PRODUTIVOS LAPSOS DE INSÔNIA

Uma velha amiga me confidencia que, quando muito jovem, sonhava em poder dormir até mais tarde sem precisar levar as crianças à escola, no início da manhã. Agora que a idade chegou e que já não tem crianças em casa, o sono é pouco e rarefeito. 

Ou seja, até em matéria de dormir bem tudo tem o seu tempo. Saber lidar com essa estranha cronologia é um desafio. Creio que pelo hábito de dormir pouco, que conservo desde a adolescência, gastei muito menos horas de sono do que a maioria dos viventes e agora, como uma espécie de punição, dei para sofrer com lapsos de insônia. 

Acontece assim. No meio da noite, sem ter nem pra quê, perco o sono por umas duas ou três dezenas de minutos e me deparo com uma espécie de monólogo, com pauta bem definida.

Tem vez que continuo a reflexão do dia anterior sobre um problema de governo, uma questão de ordem política ou teórica que vem me acicatando a mente ou mesmo sobre lances do bom jogo de futebol, que vi na TV. Os temas até que são prazerosos. Ruim é a sensação de que despertarei no início manhã com a desagradável sensação de que fiquei devendo uma cota de repouso ao meu já sambado corpo e ao sempre irrequieto espírito.

Mas bem que poderia ter uma pauta mais suave. Ao invés de problemas pendentes, quem sabe versos de Neruda, ou de Drummond, ou de Bandeira ou de Mia Couto, ou um trecho de boa crônica de Rubem Braga ou uma canção de Lenine ou Chico. Não sei por que razão, minha sina é ter os lapsos insones ocupados invariavelmente por temas mais densos ou áridos. 

Então, resolvi tirar proveito do estranho fenômeno. A depender do assunto que venha à tona, faço mentalmente o esboço do meu próximo artigo ou crônica. Ou do roteiro de uma intervenção num debate próximo. Aqui mesmo, confesso a vocês que me brindam com a generosidade de me lerem, vários dos meus últimos textos foram "rascunhados" em plena madrugada, naquele vácuo que antecede a volta ao reino de Morfeu.

Apenas lamento não ter o dom dos poetas para poder dizer, como Carlos Pena Filho: “Lembranças são lembranças, mesmo pobres,/olha pois este jogo de exilado/e vê se entre as lembranças te descobres”.

Fonte: * Luciano Siqueira é vice-prefeito do Recife e escreve ao Blog da Folha
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MÚSICOS DE PERNAMBUCO CRIAM GRUPO PARA COBRAR POLÍTICAS CULTURAIS DO GOVERNO

Representantes de diversos segmentos da classe artística musical pernambucana lançaram uma série de reivindicações em relação a contratação durante os ciclos festivos no Estados. Composto por nomes como Nena Queiroga, Maestro Forró, André Rio, Karynna Spinelli, Marrom Brasileiro e Luciano Magno, entre outros 11 músicos, o Coletivo Pernambuco divulgou uma carta com reivindicações de mudanças na política cultural do Estado.

No documento, o Coletivo Pernambuco apresenta cinco pautas por melhores oportunidades e condições de trabalho: maior inserção de artistas locais nas grades oficiais dos eventos realizados durante os ciclos festivos (Carnaval, São João e Natal); atualização dos valores de cachês; revisão da política de prazos de pagamentos dos artistas; melhorias na divulgação das programações dos ciclos festivos e mudanças nas cláusulas contratuais de shows e editais públicos.

Segundo Nena Queiroga, que ao lado de Jota Michiles será homenageada do Carnaval do Recife 2018, a congregação de artistas teve início ainda em 2012 para cobrar maior transparência no processo de contratação e pagamento de artistas no carnaval. "São demandas antigas, que independem 'dessa ou daquela gestão'. Hoje nós nos unimos para falar sobre uma realidade que atinge músicos de todos os segmentos", conta a cantora.

"Estamos reivindicando este diálogo para que a gente volte a ter autoestima, para que as pessoas param e olhar para nós, artistas que representam a cultura pernambucana, com aquele olhar de pena por conta da realidade que enfrentamos", afirma Nena. 

A artista explica que além da divulgação da carta, o coletivo tem procurado se reunir com representantes das esferas municipais e estadual para apresentar as deliberações: "Nos reunimos com o vice-governador e iniciamos um diálogo sobre estas pautas. Aguardamos agora um retorno para audiências com o governador Paulo Câmara, com o prefeito do Recife, Geraldo Julio, e com o secretário de Turismo, Felipe Carreras, que devem ocorrer nas próximas semanas".

Outro integrante do Coletivo Pernambuco, André Rio conta que a situação não se resume à Região Metropolitana do Recife. "Existem aproximadamente 140 festas da padroeira em todo o estado. Nós sempre nos apresentamos como representantes da cultura pernambucana nesses eventos, dividindo espaço, de forma muito democrática, com representante de outras culturas. Porém, nos últimos anos temos perdido cada vez mais espaço", conta. 

Vocalista do grupo Som da Terra, Rominho Pimentel, acredita que a Fundarpe, a Secretaria de Cultura e a Empetur precisam agir como mediadores no processo licitatório e contratual dos polos festivos municipais. "É importante que eles cumpram este papel, porque muitas vezes as gestões municipais solicitam artistas que não têm nada a ver com estes ciclos, tomando espaço de representantes da cultura pernambucana", pondera o músico.
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PETROLINA DISCUTE PLANO DE CULTURA ESTADUAL DE PERNAMBUCO

A Pré-Conferência RegionaL de Cultura de Pernambuco aconteceu nesta terça-feira (28) no auditório do Senai, Petrolina. O Secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, Silvana Meireles, coordenadora da comissão organizadora, Maria Elena, Secretária de Cultura de Petrolina e diversas lideranças de movimentos sociais de Orocó, Cabrobó, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande e Dormentes participaram da plenária.

O objetivo do encontro é ouvir todos os segmentos envolvidos na arte e cultura para aprovar o Plano Estadual de Cultura de Pernambuco. "A proposta é afirmar que todos tem o lugar e direito a voz na elaboração da política pública de cultura com fundamento de desenvolvimento e luta de uma sociedade democrática", disse Marcelino.

Além de Petrolina acontece pré-conferências no Recife, na Região do Pajeú, Mata Norte e Sul, Sertão de Itaparica e Moxotó. A Plenária Final está marcada para acontecer em março de 2018, com o tema: “Um Plano Estadual de Cultura para Pernambuco”.  

“Será uma Conferência que reunirá fazedores de cultura da sociedade civil e do poder público para discutir e aprovar a proposta do Plano Estadual de Cultura de Pernambuco, ajudando, portanto a estruturar e consolidar o Sistema Estadual de Cultura de Pernambuco e democratizar ainda mais os processos de participação social nas políticas públicas de cultura”, finalizou Marcelino Granja.
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ANA DAS CARRANCAS E ZÉ VICENTE: A ARTE DO BARRO E A SÍNTESE DE UM AMOR PELA CULTURA

"Ana Leopoldina Santos Lima era o nome dela. Isso muito antes de o barro moldar seu destino lhe dando por amor um homem que não tinha olhos para enxergá-la. Os monstros gerados pelas mãos de Ana eram cegos como o companheiro de sua vida. Com um golpe rápido, certeiro, ela vazava os olhos de suas criaturas com a ponta de um pedaço de pau. Com Ana era assim, a desgraça virava épico". 

Ana "partiu para o sertão da eternidade" numa quarta-feira dia primeiro de outubro de 2008, aos 85 anos, a maior carranqueira do São Francisco voltou ao barro que a fez. E deixou Zé dos Barros, pela primeira vez, na escuridão.

Ela era uma mulher de solenidades. Não falava, entoava. “Minha vida é extensa...”, era a frase com que iniciava a narrativa. Analfabeta, fazia literatura pela boca. E mesmo limitada por uma seqüência de derrames, parte dos dedos com que tocava a lama do mundo paralisados, Ana era grande. Carregava nos gestos uma largura de alma. E o rio era seu espelho em mais de um sentido. A mulher que moldava o barro do chão só pisava o reflexo do céu. 

Ana das Carrancas costumava dizer que sua arte era a síntese de seu amor por um cego que via o mundo mas não era visto por ele. Entre ela e Zé dos Barros nunca se soube quem era criador, quem era criatura. 

Ela já veio ao mundo retirante, na cidade pernambucana de Santa Filomena. Mas diferente de quase todos, nunca lamentou a terra estéril sob seus pés. A estirpe de mulheres da qual era continuidade moldava pratos, panelas, vasos. Ana aprendeu com a mãe, e antes dela a avó, que do barro se arranca tudo, até a vida.

Uns poucos anos depois dela, José Vicente de Barros nasceu em Jenipapo, outro canto sertanejo. Desembarcou na vida sem olhos, por culpa do amor incestuoso entre primo-irmãos. Desde cedo a ele ensinaram que “quando Deus faz uma criança sem vista é porque quer que ela sobreviva como pedinte”. Para se localizar na escuridão, desde menino ele balançava a cabeça. E nesse de lá pra cá, de cá pra lá, encontrava equilíbrio mesmo nas trevas.

Ana e Zé só cruzaram seus pés descalços quase trinta anos mais tarde. Ana tornara-se viúva desde que seu marido despencara de um pau-de-arara. Conheceu Zé pedindo esmolas na feira de Picos, Piauí. Ele balançava guizos, cantava cantigas. Mas era um cego desaforado por anos ouvindo os meninos mangando dele, pegando nele. Ana, não. Era resignada, como costumam ser as mulheres com fome e filhos para dar de comer. Ana dava comida a Zé sem que ele precisasse implorar.
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Um dia a vizinha abordou Ana na rua. “Desenteirei açúcar do meu filho para dar esmola a Zé”, queixou-se. O rosto de Ana queimou de vergonha. Tirou uma nota do bolso e retrucou: “Enteire de novo o açúcar do seu filho. Por Zé ele não vai passar fome”. Naquela noite não dormiu. Sua tristeza não coube na rede que dividia com Zé. Quando acordou, chamou o marido e anunciou: “Meu velho, nunca lhe fiz um pedido. Mas hoje lhe peço. De agora em diante, você não vai mais pedir esmola". Assustado, Zé rebateu: “Deus me fez sem vista para que eu pedisse esmola”. Ana fincou pé: “De hoje em diante sua vista é a minha. Você pisa o barro, eu faço a peça. Nós vamos levar para a feira, nós vamos ser felizes”.

Ana pegou a enxada e caminhou até as margens do São Francisco, em Petrolina. Diante da fartura de líquidos, invocou o espírito do rio: “Meu grande Nosso Senhor São Francisco. Pelo poder que ostenta, pelas águas que estão correndo, do próprio barro melhore a nossa vida”. 

Ao terminar, juntou um bolo de lama e fez, sem que até hoje saiba como, a primeira carranca. Começou levando na feira, suportando calada riso e maldades. “É tão feia quanto a dona”, cutucavam. No dia seguinte, em vez de uma, Ana levava duas. Até que caiu nas graças dos turistas e dos ricos da cidade e, de lá, suas obras ganharam o mundo. Ela então deixou de ser Ana do Cego e virou Ana das Carrancas. E ele virou Zé dos Barros.

As carrancas de Ana são diferentes de todas as outras que, desde o final do século XIX, apontaram a face horrenda na proa das barcas do São Francisco. A maioria dos carranqueiros célebres esculpe em madeira, Ana, em barro. Mas a maior singularidade são mesmo os olhos vazados. São eles que dão a expressão melancólica, contendo mais sofrimento do que ameaça, à obra de Ana. É do feminino que Ana tira sua carranca dilacerada diante da dor do mundo.

Os traços deformados das carrancas de Ana expressam, pelo avesso, a perfeição de seu amor. É este sentimento avassalador que tomava conta de Ana, anos atrás, quando ela começou a pressentir que o fio de sua vida atingia seu cumprimento. “O barro é como gente. Tem o barro ruim e o barro bom. E até o barro regular. Conhecendo o barro se conhece o mundo”, sussurrava ela. “O barro é o começo e o fim de tudo. Sem ele não sou ninguém. Foi ele que me deu o direito. Não me separo dele pra coisa nenhuma, porque eu amo aquilo que ama a mim. O barro é um caco de mim. Nas minhas veias corre sangue de barro.”

As lágrimas abriam então sulcos em sua face. Por um momento, ela assemelhava-se à sua criação. Movia o rosto em direção a Zé, que não a via com os olhos, mas era o único a abarcá-la por completo. Ana então dizia: “Não estou pedindo a morte. Mas quando eu me for, qualquer pedacinho de orelha, nariz ou olho é lembrança dele. E de mim”. 

Zé Vicente infartou em 2014...ganhou definitivamente Luz...

Fonte: Eliane Brum-Jornalista
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CONSELHO MUNICIPAL DE CULTURA E PATRIMÔNIO DE PETROLINA SERÁ REATIVADO

A secretária de Cultura, Turismo e Esportes de Petrolina, Maria Elena convida os interessados para a reunião de Reativação do Conselho Municipal de Cultura e Patrimônio de Petrolina.

O evento acontecerá na sexta-feira (24), no Centro de Convenções, às 16hs.
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PLANTAS MEDICINAIS E O CULTIVO DA AGRICULTURA FAMILIAR

Semear, regar e colher. Aos 67 anos estes são os principais verbos da vida de Francisca Zuza dos Santos. Nascida no Crato, Ceará, devota de Padre Cícero do Juazeiro do Norte, a agricultora diz que há 25 anos trabalho na Horta de Plantas Mediciais em Petrolina, no bairro Areia Branca. 

Além de valorizar a alimentação saudável e beneficiar o meio ambiente, a atividade, de acordo, com dona Francisca torna a vida mais prazerosa. Ela revela que muitos dizem que "o trabalho valoriza o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, assim como as detentoras desses saberes, por meio da construção coletiva de conhecimentos sobre o manejo agroecológico."

O detalhe do trabalho de dona Francisca está no "cuidado que ela tem pelas plantas medicinais". "Temos e cultivamos erva cidreira, capim santo, melão de são caetano hortelã, abacaxi, entre outros. "É uma alegria poder ajudar. Os compradores vão chegando todo dia e nós vamos contribuindo com uma vida mais saudável".

É o caso de Gernira Monte que logo nas primeiras horas dessa quarta-feira (22), veio até a horTa comprar capim santo. "Sou adepta do chá caseiro. Sempre um alivio. Costumo fugir dos remédios industrializados. Prefiro sempre que posso os da natureza".

Em todas as épocas e em todas as culturas, o conhecimento dos remédios caseiros, que cura gripe e dores no corpo se desenvolveu e foi sendo ajustado de acordo com os efeitos produzidos sobre o organismo. Saber que plantas usar e a dosagem certa, todavia, requer experiência e sabedoria.

"Esse saber popular, porém, vem sendo cada vez mais ameaçado. O discurso dominante busca desqualificar as técnicas dessa medicina alternativa, fazendo com que o povo abandone suas receitas caseiras para comprar remédios industrializados. Por outro lado, a indústria de fármacos e cosméticos tem se apropriado e privatizado os conhecimentos construídos coletivamente e ao longo de gerações", escreveu o médico Celerino Carriconde, na época coordenador do Centro Nordestino de Medicina Popular.
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CLARISSA LOUREIRO: RESENHA DO LIVRO NINGUÉM DETÉM A NOITE DE NIVALDO TENÓRIO

“ Ninguém detém a noite” espanta. E é por conta desse aspecto que está a contemporaneidade de sua linguagem. Traz na sua estruturação arredia à leitura desatenta o traço marcante de dizer o indizível, ou seja, o que sufoca na garganta do indivíduo do século XXI. Neste sentido, dialoga com a primeira obra “ Dias de Febre “. Em todas as narrativas, há uma ressignificação metafórica da noite que perde seu sentido original para alcançar o significado da explosão do aparente equilíbrio do estabelecido dentro ou fora dos personagens. 

E ela é inevitável porque a própria realidade dos personagens está tão doente quanto a do sujeito que a reinterpreta enquanto a lê. E isso não pode ser dito se não através do constante uso de lacunas a serem preenchidas pelo leitor que vagarosamente vai revisitando temas tão difíceis de serem afirmados e, quiçá, vivenciados nos dias de hoje. HIV, Câncer, Incesto, Suicídio, Demência, Envelhecimento reprimido, homossexualidade reprimida, família destruída pelo silêncio, pela solidão, pela incompreensão da formas particulares de existir.

A noite é, portanto, o doloroso encontro consigo mesmo e o espanto de não estar no padrão que todos de alguma forma tentam viver. Dai, a ironia do “ciclo militar” que compõe as três narrativas que fecham a obra. Ambas recriam a psique de militares adoecidos pelo paradigma ditado por uma identidade controlada por uma metodologia de existir que os molda, os castra e os desestrutura emocional e fisicamente: 
“ A coruja branca” justapõe câncer de próstata e o homicídio da coruja como uma morte da própria sensibilidade de viver num mundo além dos paradigmas militares, num jogo narrativo entre passado e presente em que os conceitos de memória coletiva ( grupo de militares) e memória individual ( um ex-militar) se identificam para expressarem a solidão do homem desvirilzado no espaço onde vive. Perder a potência é perder também um pouco da força para se construir no mundo. 

“Giulia” exprime o lirismo nostálgico do combatente de guerra, perdendo a memória de si mesmo por conta de demência do envelhecer e poeticamente buscando na “ memória viva” de Giulia ( uma enfermeira de guerra) um “ lugar de memória” de uma existência espontaneamente vivida na juventude e, paradoxalmente, na guerra. E, então, o enlouquecer é uma forma de achar-se além do planejado. E a beleza do gesto da esposa é a compreensão dessa busca além dos grilhões da família, talvez numa das mais belas declarações de amor da obra.

“ Além da noite” é por si só, a maior explosão do livro em que desvenda a hipocrisia de militar entediado com os afazeres de gabinete, reinventando o tesão pela ação bélica em prostíbulos em que possui meninas que jamais sua esposa foi capaz de parir, numa pedofilia contaminada por todos os receios do homens e mulheres do séculos XXI.

Acredito que com esses três contos, NIvaldo, de fato, consegue discutir uma dos temas mais atuais na literatura: a identidade como um processo relacional com o outro, o tempo e o espaço. E faz isso com a coragem de trazer o que dói no homem de hoje como um ingrediente necessário para essa construção em eterna construção em desconstrução.

E isso só pode ser feito através de uma linguagem que se abre a ressignificações plurais sem deixar de abrir mão de usar intertextos canônicos como a presença do “Ateneu” de Raul Pompéia para discutir a homossexualidade reprimida em “ O Internato” ou a beleza do revigor sexual do idoso a partir de uma relação com uma bela jovem cujo adormecer ao seu lado é mais forte do que o próprio ato, como se nota em “ Memória de Minhas putas tristes” de Gabriel Garcia Marquês. O diferencial no romance de Nivaldo Tenório é dor incontida que faz seu desfechos serem abertos como um rio que nos corta, afoga e dilacera.
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