SEM APOIO, 70% DOS ALIMENTOS NA MESA DO BRASILEIRO VÊM DA AGRICULTURA FAMILIAR

Cerca de 70% dos alimentos que chegam à mesa da população brasileira são produzidos pela agricultura familiar. No entanto, apesar da importância que tem para a sociedade, o segmento não vem recebendo apoio suficiente do governo, segundo o presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Santos. 

“Há um desmonte das políticas públicas, principalmente no campo, o que aumenta as dificuldades. Não é de hoje a forma como o Brasil tem tratado a agricultura familiar, mas ao longo de toda a sua história”, afirmou Santos, em entrevista ao CB.Agro, programa realizado em parceria pelo Correio Braziliense e TV Brasília.

Aristides Santos disse que o orçamento da União diminuiu os recursos alocados nas áreas indígenas e quilombolas e para assistência técnica a pequenos produtores. “Já chegamos a ter R$ 600 milhões no orçamento para assistência técnica. Hoje está em R$ 31 milhões”, apontou. A importância dessa área, disse ele, é que o crédito a um agricultor familiar é como o investimento ao microempresário. “Se o profissional fizer um projeto bem orientado tecnicamente, pensando em todas as condições, a chance de dar certo é muito maior", afirmou.

O presidente da Contag relatou que o segmento teve redução na produção durante a pandemia do novo coronavírus, em função do distanciamento social. “Caso o governo tivesse facilitado a comercialização de produtos ou prorrogado parcelamento de dívidas, o segmento teria mais apoio no trabalho. Mas não aconteceu”, argumentou Aristides Santos. Segundo ele, “metade das famílias de agricultores perdeu renda na pandemia”.

A pandemia trouxe também novos comportamentos em relação à saúde e ao meio ambiente. Um deles foi a procura por alimentos orgânicos, que, apenas entre março e outubro de 2020, aumentou 44,5%, segundo pesquisa da Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis).

“Nós, do movimento sindical, trabalhamos muito na conscientização dos agricultores, incentivando o trabalho dentro da linha da agroecologia, saindo dos modelos que fazem o uso de venenos ou adubos químicos”, explicou Aristides. De acordo com o representante da Contag, quanto mais agricultura familiar atender à procura por alimentos saudáveis, melhor para o setor, que terá um diferencial de mercado. (Fonte: Correio Braziliense e TV Brasilia)

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NEY VITAL SACODE O FORRÓ COM BOM JORNALISMO TODOS OS DOMINGOS NA RÁDIO CIDADE

 

A audiência de rádio no Brasil vem crescendo desde o início da crise sanitária, segundo dados do Kantar IBOPE Media. O número de pessoas que ouvem rádio e mantêm o hábito com o distanciamento social aumentou para 74%.

Mesmo com mudanças na rotina, o tempo médio de audiência segue estável, apontou o levantamento. Se comparado com o mesmo período do ano passado, há registro significativo de crescimento.

A integração entre o rádio e as plataformas digitais é uma realidade que vem ganhando corpo nos últimos anos no Brasil. Se no início da ascensão digital se falava em ouvir rádio pelo site das emissoras, hoje muitas delas já contam com aplicativos e uma série de conteúdos e promoções exclusivas para os meios digitais. Para se ter uma ideia, segundo estudo recente do Kantar Ibope Media, 89% das pessoas escutam Rádio via mobile, pelo computador, enquanto 56% seguem nos receptores convencionais, em casa ou no carro.

A audiência ainda está ligada ao aparelho receptor comum, mas o ouvite também está no computador e, principalmente, no celular.

O rádio continua sendo o principal veículo de comunicação do Brasil. Aliado a rede de computadores está cada vez mais forte e líder. Na rádio Cidade AM 870, Petrolina/Juazeiro, Bahia, o jornalista Ney Vital apresenta o Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e Amigos. O programa é transmitido todos os domingos,  a partir das 8hs da manhã, www.radiocidadeam870.com.br, também no instagram, YouTube.

A direção da emissora apostou na reinvenção, no projeto especial e aposta no conteúdo cultural e os resultados aparecem. 

O Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA VIVA LUIZ GONZAGA e SEUS AMIGOS segue uma trilogia amparada na cultura, cidadania e informação. "É o roteiro usado para contar a história da música brasileira a partir da voz e sanfona de Luiz Gonzaga, seus amigos e seguidores", explica Ney Vital. 

O programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga é um projeto que teve início em 1990, numa rádio localizada em Araruna, Paraíba. "Em agosto de 1989 Luiz Gonzaga, o  Rei do Baião fez a passagem, partiu para o sertão da eternidade e então, naquela oportunidade, o hoje professor doutor em Ciência da literatura, Aderaldo Luciano fez o convite para participar de um programa de rádio. E até hoje continuo neste bom combate". 

O programa é o encontro da família brasileira. Ney Vital não promove rituais regionalistas, a mesquinhez saudosista dos que não se encontram com a arte e cultural, a não ser na lembrança. Ao contrário, o programa evoluiu para a forma de espaço reservado à cultura mais brasileira, universal, autêntica, descortinando um mar e sertões  de ritmos variados e escancarando a infinita capacidade criadora dos que fazem arte no Brasil. 

É o conteúdo dessa autêntica expressão nacional que faz romper as barreiras regionais, esmagando as falsificações e deturpações do que costuma se fazer passar como patrimônio cultural brasileiro.

Também por este motivo no programa o sucesso pré-fabricado não toca e o modismo de mau gosto passa longe."Existe uma desordem , inversão de valores no jornalismo e na qualidade das músicas apresentadas no rádio", avalia Ney Vital que recebeu o titulo Amigo Gonzagueano Orgulho de Caruaru, e Troféu Luiz Gonzaga 2014 Exu,  recentemente em evento realizado no Espaço Cultural Asa Branca, foi um dos agraciados com o Troféu Viva Dominguinhos em Garanhuns.

Ney Vital usa a credibilidade e experiência de 30 anos atuando no rádio e tv. Nas filiadas do Globo TV Grande Rio e São Francisco foi um dos produtores do Globo Rural, onde exibiu reportagens sobre Missa do Vaqueiro de Serrita e festa aniversário de Luiz Gonzaga e dos 500 anos do Rio São Francisco, além de dezenas de reportagens pautadas no meio ambiente do semiárido e ecologia.

Formado em Jornalismo na Paraíba e com Pós-Graduação em Ensino de Comunicação Social pela UNEB/Universidade Federal do Rio Grande do Norte faz do programa um dos primeiros colocados na audiência do Vale do São Francisco, segundo as pesquisas. 

O Programa Nas Asas da Asa Branca, ao abrir as portas à mais genuína música brasileira, cria um ambiente de amor e orgulho pela nossa gente, uma disseminação de admiração e confiança em nosso povo — experimentada por quem o sintoniza, dos confins do Nordeste aos nossos pampas, do Atlântico capixaba ao noroeste mato-grossense.

Ney Vital usa a memória ativa e a improvisação feita de informalidade marcando o estilo dos diálogos e entrevistas do programa. Tudo é profundo. Puro sentimento.O programa Flui como uma inteligência relâmpago, certeira e  hospitaleira.

"O programa incentiva o ouvinte a buscar qualidade de vida. É um diálogo danado de arretado. As novas ferramentas da comunicação permitem ficarmos cada vez mais próximo das pessoas, através desse mundo mágico e transformador que é a sintonia via rádio", finalizou Ney Vital.

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COMUNIDADES TRADICIONAIS DENUNCIAM IMPACTOS AMBIENTAIS ENFRENTADOS COM AVANÇO DE EMPRESAS MINERADORAS E EÓLICAS

Apelando por socorro, as comunidades tradicionais da Bahia relatam e elencam a quantidade de problemas e prejuízos que vêm enfrentando com o avanço de empresas mineradoras e eólicas. Além das empresas responsáveis pela extração de minérios instaladas há anos no território, com o avanço das eólicas diversas comunidades enfrentam desafios de convivência e denunciam ações abusivas que, segundo eles, tem provocado a morte de nascentes e contaminação de rios, entre outros problemas.

Sem desconsiderar a importância da energia limpa gerada pelas eólicas e pelas usinas solares, ambas em franca expansão no país – no último 15 de junho, foi atingida a marca de 19 GW de capacidade instalada de energia eólica, através dos 726 parques eólicos com 8.585 aerogeradores. Na média mensal, esse valor é suficiente para abastecer 28,8 milhões de residências por mês, correspondendo a 86,4 milhões de pessoas. 

Desde 2019, a energia eólica é a segunda fonte da matriz elétrica brasileira e a estimativa é de que até 2024, o Brasil terá pelo menos 30 GW de capacidade instalada de energia eólica. No entanto, o crescimento de novas fontes de energia, muito necessárias, principalmente mediante a crise energética vivenciada nos últimos anos devido às secas e aos longos período de estiagem, precisam estar em consonância com as questões ambientais, desde o momento da sua instalação até o seu funcionamento. Este é o entendimento de comunidades inteiras, e de representantes de órgãos fiscalizadores como o Ministério Público e os Comitês de Bacia.

Além da forte atuação das mineradoras, do total de parques eólicos distribuídos em 12 estados, 201 estão instalados na Bahia, que é o Estado com mais parques, totalizando 2.261 aerogeradores. A moradora da comunidade Itapicuru, na cidade de Jacobina (BA), Claudiana Pereira Silva, relata com tristeza o avanço do processo de mineração e degradação ambiental. 

“Temos mineração há mais de 100 anos dentro da comunidade e isso nos chama a atenção principalmente para as nossas nascentes e terras. Como todos sabem, água é essencial para a vida e para o meio ambiente. Aqui, temos serras muito bonitas de muita natureza, mas tudo está sob o domínio da mineração, causando um grande impacto dentro das comunidades do Itapicuru, Jabuticaba e Canavieira, em Jacobina. A região é a chamada caixa d’água de Jacobina. No local existem quatro rios nos quais não corre mais água e a maioria das nascentes já secou. As poucas que existem ainda estão sob a ameaça de contaminação, o que já aconteceu em uma delas”, conta.

Representando a Articulação Estadual Fundo de Fecho de Pasto Regional Senhor do Bonfim, Carlos Eduardo Cardoso destaca que nas áreas dos municípios de Antônio Gonçalves, Pindobaçu e Mirangaba, as nascentes que abastecem as principais barragens das cidades baianas de Jacobina, Ponto Novo, além de mais 30 municípios, estão ameaçadas.

 “Todo esse território está sob forte ameaça. Em Correntina também estão acabando as nascentes. Nós das comunidades de fundo de pasto desenvolvemos agricultura familiar e as comunidades estão ameaçadas. Então pergunto: e se perdemos essas nascentes? Vamos ficar com sede? Porque o rio São Francisco está morrendo e não tem condição de abastecer toda essa região. As comunidades vão focar no São Francisco depois que todas as nascentes morrerem? Então é preciso pensar que estamos em uma bacia de água doce e ela está acabando. Será que vamos permitir? E nossos filhos e netos não vão achar mais nada e correr para o Rio São Francisco que está morrendo? ”, reclamou Cardoso.

Já as moradoras da comunidade de Alagadiço, em Campo Formoso, Davina Francisca Vieira, e Antonieta, da cidade de Mirangaba, relataram a ocorrência de rachaduras nas cisternas que abastecem a população e problemas enfrentados com a produção de alimentos.  “Queremos pedir socorro! Além das nascentes, a Caatinga também está nesse processo de violação. Temos que garantir o futuro das gerações que vão precisar da terra e da água”, afirmaram.

O Ministério Público da Bahia vem atuando em diversas ações no sentido de coibir os problemas relatados. Lembrando que a Bahia é a quarta maior produtora de bens minerais do Brasil, o Estado deve receber mais de R$ 3,5 bilhões em investimentos privados em mineração até 2025, segundo levantamento realizado pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). 

O valor é a soma dos anúncios de expansão feitos por oito das treze maiores empresas do setor no estado. 

Segundo o promotor Pablo Almeida, está em andamento a indicação da criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) que deve atender aos municípios de Várzea Nova, Jaguarari, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Caem, Mirangaba, Jacobina, Sáude, Miguel Calmon, Pindobaçu e Antônio Gonçalves. 

“Temos inquérito civil instalado que propõe a necessidade da criação da APA, que deve se somar as áreas protegidas já existentes. Atualmente são sete áreas de conservação com mais de 900 hectares atendidos. Essa região fornece ao Estado da Bahia e aos municípios integrantes recursos em grande monta e prejuízos ambientais absolutamente consideráveis”, reforçou o promotor.

O presidente do Comitê da Bacia do Salitre, Manoel Ailton Rodrigues, lembrou ainda o descaso com as bacias hidrográficas. “Em relação às questões da bacia do Rio Salitre, temos visto ao longo dos anos descaso e ameaça. O plano de bacia do rio Salitre afirma que a prioridade da água é para consumo humano e dessedentação animal, mas não é o que está acontecendo. Temos visto nossas nascentes a cada dia sendo impactadas, destruídas por um modelo de desenvolvimento que não prioriza o coletivo”, avaliou.

Já o secretário da Câmara Consultiva Regional do Submédio São Francisco, Almacks Luiz, lembrou a importância de um controle sobre as ações que podem provocar prejuízos ambientais. “É importante a atuação de todos os atores envolvidos no acompanhamento das ações que têm, de fato, afetado nascentes e rios. É preciso se posicionar quanto aos questionamentos levantados pelas comunidades ouvindo o que mais as têm atingido, porque eles sabem com propriedade o que cada empreendimento provoca e impacta suas comunidades”, afirmou.

O debate entre as populações aconteceu através da atuação da Frente Parlamentar Ambientalista da Bahia, coordenada pelo deputado Marcelino Galo e do movimento Salve as Serras.

Sobre as ações promovidas pelo MP Bahia leia mais na matéria publicada em abril deste ano: https://cbhsaofrancisco.org.br/noticias/novidades/implantacao-de-parques-eolicos-na-bacia-do-sao-francisco-contabiliza-problemas-ambientais/

(Fonte: Comitê Hidrográfico do São Francisco)

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GILBERTO GIL ANUNCIA QUE VAI SER CANDIDATO A UMA CADEIRA NA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS

O cantor e compositor Gilberto Gil vai ser candidato a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 5. O ex-ministro da Cultura é considerado um dos favoritos. Esse seria mais um movimento da ABL em direção a abertura da Casa para nomes e personagens considerados mais populares.

 Outra potencial candidata é a atriz Fernanda Montenegro, uma referência da dramaturgia brasileira. Ela também tem algumas produções literárias. Com as morte de acadêmicos, até o fim deste ano devem ser escolhidos mais quatro novos nomes para as tradicionais cadeiras.

Outros candidatos a essas vagas vem lançando seus nomes. Entre eles estão poetas, escritores literários e artistas. Essa semana, inclusive, foi histórica para a ABL. Pelo primeira vez, a Academia promoveu uma sessão virtual em homenagem a acadêmicos que se foram recentemente. 

O estatuto da ABL estabelece que, para alguém candidatar-se a uma vaga de imortal, é preciso ser brasileiro nato, e ter publicado, em qualquer gênero da literatura, obras de reconhecido mérito e também livros de valor literário. A ABL conta com 40 membros efetivos e perpétuos, além de 20 representantes que são correspondentes estrangeiros.


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LUIZ GONZAGA 32 ANOS SAUDADES

 O Brasil ainda celebra os 32 anos da morte do cantor e compositor Luiz Gonzaga, o rei do baião. Lua, como também era conhecido, foi essencialmente um telúrico. Ele soube como ninguém cantar o Nordeste e seus problemas. Pernambucano, nordestino ou simplesmente brasileiro, Luiz Gonzaga encantou o Brasil com sua música, tornando-se um daqueles que melhor souberam interpretar sua alma.

Nascido em Exu, no alto sertão de Pernambuco, na chapada do Araripe, ele ganhou o Brasil e o mundo, mas nunca se esqueceu de sua origem. Sua música, precursora da música popular brasileira, é algo que, embora não possa ser classificada como "de protesto", ou engajada, é, contudo, politicamente comprometida com a busca de solução para a questão regional nordestina, com o desafio de um desenvolvimento nacional mais homogêneo, mais orgânico e menos injusto, portanto.

Telúrico sem ser provinciano, Gonzaga sabia manter-se preso às circunstâncias regionais sem perder de vista o universal. Sua sensibilidade para com os problemas sociais, sobretudo nas músicas em parceria com Zé Dantas, era evidente: prenhe de inconformismo, denúncia do abandono a que ainda hoje está sujeito pelo menos um terço da população brasileira, mormente a que vive no chamado semi-árido.

Não estaria exagerando se dissesse que Gonzaga, embora não tivesse exercido atividade política ou partidária, foi um político na acepção ampla do termo. Política, bem o sabemos, é a realização de objetivos coletivos e não se efetua apenas por meio do exercício de cargos públicos, que ele nunca teve. Política é sobretudo ação a serviço da comunidade. Como afirma Alceu Amoroso Lima, é saber, virtude e arte do bem comum.

Além de nunca ter omitido suas opiniões, Gonzaga também nunca se esquivou de participar ativamente quando necessário. Em um momento particularmente difícil vivido por sua terra, Exu, e tendo em vista as muitas mortes decorrentes da rivalidade das famílias Alencar e Sampaio, ele ergueu corajosamente sua voz. Na ocasião, era governador de Pernambuco e pude receber dele ajuda fundamental na tarefa que, com êxito, empreendi no sentido de pacificar a cidade e restabelecer a concórdia naquela importante região do sertão.

Deixei o governo com Exu em paz. Nenhum crime de natureza política voltou a ocorrer e, por meio de melhoramentos que me eram sugeridos pela comunidade por intermédio de Gonzaga, foi possível reintegrar a cidade ao convívio social, do qual nunca mais se apartaria.

Outro aspecto político da presença de Luiz Gonzaga foi no resgate da música popular brasileira. O vigor de suas toadas e cantorias tonificou a nossa música, retirando-a do empobrecimento cultural em que se encontrava. Sua música teve um viés nacionalista, ou melhor, brasileiríssimo, que impediu que lavrasse um processo de perda de nossa identidade cultural. 

Não foi uma música apenas nordestina, mas genuinamente nacional, posto que de defesa de nossas tradições e evocação de nossos valores.

Luiz Gonzaga interpretou o sofrimento e também as poucas alegrias de sua gente em quase 200 canções, em ritmos até então desconhecidos, como o baião, o forró, o xaxado, as marchinhas juninas e tantos outros. Mas foi por meio de "Asa Branca" que Lua elevou à condição de epopéia a questão nordestina. Certa feita, Gilberto Freyre afirmou que o frevo "Vassourinhas" era nossa marselhesa. Poderíamos dizer, parafraseando Gilberto Freyre, que "Asa Branca" é o hino do Nordeste: o Nordeste na sua visão mais significativamente dramática, o Nordeste na aguda crise da seca.

Gilberto Amado disse a propósito da morte de sua mãe: "Apagou-se aquela luz no meio de todos nós". Para o Nordeste, e tenho certeza para todo o país, a morte de Luiz Gonzaga foi o apagar de um grande clarão. Mas com seu desaparecimento não cessou de florescer a mensagem que deixou, por meio da poesia, da música e da divulgação da cultura do Nordeste.

Em sua obra ele está vivo e vive no sertão, no pampa, na cidade grande, na boca do povo, no gemer da sanfona, no coração e na alma da gente brasileira, pois, como disse Fernando Pessoa, "quem, morrendo, deixa escrito um belo verso, deixou mais ricos os céus e a terra, e mais emotivamente misteriosa a razão de haver estrelas e gente".

Fonte: Site Senadorr Marco Maciel foi vice-presidente da República. Foi governador do Estado de Pernambuco (1979-82), senador pelo PFL-PE (1982-94) e ministro da Educação (governo Sarney).

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COVID-19: BRASIL TEM MAIS DE 150 MILHÕES DE DOSES DE VACINA APLICADAS

Mais de 150 milhões de doses de vacinas contra covid-19 já foram aplicadas no país, informou hoje (7), em Brasília, o Ministério da Saúde.

A primeira dose da vacina chegou para mais de 106 milhões de brasileiros, o que representa 66,3% da população acima de 18 anos. A segunda dose ou a vacina de dose única imunizou mais de 44,8 milhões de pessoas, o que representa 28% do público-alvo.

O ministério destacou que a vacinação é a prioridade da pasta para acabar com caráter pandêmico da covid-19 e “os reflexos da imunização aparecem há algumas semanas”.

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LEI MARIA DA PENHA COMPLETA 15 ANOS NESTE SÁBADO (7)

Uma situação natural, uma questão privada e um crime de menor potencial ofensivo. Era assim que a violência doméstica, mesmo nos casos de agressão física ou homicídio, era vista. Não faz muito tempo que essa história começou a mudar, dizem especialistas ouvidas pela Agência Brasil. Mas não há dúvidas sobre o significado dessa conquista. 

A Lei Maria da Penha completa neste sábado (7) 15 anos.

A promotora Valéria Scarance, coordenadora do Núcleo de Gênero do Ministério Público de São Paulo (MPSP), diz que a lei “inaugurou um novo tempo para as mulheres”, não somente com uma “uma mudança de olhar, mas com um sistema de proteção integral”. “A lei não prevê punição apenas”, ressalta.

A lei, considerada uma das três melhores no mundo pelas Nações Unidas, prevê mecanismos inovadores, como medidas protetivas, ações de prevenção, suporte às mulheres e grupos reflexivos para homens.

Para Sônia Coelho, da Sempreviva Organização Feminista (SOF) e integrante da Marcha Mundial de Mulheres, a Lei Maria da Penha desnaturalizou a violência doméstica. “É um crime e as bases dessa violência estão justamente nas desigualdades que homens e mulheres vivem na sociedade”, aponta. “A lei muda radicalmente o cenário que havia antes dela. De fato, desloca o problema da violência doméstica do campo da banalização”, concorda Alessandra Teixeira, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC).

A Lei Maria da Penha definiu cinco formas de violência: física, sexual, moral, psicológica e patrimonial. “Até então, a violência contra a mulher era identificada apenas com o olho roxo”, relembra Valéria. Em 2015, nova conquista com a tipificação do crime de feminicídio e, neste mês, a criação do tipo penal violência psicológica. “Essas violências estão sempre acontecendo concomitantemente e, muitas vezes, acaba em feminicídio”, diz Sônia.


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