ESCOLA MUNICIPAL JOSEFA CÂNDIDA DE JESUS CELEBRA 32 ANOS DE SAUDADES DE LUIZ GONZAGA EM EXU

Trinta e dois anos depois da morte de Luiz Gonzaga, lembrada na segunda-feira (2), o legado do Rei do Baião continua repassado para as novas gerações de estudantes em Exu Pernambuco, terra onde nasceu o Mestre da Sanfona.

Em Exu as comemorações continuam ampliando a valorização da vida e obra de Luiz Gonzaga. Na vivencia dos seus 32 anos de morte a Escola Municipal Josefa Cândida de Jesus,  localizada no Bairro Wilson Moreira Saraiva em Exu, através  da  Gestora Aline Justino Bezerra e toda equipe eacolar, faz uma homenagem a esse ícone da cultura forrozeira. 

Os sanfoneiros do bairro realizaram uma gravação de um vídeo comemorativo à Luiz Gonzaga nas dependências da escola.  A gestora salienta que a gravação tem como finalidade os festejos da data, mas que  têm o propósito de dar visibilidade aos artista do bairro e também estimular os alunos da escola a se apaixonarem pela sanfona e o estilo musical, legado maior de Luiz Gonzaga.

"Assim estaremos sempre a perpetuar o autêntico Forro Pé de Serra, caracterizado pelo então sanfoneiro e etenizando a identidade do estilo musical reconhecida no Brasil e no mundo. É importantes que todos os estudantes da rede municipal de ensino conheçam cada vez mais a história de vida de Luiz Gonzaga. A educação e o conhecimento são formas de alçar sonhos maiores", finalizou Aline Justino.

Há registros em vídeo: para os dias de saudade, Luiz Gonzaga deixou um pedido simples. "Gostaria que lembrassem que eu sou filho de Januário e Dona Santana. Gostaria que dissessem que esse sanfoneiro amou muito o Sertão. Decantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes. Decantou, também a paz e o amor."

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RAUL SEIXAS E SEUS BAÚS: DO ROCK AO TANGO, DA FILOSOFIA AO BREGA

“Não me preocupei em lustrar a lenda, porque essa já é do tamanho da realidade.” Com décadas de janela na profissão, o jornalista Jotabê Medeiros conviveu com lendas, mitos e pessoas de carne e osso, tudo ao mesmo tempo. De uns anos para cá, dedicou-se a escarafunchar a vida e a obra de alguns ícones da música pop nacional: em 2017, Belchior, com Apenas um Rapaz Latino-Americano. Agora, Raul Seixas, um dos verdadeiros pais do rock, embora o próprio compositor baiano atribua a paternidade ao diabo. 

No texto de apresentação de Não Diga que a Canção Está Perdida (editora Todavia, 416 páginas), Jotabê já avisa que pôs os pés no mundo real, mas não abdica dos delírios vividos por Raul durante parte de seus 44 anos da vida, encerrada em 21 de agosto de 1989, apenas 19 dias depois da partida de Luiz Gonzaga.

A fama de “maluco beleza” de Raul Seixas, que formou um fiel e perene séquito de seguidores, prejudicou em alguma medida o conhecimento da obra, que não é pequena. Segundo anota o biógrafo, são 312 canções registradas em pouco mais de 20 anos de carreira, “trabalhando gêneros tão distintos quanto tango, country, baião, samba, acid rock, iê-iê-iê, marchinha, forró, folk, brega, xote, xaxado, balada”. Além de dezenas de inéditas com parceiros.

Jotabê cita uma frase de Rita Lee: Raul é o roqueiro com cara de bandido, é o bandido-mocinho, é o Maluco Beleza, não morre nunca. “Raul tinha uma leitura muito profunda da condição do artista no showbiz, uma leitura que externou em canções como A Verdade sobre a Nostalgia, por exemplo. Era muito mais eclético e conhecedor das regras do mundo da música, e acabaram confinando-o num rótulo”, observa o jornalista, que na conversa define Raul como “debochado, mas sensível”: “Eu li as cartas dele para as filhas. É de cortar o coração”. Ou um sujeito que “gostava de passar os verões numa fazenda no interior da Bahia, ouvindo moda de viola”.

Na curva do futuro muito carro capotou

Talvez por causa disso é que a estrada ali parou

Porém, atrás da curva

Perigosa eu sei que existe

Alguma coisa nova

Mais vibrante e menos triste

Em dezembro de 2019, com uma máscara na cabeça, Jotabê fez um lançamento informal do livro em um marco de São Paulo, o edifício Copan, falando na rua, do lado de fora de um bar, para uma plateia interessada, sentada em mesinhas ou em pé, e atraindo alguns “malucos” da região – um deles se declarou fã de Raul. Ali, afirmou, entre outras coisas, que o baiano “fez de tudo para se liberar da condição de artista da chamada MPB universitária”. Seria a tentativa de fugir dos rótulos?

“Conforme relato no livro, há diversos momentos de enfrentamento de Raul com a turma da Bossa Nova e, posteriormente, com os tropicalistas. Ele ironiza os protagonistas da MPB universitária. Acho que era deliberado, uma forma de marcar presença primeiro como um lobo solitário da música, um homem que caminha sozinho; em seguida, para dizer que o conceito dele de música era de uma profunda individualidade, feito de brutal independência de movimentos e rótulos”, diz o autor.

Segundo o biógrafo, Raul Seixas foi “indelicado” com a Bossa Nova. E desenvolveu, como define, um “anti-intelectualismo militante”. “Na letra de Tapanacara, ele devolve algumas coisas. Ele se julgava esnobado pelos ‘baianos da Bossa Nova’, que era Caetano, mas também João Gilberto. Quanto ao anti-intelectualismo militante, isso consistia basicamente na forma de ele nunca explicar os subtextos, os jogos intertextuais que propunha nas músicas. Ele não achava necessário teorizar, fugia disso como o diabo da cruz.”

O tapa na cara

Que eu levei de odara

Odara, menina

Que era filha de Nara

Que era neta, prima-dona de Raul

Raul levou um tempo para decidir ser rock star. Pensava em ser escritor, citava Jorge Amado. Em meados de 1962, ele e um amigo, Thildo Gama, formaram Os Relâmpagos do Rock. O primeiro show foi no Good Neighbour Club, onde tocava, entre outros, o contrabaixista Bira, que ficou famoso ao fazer parte do sexteto de acompanhamento de Jô Soares – e que morreu neste 22 de dezembro, aos 85 anos. O grupo teve carreira acidentada: o violonista e pianista Enelmar Chagas quase morreu em acidente, depois ver o Santos sagrar-se bicampeão mundial, em 1963, ao derrotar o Milan no Maracanã, e tempos depois Thildo atropelou um idoso na estrada.

Depois dos Relâmpagos, vieram The Panters, que começaram a fazer shows pela Bahia e passariam a ser chamados de Os Panteras. Raul e sua turma foram convocados para acompanhar Wanderléa e outros cantores da Jovem Guarda em um show em Salvador. Contrariando a fama que viria depois, Raul fazia tudo bem organizado: o contrato dos Panteras tinha regras de conduta e vestuário, além da fixação de pagamento do mesmo valor para os cinco integrantes do grupo. Em 1965, um teste de fogo: Roberto Carlos iria a Salvador para participar do Bossa Broto, um popular programa de calouros da TV Itapoan. Os rapazes do Panthers foram recrutados. No livro, Jotabê conta que havia um menino chamado Pedro Aníbal, da banda Ninos, prestando atenção no ensaio. Depois seria conhecido como Pepeu Gomes.

DISCOS CLÁSSICOS: O primeiro LP surgiu em 1968, Raulzito e os Panteras, pela Odeon. Músicas próprias e versões de Lucy in the Sky with Diamonds, do Beatles (Você ainda pode sonhar) e I Will, de Dick Glasser (Um minuto mais). O segundo álbum viria apenas três anos depois, mas fazendo barulho: Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10 (CBS/Sony) tornou-se um cult. Reunia Raul, o capixaba Sérgio Sampaio, que iria estourar no ano seguinte com Eu quero botar meu bloco na rua, a lenda viva Edy Star e Miriam Batucada. Em 1973 e 1974, Raul lançou os futuros clássicos Krig-ha, bandolo! e Gita. Ali, cantou sucessos eternos como Mosca na sopa, Metamorfose ambulante, Ouro de tolo, Medo da chuva, O trem das 7, Loteria de Babilônia (título de um conto do argentino Jorge Luis Borges), Sociedade alternativa e Gita, claro.

Na pesquisa para o livro, Jotabê observa que a censura acreditou que Ouro de tolo era um ataque a Roberto Carlos. Uma das origens da canção está em um passeio pelo Jardim Zoológico do Rio de Janeiro. Raul e o parceiro Mauro Motta estavam com filhos pequenos e viram uma mulher de casaco de pele, meia e salto alto atirando coisas para os macacos. Um deles vai até o fundo da jaula e joga cocô na visitante. 

“Raul destilava sarcasmo contra as ambições burguesas, a busca incessante da segurança e do conforto social”, diz o jornalista, lembrando que os “4 mil cruzeiros por mês” citados na letra correspondiam praticamente ao que o artista recebia, na época, como produtor musical da gravadora CBS. Uma canção que estimulava a rebeldia, mas “apoiada em coisas verídicas”, declarou o mutante Arnaldo Baptista.

Nos dois discos, muitas parcerias com Paulo Coelho, que depois se tornaria escritor famoso mundialmente. No livro de Jotabê, o “mago” responde pelo trecho mais polêmico, obviamente explorado nas resenhas sobre a biografia. O biógrafo encontrou um documento – reproduzido na página 354 – do Centro de Informações do Exército, de 22 de abril de 1974, que apontava Paulo Coelho e Adalgisa Rios Magalhães (esposa do letrista) como subversivos, que poderiam ser presos por intermédio de Raul Seixas.

Um mês depois, em 24 de maio de 1974, Raul Seixas ligou para Paulo Coelho para avisá-lo que tinha sido intimado a comparecer ao Dops, no dia 27, para prestar esclarecimentos sobre o disco Krig-ha, bandolo!, que àquela altura já tinha mais de 100 mil cópias vendidas. Pediu ao parceiro que fosse com ele. Na sede da polícia política, foi levado a uma sala. Voltou meia hora depois. Paulo esperava na recepção. Em vez de falar com ele, Raul foi até um orelhão e começou a cantarolar: My dear partner, the men want to talk you, not to me (“Querido parceiro, os caras querem falar contigo, não comigo”). Estava tentando transmitir um recado ao amigo. Paulo não percebeu. Na hora de irem embora, foi detido e passou a ser interrogado. Adalgisa também foi presa. Os dois terminaram liberados após interrogatórios, mas ao sair de lá Paulo Coelho foi emboscado e detido novamente, para então passar por duas semanas de torturas.

“Seria de fato uma injunção da polícia ou de fato um acordo de colaboração?”, pergunta-se Jotabê sobre o documento do I Exército. Ele não aponta Raul como informante, como alguns se apressaram em concluir, mas relata que a dúvida passou a atormentar Paulo Coelho, que depois do episódio não conseguia contato com o parceiro. O agente Alladyr Ramos Braga, que assina o relatório confidencial, já morreu.

O biógrafo acredita que a polêmica nunca será totalmente explicada, lembrando que a única testemunha viva daqueles fatos é Paulo Coelho. “O que ele sente a respeito eu creio que o livro deixa claro. Não se sabia disso antes. Mas há muita gente que não respeita o sentimento do próprio Paulo, que o tem como um vilão permanente, com seu cavanhaque e seus ditados de magia apropriados para a caricatura dos moralistas. Em minha opinião, nada muda com a revelação dessas tensões, desse ambiente de desconfiança. Apenas os personagens passam a ter uma maior humanidade, em vez de habitarem caricaturas”, avalia.

Raul Seixas e Paulo Coelho se encontraram pela última vez em 1989, durante show no hoje fechado Canecão, no Rio de Janeiro. Eram as faixas de A panela do diabo, último disco de Raul, em parceria com Marcelo Nova, do Camisa de Vênus.  No palco, Marcelo Nova conseguiu a proeza de levar o já consagrado escritor, surpreendendo Raul. Um reencontro afetuoso e emocionado. Os antigos parceiros cantaram Sociedade Alternativa. Canção escolhida pelo norte-americano Bruce Springsteen para abrir seus shows em São Paulo e no Rio em 2013, depois de ser apresentado a um leque de opções, que incluam Legião Urbana, Milton Nascimento e Titãs.

Humanidade também não falta nessa história. Jotabê conta sobre os cutucões de Raul em colegas como Silvio Brito, que compôs Tá todo mundo louco, em 1974, inspirado em Ouro de tolo. O artista baiano cita o compositor mineiro em pelo menos duas canções, As aventuras de Raul Seixas na cidade de Thor e Eu também vou reclamar, na primeira falando em “certos cabeludos” dos quais não se sabe direito qual é o posicionamento político e na outra sobre um “chato” que grita em seus ouvidos “pare o mundo que eu quero descer”. Sobrou até para Belchior, citado três vezes nessa segunda canção.

“Já não existe qualquer diferença entre materialismo, idealismo. Todos os ismos são iguais. Eu não estou me queixando de nada porque eu não sou um rapaz latino-americano”, declarou em uma entrevista ao Jornal de Música, coletada por Jotabê.

 “Esse regionalismo não está em mim. Eu sou uma pessoa que vive 1976. Eu sou Raul Seixas, o único. Eu não pertenço a qualquer grupo político ou regional. Eu sou fruto do pós-guerra. Sou um cara cheio de influência. Eu sou Raul Seixas”, disse ainda. O biógrafo anota que não ficou mágoa entre os dois, que chegaram a fazer show juntos. E lembra de uma apresentação nos anos 2000, em Fortaleza, em que Belchior fala com carinho de Raul e canta trechos de Metamorfose ambulante e Maluco beleza. Mesmo a “briga” com Silvio Brito era “completamente insincera”, diz Jotabê, apenas “uma maneira de aquecer um circo de animosidades fictícias”.

Na conversa com o público, o jornalista disse que Raul “chama para a briga”, e que isso custou caro. “Ele se indispôs com diversos executivos de gravadora”, observa. “Algumas vezes, porque insistia em manter o controle total sobre os músicos que levava para os estúdios. Ficou fulo com um produtor, Gastão Lamounier, que tentou tirar Rick Ferreira de cena na gravação do disco Mata Virgem.”

Ao compositor Roberto Menescal, ele desenvolveu a teoria dos artistas “número 1”, protagonistas, incluindo-se entre eles. “Raul, embora fosse de natureza doce e agradável, sacou que era preciso ter alguma dose de arrogância e capacidade de blefe para se manter na crista da onda do showbiz. Essa foi uma de suas primeiras tiradas nesse sentido, mesmo se referindo a um amigo e ídolo, Sérgio Sampaio”, conta o biógrafo.

Para Jotabê Medeiros, a obra de Raul Seixas se sustenta, de certa forma, em afirmação e negação constantes. “Raul era um radical do rock’n’roll. Fez do arcabouço ético do rock’n’roll o seu modus vivendi, o seu estar no mundo. Mas não tinha o menor problema em dar um pinote nessas fundações, gravar um tango como Piazzolla, um reggae como Bob Marley, um baião com Luiz Gonzaga.

Tensionava as coisas filosoficamente e daí escrachava tudo com um Rock das Aranha. Era como se forçasse limites da própria noção de pureza, ‘sujando’ as coisas com uma apreciação sarcástica e espirituosa da vida e da condição humana.”

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COLETIVO CULTURAL PROMOVE I FESTIVAL DE PIPAS DE CURAÇÁ, BAHIA

Na busca de superar os tantos transtornos impostos pela Pandemia da covid 19, o Coletivo Cultural Galeota das Artes do São Francisco, coloca em prática um inesquecível momento lúdico, onde crianças e adultos com variáveis faixas etárias e com qualquer renda financeira, podem celebrar o Dia dos Pais, a custo zero, conhecendo um tradicional brinquedo, ou revivendo os tempos de brincar pelas ruas.

O I Festival de Pipas de Curaçá-BA, distribuirá gratuitamente quase 100 pipas, já com linha, para que a celebração do Dia dos Pais, supere a mera cultura do consumo e concretize momentos de alegrias entre filhos, filhas e genitores.

O evento acontece domingo, 08/08/2021, a partir das 15h, próximo da lagoa de estabelização na Rua de Baixo. 

Ligue (074)98839-3275, e reserve sua pipa.

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JOVENS EM JUAZEIRO FAZEM DO SKATE MOTIVO DE LIBERDADE

A prática do skate no Brasil já foi considerada transgressora, perseguida por políticos conservadores. O tempo girou e agora é o esporte campeão de medalhas nas Olimpíadas.

De origem californiana, a prática do skate chegou ao Brasil no final da década de 1960 e se popularizou na segunda metade da década seguinte, relata o historiador Leonardo Brandão, professor da Universidade Regional de Blumenau (FURB).

O skate está fazendo história nas olimpíadas. Pela primeira vez o esporte participou de uma olimpíada, e em duas modalidades: park e street. 

No street, o Brasil se encantou com a participação de Rayssa Leal, a “fadinha do skate”, que conquistou a medalha de prata na modalidade mesmo com apenas 13 anos de idade. 

Também no skate park uma jovem atleta chamando a atenção: a britânica Sky Brown. Na disputa masculina do park, o país faturou a medalha de prata com Pedro Barros. 

A skatista brasileira Leticia Bufoni é uma das maiores esportistas do mundo na modalidade. 

A reportagem da REDEGN esteve conversando com jovens skatistas. Eles constumam realizar manobras na orla de Juazeiro, Bahia. O skate é considerado mais como uma espécie de uso da liberdade. Está mais perto do campo artístico, da criação, do que da competição, disciplina física e espaço instituído do esporte.

A idade é entre 11 anos a 25 anos. Lucas tem 17 anos. "Eu sempre via a galera andando de skate e tinha vontade. Ai fui conhecendo a turma e montei meu primeito skate  e estou andando até hoje", revela.

Os atletas buscam se organizar nos grupos Skate Jua e Petro e no Canelas Raladas. "No espaço da orla seria bom uma cobertura na pista e bebedouro e grades. Uma reforma já se faz necessária pois já apareceu buracos a pista", alerta Lucas.

As competições de skate foram paralisadas desde o início da pandemia.

"Os skatistas não se preocupam com a etiqueta social, nem com o sistema que tentam lhes impor. Criam uma anarquia urbana e circulam sem nenhum tipo de autoritarismo. São os filhos do futuro"! A frase é de autoria de Paulo Anshowinhas.

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CANTADOR ELOMAR A CAMINHO DOS 84 ANOS

Dia 21 dezembro de 2021, Elomar faz 84 anos. Elomar Figueira Mello. Onde ele está? Recolhido em suas terras, junto com seus bodes, lá em Vitória da Conquista, Bahia?

Provavelmente.

Mas temos a sua música. Vamos ouvi-la, hoje, em sua homenagem.

Apois pro cantadô i violero

Só hái treis coisa nesse mundo vão

Amô, furria, viola, nunca dinhêro

Viola, furria, amô, dinhêro não

Esse foi o primeiro impacto.

O Violeiro, versos escritos assim mesmo, com essa grafia. Como se fosse um dialeto do Sertão da Bahia.

Aquela voz. Aquele violão. Diferentes de tudo o que ouvíamos.

Era a faixa de abertura do LP Das Barrancas do Rio Gavião, de 1973.

Seis anos mais tarde, em 1979, veio o álbum duplo Na Quadrada das Águas Perdidas.

Não havia mais nenhuma estranheza provocada pelos sons daquele cara – criador de bodes em Vitória da Conquista, arquiteto graduado em Salvador, violonista de formação erudita.

Já havíamos assimilado a música dele. Tudo era beleza no seu universo musical e poético.

Elomar Figueira Mello. Ou, simplesmente, Elomar.

Homem de ideias atrasadas, um reacionário, como dizíamos no passado, mas autor de uma obra incrível.

A música de um Brasil profundo e desconhecido.

Elomar e seu violão. Elomar e alguns poucos músicos. Elomar e uma orquestra sinfônica.

Canções soltas reunidas num disco. Ou trabalhos conceituais (Fantasia Leiga para um Rio Seco) compostos por um artista talentosíssimo e muito original.

Elomar não faz televisão, raramente dá entrevista, não quer conversa com gravadoras.

Grava seus discos de forma independente e os vende caríssimos na porta dos teatros onde se apresenta.

Jamais usa a palavra show. Prefere concerto. Ou recital. Ou cantoria.

Quando vou vê-lo ao vivo, ou ouvi-lo em discos, esqueço todas as suas idiossincrasias.

E me entrego à extrema beleza da sua música. (fonte:Silvio Osias)

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BANDA DE MÚSICA DA POLÍCIA MILITAR E A SUA HARMONIOSA MISSÃO

"A canção e os acordes da Banda da Polícia Militar é um alimento para o espírito e estimulador da alma". 

A citação é atribuída ao General Jonas Correia, em 1921. Segundo o Professor Florêncio de Almeida Lima, em seu livro Elementos Fundamentais da Música, "as bandas de música são excelentes fatores de cultura artística e concorrem poderosamente para o desenvolvimento do bom gosto do povo".

Estes sentimentos foram vivenciados ontem quarta-feira (4), na Orla II / Vaporzinho, com a apresentação da Banda de Música Maestro Wanderley, em comemoração ao aniversário de 125 anos de criação do 3º Batalhão de Ensino, Instrução e Capacitação (BEIC), comandado pelo Tenente-coronel PM Malvar.

A reportagem do BLOG NEY VITAL  obteve informações, junto a assessora de imprensa do CPRN, Capitâ Suênia que a Banda de Música da Polícia Militar da Bahia foi criada em 17 de setembro de 1849, por imposição da Lei Provincial nº 352 e teve como primeiro regente o professor Laurêncio José Aragão. Em 9 de Fevereiro de 1968, o grupo passou a denominar-se Banda de Música Maestro João Antônio Wanderley, um dos maiores maestros que a Bahia teve, o qual regeu a banda no período de 1912 até 1927.

Durante os seus 172 anos de existência a banda participou na Guerra do Paraguai, realizou várias apresentações pelo Brasil, chegando a ser regida pelo maestro Antônio Carlos Gomes na peça “O Guarani”; ostentou também o feito de ser a primeira banda a gravar em estúdio um “LP” no ano de 1917, no Rio de Janeiro. Já em 1994, inusitadamente realizou um concerto em cima de um trio elétrico no Farol da Barra. 

Por sua importância histórica e cultural, através da Lei Estadual 13.922/18, a Banda de Música tornou-se reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia.

Já a Banda de Música Seção Juazeiro foi criada em 01 de Julho de 1958 e, ao longo desses 63 anos de existência, já se apresentou em diversas cidades da região sanfranciscana, inclusive em outros estados como Pernambuco e Piauí, tornando-se também Patrimônio Cultural da Cidade de Juazeiro, através do Projeto de Lei n. 1.955/99, constituindo um importante instrumento de difusão das ações sociais da Polícia Militar da Bahia.

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CANTOR, COMPOSITOR, POETA LUIZ DO HUMAYTÁ LANÇA CD BOEMIA CULT

O cantor e compositor, poeta Luiz do Humaytá lança no próximo domingo 8, o CD BOEMIA CULT, uma homenagem a cultura da música brega romântica. O CD será lançado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Devido as regras de distanciamento social, terá a simbologia de ser restrito ao ciclo familiar e entre amigos.

No cd uma música autoral, Amor de Doer, integra a lista das músicas presentes no repertório. No CD Luiz do Humaytá presta uma homenagem ao seu conterrâneo, Lupicínio Rodrigues e ao som da sanfona de Cicinho de Assis, interpreta, Nervos de Aço, poesia de um dos mais conceituados compositores da história da música popular brasileira.

Luiz do Humaytá já tem uma agenda de lançamento marcado para lançar o CD no Nordeste e está na expectativa das novas regras de flexibilização devido a pandemia.

O poeta que mora em Curaçá, Bahia, na Fazenda Humaytá, decidiu lançar o CD Boemia Cult para declarar também o seu amor pela terra onde nasceu. Luiz Carlos Forbrig é o nome de batismo. O apelido Humaytá, ele herdou, da característica do nordestino que precisa de um adjetivo para os nomes, daí, Luiz do Humaytá. 

O cantador é natural de Jabuticaba Velha, interior do Rio Grande do Sul. Filho de Guilhermina e Anoly (já falecido). Com os pais desenvolveu a veia poética musical. A mãe puxadeira dos cantos religiosos da Igreja Católica. O pai tocador de gaita de boca. Luiz aprendeu a tocar violão nas terras gaúchas.

"Dona Guilhermina costuma visitar o sertão da Bahia, mas desta vez vai receber o nordestino sulino e vamos cantar ao som do violão e ouvir o CD BOEMIA CULT juntos com toda a família", disse Luiz ressaltando que fizeram um rotulo errado sobre a música romântica, algumas até perseguidas no tempo da ditadura militar e adjetivaram de brega.

 "Coisas da indústria cultural. Mas brega sempre foi cult e na verdade é música que Caetano Veloso canta, Reginaldo Rossi ainda hoje lembrado pelos grandes sucessos. Música Brega é romantismo puro cantado pela alma. É boemia cult", finaliza Luiz do Humaytá.

Discografia CDs: 

2012 - CD ACÚSTICO. 2014 – CD PÉ DE CHÃO

2015 – LUIZ DO HUMAYTÁ CANTA MÚSICAS GAÚCHAS

2015 –FORRÓ AVULSO e LUIZ DO HUMAYTÁ - 5 ANOS DE ESTRADA

2017 – LUIZ DO HUMAYTÁ AVULSO

2019 – DECANTO O SERTÃO

2020 -CD GRAVADO AO VIVO NO TEATRO EM CURAÇÁ.

2021 - CD BOEMIA CULT

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