NOVENÁRIO E FESTA DA PADROEIRA DE JUAZEIRO COMEÇA NESTA SEXTA (30)

Fé e devoção são marcas do novenário de Nossa Senhora das Grotas, padroeira de Juazeiro (BA), que terá início nesta sexta-feira (30) às 19h30. A programação contará com entrevistas e transmissão ao vivo na página da Diocese de Juazeiro e da Paróquia Nossa Senhora das Grotas pelo Facebook e Instagram.

A Festa da Padroeira 2019 completa 313 anos de fé e devoção e tem como tema: "Como discípulos de Jesus, sejamos promotores da paz e da justiça".

A procissão no dia 08 de setembro (domingo) sairá às 16h da Igreja Matriz da Paróquia Santo Afonso no bairro Castelo Branco. 

Confira abaixo a programação completa da Festa da Padroeira 2019:

30/08 – Abertura Solene da Festa.
Participação: Confrarias, Movimentos Marianos, Vicentinos, Terço dos Homens, Legião de Maria, Mãe Rainha, e Mães que oram pelos filhos.
Celebrante: Pe. João Borges (Pároco – Área Pastoral São Sebastião - Pau a Pique - Casa Nova BA)

31/08 – Segunda Noite do Novenário.
Participação: Comunidades do Distrito de Mandacaru, Paróquia São Francisco de Assis (Maniçoba/Itamotinga) e Área Pastoral Santa Terezinha (Carnaíba do Sertão)
Celebrante: Pe. Aluísio Alves (Pároco – Paróquia N. Sra. do Rosário – Remanso BA).

01/09 – Terceira Noite do Novenário.
Participação: Setor Juventude.
Celebrante: Frei Leandro José (Paróquia N. Sra. Aparecida – Diocese de Petrolina PE).

02/09 – Quarta Noite do Novenário.
Participação: Paróquia Santo Antônio, Pastoral do Dízimo, Ministros da Comunhão Eucarística.
Celebrante: Dom Francisco Canindé Palhano (Bispo Diocesano de Petrolina PE).

03/09 – Quinta Noite do Novenário.
Participação: Comunidades da Paróquia N. Sra. das Grotas (Santíssimo Redentor, São Pedro "Angaris e Novo Encontro", Santa Joana Francisca, São Vicente e São Geraldo) e Comunidade: Shalom e Mãe Imaculada.
Celebrante: Dom Frei João José da Costa, O.Carm. (Arcebispo Metropolitano de Aracajú SE).

04/09 – Sexta Noite do Novenário.
Participação: Paróquia Santo Afonso e Paróquia Nossa Senhora de Fátima.
Celebrante: Dom Vítor Agnaldo de Menezes (Bispo Diocesano de Propriá SE).

05/09 – Sétima Noite do Novenário.
Participação: Paróquia São Cosme e São Damião, Filhos da Misericórdia do Vale do São Francisco, R.C.C., e Pastoral Familiar.
Celebrante: Pe. Cícero Diego (Pároco – Paróquia N. Sra. de Fátima - Alto da Aliança - Juazeiro BA).

06/09 – Oitava Noite do Novenário.
Participação: Pastoral Catequética, Escolas, e Coroinhas.
Celebrante: Dom Zanoni Demettino Castro (Arcebispo Metropolitano de Feira de Santana BA).

07/09 – Nona Noite do Novenário.
Participação: Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Pastoral Vocacional, Pastorais Sociais, e CRB.
Celebrante: Pe. Edvaldo Souza (Pároco – Paróquia N. Sra. Aparecida - João Paulo II - Juazeiro BA).

DIA 08 DE SETEMBRO - SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE MARIA
FESTA DE NOSSA SENHORA DAS GROTAS

07h - Missa presidida pelo Pároco.
10h – Missa Presidida pelo Bispo Diocesano (Dom Carlos Alberto Breis Pereira, OFM).
16h - Solene Procissão (Saindo da Igreja Matriz da Paróquia Santo Afonso – Castelo Branco). 
Encerramento Solene na Catedral.

CELEBRAÇÕES ESPECIAIS:
29 DE AGOSTO
19h 30mim – Celebração Penitencial.

31 DE AGOSTO
09h – Missa com as Crianças.
16h – Missa com Unção dos Enfermos para doentes e idosos.

07 DE SETEMBRO 
Após a novena, carreata de envio da imagem da padroeira para a Igrejq Matriz da Paróquia Santo Afonso no bairro Tancredo Neves.

DURANTE A SEMANA
12h – Novena Mariana na Catedral – Santuário Nossa Senhora das Grotas

Fonte: Ricardo Souza
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SEM DINHEIRO EM CAIXA E FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS CAINDO MUITOS PREFEITOS ESTÃO DESISTINDO DE CONCORRER A REELEIÇÃO

A crise financeira que assola o Estado e o país faz com que os prefeitos tenham de conviver com repasses cada vez mais minguados por parte dos governos federal e estadual. Os cortes de recursos e a demora na liberação de verbas têm levado os prefeitos da região a reverem suas pretensões políticas.

Uma situação inusitada em comparação com pleitos anteriores, quando a reeleição era o caminho natural de quase a totalidade dos prefeituráveis.

Circula informação nas redes sociais que o prefeito de Salgueiro, Clebel Cordeiro (MDB) voltou a dizer que não disputará a eleição em 2020.

A insatisfação do atual prefeito de Salgueiro é um exemplo não isolado e sim é um fenômeno que ocorreu em grande número em 2016, os eleitores de muitas cidades não encontraram o nome do prefeito e quase metade dos que poderiam tentar a reeleição desistiu de se candidatar. A situação caminha para ser repetida em 2020.

Lixo na rua, buracos, falta de calçada. Falta de Mobilidade, Escolas. Crise no setor de saúde. Há muitos municípios com os mesmos problemas no Brasil. E prefeitos na mesma situação, que não querem um segundo mandato.

“Não é fácil governar sem dinheiro, tendo todas as obrigações que são impostas aos municípios e tendo responsabilização. Às vezes você tem que escolher qual a lei que você vai cumprir'.

De cada R$ 10 do orçamento das prefeituras, quase nove vêm de repasses federais e estaduais. E isso vem despencando. O Fundo de Participação dos Municípios, dinheiro que vem do governo federal, cai a cada ano, segundo a Confederação Nacional de Municípios.

O Brasil tem 5.568 prefeitos. Mais de 4 mil estão em primeiro mandato, têm direito de tentar a reeleição. Desde 2000, os prefeitos têm direito à reeleição. 

“A prefeitura gasta com diversos serviços. E se a arrecadação cai e a atribuição é maior, quem aceita o desafio de concorrer? É um desafio gigantesco. Eu diria que tem que ter muita coragem para concorrer a prefeito”, afirmou  Paulo Ziulkoski, então presidente da Confederação Nacional dos Municípios.
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IBAMA LANÇA CARTA ABERTA COM MEDIDAS CONTRA O DESMONTE DO ÓRGÃO

Um grupo de servidores do Ibama divulgou uma carta aberta ao presidente do órgão, Eduardo Fortunato Bim, denunciando o desmonte pelo qual a autarquia federal vem passando.

Falta de estrutura, fechamento de unidades, ausência de novos concursos, cortes orçamentários, destruição de leis ambientais, redução do quadro de pessoal  são alguns pontos destacados pelos 18 agentes ambientais assinantes do documento.“Não há como dissociar todos estes fatores ao aumento expressivo dos índices de desmatamento e queimadas, conforme dados já amplamente divulgados pelo INPE e pela NASA, com risco da destruição da floresta retornar aos patamares de 2003, alerta o grupo no documento.

“O discurso propagado e as medidas concretas adotadas contra a atuação do IBAMA e ICMBio apontam para o colapso da gestão ambiental federal e estimulam o cometimento de crimes ambientais dentro e fora da Amazônia”, escrevem os servidores.

A carta descreve medidas governamentais urgentes que julga necessárias em seis áreas estratégicas:
Gestão – para que os cargos do Ibama e ICMBio sejam preenchidos de acordo com critérios técnicos e por servidores de carreira destas instituições, sem interferências políticas; 
Pessoal – autorização imediata de concurso público para vagas de analista ambiental, tendo em vista que não há como garantir a proteção ambiental da Amazônia com o atual quadro de servidores. Só entre 2018 e 2019, houve uma queda de 24% de fiscais; 
Orçamento – garantia de recursos orçamentários e financeiros para a devida execução das atividades institucionais de Fiscalização Ambiental e de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais; 
Logística – imediata estruturação para que as atividades de fiscalização e apreensão possam ser realizadas; 
Autonomia –  para poder aplicar a lei e empregar estratégias e instrumentos legais estabelecidos na legislação. Além disso, os servidores pedem a devolução da autonomia para a assessoria de imprensa do IBAMA e ICMBio, as quais estão atualmente condicionadas à aprovação de pautas por parte do Ministério do Meio Ambiente; 
Legislação – inclusão do IBAMA e do ICMBio no rol de instituições que podem emitir porte de armas, via Projeto de Lei nº 3723/2019, a ser votado esta semana na câmara dos deputados, e revisão da legislação criminal, com agravamento de penas para desmatamento e queimadas ilegais na Amazônia. 

“Sem a adoção de tais medidas estruturantes, qualquer esforço do governo brasileiro em resolver a situação não tem potencial de produzir resultados sólidos a longo prazo e assume o risco de configurar mera tentativa de arrefecer a crise política atual”, termina a carta.  

Fonte: O Eco/Sabrina Rodrigues
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CONGRESSO DERRUBA VETO A PENA MAIS DURA PARA QUEM DIVULGA FAKE NEWS NAS ELEIÇÕES

O Congresso derrubou o veto do presidente Jair Bolsonaro a penas mais duras para quem divulga fake news nas eleições. O trecho em questão é parte da lei sancionada por ele em junho que tipifica como crime a conduta de denunciação caluniosa com finalidade eleitoral. 

A parte que agora foi recuperada, prevê as mesmas penas para quem divulgar ato ou fato falsamente atribuído ao caluniado com finalidade eleitoral. O argumento usado foi o da contrariedade ao interesse público.

Foram 326 votos dos deputados para derrubar o veto e apenas 84 para mantê-lo. No Senado, foram 48 votos contra o veto e apenas 6 a favor.

Fonte: Agencia Brasil
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POETA E CANTADOR: VIRGILIO SIQUEIRA E MACIEL MELO SE REENCONTRAM E INICIAM PROJETO

O clima era de reencontro. Ditado por poesias declamadas, causos contados e melodias relembradas. E nem poderia ser diferente afinal, porque, frente a frente, havia um poeta e um cantador, que, depois de quase quatro décadas, o que mais haveriam de fazer senão reeditar, cada um, a sua arte? Para juntá-las novamente depois, é claro. 

Esse é o propósito dos artistas pernambucanos Maciel Melo e Virgílio Siqueira, que pretendem reeditar uma história iniciada no início da década de 1980, desdobrada nos anos seguintes com o disco "Desafio das Léguas" (1987). 

"Foi com Virgílio que aprendi a fazer melodia. Eu pegava os poemas que ele fazia e musicava e foi daí que nasceu o primeiro trabalho, feito integralmente entre ele e eu", contou envaidecido, o cantor e compositor de Iguaraci, cidade do Sertão de Pajeú, mesma região que abrigou as poesias do seu parceiro, filho de Ouricuri.

Com um acervo ainda inédito de pelo menos mais de trinta músicas, a dupla inicia um projeto de releitura do álbum de 1987 com a adição das canções que "ficaram para trás" e passam a ser contempladas em um novo disco. "Estamos nos reencontrando para resgatar o álbum que foi porta de entrada para minha carreira e vamos incluir letras e melodias guardadas, e temos muito material pronto", comenta Maciel, autor de "Caboclo Sonhador" e "Que Nem Vem Vem", dois dos sucessos de uma carreira pautada pelo forró. 

"Precisei entrar no gênero quando percebi as distorções que estavam começando a fazer com ele. Como sertanejo, filho de forrozeiro e discípulo de Luiz Gonzaga, eu não podia ficar só observando as pornografias pesadas que começaram a adentrar o nosso ritmo e acho que dei conta", salienta ele, que também é poeta e contador de causos e, junto a Virgílio Siqueira, deseja percorrer palcos Nordeste e Brasil afora. "Além de reeditar o 'Desafio das Léguas' - que nunca foi lançado em CD, tampouco nas plataformas digitais - vamos contar histórias, reunindo poeta e cantador em um show", completa.

"Sou de poucas parcerias", salienta Maciel Melo. E, de fato, ele se garante sozinho. Embora cite alguns nomes que seguiram ao seu lado em canções, a exemplo de Petrúcio Amorim, Renato Teixeira, Geraldo Azevedo e Xangai. Mas em se tratando de Virgílio Siqueira, sua predileção em caminhar sozinho toma outros rumos: "Não achava ninguém à altura dele", comenta ele sobre o poeta de Ouricuri. E talvez por isso, o "nada é por acaso" deste reecontro, que em paralelo ao relançamento do disco traz "No Pomar do Estro", livro que compila em pouco mais de 800 páginas centenas de poemas escritos pelo ouricurense. 

"São três livros em um só, lançado no ano em que comemorei meus 60 anos de vida, em 2017. Agora a ideia é relançá-lo por meio de uma editora, desdobrando a minha poesia para fazer com que ela chegue ao maior número de pessoas e que possa, por exemplo, integrar rodas de leitura como já acontece em salas de aula de Portugal, onde ele foi entregue nas mãos de uma pesquisadora que esteve no Recife e conheceu minha obra", conta o escritor.

Sob inspiração de paisagens e de pessoas, Virgílio Siqueira segue no viés romântico dos poetas e no abstrato de letras que retratam amores, paixões e realidades sertanejas.

 "Comecei a escrever aos 15 anos de idade e sigo com a mesma paixão. Tenho escritos inéditos e desejo expandí-los, levar a quem ainda não usufruiu deles, e começar aqui pelo Recife, em um circuito mais profissionalizado e com a 'marca' de uma editora, será recompensador", enfatiza ele que em breve, e integrando o projeto de reedição do seu trabalho com Maciel Melo, deve ter seus poemas referendados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). 

Fonte: Folha Pernambuco
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PROJETO A PAZ COMEÇA EM MIM DISTRIBUI MUDAS DA CAATINGA EM JUAZEIRO

Uma ação de preservação, conscientização e respeito à natureza e ao meio ambiente, movimentou as ruas do centro de Juazeiro - BA nesta quarta-feira (28). A concentração do projeto 'A paz começa em mim', começou às 9h ao lado do Paço Municipal quando um grupo de estudantes da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, com idades entre 3 e 10 anos, chamou a atenção dos passantes distribuindo mudas de plantas da Caatinga.

Empolgados e com muita disposição para divulgar a causa ecológica, os alunos da Escola Prisma continuaram a entrega durante a tarde, contabilizando até o final do dia a doação de 100 mudas de espécies nativas da Caatinga a exemplo do Jatobá, Mulungu, Aroeira, Pereiro Vermelho e Ipê.

De acordo com a coordenadora de Educação Infantil da escola, Elisabete Damascena, nesta edição do projeto cada turma ficou  responsável por um subtema: paz pelas crianças, paz na família, paz pelas diferenças, paz pelo trânsito e paz pelo meio ambiente.

"Para a doação das mudas contamos com o apoio da empresa Agrovale que é uma parceira fiel e sempre presente em nossas iniciativas", enfatizou, lembrando que a escola   completa 25 anos em 2019 e trabalha com o método Montessori, um modelo de educação para a vida e pela construção da paz.

Segundo a aluna Stela Teixeira (10 anos), o projeto é muito importante porque além de valorizar a paz conscientiza as pessoas  da  necessidade de preservar valores como a natureza. "Estamos alegres e certos da nossa missão para com o futuro do planeta", disse ela enquanto distribuía panfletos educativos na praça.

Já o motorista, Carlos Ferreira dos Santos, que ganhou uma muda de Aroeira e outra de Umburana de Cheiro, demonstrou contentamento com os presentes e disse que vai plantar no final de semana, quando  descansa em sua roça.

O viveiro de mudas nativas da Agrovale tem capacidade para a produção de 36 mil unidades de mais de 70 espécies de plantas. "As mudas  são destinadas à restauração do Bioma Caatinga e utilizadas em ações socioambientais tais como projetos de arborização urbana pelos órgãos públicos como as secretarias municipais e escolas, além de construtores civis, condomínios, universidades e produtores rurais", ressalta  a coordenadora do Departamento de Meio Ambiente da Agrovale, Thaisi Tavares.

O projeto 'A paz começa em mim', prossegue até o próximo sábado (31) quando será realizada, às 17h, a caminhada da paz com o trio elétrico Parajós, o cantor Dudu Almeida e banda. A saída será em frente ao Banco Itaú, da Av. Adolfo Viana, prosseguindo até a orla da cidade.

Fonte: Class Comunicação e Marketing

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RECIFE: FESTIVAL DE LITERATURA A LETRA E A VOZ TERÁ FLAVIO LEANDRO, DAVI E SARAH LOPES E PARTICIPAÇÃO DE CHICO PEDROSA

A métrica, a estética e a poética dos saberes culturais ancestrais nordestinos serão celebradas, entre os próximos dias 30 de agosto e 1º de setembro, durante a 17ª edição do Festival Recifense de Literatura - A Letra e a Voz. 

O Festival levará oficinas, discussões, mesa de glosas, apresentações culturais e feira de livros para a Avenida Rio Branco, numa programação gratuita e aberta ao público, dedicada à salvaguarda da arte de tradição oral e popular do Nordeste.

“Nas Veredas da Poesia Popular” é o tema do Festival, que convida a um percurso literário pelas entranhas da alma e da sensibilidade de um povo, celebrando opoeta popular, declamador e escritor nordestino Chico Pedrosa. 

Nesta 17ª edição, até a identidade visual do Festival A Letra e a Voz é poesia. Foi criada pelo patrimônio vivo pernambucano J. Borges, que talhou e até coloriu, com exclusividade, a xilogravura que é a marca do Festival. 

“Vamos celebrar a poesia, o poeta e o criador. É quando cria que o homem se aproxima de Deus. É a plenitude da gente, a dimensão máxima da existência”, disse a secretária Leda Alves. “Celebraremos a poesia popular em seu lugar de origem, que são as ruas”, complementou Diego Rocha.

A curadoria do Festival fez questão de ressaltar a urgência das tradições culturais de raízes mais profundas. “A poesia popular se confunde com o Nordeste. Sempre habitou nossas paisagens. Neste Festival, iremos celebrá-la em sua plenitude, reunindo grandes nomes dessa tradição e seus vários formatos: a cantoria, o improviso, o cordel e a poesia matuta”, disse Sennor. “A arte é uma resposta a tudo que está aí a nos ameaçar. Precisamos persistir com inteligência e sensibilidade. Ninguém se cala”, convocou Heloísa.

O homenageado declarou e declamou sua alegria. “Foi um brinde que recebi da vida. Nasci para ser o que sou. É disso que eu vivo. Poesia tira-se de onde não tem e bota-se onde não cabe. Quando ela chega, ocupa todos os espaços, toma conta da gente”, disse o poeta Chicoe Oliveira de Panelas, um dos mais renomados repentistas do país.

No encerramento do Festival, música e poesia vão se misturar no projeto Oferendar, de Bodocó, formado pelo patriarca Flávio Leandro e seus rebentos Davi Leandro e Sarah Lopes, com a participação ilustre do homenageado Chico Pedrosa, em carne, osso e rima.

A programação do Festival este ano presta homenagem a Chico Pedrosa, paraibano predestinado ao verso e à rima, filho da lida artística cuja nascente nunca seca no Nordeste. Seu pai era cantador de coco, sua mãe era sobrinha de cantador e Chico ainda achou de nascer no dia da poesia e do poeta do povo, da praça e do condor, Castro Alves.

Estudou na escola do sítio onde morava só até o terceiro ano primário, começou a escrever folhetos de cordel aos 18 anos, foi camelô e depois se firmou poeta. É pai de dois filhos, incontáveis cordéis e de três livros (Pilão de Pedra I I e II, Raízes da Terra, Raízes do Chão Caboclo - Retalhos da Minha Vida). Teve seus poemas e músicas gravados por gente do quilate de Téo Azevedo, Moacir Laurentino, Sebastião da Silva, Geraldo do Norte e Lirinha. Lançou, ele mesmo, três CDs: "Sertão Caboclo", "Paisagem Sertaneja" e "No meu sertão é assim". Aos 83 anos de idade, segue semeando a poesia oral em todas as plataformas, inspirando poetas de várias gerações, nos quatro cantos do país.

Nas Veredas da Poesia Popular - Trazida da Península Ibérica para o Brasil, a poesia popular nordestina se desenvolveu na Serra do Teixeira, região do sertão paraibano. Mas os caminhos anteriores desta expressão literária remetem aos mouros, povos árabes que ocuparam Portugal e Espanha entre os séculos VIII e XV, muito antes do surgimento do trovadorismo europeu, de onde se atribuía a origem da poesia popular brasileira. Em 1797, nasce Agostinho Nunes da Costa, na região de Teixeira/PB, conhecido como o pai da poesia popular. E, a partir dele, surge o fenômeno da hereditariedade nesta literatura, através de seus filhos, dando continuidade a uma poesia que tem na sua estética regras rígidas de rimas e métricas.

Com a sua difusão, este tipo de arte passou aparecer, por vezes, acompanhada de rabeca, pandeiro, ganzá, viola ou apenas nas vozes de poetas e poetisas até que, posteriormente, se consolidou com o registro escrito nos cordéis. A cantoria de viola, o coco de embolada, o aboio, o folheto, a poesia matuta são algumas das vertentes de como a poesia popular se apresenta. E a 17ª edição do Festival Recifense de Literatura – A Letra e a Voz percorrerá as veredas desta manifestação nordestina, discutindo suas origens, formatos, heranças, contemporaneidade e o futuro desta arte que se confunde com o próprio Nordeste.

O fato é que esta forma artística extrapola as fronteiras dos sertões e se espraia nas periferias e nas praias dos diversos litorais: seja com cantadores que fazem das cidades a sua centralidade profissional, seja com cordelistas que tematizam a vida urbana e se irmanam com as dores das grandes metrópoles. Recife é uma destas centralidades, colaboradora da visibilidade do ontem e do hoje, por isso, a importância de por na cena esta temática inesgotável.
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