VALE APRESENTAR: A ARTE DE SIBELLE FONSECA E ROBERTO POSSÍDIO NO SHOW NOVES FORAS
O show começa às 20h numa live transmitida pelo www.youtube.com/sincroniafilmes4k e vai contar ainda com algumas participações especiais em performances musicais e poéticas.
Sibelle Fonseca é jornalista e começou na noite fazendo voz e violão com Roberto Possidio, nos anos 80. Em 1990 ganhou o Troféu João Gilberto/ Festival Som da Margens do Sol, como Melhor Intérprete, com a canção "Quanto Tempo" de Edésio Santos.
Roberto Possidio participou de shows com Luiz Galvão, acompanhou artistas como Ivete Sangalo, tocou no Projeto Pôr do Sol, comandado por Carlinhos Brown, em Salvador, onde também dividiu o palco com Margarete Menezes, Xangai, Jackson Costa e Lazzo Matumbi.
O Vale Apresentar é uma realização da Sincronia Filmes com apoio da Clas Comunicação e Marketing e patrocínio exclusivo da Agrovale. O projeto, apresentado pela jornalista e cantora Mirielle Cajuhy, reúne artistas regionais e convidados especiais em quatro lives, sempre aos sábados às 20h.
Em função da pandemia do novo coronavírus a renda dos encontros será destinada aos artistas e técnicos de som e os alimentos arrecadados serão doados às entidades filantrópicas de Petrolina e Juazeiro. (Fonte: Class Comunicação e Marketing)
PADRE CÍCERO DO JUAZEIRO DO CEARÁ SERÁ TEMA DE SIMPÓSIO
Este Simpósio acontecerá de forma virtual, por meio da plataforma de videoconferência Webinar, com certificado de 14h para atividades complementares, sob a coordenação do professor doutor Padre Waldecir Gonzaga. As inscrições e comunicações podem ser feitas pelo e-mail: rodrigopoliceno@puc-rio.br.
A programação traz um conjunto de reflexões na intenção de valorizar o caminho já percorrido sobre os fatos do Juazeiro do Ceará e das várias dimensões que marcaram a ação do Padre Cícero, partindo de três eixos temáticos: Padre Cícero e a espiritualidade; Padre Cícero e os pobres; Padre Cícero e a ecologia. Esse contexto histórico será analisado à luz da reforma do catolicismo brasileiro.
Cícero Romão Batista nasceu na cidade do Crato, Ceará em 24 de março de 1844, e faleceu em Juazeiro do Norte, em 20 de julho de 1934. Ele era conhecido como Padre Cícero, ou, mais coloquialmente, “Padim Ciço”. O início da carreira eclesiástica foi em 1865, na cidade de Fortaleza; foi ordenado padre em 1870 e, em 1872, nomeado vigário de Juazeiro do Norte. Após diversos acontecimentos religiosos na paróquia que dirigia foi acusado de mistificação (manipulação da crença popular) e heresia (desrespeito às normas canônicas).
Em seus preceitos ecológicos, Padre Cícero fazia os seguintes alertas:
Não derrube o mato, nem mesmo um só pé de árvore.
Não toque fogo no roçado nem na Caatinga.
Não cace mais e deixe os bichos viverem.
Não crie o boi nem o bode soltos; faça cercados e deixe o pasto descansar para se refazer.
Não plante em serra acima nem faça roçado em ladeira muito em pé; deixe o mato protegendo a terra para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza.
Faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar água de chuva.
Represe os riachos de cem em cem metros, ainda que seja com pedra solta.
Plante cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer, até que o sertão todo seja uma mata só.
Aprenda a tirar proveito das plantas da Caatinga, como a maniçoba, a favela e a jurema; elas podem ajudar a conviver com a seca.
Se o sertanejo obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e o povo terá sempre o que comer.
Mas, se não obedecer, dentro de pouco tempo o sertão todo vai virar um deserto só.
JUSTIÇA SOCIAL: COMPLETAM-SE 21 ANOS DA MORTE DE DOM HELDER CÂMARA
"Se dou pão aos pobres, todos me chamam de santo. Se mostro por que os pobres não têm pão, me chamam de comunista e subversivo”, costumava dizer o religioso Dom Helder Câmara. Ele foi um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que teve importante papel de enfrentamento à ditadura militar brasileira. Graças a esse trabalho, foi elevado ao título de bispo da igreja católica, em 1952, tornando-se o secretário geral dessa organização. Em 1964, ele se tornaria arcebispo de Recife e Olinda.
Nesta quinta-feira, 27 de agosto, completam-se 21 anos da morte de Dom Helder Câmara, arcebispo emérito da Arquidiocese de Olinda e Recife. A data será lembrada em missa presidida por Dom Fernando Saburido, às 19 horas, na igreja do Santíssimo Salvador, em Olinda, com participação de fiéis, parentes de Dom Helder e de colaboradores do Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC). A cerimônia será transmitida pelo canal da Arquidiocese, no YouTube. No mesmo dia, às 20h30, o canal do IDHeC no YouTubeapresentará a live Dom Helder em Concerto, com o tenor Igor Alves.
As comemorações pelos 21 anos de dom Helder na Casa do Pai, no entanto, começam na quarta-feira (26), com uma exposição promovida IDHeC na Livraria Paulus, no centro do Recife.
Ícone da justiça social, dom Helder foi declarado Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos em 26 de dezembro de 2017 por meio da Lei Federal nº 13.581, com reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU). Os parlamentares da Assembleia Legislativa de Pernambuco também fizeram o reconhecimento do líder religioso que se destacou pela luta e ações desenvolvidas em prol dos pobres e do povo em todo o Estado, oficializando-o Patrono dos Direitos Humanos de Pernambuco com a aprovação da Lei nº 17.006 e sua promulgação pela presidência da casa, no último dia 10 de agosto.
Caso estivesse vivo, dom Helder teria feito 111 anos de idade em 07/02/2020. O frei Jociel Gomes é o postulador da Arquidiocese de Olinda e Recife junto ao Vaticano, no processo de Beatificação e Canonização e do Servo de Deus Dom Helder Câmara. O processo foi aberto pela Arquidiocese de Olinda e Recife em 03/05/2015 e em dezembro de 2018, a Arquidiocese encerrou sua “fase diocesana”, enviando ao Vaticano uma caixa lacrada com toda a documentação.
POESIA GARGALHADA DA CAVEIRA, AUTORIA DE PEDRO BANDEIRA CONDUZ A UMA REFLEXÃO DOS VALORES HUMANOS
O Mestre da Cultura, o poeta Pedro Bandeira, o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”, nos deixou na segunda-feira, dia 24 de agosto. Com muita tristeza o Brasil, em especial o Nordeste se despede desse grande artista. No coração, suas canções e também um mundo de gratidão por seu imenso legado e obra, por sua grandeza, por sua imensidão. Pedro Bandeira fez de sua existência a passagem em busca de um mundo mais justo.
Certa noite de insônia e de mistério
Desengano, fantasma, amor e pranto,
Destinei-me a entrar num campo- santo
Pra sentir do destino grande império.
Palmilhando no vasto cemitério
Eu tremia no ar como um balão,
Apalpava pedaços de caixão,
Cova fresca, torrões, cabelos e ossos,
Cruz quebrada, rosário e outros troços
Que o destino atirava pelo chão.
Em estado de decomposição,
Eu sabia que havia em alguns túmulos,
Corpos frágeis perdendo seus acúmulos
Na rotina da vil putrefação,
Flores murchas, farrapos de cordão,
Indicavam sinais que morreu gente.
Pedacinhos de velas, cera quente
Diziam-me que a morte é muito séria
Inimiga carrasca da matéria
De quem pensa que é forte eternamente.
Como eu, ainda tinha algum vivente,
Lagartixa, morcegos e corujas,
Entre as fendas das catacumbas sujas,
Num fantástico assombroso e diferente,
Epitáfios mostravam claramente
Os valores de mil anos atrás.
Velhas fitas, coroas, de metais
Pareciam pedaços de objetos
Entre vermes, bagaços e insetos
Que só prestam, pra o lixo e nada mais.
Vi na triste cidade dos mortais,
Um sapato sem dono e um tamanco
Um retrato manchado, um lenço branco,
Como símbolo fiel de amor e paz.
E provocando que ali somos iguais
Uma velha caveira abria as mãos,
Entre os restos mortais de outros cristãos,
Com a boca de osso escancarada
Como quem em eterna gargalhada
Reclamava a fraqueza dos irmãos.
Crânio, tórax, coluna, pés e mãos.
Inda estavam ligados pelos nervos,
Tendo a terra estragado outros acervos
Que sustentam crianças e anciãos.
Entre crentes, católicos e pagãos,
Eu não sei de quem era essa caveira,
Oleada coberta de poeira
Nos balanços do vento se tremia,
E nos acenos parece que dizia:
Ame ao próximo que a vida é passageira.
Numa longa risada zombeteira,
O sinistro esqueleto como um louco,
Gargalhava a sorrir fazendo pouco
Dos problemas da vida rotineira.
O orgulho, a inveja, a voz grosseira,
A perfídia, o ódio e a maldade,
Prepotência, rancor, perversidade,
Valentia, calúnia e arrogância,
São lagartas ceifando a substancia
Da floresta feliz da humanidade.
Roubo, vício, vingança e vaidade,
Quem pratica não pode estar liberto,
Sua alma pesada não da certo
No fiel da balança da verdade.
O carinho, a meiguice, a lealdade,
Confundem-se vibrando a mesma luz.
Uns vestidos em trapos e outros nus,
Todo homem morrendo é transformado,
Como um líquido que sai purificado
Das palavras da boca de Jesus.
Tresloucado abracei os ossos nus,
No mais alto e profundo nervosismo
Delirando no amor do cristianismo
Atirei-me nos braços duma cruz,
Assombrado gritando por Jesus,
Angustiado com pena dessa gente,
Que não ri, que não ama, que não sente,
Que não sofre da vida seus ressábios
Quando a terra comer seus negros lábios
Vivera gargalhando eternamente.
NOTA DE PESAR: URCA LAMENTA FALECIMENTO DO POETA PEDRO BANDEIRA
A Universidade Regional do Cariri (URCA) lamenta com profundo pesar o falecimento do mestre da cultura popular, por reconhecimento estadual, Pedro Bandeira Pereira de Caldas, aos 82 anos, o ‘Príncipe dos Poetas da Cultura Popular’.
Cordelista, advogado, teólogo, filósofo e cantador de viola e ex-vereador da cidade de Juazeiro do Norte, Pedro Bandeira Pereira de Caldas morre aos 82 anos, deixando um grande legado de sua arte para o Cariri e o mundo. Cidadão juazeirense, nasceu no dia 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, no município paraibano de São José de Piranhas, a Paraíba, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista.
O cantador profissional adotou a terra do Padre Cicero para viver a maior parte da sua vida e onde faleceu. Desde os seis anos de idade já fazia versos e passou a cantar profissionalmente aos 17 anos. No decorrer da sua trajetória de destaque chegou a receber o título de “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”.
Pedro Bandeira foi autor de mais de mil folhetos e centenas de poemas, com livros publicados e muitos LPs e CDs gravados. Fez parte de diversas sociedades culturais, filantrópicas e recreativas, entre elas a Associação dos Violeiros, Poetas Populares e Folcloristas do Cariri - AVPPFC, da qual é o fundador. Recebeu dezenas de diplomas, medalhas de mérito, com quase duas centenas de troféus de 1º lugar, entre outros e categorias, em festivais por todo o Brasil.
Licenciado em Letras Clássicas pela Faculdade de Filosofia do Crato, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Crato, e bacharel em Teologia pela Universidade Vale do Acaraú, Pedro Bandeira cantou para o papa João Paulo II, ex-presidentes Castelo Branco, Costa e Silva, João Figueiredo, Fernando Collor e José Sarney. Pedro Bandeira foi citado e elogiado pelos intelectuais e escritores Luís Câmara Cascudo, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Téo Brandão, Rodolfo Coelho Cavalcante, e tantos outros escritores do Brasil e do exterior.
Teve músicas gravados por Luís Gonzaga, Fagner, Luís Vieira, Alcimar Monteiro, Trio Nordestino, entre outros. Foi prefaciado por Padre Antônio Vieira, e apresentado ao Brasil pela mão de Carlos Drummond de Andrade, em crônica publicada no Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, em 1970.
O Reitor da URCA, Francisco do O’ de Lima Júnior, envia votos de solidariedade e mensagens de condolências aos familiares.
POETA MESTRE DA CULTURA PEDRO BANDEIRA FAZ A SUA PARTIDA E COM A SUA VIOLA AGORA FAZ CANTORIAS EM OUTROS CÉUS
O Mestre da Cultura do Ceará, o poeta Pedro Bandeira, o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”, nos deixou nessa segunda-feira, dia 24 de agosto. Com muita tristeza e pesar, o Ceará se despede desse grande artista. No coração, suas canções e também um mundo de gratidão por seu imenso legado e obra, por sua grandeza, por sua imensidão. Com pesar, a Secult Ceará agradece sua existência, festeja sua arte, e deseja luz e paz na sua travessia.
Nascido em 1º de maio de 1938, no Sítio Riacho da Boa Vista, município paraibano de São José de Piranhas, sendo filho de Tobias Pereira de Caldas e da poetisa Maria Bandeira de França. Bem jovem veio morar no Cariri, onde fez fama com sua poesia e cantoria que ecoou nas quermesses, festivais, rádios e televisões em todo o Nordeste. No ano de 2018, ele recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura pela Secult-CE, reconhecido pelo Governo do Ceará. Sua cantoria seguirá viva e alegre por todo sempre!
“No dia do meu enterro / não precisa de aparato / enterre os meus pés em Barbalha / o meu coração no Crato / e a cabeça em Juazeiro”, cantou, certa vez, seu amor pelo nosso estado.
O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secult teve a alegria de entregar pelas mãos da Vice-Governadora Izolda Cela, ao nosso poeta Pedro Bandeira, a Comenda Patativa do Assaré, no dia 6 de junho de 2019, no Theatro José de Alencar. Esta condecoração é dada a personalidades, artistas, poetas, cantadores, pesquisadores que se destacam por suas relevantes contribuições à Cultura Popular Tradicional. Na ocasião, receberam a mesma Comenda, a folclorista Elzenir Colares e também o poeta popular Geraldo Gonçalves (In Memoriam). Foi um encontro formidável, com a mão trêmula e com seus versos firmes, o mestre Pedro Bandeira encantou toda a plateia do Theatro José de Alencar com sua poesia e sabedoria.
“Pedro Bandeira não era só o Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste. Ele era um grande arquiteto da literatura popular e da cantoria. Nessa matéria, foi professor e maestro. Seus versos são da grandeza dos grandes poetas clássicos da língua portuguesa. Era um homem culto e extremamente popular. Seus versos lidos, declamados ou cantados estão gravados nos corações do sertão nordestino. Além disso, foi um grande comunicador e difusor da cultura popular. O Nordeste deve muito a esse senhor na construção de nossa identidade e pertencimento como seres nordestinos. Então, gratidão poeta mestre Pedro Bandeira! Siga seu caminho de luz! Salve sua obra e daqui continuamos na nossa peleja. Viva Pedro Bandeira!”, destaca o secretário da Cultura do Estado do Ceará, Fabiano Piúba.
Pedro Bandeira, 82 anos, é o “Príncipe dos Poetas Populares do Nordeste”. Nascido no sítio Riacho da Boa Vista, município de São João de Piranhas, o poeta e cordelista também atuou como repentista, cantador, escritor, radialista e apresentador de TV. Formado em Letras, Teologia e Direito, versa desde os seis anos. Aos 17, tornou-se profissional.
Pedro Bandeira é de uma família de poetas. Uma das pessoas que cantou com mais maestria o sertão. Tinha um conhecimento profundo das coisas da terra e da religiosidade popular, então cantou sempre com muita propriedade. A parceria com o cantador Geraldo Amâncio também é um ponto forte. Na seara radiofônica, por sua vez, o início deu-se na Rádio Educadora e a “fama” aconteceu com o programa Viola e Violeiros, no Crato. Como escritor, escreveu também muitos folhetos.
Pedro Bandeira é autor de centenas de músicas, entre elas a peça “Graça Alcançada”, que veio a ser gravada por mais de 20 intérpretes e pode ser considerada o hino dos romeiros e das romarias em Juazeiro do Norte. Além de renomado expoente de uma geração de cantadores, Pedro Bandeira veio a destacar-se também na Literatura de Cordel, com mais de uma centena de títulos publicados e ilustrados pelos principais xilógrafos cearenses. Escreveu ainda 14 livros, entre eles “Matuto do Pé Rachado” e “O Sertão e a Viola”.
É neto materno do famoso cantador nordestino Manoel Galdino Bandeira, de quem herdou o talento repentista. Recebeu o título de Tesouro Vivo da Cultura do Ceará, concedido pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, em 2018 e a Comenda Patativa do Assaré em 2019.
A Secult Ceará celebra o nosso mestre e deseja luz na sua caminhada, deseja paz aos seus familiares e amigos nesse momento de dor e partida. Viva Pedro Bandeira, você é eterno, poeta! Viva, viva! (Texto: Secretário da Cultura do Estado, Fabiano Piúba)