LUIZ GONZAGA -LÉGUA TIRANA: O FILME QUE ENCANTA COM SONS DOS SERTÕES

O jornal a FOLHA DE SÃO PAULO destaca que "Légua Tirana", nova cinebiografia de Luiz Gonzaga praticamente não se ouvem músicas do rei do baião. Há duas delas —"Vira e Mexe" e a faixa que dá nome ao filme, já nos créditos. Em vez do ronco do fole, ouvem-se os sons que emergem da terra no sertão nordestino.

"A gente carregou esse filme de silêncio para que as pessoas pudessem escutar o silêncio do sertão —que não é silêncio, é o carro de boi que aparece de repente, um passarinho, o chocalho. Quando você para de ouvir o que está em primeiro plano, começa a ouvir todo o resto", diz Diogo Fontes, codiretor da obra, ao lado de Marcos Carvalho. 

"A escuta do sertão está presente na obra de Gonzaga, é a matriz de sua criação."

É justamente dessa matriz —no caso, a infância— que trata "Légua Tirana". A maior parte do filme acompanha o jovem Luiz Gonzaga, interpretado por Kayro Oliveira, e sua interação com os pais, amigos, desafetos, desconhecidos, a geografia e até figuras míticas do sertão. É a imaginação do ambiente que forjou o artista, nascido na cidade de Exu, no Sertão de Araripe, na divisa de Pernambuco com o Ceará.

O espaço e seus habitantes foram incluídos na pesquisa para o filme tanto quanto as fontes bibliográficas usuais de uma cinebiografia —pessoas que conviveram com Gonzaga, livros e pesquisadores. É uma visão do sertão de dentro para fora, diz Marcos Carvalho, ele próprio nascido na região, filho de agricultores de Serra Talhada, em Pernambuco. Diogo Fontes também é nordestino, de Alagoas.

Boa parte da equipe do filme, ressalta o diretor, foi formada por moradores da região de Exu que passaram por um processo de formação e preparação de elenco. Isso inclui Wellington Lugo, que interpreta Luiz Gonzaga em sua versão adolescente.

"É um filme que nasce e brota do sertão", afirma Marcos Carvalho. "Sou muito conectado com essa questão da natureza, de ver o sertão em sua exuberância —na geografia, na flora, na fauna… Isso é muito importante para a gente que nasce e que vive no sertão."

Até por isso, Kayro Oliveira caiu como uma luva no papel. Descendente do povo indígena Anacé, de Caucaia, no Ceará, ele tinha apenas 11 anos quando filmou como o pequeno Gonzaga. Sanfoneiro que ganhou fama no programa The Voice, da TV Globo, o ator, hoje com 18 anos, é fã do rei do baião desde a infância.

"Eu tinha noção de que era um negócio grandioso, mas não tinha o pensamento de que era uma responsabilidade. Se tivesse, não teria saído do jeito que saiu", ele diz. "Tem um pouco de mim também. É como o diretor, o Diogo, sempre fala, todos nós temos alguma coisa de Luiz Gonzaga dentro da gente."

Para os admiradores mais assíduos do cantor, há dicas e referências sutis às suas letras no roteiro e arranjos musicais vez ou outra tocados na sanfona por Kayro de Oliveira. Mas "Légua Tirana", diz Marcos Carvalho, se passa num momento em que suas canções mais famosas sequer existiam, menos ainda eram sucesso no país.

O filme mira sua câmera para a relação do menino com o espaço —que nesse caso, não se trata de uma caatinga resumida à seca e ao sofrimento. "A miséria não é presente no filme como um atalho fácil", afirma Diogo Fontes.

"Légua Tirana" retrata tanto cenas verídicas, como o trabalho de Luiz Gonzaga como ajudante de tropeiro, em que sofre maus-tratos, situações em que o racismo se fez presente e a paixão pela sanfona herdada do pai. O ator Tonico Pereira dá vida a um padre bastante peculiar, inspirado numa figura conhecida de Exu.

Mas há também o que os diretores chamam de núcleo de encantados, ou personagens lúdicos que dão à obra ares de realismo mágico. Entre essas figuras está uma cigana interpretada por Cláudia Ohana e um cangaceiro vivido por Luiz Carlos Vasconcelos. "A proposta era realizar um sonho do Luiz, de se encontrar com Lampião", afirma Marcos Carvalho. "O próprio Januário [pai de Gonzaga] também está dentro desse núcleo, ele dá força ao filho para romper essa barreira."

A tal barreira é metaforicamente representada pelo paredão da Chapada de Araripe, cenário da maioria das cenas. Ela representa o maior embate do filme —um cabo de guerra entre as forças que puxam o jovem Luiz Gonzaga para ficar no sertão e as outras que o seduzem a viver o mundo que há além daquela terra.

"É o conflito entre o Luiz do Araripe e o Luiz do Mundo", afirma Fontes. "É Luiz do Araripe porque é o Luiz da mãe, da Santana, da família, da casa. E quando ele rompe com essa muralha, rompe também com a mãe. Nesse processo, o filme não o acompanha, mas fica com a mãe. Ele se mantém circunscrito nessa muralha."

É como se "Légua Tirana" fosse uma obra complementar a "De Pai para Filho", a primeira cinebiografia do rei do baião, de 2012, dirigida por Breno Silveira. Naquele filme, a história de Luiz Gonzaga é narrada através de sua relação conflituosa com o filho Gonzaguinha, nascido no Rio de Janeiro.

Há pelo menos duas cenas que se repetem nessas obras, mas de pontos de vista diferentes. "O filme do Breno acompanha de fora, e a gente, de dentro", afirma Fontes. E se o filme de Silveira tinha o pai, Januário, como força antagônica, quem agora ocupa esse lugar é a mãe, Santana, ele acrescenta.

Outra figura que dialoga com o filme de 13 anos atrás é Chambinho do Acordeon, que se tornou uma figura conhecida em todo o Nordeste pelo talento com o instrumento e também por dar vida a Gonzagão nas telonas. Ele agora volta ao papel, desta vez para incorporar um rei do baião mais velho.

Chambinho conheceu Marcos Carvalho em Exu, no centenário de Gonzaga, quando o diretor fez a proposta a ele. "Confesso que fiquei com um pé atrás por já ter interpretado Luiz Gonzaga anteriormente", diz. "Mas quando ele me mandou o roteiro, me apaixonei."

O ator ficou seduzido pela ideia de ver na tela uma "criança vivendo no sertão e absorvendo aquele universo", que inclui "bandas de pífanos, repentistas, emboladores, o coco, os aboios". "Consegui visualizar um gênio da música popular brasileira nascendo no sertão de Pernambuco e levando consigo todas as suas origens. Tudo isso ele aplica no seu instrumento e na sua voz."

Ele conta que apenas tranquilizou o jovem Kayro Oliveira nas filmagens, mas afirma que, para viver o artista, um mito nordestino, é preciso se esquecer um pouco do Luiz Gonzaga gênio. "A gente teve que se atrelar ao ser humano Luiz Gonzaga. O filho de Januário e dona Santana. Com toda sua vontade de vencer, mas todas as preocupações —de um matuto, sertanejo, nas brenhas do sertão. E no século passado."

Há outra forma de dizer que o filme busca no humano os elementos que fizeram dele um mito —"Légua Tirana" busca o que há de sertão no rei do baião. "Em época de São João, você olha para o céu e vê uma bandeira tremulando com a imagem de Luiz Gonzaga estampando o infinito", diz Carvalho. "Nasci no sertão, sou apaixonado por ele. E Gonzaga o representa de uma forma poética, bonita —é a tradução do sertão."

"O que eu peço para o público é que vá de coração aberto, sabe? E que ouça essa canção, esse poema em forma de filme, que a gente fez em honra e em homenagem ao grande mestre Luiz Gonzaga", disse o diretor Marcos Carvalho.

Para Chambinho do Acordeon, o filme é emocionante: "Quem puder levar um lenço... Porque pode ter certeza que irá se emocionar com a obra feita com muito amor, com muita dedicação. Retrata um período um pouco desconhecido da memória dos brasileiros, porque a gente tem uma lembrança do Gonzaga de 'Asa Branca' para cá, mas o filme vai até 1946".

O filme, que tem distribuição pela O2 Play, entrou em cartaz no dia 21 de agosto.

Nenhum comentário

ARRETADO: BESOURO INÉDITO É DESCOBERTO NA CAATINGA POR PESQUISADORES DO CEMAFAUNA

Um pequeno habitante da Caatinga acaba de ganhar destaque mundial: trata-se do Athyreus arretado, uma nova espécie de besouro da família Geotrupidae (grupo popularmente conhecido como "besouros escavadores") descrita recentemente por pesquisadores do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O achado foi publicado na revista científica Zootaxa e amplia o conhecimento sobre a biodiversidade única do semiárido brasileiro.

O nome curioso da espécie, Athyreus arretado, é uma homenagem a uma expressão típica do Nordeste usada para destacar algo impressionante, belo ou espetacular. O apelido não poderia ser mais adequado, já que o besouro se diferencia por características marcantes na sua morfologia, como o chifre localizado na parte frontal do pronoto (a "placa" que cobre a parte superior do tórax) e a presença de carenas (estruturas em forma de cristas) que desenham um padrão semelhante à letra "J" em seu corpo. Medindo cerca de 2,3 centímetros de comprimento, o besouro apresenta coloração marrom-avermelhada no dorso e tonalidade alaranjada na parte inferior. Segundo os pesquisadores, os exemplares observados foram atraídos pela luz de lanternas e voavam próximos ao solo, a apenas 60 cm de altura.

O novo inseto foi encontrado na Ecorregião das Dunas do São Francisco, no município de Casa Nova/BA. Essa área de paleodunas (antigas dunas de areia hoje cobertas por vegetação da Caatinga) é considerada prioritária para a conservação da fauna e flora, justamente pela alta ocorrência de espécies endêmicas (que só existem ali). De acordo com o estudo, este é o primeiro besouro da família Geotrupidae descrito para a região e apenas o segundo registro de uma nova espécie de Coleoptera (ordem dos besouros) nas dunas do Submédio São Francisco.

Para o pesquisador Gabriel Luiz Celante, que assina a descrição da nova espécie, a descoberta é uma prova do quanto a Caatinga ainda tem a revelar. "A descoberta do Athyreus arretado mostra o quanto ainda temos a conhecer sobre a biodiversidade da Caatinga. Esse besouro foi encontrado em uma região pouco estudada e isso reforça que o bioma guarda espécies únicas que precisam ser registradas e preservadas. Nosso trabalho não é apenas dar nome a um ser vivo até então desconhecido pela ciência , mas também chamar atenção para a importância da conservação desse ecossistema que é exclusivamente brasileiro", destaca.

Já o professor Dr. Benoit Jean Bernard Jahyny, coordenador do Laboratório de Mirmecologia do Cemafauna, ressalta a relevância do estudo como parte de um esforço maior de preservação. "Cada nova espécie descrita é uma peça que se encaixa no grande quebra-cabeça da vida. O Athyreus arretado evidencia a riqueza natural na Caatinga e o papel fundamental da pesquisa científica realizada no sertão. Trabalhos como este reforçam o compromisso da Univasf e do Cemafauna em gerar conhecimento aplicado à conservação e em valorizar o patrimônio natural que temos no semiárido", afirma.

A coordenadora do Cemafauna, professora Dra. Patrícia Nicola, destaca que a descoberta também demonstra a importância da ciência aplicada à realidade local. "O Athyreus arretado é mais um exemplo de como a Caatinga ainda guarda segredos extraordinários. Cada espécie registrada fortalece nosso compromisso em conservar a fauna e em mostrar à sociedade que proteger esse bioma é essencial não apenas para o equilíbrio ambiental, mas também para o futuro das comunidades que vivem no semiárido", ressalta. Patrícia ainda destaca que a descoberta "reforça a relevância ecológica da Caatinga, bioma que apesar de ser o maior conjunto de florestas sazonais secas da América do Sul, ainda é pouco estudado em termos de diversidade de insetos. O achado contribui para o mapeamento da biodiversidade e alerta para a necessidade de conservar esse ecossistema, frequentemente ameaçado por desmatamento, queimadas e avanço agrícola."

A pesquisa é assinada por Gabriel Luiz Celante, Adhan Gabriel Carvalho e o professor Dr. Benoit Jean Bernard Jahyny, do Laboratório de Mirmecologia da Univasf, e por Kaylla Brisley Silva Araújo e Paula Batista dos Santos, do Museu de Fauna da Caatinga/Univasf. O material coletado integra o acervo científico do Cemafauna,  mais especificamente na Coleção Científica de Entomologia do Museu de Fauna da Caatinga, que atua há mais de uma década na conservação da fauna silvestre da Caatinga. O artigo está disponível no site da Revista Zootaxa: https://mapress.com/zt/article/view/zootaxa.5512.3.4

Texto: Jaquelyne Costa

Nenhum comentário

ALDY CARVALHO. A ARTE DE SER VAQUEIRO

 O poeta, cantador, violeiro e escritor Aldy Carvalho, sertanejo de Petrolina, há muito vem explorando sua criatividade multiartista, para além das fronteiras do Nordeste, sendo que o Sertão se mantém nas veias abertas de sua arte. Com uma vasta obra, entre livros e discos, que frequentemente mapeia o universo caatingueiro, Aldy acaba de jorrar no campo literário em forma de cordel, seu olhar aguçado para o mais impávido personagem da caatinga em “A Arte de ser Vaqueiro”(Editora Nova Alexandria), em circuito nacional, com belas ilustrações de Rafael Limaverde.


Nascido em Petrolina, Vale do São Francisco, Aldy sempre bebeu na fonte do rio São Francisco, migrou para São Paulo, mas manteve sua lupa poética focada nas rotinas do povo sertanejo. Cantadores, violeiros e vaqueiros sempre estiveram no cenário real de sua convivência quando criança. Desde que começou a externar sua veia artística, ao longo de décadas, sua obra foi se desenhando como um verdadeiro mosaico que reflete o universo sertanejo, mesclando o lirismo das léguas percorridas com as veredas abertas por grandes nomes da literatura brasileira, como Ariano Suassuna e Guimarães Rosa.
Foto: Divulgação 
Em “A Arte de ser vaqueiro”, com a apresentação do escritor Pedro Monteiro, o autor retrata na linguagem de cordel com estrofes em sextilhas, a profissão de vaqueiro no Nordeste, explorando a bravura e a tradição desse personagem tão presente na realidade sertaneja. Para ele, a profissão de vaqueiro em sua labuta personifica bravura a tradição do povo nordestino.

Nesta obra, o poeta cantador conduz o leitor pelos caminhos áridos da caatinga revelando em seus versos a essência histórica e cultural desse enigmático personagem - celebrando esse importante ofício de vaqueiro reconhecida pela lei 12870 / 10 / 2013.

Aldy Carvalho dedica o novo livro – a ser lançado no segundo semestre em Petrolina, à memória de José Luiz Barbosa, o “Zé do Mestre”, vaqueiro de Salgueiro, Sertão Central, que faleceu em março deste ano. “No Sertão fica seu nome feito marco no gibão/ foi vaqueiro de respeito a aboiador e artesão de Pernambuco(...)/Salgueiro canta saudade, mas o amor ecoa agora na voz da eternidade O cavalo o boi a Terra e a fé são as paixões do vaqueiro”.

Ao longo da horizontalidade do texto poético costurado com primor, a obra é ilustrada por Rafael Limaverde que dá vida às palavras com imagens marcantes da figura do vaqueiro. O pesquisador e caatingueiro, de Curaçá(BA), Omar Babá Torres, endossa a obra em um texto que agrega o valor social e a arte de ‘Ser Vaqueiro’.

Para ele, o homem escolhido pelas circunstâncias da vida para ser um vaqueiro torna-se um ser síntese dos conflitos entre os limites e o ilimitado do possível e o impossível e do permanente embate da morte com a vida. “O vaqueiro é tão naturalmente superior que se avistadas três pessoas num caminho, duas em pano e uma encourada, assim é dito: ali vem uma criança, um homem e um vaqueiro”, descreve Omar.

Contatos para conseguir o exemplar (pazinko@gmail.com)

Fotos: Arthur Carvalho e Jefferson Coli

Por Emanuel Andrade, jornalista, professor e pesquisador.
Nenhum comentário

ESTAÇÃO REPÚBLICA DO METRÔ DE SÃO PAULO RECEBE EXPOSIÇÃO SOBRE LUIZ GONZAGA

O cantor e compositor Luiz Gonzaga é homenageado pelo Projeto Centenários em uma exposição interativa na Estação República, da Linha 4-Amarela. A partir desta quarta-feira (20). Quem passar por lá verá o espaço transformado em uma celebração da brasilidade em sua essência e riqueza da diversidade cultural do nosso país.

A mostra é regada a música e elementos da cultura nordestina que valoriza e celebra a trajetória e a influência do coroado Rei do Baião com uma trilha da trajetória e da influência de um dos maiores nomes da música popular brasileira.

A programação também inclui um tour guiado com os curadores da exposição, Isa Ferraz, Marcos Ferraz e Paulo Vanderley Tomaz, que apresentaram ao público detalhes sobre a vida e a obra de Luiz Gonzaga, além de curiosidades sobre a montagem da mostra. O mezanino da Estação República foi transformado em um autêntico 'arraiá' com cores, sons e sabores típicos das tradicionais festas de São João.

Segundo a Motiva, organizadora da exposição, o convite é para que os clientes da ViaQuatro experimentem a sonoridade e o legado do artista em diversos ambientes da Estação República com espaços criativos e sensoriais. As Escadas que Cantam trazem adesivos com títulos de músicas famosas, como Assum Preto e Asa Branca. Já a tradicional Vitrine do Baião reúne instrumentos típicos, sanfona, triângulo e zabumba, além de rádios antigos e roupas características, como chapéu de couro e gibão, recriando o universo do artista.

As portas das plataformas são decoradas com fotografias de casas e paisagens do sertão nordestino, proporcionando uma imersão visual que transporta os visitantes para o universo das letras do cantor. Um painel horizontal apresenta a linha do tempo da vida de Gonzaga, exibindo fotos, ilustrações e documentos históricos de jornais, revistas e registros visuais que contextualizam a sua trajetória pessoal e artística.

As pilastras da estação também revelam curiosidades e histórias pouco conhecidas do artista em Causos de Gonzaga, enquanto a Vitrine de Discos exibe exemplares originais da discografia do cantor. Na área Luiz Gonzaga Xaxando, vídeos icônicos são projetados em telas de LED com fones individuais e acesso via QR Code. O público também pode conferir frases marcantes e trechos de músicas no painel “Palavras que Sussurram Memórias” e acessar playlists temáticas por meio de QR Codes distribuídos ao longo da estação.

Segundo a presidente do Instituto Motiva, Renata Ruggiero, a homenagem reforça o compromisso do instituto de democratizar o acesso à cultura, aproximando o público das diferentes formas de arte que enriquecem o patrimônio cultural brasileiro e inspiram as próximas gerações.

“Luiz Gonzaga é um ícone da brasilidade e sua obra revela a alma e a diversidade cultural do nosso país. Como quinto homenageado do Projeto Centenários, celebramos não só seu talento, mas também as tradições nordestinas que ele trouxe para o Brasil e o mundo”, disse.

Luiz Gonzaga nasceu em 1912, na cidade de Exu, em Pernambuco, e ficou conhecido por popularizar ritmos nordestinos, como baião, xote e forró, com sua sanfona e voz marcante. Além disso, foi fundamental para levar a cultura do Nordeste a todo o país, fortalecendo a identidade regional e influenciando diversas gerações de artistas.

Pelas redes sociais Daniel Gonzaga postou:

Gonzagão agora é estação obrigatória a caminho da Luz.

Estivemos hoje na estação da Luz em um evento da @viaquatrosp aonde foi anunciado a permanência por um ano de uma exposição (que faz parte de um projeto chamado “Centenários”) gratuita sobre Luiz Gonzaga.

Achei uma iniciativa criativa e um jeito objetivo de levar cultura gratuita e de qualidade para os espaços públicos. Ocupa-los.

Lembrei de Cláudio Baltar: Ver a cidade. 

Transportem-se até lá e acessem o material que está por lá exposto. 

A ação atinge outros artistas, como por exemplo Cecília Meirelles, na estação próxima.

Ouvi dizer que outros estão a caminho.

Se está nas mãos do @paulovanderley_ e da @isagrinspum já tem o caminho certo.

Eu sou a favor de cultura em espaços públicos. E você?

É a favor de arte no metrô?

Só a arte e a cultura combatem o fascismo.

Nenhum comentário

GOVERNO FEDERAL ESTUDA SUBSIDIO PARA O SETOR DE FRUTICULTURA DO VALE DO SÃO FRANCISCO

O governo federal está estudando subsidiar o setor de fruticultura do Vale do São Francisco para mitigar os prejuízos causados pelo tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos. Os prejuízos podem chegar a R$ 150 milhões só para a manga. O Ministério da Fazenda está consolidando as propostas e analisa a criação de um mecanismo emergencial de subvenção para exportação, especialmente da manga, produto altamente perecível e com forte peso na balança comercial da região produtora.

Após a reunião com governadores do Nordeste, na última terça-feira, o governo federal passou a entender a gravidade da situação, dada a urgência logística e a perecibilidade da manga. Cerca de 15% da manga do Vale é exportada para os Estados Unidos. A janela de exportação da manga, que vai de agosto a novembro, movimenta US$ 46 milhões. O subsídio garantiria um preço mínimo ao produtor para as exportações afetadas.

Os bancos públicos foram solicitados a colaborar. Medidas como flexibilização das linhas de crédito para os produtores atingidos, renegociação de dívidas e criação de linha especial de crédito estão em análise.

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Guilherme Cavalcanti, que acompanhou a governadora Raquel Lyra na reunião em Brasília com o ministro Fernando Haddad, o governo federal também estuda autorizar medidas como a compra direta dos produtos de exportação afetados, ou seja, sem necessidade de licitação (possivelmente via uma lei temporária). Frutas e pescados por exemplo, também muito afetados, poderiam compor a merenda escolar.

Governo federal avalia subsídio e compra direta para conter crise na fruticultura. O anúncio dessas medidas federais é esperado para a próxima semana. Enquanto isso, seguem as articulações diplomáticas para ampliar a lista de exceções tarifárias junto aos EUA. O entendimento é que a canetada para resolver 90% do problema da manga e do açúcar.

Nenhum comentário

IRANILDO MOURA LEAL UM ARTISTA PETROLINENSE

 O petrolinense Iranildo Moura Leal, 78 anos é artista plástico e colecionador de raridades. Entre o acervo de Iranildo está uma amostra de fotos antigas da cidade de Juazeiro e Petrolina. O blog destaca a ponte Presidente Dutra e a linha do trem e o Rio São Francisco em tempos de cheia.

Nas ruas, o asfalto substituiu as pedras e o chão batido de terra que faziam parte do cenário de antigamente. Os poucos casarões e prédios históricos que restaram remontam uma época que ficou na memória apenas dos petrolinenses mais antigos. Mas quem quer conhecer mais sobre a história da cidade pode recorrer ao acervo do Arquivo Histórico de Iranildo Moura.

Iranildo possui cerca de 3 mil filmes, incluíndo a história de Lampião. Discos vinil de Luiz Gonzaga e Roberto Carlos entre outros.

Iranildo Moura Leal nasceu em Petrolina, Pernambuco. A infância e adolescência foi vivida na beira do Rio São Francisco. Quando criança viveu em Casa Nova, Bahia. Ali entre os 8 anos e 12 anos conta que vivia olhando os barcos, os vapores que navegavam no rio São Francisco. "Entao comecei a pintar e fazer quadros. Expressar a natureza e a vida através da pintura", conta Iranildo.

EM 2019 o site oficial do cantor e compositor Roberto Carlos, um dos artistas mais populares da América Latina destacou quadros presenteados a Roberto Carlos por Iranildo Moura na década de 70. "Fiquei muito gratificado. Sem palavras tamanho o orgulho". Iranildo conta que até hoje é um dos privilegiados quando o cantor Roberto Carlos faz show em Petrolina e não foi diferente agora em 2025, estive prestigiando o cantor. 

Em contato com a REDEGN, Iranildo lembrou de uma exposição realizada na Biblioteca da Universidade do Estado da Bahia, Campus III, Juazeiro. "Em 2019, a a Exposição Luiz Gonzaga 30 anos de Saudades foi promovida pela Biblioteca do Campus III e teve como objetivo manter um diálogo com a comunidade acadêmica, alunos e público em geral provocando o interesse pela leitura e saberes", disse Iranildo.

A EXPOSIÇÃO do artista plástico Iranildo Moura Leal é composta por sete quadros com pinturas sobre tela e retrata Luiz Gonzaga, o Rei do Baião e paisagens tipicamente sertanejas. Para o artista plástico Iranildo Moura a arte não é profissão é sentimento. “É o desenvolvimento do interior que se torna universal e é como o amor ilimitado. Se a alma é arte então sou artista e agradeço a UNEB a oportunidade de mostrar o meu trabalho”, disse.

Na época o bibliotecário e mestre em Ciência da Informação e doutor em Ecologia Humana Regivaldo Silva (Régis) explicou que as telas pintadas pelo artista plástico Iranildo Moura chamara a atenção dos visitantes.

 “Primeiro em nome da diretoria da Uneb agradecemos a sensibilidade do artista Iranildo Moura. A proposta foi trazer um pouco de conhecimento, cultura e arte para a UNEB. A Biblioteca produz  atividades além dos livros, da leitura que já oferecemos. Nosso objetivo é trazer histórias positivas do convívio com o sertão para que eles possam passar essas informações sobre os ícones da história a partir do Nordeste para a geração que hoje muitas vezes não conhece", disse Regis.

Nenhum comentário

ARCO-IRIS DUPLO COLORE O CÉU DE EXU

O céu de Exu Pernambuco, Terra de Luiz Gonzaga ganhou cores diferentes no fim da tarde deste sábado (16). Um arco-íris duplo foi flagrado na localidade do Sítio Milho Verde, Chácara Lica Fontes e encantou aqueles que puderam ver o fenômeno raro. 

Diante da beleza da natureza, assim que viram o arco-íris duplo, os Advogados Anunciado Saraiva, Junior Parente e o cantor Tarcyo Carvalho, não hesitaram em fazer imagens e fotografar. O video foi enviado com exclusividade para a REDEGN.

"É a perfeição da natureza. Estávamos proseando e a esperança era que ia chover e então veio esse espetáculo da natureza, que agradecemos ao Grande Arquiteto do Universo-Deus. Divino. Muito bonito", disse Anunciado

Especialistas em fotografia analisam que há poucas visões na natureza tão hipnoticamente belas quanto um arco-íris. Uma efêmera maravilha que aparece em nossa realidade, pintando o céu com um espectro de cores, desde o audaz vermelho até o delicado violeta, e em seguida desaparece tão subitamente quanto surgiu. Essas brilhantes faixas de luz têm fascinado a humanidade ao longo dos séculos, surgindo em histórias, canções e até mesmo em mitos de criação ao redor do mundo.

Mas o que é ainda mágico do que simplesmente testemunhar um arco-íris é o ato de capturá-lo em uma fotografia, congelando esse breve instante de deslumbramento para que ele possa ser apreciado repetidamente.

'Capturar fotos incríveis de arco-íris, tecendo o encanto da ciência, da arte e da paixão, no final das contas, a fotografia de um arco-íris não é apenas sobre como enquadrar a luz e a cor, mas sobre capturar aquele raro e efêmero momento de espanto e maravilha", explica Rodrigo Marques, fundador do Clube da Fotografia.

Nas redes sociais muitos internautas se emocionaram. "É um presente de Deus. Lindissimo e assim ficou espetacular...Me emocionei de ver tanta beleza”, “uma verdadeira arte de Deus”, exclamaram.

ARCO-IRÍS NA CIÊNCIA:  De acordo com o astrônomo e professor Rodrigo Raffa, o arco-íris é formado pela interação da luz solar com gotículas de água suspensas na atmosfera, especialmente após uma chuva. No caso do arco-íris duplo, a luz solar sofre uma reflexão adicional dentro das gotículas de água antes de sair, o que resulta na formação de um segundo arco, menos intenso.

"Ele é mais fraco porque parte da luz é dispersa em cada reflexão, diminuindo sua intensidade", explica.

Além disso, o astrônomo esclarece que a formação do arco-íris depende da posição do observador: "O arco-íris, na verdade, é um círculo completo. Nós acabamos observando apenas metade dele, cerca de 180 graus, porque a outra parte está abaixo do horizonte. Se estivermos em um local elevado, como em um avião, conseguimos ver o círculo completo."

A criação de um arco-íris envolve fenômenos ópticos como refração, dispersão e reflexão da luz solar nas gotículas de água. Quando a luz branca do sol entra em uma gota de água, ela muda de direção (refração) e se separa em diferentes cores devido à dispersão, já que cada cor tem um ângulo de desvio distinto.

A luz, então, reflete internamente na gota e sofre nova refração ao sair, intensificando a separação das cores. Esse processo ocorre simultaneamente em milhares de gotículas, resultando no arco multicolorido no céu.

O vermelho aparece no topo do arco porque é menos desviado, enquanto o violeta fica na base, sendo o mais desviado. Para que o arco-íris seja visível, o observador precisa estar de costas para o sol, já que o fenômeno ocorre quando a luz é refletida em um ângulo de 42 graus.

Nenhum comentário

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial