matéria viva operante se tivermos a suficiente compreensão do seu significado e alcance sociocultural.

Identidade Cultural no mundo globalizado é fator de atração turística e desenvolvimento econômico e social. Nesta definição, viemos através de Carta Aberta, em nome da NAÇÃO GONZAGUEANA alertar: Cuidem da Cultura brasileira e em especial dos festejos juninos do Nordeste.

 *Ney Vital é jornalista. Pós-Graduado em Ensino de Comunicação Social. Estudante do Curso de Agroecologia. Apresentador do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Seus Amigos, na Rádio FM 95.7, Rádio Cidade Am 870


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JUAZEIRO RECEBE A 37º EDIÇÃO DA FEIRA DE ECONOMIA SOLIDÁRIA

Juazeiro recebe a 37° edição da Feira de Economia Solidária que tem como propósito fortalecer as iniciativas de pequenos empreendimentos solidários de todo estado da Bahia.A comercialização acontecerá nos dias 03 e 04 de junho, a partir das 16h, no estacionamento da Orla II e contará com apresentações artísticas do evento Bule Cultural.  

A feira contará com cerca de 70 expositores e expositoras, atendidos pelo Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco (CESOL-SSF), que atuam com a produção de doces, geleias, licores, queijos, artesanatos e confecções.

Esses grupos encontraram, nos últimos anos, uma nova alternativa de geração de renda, baseado na autogestão, no cooperativismo, que tem empoderado e transformado a vida de muitas famílias em todo o estado.

Dirlei Brito trabalha com a produção de rapadura de banana, produto que será comercializado durante a feira. O doce é uma receita de família oriunda da comunidade de Goiabeira II, no Salitre, distrito de Juazeiro.

A equipe do Cesol Sertão do São Francisco identificou o empreendimento em uma feira realizada em 2019, na zona rural e o produto era comercializado em formato de um quilo, com um preço baixo e sem rótulo de identificação.

A partir do trabalho de adequação do produto no tamanho, peso, embalagem apropriada, rotulagem, precificação justa e abertura de mercados, a Rapadura de Banana do Vale do Salitre é hoje a principal renda da família de Dirlei. "Depois que o Cesol-SSF adequou o nosso produto, aumentamos a comercialização e hoje, reduzi o trabalho na roça para dar conta das encomendas do produto", afirmou Dirlei Braga.

 "As Feiras de Economia Solidária tem ajudado a fortalecer os empreendimentos solidários da região, prejudicados com a pandemia do novo Coronavírus. São espaços que oportunizam a apresentação de produtos preparados para a comercialização, com embalagens e rótulos contendo todas as informações necessárias para serem comercializadas nesses espaços, e que muitas vezes, são desconhecidos pelos próprios moradores da cidade", explicou a coordenadora do Cesol-SSF, Aline Craveiro.

A Feira de Economia Solidária 100 edições integra o edital 009/2019 do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (SETRE), através do termo de colaboração com o Instituto de Integração e Formação Casa da Cidadania, com o CESOL-SSF, e conta com o apoio da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), da Prefeitura Municipal de Juazeiro, da TV São Francisco e do Centro de Cultura João Gilberto.

BULE CULTURAL: O projeto Bule Cultural acontecerá em Juazeiro nos dias 18 de maio, 02, 03, 04 e 05 de junho, em homenagem ao músico Antônio Ribeiro da Conceição, conhecido popularmente como Bule Bule. O evento que vai reunir música, literatura de cordel, saraus poéticos lançamentos de livros e shows gratuitos e contará com o apoio do Centro Público de Economia Solidária Sertão do São Francisco.

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EMPREENDEDORA E HISTORIADORA AREENSE FAZ PALESTRA NO SALÃO DE TURISMO DO VALE DO SÃO FRANCISCO

Com quatro dias de intensa programação, o Salão de Turismo do Vale do São Francisco chega a Petrolina com mais de 50 atividades abertas ao público. Entre os destaques estão as palestras e oficinas, exposições de rotas turísticas e de artesanato, encontro literário e os festivais de bebidas, carnes e sabores da região.

Esse é o maior evento de turismo já realizado no sertão nordestino e são esperadas cerca 20 mil visitas na feira. A abertura oficial acontece na próxima quinta (19), às 17h30, na orla de Petrolina. A programação completa pode ser acessada no site www.salaodeturismovsf.com.br.

Durante toda a programação, estarão abertos para visitação o Espaço Literário, onde acontece o 1º Encontro de Leitores, Escritores e Influencers Literários do Vale do São Francisco (Editora Vecchio), além da Galeria dos Artistas, que expõe obras de pintores, artesãos, grafiteiros e outros. A Feira de Artesanato, com a maior variedade de produtos feitos por empreendedores da região, também ficará aberta para visitação durante os quatro dias de evento.

Outros destaques são o 1º Festival da Cerveja Artesanal Nordestina (Nordhaus); 1º Festival de Vinhos, Espumantes e Frisantes (Vinícolas Tropical, Rio Valley, Garziera e Terroir do São Francisco); 1º Festival de Cachaça, Cultura e Sabores (Butiquim Cachaçaria); e o Festival de Churrasco (Gelo & Sal Steak House), que acontecem na praça de alimentação.

Partindo para a programação mais técnica, no primeiro dia de evento, quinta-feira (19), os estandes já estarão abertos para visitação e algumas atividades serão realizadas no auditório e na arena gastronômica. O turismo rural será tema de palestra ministrada pela presidenta do Instituto Brasil Rural, Andreia Roque. Também acontece neste dia o 1º Seminário de Queijos de Cabras e Vinhos do Vale do São Francisco, organizado pela Univasf, Embrapa e Senac.

A partir do segundo dia, sexta-feira (20), palestras desenvolvidas pelo Sebrae e ITC Bio e oficinas ministradas pelo Senac e pelo IF Sertão Pernambucano movimentam a feira. Também vale o destaque para o 1º Fórum Interestadual Secretários, Dirigentes de Turismo, Desenvolvimento e Cultura, as visitas técnicas, tanto nas vinícolas (necessária inscrição prévia durante o Salão de Turismo) quanto na sede da Embrapa Semiárido.

Visitas técnicas, cases de sucesso e mais palestras e oficinas movimentam o terceiro dia do Salão de Turismo do Vale do São Francisco, já no sábado (21). O grupo responsável pela Expedição Científica do Velho Chico, da Universidade Federal de Alagoas, marca presença com palestra sobre o avanço das pesquisas para a preservação do Rio São Francisco. Também nesse dia acontece o 1º Encontro de Mulheres Empreendedoras do Vale, com trocas de experiências e homenagens.

Para finalizar, no domingo (22), terceiro e último dia de evento, além das palestras e visitas técnicas, o visitante também poderá acompanhar a exposição de veículos náuticos e se aventurar em passeios em lanchas, jet skis e outros. Nesse dia também será lançada a segunda edição da feira, que deve acontecer em 2023, na cidade de Juazeiro-BA.

Com uma diversidade na programação, o Salão de Turismo do Vale do São Francisco ainda busca valorizar a dança, os cantos e ritmos da região. Durante o evento, diversas atrações culturais irão se apresentar no palco da feira, alegrando ainda mais esse momento histórico para o Vale. As performances começam a partir das 17h e acontecem nas quatro noites do evento. Entre os convidados estão grupos de coco, maracatu, reisado, forró, além de apresentações de artistas regionais.

"Vai ser um momento histórico para o nosso Vale do São Francisco e a gente vem aqui convidar todos vocês para celebrar o turismo, nossas raízes e nossa cultura", reforça Gilberto Pires, um dos idealizadores do evento. A programação completa, com todas as palestras, oficinas, festivais, exposições e atrações culturais podem ser encontradas no site www.salaodeturismo.com.br.

SERVIÇO-1º Salão de Turismo do Vale do São Francisco

Data: 19 a 22 maio de 2022

Local: Orla de Petrolina-PE

CONTATOS-Sérgio Martins (Coopemvale): (87) 9 9997-7661

Cynthia Clause (Criatur): (87) 9 8809-7201

Gilberto Pires: (87) 9 8823-1262

Luciano Correia: (74) 9 8804-8233

www.salaodeturismovsf.com.br

salaodeturismovsf@gmail.com

Instagram: @salaodeturismovsf

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FÉ E EMOÇÃO NA EDIÇÃO 52º DA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA PERNAMBUCO, ANO 2022

Este ano 2022, a Missa do Vaqueiro acontece no dia 24 de julho. Será a 52ª Missa do Vaqueiro de Serrita Pernambuco. Compreender que a história vem se tecendo com a força da própria vida. E por isto, disse o cantador, escritor Virgilio Siqueira, daí não ser possível guardar na própria alma a transbordante força de uma causa. 

“Tengo lengotengo lengotengo lengotengo … O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão ...Os versos ecoam pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos vaqueiros. É música. É arte.

A música, a Morte do Vaqueiro, composta por Nelson Barbalho, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

Cada arte emociona o ser humano e maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

A viagem mais uma vez é o destino Serrita, Pernambuco, sítio Lages, ali um primo de Luiz Gonzaga, Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no mês de julho, a Missa do Vaqueiro de Serrita tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga, criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira, violeiro.

Este ano a Missa do Vaqueiro de Serrita completa 51 ano. As celebrações serão virtuais devido ao decreto de pandemia que não permite aglomerações.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão e três anos após o trágico fim, sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga, A morte do vaqueiro. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. 

Luiz Gonzaga queria mais. Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem.

Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão dos vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a memória do vaqueiro, oferendas, como chapéu de couro, gibao, queijo, farinha e rapadura, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. 

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões. O poeta cantador de viola, Pedro Bandeira, falecido em agosto de 2020, era conhecido como o príncipe dos poetas populares do Nordeste, morreu aos 82 anos e se fez  presente em todas as missas, nas últimas venceu o peso da idade e iluminava com uma mágica leveza rimas e versos nos improvisos da inteligência.

Pedro Bandeira é autor de centenas de músicas, entre elas a  “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos romeiros e das romarias em Juazeiro do Norte.  

Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas. Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção é o sentimento na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros:

“Quarta, quinta e sexta-feira sábado terceiro domingo de julho/Carro de boi e poeira cerca, aveloz, pedregulho Só quando o domingo passa É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos".

E aqui um assunto místico: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o "sentimento pelo irmão morto". O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo... Texto-Ney Vital-jornalista

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RIO SÃO FRANCISCO: EXPEDIÇÃO VAI PERCORRER CERCA DE 400 KM PARA OBSERVAR SITUAÇÃO DEPOIS DA CHEIA DO VELHO CHICO

Entre os dias 23 e 27 de maio, um grupo de expedicionários vai percorrer um trecho aproximado de 400 km do Rio Paracatu. A expedição ‘Rio Paracatu: a joia preciosa do São Francisco’ tem como objetivo analisar, através da calha do Rio Paracatu, a situação em que se encontra a bacia após as enchentes ocorridas no recente período chuvoso.

A iniciativa é uma ação conjunta entre o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paracatu (CBH Rio Paracatu), o Movimento Verde de Paracatu (MOVER), o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, a Agência Peixe Vivo, e vários outros apoiadores.

De acordo com o presidente do CBH Paracatu, Antônio Eustáquio Vieira, o Tonhão, “este ano, a expedição vai levar educação ambiental para as cidades e comunidades do percurso, ensinando e disseminando os cuidados para a preservação e recuperação não só do Rio Paracatu, mas de toda a bacia. Serão realizadas atividades educativas nas cidades de Brasilândia (24/01), Santa Fé de Minas (26/05), e São Romão (27/05)”. Além disso, será produzido um vídeo mostrando a real situação da calha do Rio Paracatu, com as imagens coletadas durante o trajeto.

A Expedição, coordenada e executada pela ONG MOVER e pelo CBH PARACATU, contará com uma equipe de 15 pessoas, composta por pilotos profissionais, membros dos comitês dos rios Paracatu e São Francisco, representantes do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), do Movimento Verde de Paracatu, entre outros e a equipe de comunicação do CBH Rio São Francisco. Serão utilizados quatro barcos.

A saída será no dia 23 de maio, às 7:00 h, na ponte sobre o rio Paracatu, na BR 040. Todo o trajeto terá o apoio por terra, com um veículo cedido pela ONG MOVER/CBH Paracatu.

Confira a programação:

23/05: Saída às 07h – Ponte da BR040

PERNOITE: Rancho da Associação do Entre Ribeiros

24/05: Saída às 07h do Rancho da Associação do Entre Ribeiros

ATIVIDADES e PERNOITE: Brasilândia de Minas

25/05: Saída às 07h de Brasilândia de Minas

PERNOITE: Curralinho

26/05: Saída às 07h do Curralinho

ATIVIDADES e PERNOITE: Remanso do fogo (Santa Fé de Minas)

27/05: Saída às 07h do Remanso do fogo

CHEGADA e ATIVIDADES em SÃO ROMÃO

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CIDADES EM MOVIMENTO PROMOVE DEBATE VIRTUAL SOBRE SAÚDE E JUSTIÇA AMBIENTAL NESTA QUINTA (19)

Em 2022, se completam 30 anos desde a ECO 92, a primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, marco nas discussões globais sobre os recursos naturais e a sociedade. 

Nesta quinta-feira (19), o canal Cidades em Movimento convida especialistas que atuam para a transformação das iniquidades socioambientais a nível local e nacional, debatendo as ações desenvolvidas e a participação na Cúpula dos Povos Rio+30. O debate será transmitido ao vivo, às 15h (horário de Brasília). 

O evento receberá Simone Mamede, professora de Turismo Patrimonial e Socioambiental e doutora em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional pela Universidade Anhanguera; Jacqueline Guerreiro, professora e educadora ambiental, integrante da Coordenação do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais e especialista em Meio Ambiente; e Rennisy Rodrigues Cruz, gestora ambiental e professora, especialista em Educação e Meio Ambiente, mestra e doutoranda em Meio Ambiente pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

A mediação será feita por Rejany Ferreira, geógrafa, integrante do Observatório da Bacia Hidrográfica do Canal do Cunha e do projeto de Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Centros Urbanos da Cooperação Social da Fiocruz (PTSSCU/CCSP/Fiocruz).

“Cidades em Movimento” é a plataforma de comunicação do projeto de Promoção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis em Centros Urbanos, da Coordenação de Cooperação Social da presidência da Fiocruz. Por meio de debates, a plataforma traz à público a experiência de especialistas e militantes nas questões relativas às condições de vida em territórios socioambientalmente vulnerabilizados. Todos os temas são definidos à luz do conceito de Promoção da Saúde - que visa capacitar a comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação social.

Serviço-Debate “Saúde e Justiça Ambiental”

Data: 19/05/2022

Horário: 15h

Plataforma Cidades em Movimento

Mais informações: comunicacao.cooperacaosocial@gmail.com 

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