JUAZEIRO E PETROLINA COMEÇAM NESTA TERÇA (19) A VACINAÇÃO CONTRA A COVID-19

A Secretaria de Saúde de Juazeiro recebeu a primeira remessa de vacina contra o coronavírus na madrugada desta terça-feira (19), enviada pelo governo do estado. São 2.548 doses, que serão aplicadas nos grupos determinados pelo Plano Nacional de Vacinação, ou seja, idosos acima de 75 anos, idosos em casas de abrigo, profissionais de saúde e indígenas que vivem em aldeias.

A primeira dose será aplicada num profissional de saúde, na sala de vacina do Centro de Saúde III, no bairro do Angary, às 15h, com a presença da prefeita Suzana Ramos, que acompanha de perto todo o processo junto aos governos federal e estadual.

Nesta primeira fase, a estratégia é concentrar a aplicação em 15 polos por toda a cidade. Juazeiro mapeou o público alvo. São 7.385 idosos nessa etapa da campanha e 6.887 profissionais.

O número de doses não cobrirá todo o público. No entanto, a secretaria de saúde da Bahia alertou que chegando novas doses, o envio para Juazeiro acontecerá duas horas depois.

Todo o Plano de Vacinação de Juazeiro será divulgado para a população.

O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, anunciou que as primeiras imunizações contra o novo coronavírus (Cocvid-19) já devem começar na tarde desta terça-feira (19). O primeiro lote da vacina CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a China, chegou há algumas horas ao Recife (PE) e serão transportadas ainda na madrugada de amanhã pelo Governo de Pernambuco para ser distribuído aos municípios da região.

Fonte: Assessorias de Imprensa da Secretaria de Saúde

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FILME LEGUA TIRANA QUE AMBIENTA A INFÂNCIA DE LUIZ GONZAGA DEVE SER LANÇADO EM 2022

Sob o forte sol na cabeça e com os pés no solo arenoso de Exu, em Pernambuco, foi gravada uma nova produção sobre Luiz Gonzaga do Nascimento — o Rei do Baião. A ficção remonta a infância do sanfoneiro. 

O dono de um sorriso marcante do município de Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, é o principal personagem de “Légua Tirana”, assinada pelos diretores Marcos Carvalho e Diogo Fontes. 

O pequeno cantor e sanfoneiro Kayro Oliveira, 12 anos, dá vida à principal fase de descobertas de Gonzagão. Quem também participa do longa é o sanfoneiro e ator Chambinho do Acordeon, nome que ganhou o cinema nacional em “Gonzaga: de Pai pra Filho”. 

De uma comunidade indígena, Kayro Oliveira foi apresentado ao Brasil no programa The Voice Kids em 2018. O trabalho do pequeno prodígio chegou em 2019, por meio da TV Globo, nas mãos dos diretores de “Légua Tirana”. Na avaliação de Marcos Carvalho, Kayro é tão bom ator quanto sanfoneiro. “Ele foi uma dádiva. Um presente que ganhamos. 

Houve um processo seletivo. Tivemos parceria com emissoras de TVs que ajudaram nesse processo. Sentimos que ele poderia ser nosso Rei do Baião quando criança. Fizemos alguns testes e não ficamos com nenhuma dúvida. Tinha de ser ele. Luiz Gonzaga habita essa criança. Ele conhece muito bem até os trejeitos”. 

Sem timidez, Kayro contou o sentimento de gravar o primeiro filme. “Eu era o único menino mais parecido com o seu Luiz Gonzaga, além de tocar sanfona e ser nordestino. Temos umas qualidades parecidas que eles disseram. Eu não sei o que é”, fala com um sorriso no rosto. O cearense conta que passou dois meses em Exu. As semanas foram divididas entre as gravações e as atividades escolares. 

Uma das cenas mais complexas na visão de Kayro foi a de uma surra que Gonzagão levou na infância, na qual o pequeno ator teve que fingir sentir dor. “A cena da ‘pisa’ foi a mais difícil. Vai muito do ator de se expressar. Eu tinha que fazer careta”, relembra. 

Já mais acostumado com as câmeras, Chambinho do Acordeon, residente de Fortaleza, conta que Kayro ligou logo após receber a informação que participaria da produção cinematográfica. “Ele me ligou todo alegre e disse: ‘Chambinho! O que diabo é esse negócio de laboratório de ator?’ Quando eu cheguei no dia da filmagem, ele já estava falando o nome dos equipamentos, já estava todo por dentro”, lembra o sanfoneiro. 

Para o novo filme, Chambinho revela que o sentimento na atuação foi diferente da primeira produção. “Passado quase sete anos, a figura de Luiz Gonzaga tem um peso. Principalmente para os sanfoneiros. Eu sempre penso na quantidade de pais de família que empregam funcionários, alimentam seu filho por meio do forró. Quando vem Luiz na cabeça me vem o forró. Agora, são macetes ensinados de Januário para Luiz Gonzaga. São cenas na roça e também indo para feiras tocar”, diz o músico. 

Apesar do nascimento de mais uma produção sobre Luiz Gonzaga, Chambinho do Acordeon afirma que as empresas poderiam investir mais, além do poder público. “É a nossa essência e DNA em termos de cultura. Cada vez mais, o cinema cresce. Nossa sétima arte está em evidência. Sinto preocupação com a falta de investimentos. As empresas poderiam entrar um pouquinho mais com apoio”, reforça o músico.

Ele ainda comenta sobre a receptividade internacional da história de Gonzagão nas telonas: “em Moscou, por exemplo, fui para uma premiação com quatro brasileiros. A gente viu russo chorando com o nosso primeiro filme de Luiz Gonzaga. Esse novo já era pra ter lançado. Espero que o governo olhe para o cinema com mais carinho. Temos uma cadeia produtiva gigantesca. São hotéis com hospedagem, carros alugados, figurinos, uma logística grande. Só tenho a dizer viva Luiz Gonzaga e viva o cinema nacional”. 

Para que tudo saísse do papel, o diretor Marcos Carvalho teve o projeto do filme aprovado no VIII Edital de Fomento ao Audiovisual do Estado de Pernambuco. “Légua Tirana” contratou diretamente 108 profissionais, entre atores, técnicos e mão de obra local. O Ceará teve participação representativa além do elenco. 

Jovens egressos do Sistema Socioeducativo cearense, de cidades como Sobral e Juazeiro do Norte, atuaram na produção. “Em 2017, nós estivemos no Estado, por meio de uma parceria com a direção do Sistema Socioeducativo. Levamos as oficinas do projeto ‘Cinema no Interior’. O filme é uma etapa profissionalizante desse nosso projeto”. Para ambientar a infância de Luiz Gonzaga, diversos espaços da cidade estiveram no roteiro. 

O patriônio arquitetônico da cidade de Exu chegou a ser recuperado nas gravações. “Januário chega em 1909, em Araripe. Luiz Gonzaga nasce em 1912. Ele sai do Araripe em meados de 1930 e retorna em 1946. O filme se passa em 1922, aos 10 anos de Luiz, e vai até 1930, quando chega aos 18 anos. Nós precisávamos que o cenário estivesse condizente com aquele período histórico. Fachadas foram recuperadas. É linda a paisagem”, comenta o diretor. 

A produção ainda reformou a Vila de Tabocas, um vilarejo na cidade de Exu. “Simboliza aquela terra no início do Século XX. Foi feito restauração das casas da via principal e da zona rural. Foi um retorno do filme para o povo de Pernambuco”. Marcos Carvalho aponta como peça-chave da ficção, a própria Chapada do Araripe.

“Temos sempre locações voltadas para a chapada. Da casa da caiçara, onde Luiz Gonzaga nasce, até a casa da pamonha, do padrinho de Luiz Gonzaga. O paredão abraça a cidade e também simboliza uma prisão para ele. Como a própria mãe, em querer que ele não saia da cidade. A região de Exu possui casas históricas se centenárias. A zona rural é riquíssima. Basta lembrar de nomes como Bárbara de Alencar. Existe a casinha dela que virou museu. Muitos casarões foram usados”. 

A meta é lança-ló no primeiro semestre de 2022 durante as comemorações dos 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga.

 “Nós concluímos as filmagens. Acreditamos muito na obra e da importância de se ter esse filme em memória e homenagem a um do maiores ícones da música e da cultura nordestina. Tivemos a grata satisfação da família endossando o projeto. Tudo se projeta para colhermos bons frutos com a veiculação dessa produção”, afirma Marcos Carvalho. Além de concorrer a premiações internacionais, Marcos Carvalho avalia que o trabalho visa fomentar a formação de novos atores. 

“Só de criança foram mais de 900 testes para compor esse elenco do filme. Nossa intenção é fortalecer o acervo da cultura gonzaguiana”. O diretor pensa em lançar a produção nas principais capitais do Nordeste. Em Fortaleza, ele projeta uma futura exibição no Cineteatro São Luiz.

Fonte: João Lima Neto, joao.lima@diariodonordeste.com.br

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LIVRO UNIDOS PELA XEPA GANHA FORMATO FÍSICO E É DESTAQUE NA LITERATURA BRASILEIRA

Lavanério Leandro Furtado, escritor da cidade de Bodocó-Pernambuco, vem em plena pandemia, desconstruir a distópica situação premente. O seu livro, lançado em formato digital (pela Amazon) e agora em formato físico. O livro Unidos Pela Xepa, nos remete a um passado não tão longínquo e a um horizonte não tão próximo. 

O livro trada da vida de jovens que têm um ponto focal: a vida na cidade grande (Recife). Deixando, cada um, suas vidas no interior para confluir e existir como força motriz na Casa do Estudante de Pernambuco (C.E.P.). 

Toda a história acontece durante o período da Ditadura Militar. 

No desenrolar das anedotas, percebemos a humanidade e as divergências econômico-sociais dos residentes da casa. O coronelismo, a união, a vida e seus melindres. Com a força que urge no leão de cada sertanejo, surge uma nova literatura. Regionalista. Inteligente. 

Para adquirir o livro, converse com o próprio autor: 021 87 9 8861-5770 

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ENFERMEIRA, DOUTORA EM SAÚDE COLETIVA AVALIA SENTIMENTO DE FELICIDADE E DESAFIOS PARA REALIZAR IMUNIZAÇÃO

“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, disse a enfermeira Mônica Calasans, que atua no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, e trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Hospital. 

Mônica foi a primeira mulher oficialmente a ser vacinada no Brasil e comemorou a imunização pelo simbolismo do momento.

No ínicio da pandemia março de 2020, a reportagem do BLOG NEY VITAL destacou o empenho das enfermeiras, profissionais de saúde que estão no foco de um Brasil, uma Juazeiro e Petrolina, Nordeste em estado de decretos e guerra devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

São médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, farmacêuticos, atendentes, encarregados da limpeza e demais funcionários de hospitais que continuam no "bom combate" a atender a população. 

Durante horas dedicados ao trabalho, eles põem em prática o conhecimento para salvar vidas, a atenção contra o sofrimento humano, a técnica a serviço da informação e a higiene como arma para impedir o avanço do inimigo invisível.

A enfermeira, mestre e doutora em Saúde Coletiva (Universidade Estadual do Ceará), Samara Morais, pesquisadora e professora da Graduação em Enfermagem, funcionária pública e atualmente Coordenadora do Ambulatório de Hospital Referência para Covid-19 avalia que a saúde pública passa pelo grande desafio do enfrentamento mundial pelo Covid-19.

Com exclusividade Samara Morais fala do "sentimento e felicidade" que marca o serviço público e o  desafio que será a imunização em massa.   

"Hoje o sentimento é muita felicidade e Gratidão por esse marco histórico na saúde pública do Brasil, onde vivenciamos a chegada da tão sonhada vacina contra a COVID-19, que tem aterrorizado da vida de muitos brasileiros e brasileiras. Hoje se renova a esperança de controle da doença, ainda é cedo pra afirmar a total erradicação do vírus, visto que a imunização em massa será nosso grande desafio para que ela chegue a todos por direito garantido dentro das leis do Sistema Único de Saúde que tem como princípios doutrinários: a Universalidade, a integralidade e a equidade. 

Não poderíamos ter melhor representante como a Enfermeira Mônica, como símbolo da força feminina, durante toda a PANDEMIA, enfermeira ( representando a classe da maioria dos profissionais de saúde que está a frente de todos os cuidados que são dedicados 24horas/dia aos pacientes hospitalizados com COVID)! Estou bastante feliz, esperança e fé nos acompanham. Viva a Ciência, Viva o SUS"! 

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BAIANA, 1º MULHER INDÍGENA VACINADA CONTRA COVID-19 NO BRASIL FALA SOBRE RESPEITO AOS CIENTISTAS

Primeira mulher indígena a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil, a técnica de enfermagem e assistente social Vanusa Kaimbé, de 50 anos, é baiana da aldeia Massacará, na cidade de Euclides da Cunha, no norte da Bahia. A vacina começou a ser distribuída no país nesta segunda-feira (18).

Vanusa foi vacinada no domingo (17), na cidade de Guarulhos, em São Paulo, onde mora há 33 anos na aldeia multiétnica Filhos da Terra. Nesta segunda, ela falou sobre a esperança crescente junto com o começo da imunização, além do respeito aos cientistas.

"É uma felicidade, uma gratidão muito grande. Estou me sentindo com esperança. A palavra do dia é esperança, é felicidade. Foi uma felicidade ser a primeira indígena vacinada. Ficar imune a essa doença por um período que eu não sei quanto, mas se fosse por um mês, por 15 dias, eu tinha tomado. Porque eu tive essa doença e não é fácil. Só quem teve sabe o quanto é difícil, o quanto ela abala o nosso psicológico. Gratidão aos cientistas que dedicaram suas vidas em um tempo curto, para encontrar uma vacina e dar uma esperança para a gente", disse.

"São quase 210 mil vidas perdidas, então [com a vacina] estamos em um estado de felicidade. Eu não consigo expressar o tamanho da minha felicidade", disse Vanusa.

Os indígenas são parte do grupo prioritário da primeira fase de aplicação da Coronavac, definido pelo Ministério da Saúde, assim como profissionais de saúde. Vanusa foi a quarta pessoa a receber a imunização no Brasil. Além dela, outras 111 pessoas foram vacinadas no domingo.

Ela falou também sobre a eficiência do Sistema Único de Saúde (SUS) em grandes campanhas de vacinação e reforçou a importância de tomar a vacina.

"Tomem essa vacina, é importante. O nosso país tem um histórico de vacina. O SUS tem o programa mais eficaz do mundo. Nós somos exemplos no mundo. Viva o SUS, viva os cientistas. Eu, como indígena, tenho a minha crença, uso as minhas ervas medicinais para algumas doenças, mas para essa a gente não tem como combater, então a gente pode englobar a ciência para adicionar à nossa medicina tradicional. Não tem problema nenhum a gente usar as nossas ervas e usar as vacinas e usar a medicina. E respeito", disse".

A técnica de enfermagem também teceu críticas aos governantes e falou sobre o desrespeito à ciência e a divulgação de notícias falsas.

"Em um momento tão difícil, que nossos governantes, alguns, deveriam estar à frente do trabalho, salvando vidas com eles [cientistas], estão desrespeitando a ciência, a tecnologia, a educação. Não saíram do palanque ainda. É como se tivessem no campo eleitoral, onde vale tudo, entre aspas, não é? Porque eu acho que no campo eleitoral tem que ter o respeito à vida e aos cientistas".

"Imagine a gente ter os governantes desse país espalhando mentiras e desrespeitando a vida e desrespeitando os brasileiros. É um estado de esperança ver a ciência e a tecnologia avançando".

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NETO DO POETA ZÉ MARCOLINO É APROVADO EM RESIDÊNCIA MÉDICA NO MAIS CONCEITUADO HOSPITAL DA AMÉRICA LATINA

De Serra Talhada, Pernambuco o jovem médico Isaac Carvalho Alves, 26 anos, desbancou 570 concorrentes ao obter nota máxima e conquistar o primeiro lugar no exame do programa de Residência do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Ele tem como áreas de atuação a Radiologia e clínica geral.

Isaac é filho do conceituado médico cardiologista José Anastácio Alves, da cidade da Prata, Cariri paraibano, e neto do grande poeta compositor e músico Zé Marcolino. Zé Marcolino é o compositor de músicas como Numa Sala de Reboco, Cacimba Nova, Pássaro Fura Barreira entre outros grandes sucessos da música brasileira.

Na família Marcolino tem 5 médicos e uma enfermeira. É de imaginar a "cantoria de felicidade" que o saudoso poeta Zé Marcolino e dona Maria do Carmo estão fazendo em gratidão a dedicação e estudos dos netos. A aprovação de Isaac Alves é considerado um feito inédito na história da medicina da Paraíba e do Nordeste.

Luiz Gonzaga, durante entrevista certa vez elogiou Zé Marcolino, "por ter um dos filhos muito inteligente, estudioso". Tratava-se de José Anastácio que se tornou o primeiro médico da família Marcolino Alves.

A Unidade de Terapia Intensiva Adulto do Hospital Israelita Albert Einstein possui tradicional programa de residência médica desde 2004. Estruturalmente a unidade é constituída por 33 leitos, divididos em 7 unidades menores de 4-7 leitos. Atende pacientes clínicos, cirúrgicos, obstétricos e dos programas de transplante cardíaco, hepático, pulmonar e multivisceral. Possui equipe multiprofissional composta por médicos (diaristas e plantonistas), enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos, psicólogos e fonoaudiólogos (todos especializados na área de terapia intensiva). 

Os residentes atuarão em conjunto com a equipe multiprofissional, sendo responsáveis por gerenciar sua unidade, bem como por realizar procedimentos invasivos como intubação orotraqueal, cateterização venosa central e de pressão arterial invasiva, além de monitorização de débito cardíaco por métodos invasivos e minimamente invasivos, com ênfase em ultrassonografia.No Centro de Simulação Realística - CSR serão disponibilizados treinamentos práticos como urgências neurológicas e cardiovasculares, hemodinâmica e coagulação avançada, ACLS, além de treinamento em via aérea difícil e punção intraóssea.

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AS ÁRVORES, PLANTAS TÊM SENTIMENTOS, MEMÓRIA E AJUDAM A COMUNIDADE

Você já ouviu a voz da floresta? As plantas "falam", têm "sentimentos", memória e ajudam a sua comunidade. Algumas delas, como as árvores-mães, até alimentam outras plantas.

Uma reportagem especial de 41 anos do Globo Rural mostra toda essa sabedoria que vem da floresta. Confira:

Antes que o homem surgisse na Terra, os vegetais já usavam a eletricidade para se comunicar e se defender. A árvore não é imóvel, passiva, como sugere a expressão "estado vegetativo".

E um dos diversos exemplos disso é a planta Maria dormideira, que se fecha ao ser tocada em uma de suas folhas.

A repórter Mariana Fontes conta que, em sua infância em Minas Gerais, ficava encantada com essa planta e adorava brincar com ela. Alguém contou na época que a espécie gostava de receber um carinho e, então, dormia.

Mas a ciência já estuda essa reação faz tempo. E não tem nada a ver com preguiça não.

Ao sentir uma ameaça, é como se uma corrente elétrica viajasse pelo corpo dela, levando um ‘aviso de perigo’. A planta então reage. Só que, em vez de músculos para fugir, ela usa um sistema hidráulico e se move deslocando água. No momento em que o sinal elétrico chega à base da folha da Maria dormideira, ela perde água e murcha, conta o biólogo Gabriel Daneluzzi, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP, em Piracicaba, São Paulo.

Celebridade na botânica, a Maria dormideira também é chamada de "sensitiva" ou "Maria fecha a porta".

A sabedoria da natureza também permite que ela se regenere mesmo após o desmatamento.

Foi o que aconteceu em uma área da Mata Atlântica, localizada perto do Parque Nacional de Itatiaia (divisa de SP, MG e RJ), na Serra da Mantiqueira. Por lá, o vizinho de cerca do repórter Nelson Araújo, Eduardo Campos, contribuiu para a recuperação das plantas.

No meio da década de 1980, ele e mais seis amigos compraram a área, que havia sido desmatada e transformada em uma grande fazenda de gado e lavoura.

A recuperação se deu por estágios. Assim que tiraram o gado e pararam com as roças, uma espécie tomou conta das encostas: a vengala. Também chamada de calafá. Um tipo de um bambuzinho da Mata Atlântica.

Planta pioneira, ela se espalha formando uma estufa a céu aberto, onde a vida estocada no solo desabrocha.

Assim como nas sociedades humanas, entre as árvores há muita competição para se conquistar um lugar ao sol. Mas, debaixo do solo, o que acontece é muita colaboração.

E a pesquisadora canadense Suzanne Simard comprovou cientificamente a troca de substâncias que as plantas fazem.

Ela conta que, ainda nos 1990, moléculas de carbono foram marcadas e injetadas em uma árvore. “Em pouco tempo, detectamos que a substância tinha passado para os indivíduos do entorno”, diz ela.

“Conforme avançamos nas pesquisas, descobrimos como a transmissão se dá pelas raízes”, acrescenta.

“Nós fizemos sensoriamento em uma floresta do Pacífico Norte e o que constatamos foi surpreendente. Tudo ali está conectado formando uma extraordinária rede de comunicação. Tão ou mais fantástica que a internet”, acrescenta.

As plantas também escolhem e até atraem os seres que garantem a sobrevivência delas. Elas recrutam, por exemplo, quem oferece nutrientes.

A biotecnologista Carol Nishasaka tentou reproduzir essa dinâmica no laboratório, onde ela preparou duas placas: uma onde colocou somente um fungo que causa doença, e outra que, além do fungo, tinha uma bactéria ‘do bem’.

Dias depois, o fungo que ficou sozinho avançou livremente, diferentemente da outra placa. Nesta, a bactéria ficou do lado direito e o fungo do lado esquerdo. A bactéria liberou substâncias que não deixaram o seu rival crescer.

A natureza também conta com a presença das árvores-mães, que alimentam os seus "filhos” e a população vizinha.

“Podia ser árvore-pai ou árvore-mãe. Optamos por árvore-mãe pelo aspecto da nutrição e a importância da mãe com a família”, afirma a pesquisadora canadense Suzanne.

“Vimos que a árvore-mãe não só atende aos seus, mas alimenta também os filhos de suas vizinhas. Em quantidade menor do que para a própria família, mas não deixa de cuidar dos estranhos também”, reforça.

SAGRADO NAS FORMAS: Para alguns pode parecer estranho falar em "conversa de plantas", mas muitas culturas antigas consideraram a floresta como parte da família.

É o caso da filosofia indiana Hare Krishna. Os devotos, assim como em muitas culturas milenares, pregam o respeito a todos os seres. Eles acreditam que o sagrado está em todas as formas de vida. Quem segue essa religião, não come carne, por exemplo, para não causar sofrimento aos animais.

E, quando eles retiram os vegetais da natureza, eles entendem que estão lidando com um ser vivo que tem consciência e até alma.

Na Serra da Mantiqueira, uma comunidade rural de 30 famílias Hare Krishnas, fundada na década de 1970, compartilha mais de 100 hectares e as mesmas crenças.

Gaura Lila, uma das moradoras da fazenda Nova Gokula, cuida das hortas orgânicas, que são fontes de renda e de alimento para as pessoas da comunidade.

Ela conta que a filosofia Hare Krishna mudou a sua relação com as plantas.

“É com essa consciência de que é uma entidade viva que está no seu processo de evolução. E que não é porque eu sou um ser humano que eu posso abusar desse poder e ir pra um caminho de destruição."

A sincronia observada na floresta pode servir de exemplo para a produção de alimentos. Exemplo disso é o modelo de agrofloresta.

Quando o agrônomo Antônio Devide, da Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (APTA) ergueu uma, ele colocou primeiro a gliricídia, especialista em se aliar a bactérias que captam o nitrogênio.

Os restos de poda de uma leguminosa viram adubo para a bananeira. Ela, por sua vez, ampara quem precisa de potássio.

Sabendo a aptidão de cada planta, o desejo dela por luz, água, nutrientes, é possível trazer espécies que se complementam. É assim que funciona a agrofloresta.

E o Antônio envolve a comunidade nas pesquisas para mostrar que esse sistema também traz renda para o agricultor.

“A gente precisa viver em redes, estabelecer conexões assim como os fungos, as bactérias e as árvores se comunicam, por que não a sociedade trabalhar nesse sentido?”, diz.

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