CORTE IRREGULAR DE ÁRVORES EM PETROLINA CAUSA MULTA DE R$ 2MIL A MORADORA

Uma denúncia de crime ambiental na Avenida do Cajueiro, no bairro Areia Branca, Petrolina chamou a atenção. Quatro árvores localizadas no canteiro central da avenida foram podadas de forma irregular. A Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) enviou uma equipe de fiscalização ao local para apurar a situação que acabou se configurando como crime ambiental.

A AMMA nãao divulgou o nome da autora da poda, "identificada como a pessoa que ordenou a poda" e que foi realizada de forma incorreta e sem autorização ambiental. Por isso, ela foi autuada em flagrante em dois artigos do decreto federal 6514, legislação que trata de crimes ambientais. Primeiro o artigo 56, por maltratar ou danificar qualquer tipo de vegetação em logradouro público ou privado, depois o 66 por poda radical sem licença ambiental. Uma multa de R$ 2 mil.

Danificar, queimar ou causar quaisquer prejuízos à árvores localizadas em logradouros públicos contraria a lei de crimes ambientais que além de multa, aponta como possível punição detenção de 3 meses a 1 ano. Para evitar penalidades, a AMMA orienta que uma autorização seja solicitada. Somente após a análise e expedição do documento de concessão pela agência é que se pode realizar poda ou corte de árvores. 

O licenciamento ambiental para poda de árvores pode ser obtida presencialmente na sede da agência, que funciona na rua Crispim Amorim Coelho, nº 303, no centro da cidade, de segunda à sexta-feira das 7h às 12h e das 14h às 17h.
Nenhum comentário

COMISSÃO APROVA FIM DA ESTABILIDADE DOS SERVIDORES PÚBLICOS

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou regras para a demissão de servidor público estável por "insuficiência de desempenho", aplicáveis a todos os Poderes, nos níveis federal, estadual e municipal. A regulamentação tem por base o substitutivo apresentado pelo relator, senador Lasier Martins (PSD-RS), a projeto de lei (PLS 116/2017 – Complementar) da senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE). A matéria ainda passará por três comissões, a começar pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Debate de quase duas horas antecedeu a votação, encerrada com nove votos favoráveis à proposta e quatro contrários. Pelo texto, o desempenho funcional dos servidores deverá ser apurado anualmente por uma comissão avaliadora e levar em conta, entre outros fatores, a produtividade e a qualidade do serviço. Deve ser garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa.

No texto de Maria do Carmo, a responsabilidade pela avaliação de desempenho seria do chefe imediato de cada servidor. A justificar sua opção por transferir a tarefa a uma comissão, Lasier Martins afirmou que nem sempre o chefe imediato é um servidor estável, mas sim um comissionado sem vínculo efetivo com a administração pública.

Nenhum comentário

ORAÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO EM TEMPOS DE POUCOS RIO

Foto: João Zindair
O Rio São Francisco não nasce na Serra da Canastra. Digo isso porque a correria estressante das ruas do Rio de Janeiro me oprime. Os olhos dessas crianças nuas me espetam e essa população de rua dormindo pelas calçadas me joga contra o muro. Esse Cristo economiza abraços e atende a poucos.

Só uma coisa me alenta hoje: a saudade do meu santo rio. O Rio São Francisco, o Velho Chico, Chiquinho. Escuto o murmurar de suas verdes águas: — Deixai vir a mim as criaturas... E assim foi feito. Falar de desrespeito e depredação tornou-se obsoleto. Denunciar matanças e desmatamentos resultou nulo. Orar e orar. Pedir ao santo do seu nome a sua oração.

Lá do Cristo Redentor da cidade de Pão de Açúcar, nas Alagoas, um moleque triste escutou a confissão das águas. Segundo ele, o Velho Chico dizia:

“Ó, Senhor, criador das águas, benfeitor dos peixes, escultor de barrancas e protetor de homens fazei de mim bem mais que um instrumento de tua paz. Se paz não mais tenho faz-me levar um pouquinho aos que em mim confiam. Paz para as lavadeiras que, em Própria, choram a sua fome de pão. Que, em Brejo Grande, soltam lágrimas pelos filhos mortos no sul do país. Que, em Penedo, já perderam a fé de serem tratadas como gente sã.

Onde houver o ódio dos poderosos que eu leve o amor dos pequeninos. O amor dos que cavam a terra a plantam o aipim. Dos que cavam a terra e usam-na como cama e lençol para sempre. Dos que querem terra para suas mãos, para os seus grãos, para a sua sede. O amor que não é submisso, mas escravizado. O amor que tem coragem de um dia dizer não. Coragem diante das balas e das emboscadas, das más companhias e da solidão. 

Onde houver a ofensa dos governos que eu leve o perdão dos aposentados e servidores públicos. O perdão, nunca a omissão. A luta, porque perdoar não requer calar. Perdoar não quer dizer parar. Como minhas águas, tantas e tantas vezes represadas, mas nunca paradas e que, quando em minha fúria, carregam muralhas, absorvem barreiras e escandalizam Três Marias, Xingó e Paulo Afonso.

Onde houver a discórdia dos que mandam que eu leve a união dos comandados. A suprema união dos que sonham com as mudanças, dos que querem quebrar hegemonias e oligarquias. A discórdia dos reis contra a união dos plebeus. Um povo unido é força de Deus, dizia o velho bendito e sejais bendito, Senhor. A união das águas, a união das lágrimas, a união do sangue e a união dos mesmos ideais.

Onde houver a dúvida dos que fraquejam, que eu leve a fé dos que constroem seu tempo. Na adversidade, meio ao deserto e ao clima árido, a fé dos que colhem uvas e mangas em minhas margens. Dos que colhem arroz em minhas várzeas, dos que criam peixes com minhas águas em açudes feitos. A fé dos xocós lá em Poço Redondo. A fé que cria cabras nos Escuriais. Dos que colhem cajus e criam gado em Barreiras e outros cafundós.

Onde houver o erro dos governantes que eu leve a verdade de Canudos. O bom senso dos conselheiros de encontro à insanidade dos totalitários. Os canhões abrindo fendas na cidade sitiada e a verdade expondo cada vez mais a ferida da loucura na caricatura da História. O confisco da poupança e o rombo na previdência. O fim da inflação e o pão escasso, o emprego rarefeito, a dignidade estuprada em cada lar de nordestinos.

Onde houver o desespero das crianças da Candelária que eu leve a esperança das mães de Acari. E aqui, Senhor, te peço com mais fé. A dor dos deserdados, dos que perderam seus pais, filhos ou irmãos, seja de fome, doença ou assassínio, inundai-os com as águas esmeraldas da justiça. A justiça da terra e dos céus. Pintai de verde o horizonte das famílias daqueles que foram jogados mortos em minhas águas. Eles não foram poucos.

Onde houver a tristeza dos solitários que eu leve a alegria das festas de São João. Solitário eu banho muitas terras e em todas, das Gerais, do Pernambuco, das Alagoas e do Sergipe, não há tristeza ao pé da fogueira, nas núpcias entre a concertina e o repente, entre a catira e o baião.. Das festas do Divino ao Maior São João do Mundo, deixai-me levar, Senhor, o sabor de minhas águas juninas e seus fogos de artifícios.

Onde houver as trevas da ignorância que eu leve a luz do conhecimento e da sabedoria. A escuridão dos homens dementes que teimam em querer ferir-me de morte seja massacrada pela luz de um futuro negro, sem água potável, sem terra e sem ar.. Dai-me esse poder, de entrar nas mentes e nos corações, de espraiar-me pelos mil recantos dos que querem mal à nossa casinha, nossa pequena Terra. O homem sábio seja sempre sábio e contamine os povos com ensinamentos de preservação.

Ó, Senhor, dai-me vocação para consolar os que se lamentam de má sorte. Fazei-me compreender porque tanto mal há nos corações. Sobretudo, Senhor, não autorizeis que eu deixe de ser o Rio São Francisco, que há tantos anos não foge do seu leito, espalha e espelha vida em abundância. Que, embora tenha dado, quase nada recebo, que perdoando sempre, continuo sendo morto enquanto todos pensam que serei eterno.”

Foi assim que escutei e assim reproduzo.

Fonte: Aderaldo Luciano- paraibano, nascido em Areia, professor de Teoria da Literatura.
Nenhum comentário

FESTIVAL CELEBRA 120 ANOS DO FIM DA GUERRA DE CANUDOS

Em comemoração aos 120 anos do fim da Guerra de Canudos, será realizado o 1º Festival de Cultura, Artes e História do município. O evento acontecerá nos dias 4 e 5 de outubro e tem como objetivo ressaltar a história e cultura de Canudos, abordando os anos de resistência dos que lutaram por justiça social no sertão baiano.

Um dos destaques do festival será o desfile temático onde as escolas retratarão toda a história do município e de toda a guerra, com o tema “A luta, o homem e a terra”, com encenações baseadas no livro ‘Os Sertões’, de Euclides da Cunha. O Concurso “Canção Histórica de Canudos” também será um dos grandes momentos do festival. A programação inclui ainda apresentações da Filarmônica Municipal, da Banda de Pífanos, teatro, artesanatos, dança e uma grande virada cultural com artistas locais que encerrarão o evento.

Dia 5 de outubro é a data que marca o fim da guerra de Canudos e o festival busca resgatar memórias do conflito e destacar a resistência e história dos canudenses. 
Guerra de Canudos. O conflito, chamado Guerra dos Canudos ocorreu entre novembro de 1896 a 5 de outubro de 1897, um confronto entre a população de fundo sócio-religioso e o Exército da República.

O beato Antônio Conselheiro liderava este movimento. Nas três primeiras tentativas das tropas governistas em combater o arraial de Canudos nenhuma foi bem sucedida. Porém, na quarta tentativa, as tropas federais massacraram os habitantes do arraial de Canudos de forma brutal. Crianças, mulheres e idosos foram mortos sem piedade. Antônio Conselheiro foi assassinado em 22 de setembro de 1897.

Nenhum comentário

LEONARDO, O POETA E ARQUEÓLOGO

Leonardo, o poeta arqueólogo
O arqueólogo e artesão Leonardo Farias Leal nasceu em Floresta, Pernambuco, cidade que se destaca no cancioneiro de Luiz Gonzaga, quando imortalizou o Riacho do Navio. Formado em São Raimundo Nonato, Piauí, Leonardo mora em Juazeiro, Bahia e é conhecido no mundo das artes como "Mané Gostoso Neto", autor de centenas de cordeis, entre eles, A moça que virou carranca, O romance do Nego d'agua,  O cari encantado ou a Serpente dourada.

A inquientação está na harmonia da arte do filho do Pajeú, o Mané Gostoso Neto, escultor, poeta, desenhista, que traz na alma a rebeldia e a saudade do lugar onde nasceu. No mesmo corpo, o arqueólogo, preocupado em dialogar com a sociedade: é cada vez mais urgente a necessidade de todos tomarem conhecimento de um passado milenar que está sendo destruído.

Juntos, o poeta e o arqueólogo se complentam, o passado e o olho no futuro. Para concretizar este desafio Leornado já expôs em São Raimundo Nonato-Piauí. Realizou trabalhos no sudeste. Em Juazeiro e Petrolina parte de sua criação pode ser encontrada no Espaço Multicultural Cubículo, local coordenado por Candyce Duarte, formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco, em artes visuais. O Cubículo funciona em Petrolina desde dezembro do ano passado. "O espaço nasceu com este propósito, um espaço multicultural, afetivo e intimista para quem gosta, curte, ama artes e cultura".

No Cúbilo funciona uma galeria e acontecem apresentações culturais, Projeto Som na Salinha, Tudo Cacto tudo Frida. Vale conferir. Fone: 87 (9)88176357

Redação blog Foto: Ney Vital
Nenhum comentário

HUMBERTO TEIXEIRA, O DOUTOR DO BAIÃO-39 ANOS DE SAUDADES

No Museu da Imagem e do Som Alcântara Nogueira, em Iguatu-Ceará, está exposta uma flauta que tem uma importância fundamental na música brasileira. O seu dono, no entanto, nunca foi reconhecido exatamente pelo talento como flautista, nunca se arvorou a um Pixinguinha, ou Benedito Lacerda, dois grandes flautistas que viveram na sua época.

O dono dela é natural de Iguatu e começou a aprender música na flauta que lhe foi presenteada pelo pai. Teve como professor um tio músico, o maestro Lafaiete Teixeira. E o aprendizado contribuiu para que ele se tornasse um dos mais importantes compositores da MPB. Seu nome:
Humberto Cavalcanti de Albuquerque Teixeira, que em 2015 completou 100 anos de seu nascimento.

Humberto Teixeira morreu no dia 03 de outubro de 1979 no Rio de Janeiro.

O Doutor do Baião, como também era conhecido por ser formado em direito, tem uma extensa obra musical, e nem toda composta por baiões. No entanto, foi por este ritmo, estilizado em 1946, em parceria com o pernambucano Luiz Gonzaga, que ele fez fama e fortuna.

O encontro dos dois foi um destes acasos fundamentais que mudaram o curso da música brasileira. Em 1945 Luiz Gonzaga tinha na cabeça a ideia de criar uma nova dança, uma nova tendência musical, baseada nos ritmos que trouxe com ele do sertão de Pernambuco. 

Já começava a fazer sucesso com a Moda da mula preta e Xamego. Seu parceiro mais habitual na época era Miguel Lima. Um dia Gonzaga procurou Lauro Maia, compositor cearense, para juntos deflagrarem o novo ritmo. Maia esquivou­se da empreitada e sugeriu que Luiz Gonzaga procurasse seu cunhado, o advogado Humberto Teixeira.

Teixeira vinha de uma família classe média, o avô era chefe político da região, o coronel Francisco Alves Teixeira. Adolescente, foi mandado para estudar em Fortaleza, em seguida ao Rio de Janeiro, onde pretendia estudar medicina. Mas mudou de ideia, e fez direito. 

Passou a compor com parceiros durante o curso. A obra que considera inicial intitula­se Sinfonia do café, composta para um musical chamado Muiraquitã, que por influência de um colega de turma, participou o filho do Ministro da Aviação. A composição não fez sucesso, mas agradou a Alberto Byington Junior, presidente da gravadora Columbia (depois Continental). Que gostou da música e pediu que lhe encontrassem o autor.

Dias depois ele recebeu uma ligação de Braguinha, diretor musical da Columbia, pedindo que Humberto Teixeira comparecesse à Columbia porque a Sinfonia do café seria gravada. Cunhado de um compositor bem sucedido como Lauro Maia (casado com a irmã de Humberto), o caminho estava aberto.

Até o encontro com Luiz Gonzaga, o cearense tivera várias composições lançadas por artistas famosos do Rio. Nenhuma, porém, nem de longe chegou perto do que aconteceria com as parcerias que passou a assinar com o pernambucano de Exu, que apareceu em seu escritório, na Avenida Calógeras, Centro do Rio, numa tarde de outono de 1945.

Em entrevista (publicada em livro) ao pesquisador cearense Miguel Ângelo de Azevedo, conhecido como Nirez, Humberto Teixeira contou em detalhes o encontro inicial com Luiz Gonzaga: "Eu fechei praticamente o escritório, como eu fazia sempre que vinha negócio de música. Nós relembramos, retrospectamos em torno dos ritmos nordestinos, do Ceará, de Pernambuco, a terra ele... 

Naquele dia chegamos a duas conclusões muito interessantes. Uma delas é que a música ou o ritmo que iria servir de lastro para nossa campanha de lançamento da música do Norte, a música nordestina seria o baião. Nós achamos que era o que tinha características mais fáceis, mais uniformes, para se alcançar essa música". Ao final da reunião, a dupla estava com Asa branca praticamente pronta. Três dias mais tarde, fizeram Baião, lançada pelo grupo vocal Quatro Ases e um Curinga, em 1946, gravada por Luiz Gonzaga três anos depois.

Dos muitos parceiros que Luiz Gonzaga teve, foi com Humberto Teixeira, ao menos nos primeiros meses, que Gonzaga mais teve participação ativa na letra ou na música. Boa parte do que criaram na primeira safra do baião veio de melodias ou versos de domínio público. Asa branca, Juazeiro, Légua tirana, Baião de dois, eram temas que se cantavam sem que se soubesse a autoria. Um bom exemplo, é Baião de dois (1946), cujos versos iniciais são transcritos por Gustavo Barroso no livro Ao som da viola (1921): "S.José que moda é essa?/largue o prato e colher/homem não vai à cozinha/em lugar que tem mulher", praticamente os mesmo de Baião de dois: "Abdon que moda é essa?/deixa a trempe e a colher/homem não vai à cozinha/que é lugar
Nenhum comentário

TARGINO GONDIM E MATINGUEIROS PARTICIPARÃO DE EVENTO EM DEFESA DO RIO SÃO FRANCISCO

Os Movimentos Sociais e Políticos, com apoio dos Federação Regional dos Urbanitários, promoverão no próximo dia 06 em Juazeiro e Petrolina o Ato político e cultural todos pelo Rio São Francisco. O evento terá início a partir das 15hs.

De acordo com a coordenação do evento o Rio São Francisco está fortemente ameaçado por uma provável privatização da Chesf. "Caso se concretize, sabemos que haverá perdas irreparáveis à população nordestina, principalmente aos locais menos acessíveis", revela o texto divulgado nas redes sociais. 

Ainda de acordo com o texto Atualmente fragilizado, o Rio São Francisco não será tratado como prioridade pela iniciativa privada, tampouco continuarão os investimentos em projetos sociais para beneficiar a população ribeirinha e o controle do uso múltiplo do nosso Velho Chico não será garantido.

A programação consta de shows, manifestações culturais diversas, depoimentos e manifestos de apoio,passeata Petrolina/Juazeiro, serviços públicos (glicemia, medição de pressão arterial, outros), espaço infantil, apresentações de fanfarra, trabalhos escolares relacionados ao tema.

Participam do evento Matingueiros - Grupo Cultural e Musical, Sandro Cordas e banda Sonoridade de Sobradinho/Ba, João Sereno e banda, Targino Gondim. 
Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial