De acordo com o jornalista, o livro é Uma viagem com muita imaginação e forró, com @zelivrorio e sua trupe!
O lançamento acontece na Terça, dia 11, em Vitória da Conquista e quarta, dia 12, as 10h da manhã, no Festival de Forró da Chapada, em Mucugê
De acordo com o jornalista, o livro é Uma viagem com muita imaginação e forró, com @zelivrorio e sua trupe!
O lançamento acontece na Terça, dia 11, em Vitória da Conquista e quarta, dia 12, as 10h da manhã, no Festival de Forró da Chapada, em Mucugê
É difícil escolher qual o maior desserviço gerado pela ausência de visão para o país ao longo dos últimos quatro anos do governo federal. Entre os ataques ao processo democrático, a consolidação do orçamento secreto, o descaso com a saúde na pandemia, o negacionismo científico, a falta de políticas para a educação em todos os níveis, cabe também analisar os impactos extremamente negativos da fusão equivocada e destrutiva das pautas da agricultura brasileira com as ações de redução da proteção ambiental.
Tal fusão rendeu ao governo federal o apoio massivo da chamada bancada ruralista que, ao contrário do que deveria defender, privilegia a visão de curto prazo em um setor econômico que depende essencialmente da garantia de condições de longo prazo. O endosso de setores da política brasileira reforça a associação do agronegócio a pautas sem fundamento científico e sem futuro e que, sobretudo, projetam riscos sobre o próprio setor.
Os dados mais recentes do Inpe indicam o maior número de alertas de desmatamento na Amazônia desde 2015. O crescimento do desflorestamento também afeta os demais biomas do país. A expansão das atividades de agricultura e pecuária sobre áreas de vegetação nativa perpetua práticas dissociadas tanto das demandas internacionais, como das perspectivas de viabilidade do setor e da construção de sua resiliência frente às incertezas crescentes.
A amálgama entre a defesa da agricultura e a desregulamentação ambiental, na verdade, beneficia um percentual pequeno de produtores que não cumprem as regras ambientais e macula a maioria dos produtores que atua de forma legal. Adicionalmente, termina por associar, por força da narrativa, o conjunto dos produtores a toda uma gama de atividades criminosas e violência que se expandem na presença do discurso e das ações contrários ao meio ambiente e sob o véu de suposta defesa do agronegócio.
A intensificação sustentável da agricultura é preferível a uma maior expansão sobre áreas naturais e é possível quando políticas adequadas estão em vigor para limitar o aumento da conversão de terras. Esforços para aumentar e diversificar a produção de alimentos através de maior rendimento e integração de sistemas, ao mesmo tempo em que se reduzem os impactos ecológicos adversos, aumentam a segurança alimentar. Hoje, enquanto as áreas plantadas com milho e soja para exportação aumentam, há retração das áreas plantadas com arroz e feijão.
O desmatamento é reconhecido como um risco sistêmico para a economia universal. Globalmente, o Fórum Econômico Mundial calculou que US$ 44 trilhões — mais da metade do PIB global — estão sob um risco significativo pelo aumento da degradação da natureza.
No Brasil, sem dúvida, a agricultura estará entre as principais vítimas. Por isso, internacionalmente, cada vez mais plataformas e ferramentas vêm orientando o setor financeiro e a economia real na construção de cadeias de suprimentos livres de desmatamento e na utilização de mecanismos de rastreabilidade mais sofisticados e transparentes.
O descontrole do desmatamento e as mudanças no uso da terra são responsáveis pela maior fração das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, ameaçam a biodiversidade que garante polinizadores, controle de pragas e doenças e a fertilidade do solo e os direitos e à subsistência das comunidades locais.
Os usos da terra que contribuem com vários serviços para soluções climáticas, segurança alimentar e integridade dos ecossistemas dependem da trajetória da mudança do clima — quanto maior o grau de aquecimento, maior será a incerteza sobre a capacidade produtiva de nossos sistemas naturais e manejados. Quem, falsamente, defende a agricultura por meio da degradação do meio ambiente está destruindo as condições mais básicas para seu sucesso em um mundo em mudança.
MERCEDES BUSTAMANTE — Professora da Universidade de Brasília e membro eleito da Academia Brasileira de Ciências
O filósofo e sociólogo francês Bruno Latour, um dos principais nomes contemporâneos da filosofia e do pensamento ambiental, morreu na madrugada deste domingo (9) em Paris, aos 75 anos, segundo informações de sua editora Éditions La Découverte.
As influentes obras do pensador, como "Jamais fomos modernos" e "Onde aterrar? Como se orientar politicamente no Antropoceno", foram traduzidas para o português e causaram impacto na academia brasileira. Elas dialogam com a obra de pensadores brasileiros importantes como o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, um dos criadores do "perspectivismo ameríndio.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, refletindo sobre a crise política e ambiental que o Brasil vivia, Latour afirmou que seria "muito importante para o resto do mundo" que o Brasil encontrasse "respostas para essa crise". Segundo ele, o Brasil seria, hoje, "como a Espanha era em 1936, durante a Guerra Civil: é onde tudo que vai ser importante nas próximas décadas está visível." Na Guerra Civil espanhola, marcada pelo envolvimento de voluntários do mundo inteiro, uma aliança de centro-esquerda (composta de republicanos, socialistas, anarquistas e comunistas) enfrentou as forças fascistas e reacionárias do General Franco com apoio dos ditadores Hitler e Mussolini.
O conflito antecipou a tragédia da Segunda Guerra Mundial Latour era amigo dos pensadores brasileiros Eduardo Viveiros de Castro e Déborah Danowski, que se referem ao pensamento do francês no livro "Há mundo por vir? Ensaios sobre os medos e os fins". Ambos lamentaram a morte do pensador em suas redes sociais.
Latour foi ainda foi um dos idealizadores da teoria, nova na sociologia, do "ator-rede" que leva em conta, para além dos humanos, objetos (ou "não-humanos") e discursos, sendo estes também considerados "atores". A teoria era influenciada pelo pensamento do filósofo e sociólogo francês Gabriel Tarde. Em entrevista à revista Cult, Latour credita parte da redescoberta do trabalho de Tarde ao "brasileiro, Eduardo Vargas, que há muito tempo tem publicado sobre o assunto.
Latour nasceu em 22 de junho de 1947 em uma família de comerciantes de vinho em Beaune, no centro-leste da França. Formou-se em filosofia e antropologia. Ele então, lecionou em escolas de engenharia na França, mas também no exterior, principalmente na Alemanha e nos Estados Unidos, onde foi professor visitante em Harvard. Foi um dos primeiros intelectuais a perceber a importância do pensamento ecológico. (ESTADÃO)
Estão abertas até 8 de novembro, às 17h, as inscrições para a 3ª Chamada Pública do Programa de Formação em Ecologia Quantitativa. Os selecionados participarão de um curso intensivo de dois meses na área, a ser realizado em São Paulo, e receberão uma ajuda de custo mensal de R$ 1,5 mil, além do custeio da passagem e hospedagem, se o aluno não for da capital paulista. A ação é uma iniciativa do Instituto Serrapilheira e do International Centre for Theoretical Physics – South American Institute for Fundamental Research.
O curso terá início em janeiro de 2023, durante o recesso universitário, e as aulas serão ministradas no Instituto de Física Teórica da Universidade Estadual Paulista (Unesp). “A ideia é capacitar alunos de qualquer campo de conhecimento a formular e responder grandes questões nos diversos subcampos da ecologia, de modo que saiam do curso preparados para ter um pensamento de vanguarda sobre o tema”, destacam os organizadores.
Para participar, além de estar interessado em uma trajetória científica na área, é preciso estar cursando ou já ter concluído a graduação ou o mestrado. Serão até 30 vagas e os escolhidos precisam “demonstrar capacidade de enfrentar tarefas desafiadoras com rigor metodológico, visão crítica, criatividade e espírito de colaboração”. Também é necessário saber inglês, pois tanto o processo seletivo, como as aulas serão nesse idioma.
Os candidatos devem ter ainda conhecimento de cálculo básico: familiaridade com conceitos de funções contínuas e descontínuas, limites e funções trigonométricas, exponenciais e logarítmicas, assim como ser capaz de resolver derivadas e integrais simples.
A seleção será feita em duas etapas. Na primeira, o interessado deve entregar uma carta de motivação escrita em inglês, de até 4 mil caracteres; enviar o currículo, de até duas páginas; e o histórico escolar da graduação com pelo menos 75% dos créditos concluídos em alguma instituição de ensino superior do Brasil. Para quem estiver cursando ou tiver concluído o mestrado deverá apresentar o histórico acadêmico.
Os selecionados para o programa serão notificados no dia 21 de novembro e a lista final será divulgada no dia 1º de dezembro. Ao final do projeto, em março de 2023, os alunos com melhor desempenho serão convidados a participar de um curso mais avançado sobre ecologia. (Fonte: Agencia Brasil)
O prefeito de Exu, Raimundo Saraiva, esteve na Secretária de Cultura do Estado de Pernambuco, em busca de apoio para a realização do Festival Viva Gonzagão. Este ano o município comemora os 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga.
Na reunião com o Secretário de Cultura, Oscar Paes Barreto e do diretor da Fundarpe, Severino Pessoa, o prefeito mais uma vez expôs a importãncia dos festejos em valorização da vida e obra de Luiz Gonzaga.
"A obra de Luiz Gonzaga perpetua de geração para geração, Luiz Gonzaga sempre foi diverso, autêntico e inovador, portanto, juntos, buscaremos fazer um festival do tamanho da grandeza de Luiz Gonzaga, com uma programação, novo espaço de evento, cenário e incentivo à preservação do patrimônio cultural do reinado do baião, como também, ampliar a inclusão das comunidades na construção das festividades.
Na oportunidade o prefeito também manteve um encontro com o atual Governador do Estado, Paulo Câmara.
Para o prefeito de Exu, Raimundo Saraiva Sobrinho, o município aguarda com bastante ansiedade para festejar os 110 anos de seu filho mais ilustre. “A Festa de Gonzagão gera grande expectativa para a população de Exu e para Região do Araripe. É um momento de confraternização dos admiradores do Rei do Baião que vem de todas as partes do Brasil, um momento de troca de saberes. Além de aquecer o comércio local, é um palco para revelar talentos culturais. Maior vitrine de revelação e resistência cultural da região. Temos muito orgulho de estar na terra do nobre Luiz Gonzaga”, declara.
AS KAROLINAS COM K: Ano passado durante as festividades dos 109 anos de Luiz Gonzaga, a presidente da Associação de Mulheres As Karolinas, localizada na Comunidade da Vilha Nossa Senhora Aparecida, a agricultura Cícera Evarista, disse que é neta do artesão, o saudoso Zé Maria que transformava cipó em Arte e que associação surgiu com objetivo de melhorar a qualidade de vida e autoestima das mulheres.
A Associação de Mulheres As Karolinas é exemplo superação, esforços, vontade de vencer. "Todas as mulheres artesãs aqui seguem a máxima da música Vozes da Seca, pois queremos trabalhar e ganhar com nosso suor, não queremos esmolas. Queremos trabalhar e mostrar que somos da terra da arte, da terra de Luiz Gonzaga", afirma Cicera.
A associação surgiu para garantir dignidade as mulheres e está em ascensão, se aperfeiçoando para driblar os desafios para Conquistarem seus espaços. “Não é fácil e nem simples, mas é transformador”, afirma Cícera ressaltando que as mulheres fazem tricô, croché, bordado, brincos, e várias miniaturas com a imagem de Luiz Gonzaga.
São cerca de 36 mulheres, todas unidas e com a missão também de capacitar pessoas para a geração de rendas. "As artesãs criam juntas e ganham juntas”.
Os retrocessos socioambientais sofridos pelo Brasil nos últimos quatros anos mostram que levará tempo para que o país consiga se reestruturar e avançar novamente na pauta, destacou a Maristela Crispim. A idealizadora da agência de conteúdo Eco Nordeste realizou a conferência de encerramento do V Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo Ambiental (ENPJA).
Durante a conferência, a jornalista salientou que será preciso pressão social e principalmente uma imprensa atenta, que acompanhe de perto, as medidas ambientais tomadas nacionalmente. Segundo Maristela, as mudanças mais graves ocorreram na atual gestão governamental: “É inegável que o nosso país está abandonado em relação a fiscalização ambiental, os fundos ambientais também paralisaram e a participação popular nos conselhos foi cortada”.
Para evidenciar tamanha precarização das políticas ambientais, a palestrante apresentou um documento da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) que lista diversos desmontes e ataques aos direitos socioambientais no Brasil. Entre os citados estão o desmatamento e as queimadas de áreas protegidas, o pouco avanço nas metas para combater as mudanças climáticas firmadas internacionalmente e o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente e demais órgãos de fiscalização e controle.
Outra pesquisa citada, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), mostrou que o orçamento federal para a proteção do meio ambiente em 2021 foi o menor dos últimos três anos. O valor do ano passado foi de R$ 2,49 bilhões, contra R$ 3 bilhões em 2020 e R$ 3,08 bilhões em 2019. Para a jornalista, isso significa zero investimento na área e serve para desmontar ainda mais as políticas públicas.
Crispim também abordou na conferência a gravidade do projeto de lei 191/2020 do Executivo, que tramita no Congresso (situação aqui) e visa permitir a mineração nos territórios indígenas (TI’s), e da votação da tese do marco temporal pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Se essa tese for aprovada, somente os povos originários que estavam nas terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, teriam direito à demarcação, comprometendo deste modo o que já foi conquistado e inviabilizando futuras demarcações. E por que os habitantes nativos não estavam nos territórios? Devido a expulsão provocada pelo agro-hidro-minero-negócio, como os movimentos socioambientais denominam hoje esse poder político-econômico que rege os projetos de desenvolvimento.
Para a mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, este cenário favorece o crime organizado nas áreas remotas do país. Maristela Crispim citou como exemplo o assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, no Vale do Javari, região infestada de garimpo ilegal, município de Atalaia do Norte, Amazonas.
DESAFIOS: Na esfera jornalística, Maristela Crispim relembrou o compromisso do jornalismo ambiental em denunciar as desigualdades. A palestrante comentou que pessoas marginalizadas são as que mais sofrem com os efeitos das mudanças climáticas. De acordo com a jornalista, a falta de políticas públicas para garantir educação ambiental e moradias seguras é uma questão estrutural e socioambiental.
No mesmo viés, ela comentou que “estamos muito distantes de conseguir as coisas mais básicas, como combater a fome e acessar a educação. Contudo, isso não deve ser preterido a proteger a nossa biodiversidade, porque está tudo interligado”. Para Crispim, o desafio da crise climática não é simples, mas pode ser enfrentado quando a população eleger políticos que priorizem a pauta ambiental.
Outro ponto abordado na conferência foi o papel do jornalismo ambiental diante do negacionismo. A palestrante enfatizou que os jornalistas têm a responsabilidade de facilitar a compreensão dos resultados das pesquisas científicas para que os públicos compreendam os impactos no dia a dia. Crispim acredita que existe negacionismo climático porque há dificuldade de comunicação entre as todas as partes.
Recentemente a jornalista esteve no projeto Caravana Nordeste Potência que, durante os meses de agosto e setembro, percorreu 2.830 quilômetros do Baixo e Submédio Rio São Francisco a fim de mostrar como a região pode se desenvolver de forma menos impactante para sua biodiversidade. Crispim produziu uma série de reportagens positivas sobre a viagem e evidencia que o jornalismo ambiental deve ir além da editoria e mostrar também soluções.
O V ENPJA, realizado pelo Grupo de Pesquisa em Jornalismo Ambiental (UFRGS/CNPq) e pelo Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ-RS), teve o apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS, do Curso de Jornalismo da UFSM/FW e do Curso de Jornalismo da UniRitter.