PATATIVA DO ASSARÉ AGORA É PATRONO DA CULTURA POPULAR DO CEARÁ

Patativa do Assaré agora é Patrono da Cultura Popular do Ceará. A Assembleia Legislativa do estado aprovou o Projeto de Lei que reconhece com o título, o poeta popular Antônio Gonçalves da Silva, natural do município cearense de Assaré. 

O texto do projeto destaca que Patativa foi um “gigante da cultura popular nordestina” como poeta, compositor, cantor e improvisador;  e que “sua poesia, rica em metáforas e linguagem coloquial, abordava desde a seca e a pobreza até o amor, a fé e a esperança do povo sertanejo. Patativa também era um mestre da improvisação, capaz de tecer versos instantâneos sobre qualquer tema”.

Nascido em uma família humilde em 5 de março de 1909, na Serra de Santana, em Assaré, Ceará, Patativa do Assaré, como ficou conhecido como autodidata e teve um acesso tardio à educação formal. Além de seu talento nas letras, ele também se destacou como ativista e apoiou causas sociais e políticas como as Ligas Camponesas, a resistência à ditadura militar e as Diretas Já.

Sua trajetória e talento para escrever poemas teve início aos 12 anos, quando começou a frequentar a escola. Na adolescência, uniu seus versos ao som da viola, tornando-se um repentista. Seus poemas foram posteriormente gravados por artistas renomados como Luiz Gonzaga e Fagner, entre outros. Sua obra, que possui pelo menos 10 livros de poesia publicados, trouxe visibilidade para os problemas enfrentados pela população do sertão nordestino, sendo considerado porta-voz do povo excluído de seu tempo, denunciando as desigualdades sociais.

Patativa faleceu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos. Além do sucesso como artista e literato popular, ele também possui vários reconhecimentos acadêmicos como o de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade Regional do Cariri e as Universidades Estadual e Federal cearenses. Em 2018 , o Governo do Ceará criou a Comenda “Patativa do Assaré”, para homenagear personalidades que se destacam em uma ou mais linguagens artísticas, como humor,  teatro, literatura ou que contribuem com o legado da cultura tradicional popular em segmentos como reisado e bumba boi.


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IRPAA: EMERGÊNCIA CLIMÁTICA E COMBATE A DESERTIFICAÇÃO SERÁ TEMA DE SEMINÁRIO

Nos dias 13 e 14 de maio, o Auditório do Instituto Federal da Bahia (IFBA) – Campus Juazeiro será palco do IV Seminário Estadual de Recaatingamento, que este ano traz o tema “Emergência Climática e Combate à Desertificação – Por uma Política Pública de Recaatingamento”.

O seminário se consolida como um espaço estratégico para debater os impactos da crise climática na Bahia e a urgência de ações coordenadas para proteger a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, e os modos de vida dos povos e comunidades tradicionais que dela dependem.

Os efeitos da emergência climática já são visíveis em diversos aspectos sociais, ambientais e produtivos no estado. O avanço da desertificação, aliado à degradação da biodiversidade e à vulnerabilidade socioambiental de várias regiões, exige respostas integradas. Com isso, o evento propõe reunir representantes de comunidades, pesquisadores, gestores públicos e organizações da sociedade civil para pensar coletivamente políticas públicas sustentáveis e efetivas de recaatingamento — estratégia que visa a restauração ecológica da Caatinga e o fortalecimento dos territórios.

Programação destaca participação social e construção coletiva-O seminário será aberto na manhã do dia 13 com uma mesa dedicada aos Povos e Comunidades Tradicionais, seguida de diálogos sobre os impactos socioambientais da emergência climática, escutas com pesquisadores e agricultores familiares, além de um debate sobre a Consulta Prévia, Livre e Informada – de acordo com a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) –, fundamental para a defesa dos territórios.

No segundo dia (14), o foco será a apresentação de resultados de experiências de recaatingamento, debates sobre desafios futuros e construção de uma política pública, além de atividades em grupo que resultarão na elaboração de uma Carta Política: Manifesto da Caatinga.

Inscrições abertas-A participação é gratuita e aberta a todas as pessoas interessadas em contribuir com a preservação da Caatinga e o enfrentamento à desertificação. As inscrições e a programação estão disponíveis no link a seguir: https://www.even3.com.br/iv-seminario-estadual-de-recaatingamento

Mais informações sobre o Recaatingamento: https://irpaa.org/recaatingamento/

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VIOLÊNCIA NO CAMPO: 2024 TEVE RECORDE DE AMEAÇAS DE MORTE

O ano de 2024 apresentou aumento de conflitos por terra e por água, na comparação com 2023, no Brasil. Respectivamente, as disputas subiram de 1.724 para 1.768 e de 225 para 266, conforme aponta a Comissão Pastoral da Terra (CPT) em seu relatório anual, lançado nesta quarta-feira (23) e que adverte para a alta na incidência de contaminação por agrotóxicos e o recorde de ameaças de morte.

Dentro da esfera dos conflitos no campo, a única das três categorias que teve redução foi a de conflitos trabalhistas, que diz respeito a casos de trabalho escravo contemporâneo. Ao todo, no ano passado, foram identificadas 151 ocorrências, número subnotificado, como destacou a CPT em entrevista à imprensa.

Do total de conflitos por terra registrados no ano passado, 1.624 foram ocorrências de violências contra a ocupação, sendo o Maranhão responsável por 363 casos, ou seja, mais de um quinto (21,6%). Completam a relação das dez unidades federativas com maior quantidade o Pará (234), a Bahia (135), Roraima (119), o Amazonas (117), Mato Grosso (102), Mato Grosso do Sul (93), o Acre (59), Goiás (49) e Tocantins (46).

O restante computado na classe de conflitos por terra, foi de ações de resistência. Somaram 88 notificações.

Uma singularidade do ano retratado nesta última edição do relatório é o aumento expressivo de ocorrências de contaminação por agrotóxico. No ciclo de 2015 a 2023, a média era 24,3 por ano.

Em 2024, houve uma generalização, e 276 foram registrados. Novamente, o Maranhão aparece em primeiro lugar, respondendo por 228 deles (83,5%).

Os incêndios, documentados na classe dos conflitos por terra, subiram de 91 para 194 (113%), enquanto o desmatamento ilegal passou de 150 ocorrências para 209 (39%). A CPT ressalta que a Amazônia Legal foi a região mais atingida por ambos os fenômenos. Mato Grosso concentra 25% dos incêndios e o Pará protagoniza a maior parte da perda de vegetação (20%).

As principais vítimas de violência no contexto das disputas por terra foram os indígenas (29%), posseiros (25%), quilombolas (13%) e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST (11%). Como principais agentes que perpetraram as agressões são apontados fazendeiros (44%), empresários (15%) e o governo federal (8%). 

Violência contra a pessoa-No documento, constam, ainda, dados sobre assassinatos, tentativas de assassinato, ameaças de morte e intimidação. O ano passado, informaram os pesquisadores, foi marcado duas quebras de padrão bastante notáveis: a queda mais significativa, desde 2015, no número de assassinatos, que totalizaram 13 ocorrências, e o recorde de ameaças de morte, um total de 272, também dentro dos últimos dez anos.

Outro elemento que se repete no circuito de violência no campo é o latifundiário como multiplicador das agressões. Seis dos 13 casos de homicídio (46%) foram encomendados por fazendeiros.

Em quatro dos assassinatos com fazendeiros implicados, verificou-se que forças policiais foram quem executaram ou apoiaram os autores. Uma das execuções foi cometida por um ex-policial militar, que atuava como segurança particular de um empresário, que ordenou o crime.


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SANFONEIRO IVAN GREG PARTICIPA II EDIÇÃO DO SÃO JOAO DO ISMEP

O sanfoneiro, cantor e compositor petrolinense Ivan Greg será uma das quatro atrações da  segunda edição do São João Ismep. O evento tem como objetivo arrecadar recursos para o Hospital do Câncer do Sertão Araripe (HCSA) que está em construção na cidade de Araripina.

Ivan tem 44 anos e está na estrada da música há mais de 20. Aos 9 anos já tocava teclado e sanfona. Em 2006 mudou-se para a Europa e trabalhou na divulgação e valorização da música brasileira e da cultura nordestina. Gravou e realizou shows na Alemanha, Holanda, Espanha, Itállia, França, Suécia e Bélgica. A música também o levou aos Estados Unidos onde desenvolveu vários projetos. O artista tem como inspiração Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, Sivuca, Gilberto Gil e Djavan.

Talentoso, Ivan quer compartilhar seu forró com o público que irá prestigiar o evento cheio de solidariedade e que irá ajudar milhares de pacientes que enfrentam o câncer no Sertão do Araripe e precisam viajar mais de 700 quilômetros até Recife para fazer tratamento contra a doença.

"Estou feliz demais em poder participar do São João do Ismep para o Hospital do Câncer do Sertão Araripe e que vai atender toda a nossa região. É importante um hospital dessa grandeza. Vamos para o evento com grandes atrações, vamos curtir e dar a nossa contribuição, " convida o cantor e sanfoneiro.

Atrações-Além de Ivan Greg, são atrações do evento: o sanfoneiro Sérgio do Forró, Adãozinho de Rajada e Katin e  Elisson Castro. A festa acontecerá no dia 16 de maio, às 19 horas, na Casa de Shows Zé Matuto em Petrolina.

Venda de Ingressos-Os ingressos custam 30 reais e podem ser adquiridos no Centro Social Pio XI, localizado à Tv. São Francisco, 265 e na Rural FM, no centro da cidade.

Hospital do Câncer do Sertão Araripe-Atualmente, o HCSA já conta com 10 consultórios médicos e uma estrutura avançada para atendimento oncológico, incluindo uma sala de quimioterapia em fase final, um equipamento de cintilografia, além de poltronas, gerador de energia elétrica e aparelho de raio-X.  A unidade está sendo instalada no prédio onde antes funcionava o hotel municipal, atualmente em fase de restauração. A expectativa é que entre em funcionamento ainda este ano, beneficiando pacientes de Pernambuco e do Piauí.  (Fonte: Assessoria de Comunicação do ISMEP)

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PAPA FRANCISCO E O PROCESSO BEATIFICAÇÃO DO PADRE CÍCERO

 O processo de beatificação de padre Cícero Romão Batista na igreja católica foi autorizado por determinação do papa Francisco, em uma carta do dicastério para a causa dos santos, datada do dia 24 de junho de 2022. A autorização para a abertura do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista deu o título de Servo de Deus.

A REDEGN conversou com Padre Wesley Barros que afirmou que o " processo de tornar Padre Cícero um Santo vai correr normalmente", tendo o filósofo italiano Paolo Vilotta, também responsável pelo processo de Irmã Dulce, freira baiana e hoje santa da Igreja, coordenando os trabalhos burocráticos. Padre Wesley Barros é  vice-postulador da beatificação, o trabalho da comissão histórica é o de reunir os escritos e compor a ordem cronológica dos acontecimentos relacionados à história do padre Cícero

Em 2015, o Vaticano reconciliou o padre Cícero Romão Batista com a igreja católica. Com a reconciliação, não havia mais impeditivos para a abertura do processo de beatificação do "santo popular". O pedido para a autorização da beatificação de padre Cícero foi solicitado ne época pelo bispo Dom Magnus Henrique Lopes , através de uma carta entregue ao papa Francisco durante a visita ao Vaticano.

Padre Cícero morreu em 1934 rompido com o Vaticano por envolvimento com a política e pelo polêmico “milagre da hóstia”. Segundo a crença popular, uma hóstia dada pelo padre virou sangue na boca de uma beata. Para os devotos de padre Cícero, trata-se de um milagre, mas a igreja Católica considerou o caso uma interpretação equivocada. Por conta dos "equívocos", ele foi afastado da igreja católica.

Padre Cícero Romão Batista é considerado "Santo Popular" para muitos fiéis católicos. Todos os anos, as romarias em homenagem a ele atraem milhões de romeiros a Juazeiro do Norte.

Para concluir a beatificação, o Vaticano faz inicialmente um levantamento da biografia do candidato para verificar se há algum fator na biografia que possa impedir o processo. Se nada for encontrado, a igreja emite o Nihil Obstat (nenhum impeditivo), um documento formal, redigido em latim e dirigido ao bispo indicando que o pode haver continuidade do processo.

“É a partir deste documento que o candidato à santidade passa a ser chamado Servo de Deus e tem a investigação livre para desenrolar-se até o fechamento do processo”, explica o advogado e especialista em Direito Canônico José Luís Lira.

Em seguida, será constituído um tribunal eclesiástico diocesano que vai aferir as qualidades, as virtudes e constatar toda a vida do Servo de Deus.

Após a conclusão da fase diocesana, os documentos são encaminhados para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. O Vaticano avalia relatos de milagres, graças e atos que possam dar status de beato a Padre Cícero.

"Caberá agora ao novo Papa a última palavra de torna Padre Cícero, Santo oficialmente. Se ele for convencido de que algo inexplicável para a ciência teve, sim, intercessão de Cícero Romão Batista, será marcada então a data para a beatificação. Mas, além de fé, é preciso ter paciência. Esperamos que o padre Cícero seja levado a honra dos altares pois o mesmo já é canonizado no coração do nosso povo", finalizou Padre Wesley.

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UNIVASF: SEMINÁRIO DE POLÍTICA, CULTURA E AMBIENTE ACONTECE EM SÃO RAIMUNDO NONATO

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), por meio do Programa de Pós-Graduação em Política, Cultura e Ambiente (PoCAm), realizará o 3º Seminário de Política, Cultura e Ambiente, de 28 a 30 de abril, no Campus Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato (PI). 

O evento reunirá professores, pesquisadores e estudantes para refletir sobre os rumos do mestrado, com foco na consolidação e nos desdobramentos das três linhas de pesquisa do programa. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 28 de abril.

Os interessados devem se inscrever pelo site do evento. Esta edição irá debater como as linhas Modos de Produção e Formas Expressivas, Economia Política e Técnicas de Governo e Regimes de Conhecimento e Agenciamentos Socioambientais têm se materializado em atividades concretas, projetos de pesquisa e expectativas acadêmicas e sociais. Essas temáticas orientarão mesas redondas, conversas e atividades culturais ao longo dos três dias de programação.

A abertura do evento será no dia 28 de abril, às 19h, com a conferência “Da universidade popular à universidade dos povos: desafios da academia na relação com as comunidades e movimentos sociais”, ministrada pelo professor Spensy Kmitta Pimentel, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Em seguida, às 20h30, será realizada a apresentação didática “Um alaúde de cerrados e caatingas: imaginações musicais de um alaúde de Istambul nos sertões do Piauí”, com o professor Rainer Miranda Brito, do Colegiado de Antropologia e do PoCAm. A programação completa está disponível no site do 3º Seminário de Política, Cultura e Ambiente.

Mostra de Filmes - Um dos destaques desta edição é a Mostra de Filmes, que será realizada na Praça do Relógio, no Centro de São Raimundo Nonato, no dia 30 de abril, a partir das 19h30. Serão exibidos os filmes “Sobrado das Margens” (2019), dirigido por Danilo de Souza Santos; “Tirar Reis: memórias e melodias nos reisados de São Lourenço do Piauí” (2023), com direção de Manoela Vilanova Negreiros, ambos discentes do PoCAm; e “02 de julho - A Retomada” (2024), dirigido por Spensy Kmitta Pimentel, Joelson Ferreira e Joana Moncau.

Também haverá o Fórum de Auto-avaliação do PoCAm, com a participação de docentes e discentes do curso. A realização do evento conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi). Mais informações sobre o evento podem ser acessadas no site do 3º Seminário de Política, Cultura e Ambiente.

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CONGRESSO BRASILEIRO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DEBATE BIOMA CAATINGA E CRIMES AMBIENTAIS

O 23ª edição do Congresso Brasileiro do Ministério Público de Meio Ambiente, realizado em Fortaleza, Ceará, contou com uma vasta programação de painéis para debater temas como mudanças climáticas, transição energética, gerenciamento de zona costeira, resíduos sólidos e saneamento, o bioma Caatinga, além de crimes ambientais. 

O bioma Caatinga foi um dos destaques no evento. Proteção, conservação e recuperação foi a temática debatida no sexto painel pela professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Francisca Soares de Araújo; pelo presidente da Associação Caatinga, Daniel Fernandes Costa; pelo promotor de Justiça, Thiago Marques; e pela promotora de Justiça do MPSE, Aldeleine Melhor Barbosa. 

O promotor de Justiça Thiago Marques destacou as peculiaridades da Apa Regular e da heterogeneidade do bioma caatinga no território da Chapada do Araripe.

“Temos estratégias para uniformizar nossa atuação institucional e de fiscalização nesse território, aumentando a efetividade da preservação, sobretudo dentro das unidades de conservação. Precisamos ter um sentimento de pertencimento para essa ação fiscalizadora. Um dos nossos desafios são os fatores econômicos e as mudanças climáticas”. 

Aldeleine Melhor questionou por quanto tempo a caatinga ainda vai resistir. Segundo ela, é preciso atuar rápido, de forma coordenada e conjunta com os MPs brasileiros para combater o desmatamento. “A ideia é nos unir para evitar que esse bioma se acabe. A Caatinga é a maior fonte de água e vida para o sertanejo”, completou. 

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