ANTONIO MENDES: A VIDA QUE SE TECEU COM A HISTÓRIA DA MISSA DO VAQUEIRO DE SERRITA, PERNAMBUCO

Compreender que a história vem se tecendo com a força da própria vida é uma reflexão. Por isto, disse o cantador, escritor Vírgilio Siqueira, não ser possível guardar na própria alma a transbordante força de uma causa. Daí não ser possível retornar, afinal, a gente nem sabe ao certo se de fato partiu algum dia.

No mês de julho a Missa do Vaqueiro de Serrita completa 52 anos. Criada por Padre João Câncio, Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e o poeta cantador Pedro Bandeira, a Missa possui uma mística de fé e histórias. 

Este ano, amigos e participantes da Missa do Vaqueiro de Serrita, lembrarão com mais saudade a ausência do agora saudoso Antônio Davi Pereira, conhecido por seu Antônio Mendes que partiu para o "Sertão da Eternidade" no dia 11 de setembro de 2020.

Seu Antônio em vida participou de 50 missas do vaqueiro. Foi um dos fundadores, um dos primeiros a participar da tradicional missa.  Esteve presente nos principais diálogos para a criação e cujos frutos brotaram no que hoje é a Missa do Vaqueiro de Serrita um Patrimônio Cultural do Brasil. 

O agricultor, empreendedor Antonio Mendes foi um alicerce que trabalhava e não perdia o otimismo e contribua com muitas ações para que a Missa pudesse ser realizada. Seu Antônio teve mais um privilégio. Conviveu com Luiz Gonzaga, Pedro Bandeira e Padre João Câncio. Distribuiu rapadura, queijo e farinha, ouviu aboios e se emocionou com a força do trabalho e das palavras construídas nas vozes dos vaqueiros mais autênticos que ampliam a cultura e a busca de justiça social.

O biomédico, Cícero Jurandir Pereira é um dos filhos de seu Antônio. Ele revelou a reportagem (BLOG NEY VITAL) que "este ano mais uma vez estará presente na Missa do Vaqueiro de Serrita", ressaltando que devido o isolamento social provocado pela pandemia Covid-19, uma das últimas missas que o seu pai participou foi sem a presença de grande público e por isto este ano a "emoção será mais forte devido a presença dos amigos vaqueiros todos encourados".

A ativista cultural, Maria de Fátima Tenório Ribeiro, há 22 anos participa da Missa do Vaqueiro. Natural da cidade de Arcoverde este ano estará em Serrita. Ela é uma das que vai sentir a ausência de seu Antonio Mendes no Parque Nacional dos Vaqueiros,  Sitio Lajes, local onde é realizada a Missa.

Emocionada Nadir Ribeiro, lembra que seu Antonio Mendes foi um daqueles sertanejos que fazia questão de receber e abraçar, amigos e visitantes, gostava de acolher as pessoas, de prosear sobre a vida e contar histórias sobre a Missa do Vaqueiro e ainda das dificuldades e vitórias do homem da caatinga.

Nadir Ribeiro recebeu em 2017 o Prêmio Cultivador da Cultura, da Ordem Federativa ao Mérito e do Movimento Café com Poemas,  em Belo Horizonte, Minas Gerais

DEVOÇÃO: "Tengo/legotengo/lengotengo/lengotengo.… O vaqueiro nordestino/morre sem deixar tostão/o seu nome é esquecido/ nas quebradas do Sertão...” 

Na Missa do Vaqueiro de Serrita, edição 52, mais uma vez os aboios e versos vão ecoar pelo lugar, realçados pelo trote dos animais e o balançar natural dos chocalhos trazidos pelos donos, todos em silêncio. É música. É arte. 

Cada arte emociona o ser humano de maneira diferente! Literatura, pintura e escultura nos prendem por um viés racional, já a música nos fisga pelo lado emocional. Ao ouvir música penetramos no mundo das emoções, viajamos sem fronteiras.

Foi no sítio Lages, que um primo do Rei do Baião, no ano de 1951, Raimundo Jacó, homem simples, sertanejo autêntico, tendo por roupa gibão, chapéu de couro tombou assassinado.

Realizada anualmente sempre no mês de julho, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga e criada com os amigos Padre João Câncio e Pedro Bandeira. A música composta por Nelson Barbalho e Luiz Gonzaga, ainda ecoa nos sertões brasileiros: Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. 

Reza a história que corre até hoje nos sertões que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja de seus colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A história de coragem se transformou num mito do Sertão. A sua vida foi imortalizada pelo canto de Luiz Gonzaga. O Rei do Baião, que era primo de Jacó, transformou “A Morte do Vaqueiro” numa das mais conhecidas e emocionantes canções brasileiras. Luiz Gonzaga queria mais.

 Dessa forma, ele se juntou a João Câncio dos Santos, na época padre que ao ver a pobreza e as injustiças sociais cometidas contra os sertanejos passou a pregar a palavra de Deus vestido de gibão, para fazer do caso do vaqueiro Raimundo Jacó é o mote para o ofício do trabalho e para a celebração da coragem. Assim, em 1970, o Sítio Lajes, em Serrita, onde o corpo de Raimundo Jacó foi encontrado, recebe a primeira Missa do Vaqueiro. 

De acordo com a tradição, o início da celebração é dado com uma procissão de centenas vaqueiros a cavalo, que levam, em honras a Raimundo Jacó, oferendas, como chapéu de couro, chicotes e berrantes, ao altar de pedra rústica em formato de ferradura. 

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre. A Missa do Vaqueiro enche os olhos e coração de alegria e reflexões.  Vaqueiros e suas mãos calejadas, rostos enrugados pelo sol iluminam almas. 

Em Serrita ouvimos sanfonas tocando alto o forró e o baião. Corpo e espírito ali em comunhão. A música do Quinteto Violado, composto por Janduhy Filizola é fonte de emoção. A presença de Jesus Cristo está no pão, cuscuz, rapadura e queijo repartidos/divididos na liturgia da palavras.

Emoção! Forte Emoção. É a mística presente na Missa do Vaqueiro ao ouvir sanfona e violeiros: “Quarta, quinta e sexta-feira/sábado terceiro de julho/Carro de boi e poeira/cerca, aveloz, pedregulho/Só quando o domingo passa/É que volta os viajantes aos seu locais primitivos/Deixa no caminho torto/ o chão de um vaqueiro morto úmido com lágrimas dos vivos".

E aqui um assunto pra concluir: quando o gado passa diante do mourão onde se matou uma rês, ou está esticado um couro, é comum o gado bater as patas dianteiras no chão e chorar o sentimento pelo “irmão” morto. O boi derrama lágrimas e dá mugidos em tons graves e agudos, como só acontece nos sertões do Nordeste!

Assim eu escutei e aqui reproduzo...(Texto e reportagem Jornalista Ney Vital. Apresentador produtor do Programa NAS ASAS DA ASA BRANCA  VIVA LUIZ GONZAGA E SEUS AMIGOS. Transmissão aos domingos 8hs Rádio FM 95.7 e Rádio Cidade AM 870)

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PROGRAMA ESCOLA VERDE PROMOVE XIX MINICURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTERDISCIPLINAR

O Programa Escola Verde (PEV), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizará o XIX Minicurso de Educação Ambiental Interdisciplinar (MEAI), nos dias 2 e 9 de julho. O evento visa construir um espaço para capacitar estudantes universitários e professores da educação básica sobre temas socioambientais. 

As aulas do minicurso irão acontecer remotamente, com transmissão pelo canal do PEV no YouTube. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas até o dia 1º de julho.

Os interessados em participar podem efetuar as inscrições pelo formulário on-line. O minicurso irá ofertar 16 aulas, que serão ministradas por docentes da Univasf e da Faculdade de Petrolina (Facape), conforme calendário.

 As aulas do XIX MEAI  irão acontecer no turno da manhã, das 8h às 12h15, e da tarde, das 14h às 18h15. O minicurso irá abordar temas como “Montagem de Comunidades Biológicas”, “Engenharia de Software para a Educação Ambiental”, “Mudanças Climáticas Globais”, “Bioconstrução”, entre outros tópicos relacionados com a temática central do evento.

O participante que assistir a mais de 60% das aulas e assinar as atas de presença poderá receber certificado com carga horária de até 16h de aula. O Programa Escola Verde tem como objetivo investigar as dificuldades da educação ambiental nas escolas e promover ações que minimizem os problemas identificados, a partir da participação das comunidades escolares. Para mais informações sobre o PEV e suas atividades, acesse o site do programa.

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LUIZ GONZAGA E A PAIXÃO PELO FUTEBOL. EXU POSSUI O GONZAGÃO FUTEBOL CLUBE

O Blog Ney Vital destaca a História de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião com o futebol. Ele era apaixonado pelo esporte e teve até um time com seu nome e em Exu, Pernambuco, sua terra, existe o Gonzagão Futebol Clube.

Se estivesse vivo, Luiz Gonzaga completaria este ano 110 anos em  13 de dezembro de 2022.

Nos anos 80 Luiz Gonzaga foi registrado numa foto ao lado do sobrinho, Piloto e outros jogadores.

A história conta que Luiz Gonzaga chegou a ter um time em sua homenagem: o Gonzagão Futebol Clube, sediado em sua cidade natal, a 630 quilômetros do Recife. O Gonzagão Futebol Clube, disputou a sua primeira partida contra uma equipe de Araripina, também no Sertão. Luiz Gonzaga usava binóculo para assistir aos jogos, “Seu Lua” fez questão de dar o ponta pé inicial, com a imagem sendo o seu último registro como torcedor. Uma outra versão do Gonzagão Futebol Clube, acabou sendo criada criada em 12 de janeiro de 2015, com o cantor presente no escudo – com a sua sanfona branca. 

No Rio de Janeiro o Rei do Baião declarou que torcia pelo Botafogo e no seu Pernambuco o preferido era  Santa Cruz de corpo e alma. 

Luiz Gonzaga foi do tempo, definido pelo jornalista Armando Nogueira, onde o futebol era pura arte: o drible era poesia, o passe prosa, o chute era o êxtase e o gol delírio pleno.

No podcast do projeto Luiz Gonzaga 110 anos do nascimento de Luiz Gonzaga, apresentado e criado pelo pesquisador Paulo Vanderley consta o cantor Fagner falando sobre a paixão de Luiz Gonzaga pela arte do futebol, e detalha uma partida de futebol disputada em Exu, com presença de Gonzaguinha, durante as festividades do Centenário da Igreja de São João Batista do Araripe.

No ritmo, harmonia e melodia, Luiz Gonzaga, em seu repertório declarou amor ao futebol e cantou Siri jogando bola, Hino do Batistão e Lá vai a pitomba. O Estádio Estadual Lourival Baptista, em Aracaju, foi inaugura em 9 de julho de 1969, Luiz Gonzaga cantou no evento.

Atualmente o técnico, do time Gonzagão Futebol Clube é Giliard Fernandes da Silva. A equipe disputa a primeira divisão do Campeonato local.


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PAULO VANDERLEY: PODCAST E SITE JÁ SÃO REFERÊNCIAS DAS COMEMORAÇÕES 110 ANOS NASCIMENTO DO REI DO BAIÃO

O dia 13 de dezembro de 2022 marca os 110 anos de nascimento de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Mas, as comemorações já começaram pelas ações de Paulo Vanderley, um dos principais pesquisadores e referência nacional sobre a vida do artista. 

O projeto, que culminará com o lançamento de um livro, já começou com a série exibidas através do podcast “Luiz Gonzaga 110 anos de Nascimento”, reunindo símbolos importantes da carreira do sanfoneiro, cantor e compositor.

No dia 30 de março de 2022, foi ao ar o primeiro episódio que continua disponível. A proposta do podcast é oferecer um bate-papo descontraído entre amigos apaixonados pela obra de Luiz Gonzaga.

Esse é o DNA do podcast “Luiz Gonzaga 110 anos de Nascimento”. Ao todo, o projeto reunirá mais de 50 programas. Em cada uma das gravações, haverá convidados especiais, como Elba Ramalho, Waldonnys, Braulio Bessa, Fagner e Espedito Seleiro. Disponibilizado nas principais plataformas de hospedagens de podcast, cada episódio será liberado às quartas-feiras.

Além do podcast, o projeto em homenagem aos 110 anos do Rei do Baião conta também com o site www.luizluagonzaga.com.br, uma websérie e um livro que reúne o maior acervo de pesquisa sobre o artista já publicado no Brasil. O site Luiz Luz Gonzaga, de visual renovado, foi relançado para o público em 13 de dezembro de 2021 dia em que se comemorou os 109 anos de nascimento do artista. A plataforma leva assinatura do pesquisador Paulo Vanderley, apaixonado pela obra gonzagueana, reunindo no ambiente vitual um amplo acervo sobre a carreira de Luiz Gonzaga, tais como discos, fotos e documentos raros.

A página foi criada há 16 anos, com supervisão técnica de Walmar Pessoa, e é considerada, hoje, o maior acervo digital da obra de Gonzaga. Paulo Vanderley, reuniu, ao longo do tempo, inúmeros detalhes da carreira do artista e, como todo apaixonado colecionador, conservou o material nos arquivos dentro de sua própria residência. Até que, em 2005, resolveu disponibilizar para o grande público por meio da internet. O site chegou à marca de 8 milhões de acessos somente em 2012, ano do centenário de Luiz Gonzaga.

O site foi relançado numa série de eventos em Exu, terra natal do homenageado, e teve seu grande momento com uma live. Numa conversa leve e descontraída, Paulo convidou o ator e influenciador digital Max Petterson, cearense apaixonado pela cultura nordestina, e Espedito Seleiro, artista plástico e mestre da arte do couro que trabalhou no desenvolvimento do figurino de Luiz Gonzaga. Juntos, prestaram uma justa homenagem ao Rei do Baião e apresentaram detalhes do acervo disponível no novo formato do site.

EXPANSÃO DA MEMÓRIA: Além do site, o pesquisador Paulo Vanderley também está envolvido na produção do livro "Luiz Gonzaga 110 anos do Nascimento". A obra promete ser um dos documentos mais definitivos de consulta sobre a carreira de Gonzaga e um valioso instrumento de pesquisa sobre a canção brasileira. “Em cada página, o leitor viverá uma experiência gonzagueana. Vamos anexar letras, capas de LPs, fotografias raras”, destaca o pesquisador.

O livro é a síntese de mais de três décadas de pesquisa e paixão de Paulo pela obra de Gonzaga. Ele será narrado em primeira pessoa pelo próprio Luiz Gonzaga, com trechos extraídos de gravações de entrevistas concedidas a rádios, jornais e canais de tv pelo próprio artista entre os anos 1940 e 1980. “É como se você estivesse lendo um texto com aquela voz inconfundível de Gonzaga”, adianta Paulo Vanderley.

Além disso, o autor traz um relato preciso sobre a trajetória do Rei do Baião, construída entre a memória pessoal e os relatos de nomes consagrados da música que conviveram com Gonzaga, como Fagner, Lenine, Santana, o cantador e Maciel Melo, outros ícones da MPB. A previsão de lançamento do livro é para o São João de 2022.

O projeto conta com o apoio de importantes parceiros como a Betânia, Uninassau, Cerbrás, Grupo S&S e Cevema.

REFERÊNCIA NACIONAL: A experiência e o conhecimento fizeram de Paulo Vanderley uma referência nacional no tema, tanto que ele foi convidado como consultor em importantes projetos sobre Gonzaga, como o Museu Cais do Sertão, no Recife, o filme "Gonzaga: de pai pra filho", de Breno Silveira, e do desfile campeão do carnaval do Rio de Janeiro em 2012, da Unidos da Tijuca de Paulo Barros.

Aos poucos, Paulo Vanderley conseguiu transportar esse valioso material para o mundo digital. Agora, na nova versão do site, o público conseguirá navegar pelas fotografias raras, a história da discografia completa, conferir a letra na íntegra das canções gravadas, vídeos raros e ler curiosidades colhidas pelo coordenador do site durante a convivência com ícones da MPB.

“É uma forma de manter viva a memória de um dos maiores nomes da nossa música e reconectar todo esse legado com novas gerações. Eu fico animado com esse interesse por Gonzaga. Ele foi e é muito importante para nossa cultura”, relata Paulo, animado com o sucesso do projeto.

FICHA TÉNICA - PODCAST

Apresentação: Paulo Vanderley

Produção: Viu Cine

Técnico de som: Mago Andrade

Música: Lucas Campelo

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CARTA ABERTA PARA O CANTOR, MESTRE AZULÃO SABER DE NOSSA GRATIDÃO

O Brasil desperdiça o potencial de sua musicalidade, riqueza maior, Floresta de ritmos, harmonia e melodias, um ativo único e inigualável. Prova disto é a despedida dos palcos do cantor Francisco Bezerra de Lima.

Conhecido como, o "Pequeno Grande" Azulão que se despediu dos palcos na última sexta-feira (17) de junho, em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O caruaruense dedicou 60 dos seus 80 anos de vida à música. A despedida aconteceu no palco do Pátio de Eventos Luiz Lua Gonzaga ao lado do filho, Azulinho.

O jornalista e pesquisador musical Ricardo Anisio, no Livro Forró de Cabo a Rabo, destaca que Azulão É muito mais do que Você pode imaginar: é um artista prenhe de sinceridade estética, é riqueza musical na forma da arte de cantar.

"Azulão nasceu para cantar, assim como o pássaro que ele escolheu para se auto-batizar artisticamente...Azulão deveria constar em qualquer aula, que se possa ministrar sobre cultura brasileira, no seu caso sobre música. Azulão é mestre na arte de cantar". 

Durante o show de despedida, Azulão foi surpreendido ao saber que será homenageado em vida com uma estátua feita pelo artista plástico Tita Caxiado, que também foi o responsável pela estátua de Luiz Gonzaga, que dá boas-vindas aos forrozeiros que vão até o polo principal do São João de Caruaru.

No último show da carreira de seis décadas, Azulão se divertiu e cantou os maiores sucessos dele, como "Caruaru do Passado", "Dona Tereza" e "Adeus meu amor", para as milhares de pessoas que foram ver de perto a despedida do "Pequeno Grande" dos palcos. Azulão ainda recebeu uma homenagem do neto, Alexandre Filho, que cantou uma música para o avô.

"Azulão é Caruaru, Azulão é o forró. Ser herdeiro de Azulão, um dos maiores nomes da música nordestina, é uma responsabilidade muito grande", ressaltou Azulinho.

O orgulho pela representatividade de Azulão para a música está dentro da própria casa. O filho dele, Azulinho, de 31 anos, segue os passos do pai e hoje é companheiro de palco do artista. Azulinho usou as redes sociais para comunicar a aposentadoria do pai: “Azulão é e sempre será a lenda viva de nossa Caruaru, nesse momento tão lindo não a tristeza, pois sabemos que seu legado irá se perpetuar por toda vida e que jamais será esquecida ou apagada a linda trajetória que meu pai trouxe até aqui”, disse.

HISTÓRIA: Cantor e compositor, Francisco Bezerra de Lima, o Azulão nasceu a 25 de junho de 1942, em Brejo de Taquara, distrito de Caruaru. Ainda criança, foi, com a família, morar no centro da sua cidade. Começou a cantar nos programas de calouros da extinta Rádio Difusora de Caruaru. Teve como influência em sua carreira de compositor os ídolos Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Depois o Maestro Camarão, criador da primeira banda de forró do Brasil, Banda do Camarão, chamou Azulão para fazer parte do conjunto. Na sua voz, foram eternizadas músicas como: Dona Tereza, Mané Gostoso, Caçote e Caruaru do Passado. 

*Ney Vital-é jornalista apresentador e produtor do Programa Nas Asas da Asa Branca-Viva Luiz Gonzaga e seus Amigos.
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CANTOR DEL FELIZ RECEBE TÍTULO DE CIDADÃO PETROLINENSE NESTA TERÇA-FEIRA (21)

O cantor Del Feliz vai receber o Título de Cidadão de Petrolina, Pernambuco, nesta terça-feira (21), durante sessão solene, no plenário da Câmara Municipal de Vereadores, a partir das 19hs.

A honraria é a valorização ao trabalho de Del Feliz que, ao longo de 22 anos de carreira, tem contribuído para a valorização da Cultura Gonzagagueana e festejos juninos, para a afirmação da cultura nordestina e para a internacionalização dos ritmos mais brasileiros, o forró, xote e baião.

O diretor da agência de conteúdo ‘Sertão Mídia', produtor cultural de Pernambuco,  Luciano Peixinho, comenta que Del Feliz é a síntese do povo do Nordeste, que luta, que espalha esperança, que resiste e que celebra suas raízes com muito orgulho e por isto a sua trajetória, é reconhecer uma vida dedicada à divulgação, valorização da música e das expressões da cultura popular nordestina. 

TRAJETÓRIA: Nascido no distrito de Barreiros, em Riachão do Jacuípe, Del Feliz possui uma longa história de superação e amor à cultura. Herdou de sua mãe, Dona Nicinha, o gosto pelo reisado, samba e cordel, elementos que caracterizam seu trabalho como artista e que o ajudaram a construir uma carreira sólida e de sucesso no âmbito do forró.

Seu trabalho se caracteriza pelo destaque aos elementos da cultura e identidade nordestina. Del Feliz, padrinho nacional da campanha que tornou o forró Patrimônio Cultural e Imaterial do Brasil, segue empenhado na busca do reconhecimento do ritmo como patrimônio da humanidade. É de sua autoria o “Hino do São João da Bahia”, música gravada com a participação de cerca de 40 cantores, principais representantes nos festejos juninos da Bahia, e divulgada em três diferentes idiomas: espanhol, francês e inglês. A canção foi aprovada pela ALBA como Hino Oficial do São João da Bahia.

Além de temáticas tradicionais do forró, o artista produz músicas que abordam temas como cultura, diversidade, ecologia, vacinação e incentivo à leitura. Ao longo da sua trajetória, Del construiu parcerias importantes com artistas como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Dominguinhos, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Adelmário Coelho, Michel Teló, Santanna, Carlinhos Brown, dentre outros.

DEL FELIZ possui 22 CDs e 3 DVDs, gravados de forma independente, realizou uma turnê nacional com destaque para o São João e tem passagens por diversos países, como França, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, Japão, sempre divulgando as expressões da cultura nordestina.

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LIVRO "EXU, CIDADE DA GENTE" É LANÇADO DURANTE SOLENIDADE OFICIAL

Em Solenidade Oficial na última sexta-feira (17), na cidade de Exu, cerca de 630 km da Capital Recife-PE, terra de Luiz Gonzaga, o prefeito Raimundinho Saraiva (PSB) realizou uma cerimônia de lançamento do Livro Didático: "Exu, cidade da gente". 

Escrita por autores exuenses, a obra traz o estudo da geografia, história e estudos regionais do município de Exu. Com um olhar de compreensão de forma lúdica e didática pela memória da história dos povos Ançus, fundadores, Bárbara de Alencar, Luiz Gonzaga e daqueles que deixaram sua marca na construção de um solo sagrado no sertão pernambucano. 

A professora Aldenir Araújo descreveu a Unidade 1 - Lugar de Viver; a também professora Marina Santana, a Unidade 2 - História e Memória; A professora Maria do Amparo Alencar, a Unidade 3 - Lugar de Memória; A professora Sabrina Guimarães Bacurau a Unidade 4 - Educação Socioambiental, o ambientalista Cícero Marcelino a Unidade 5 - Lazer e Turismo, e a Ex-Vice-Prefeita de Exu, Maria do Socorro Pinto Saraiva a Unidade 6 - Poder e Cidadania. 

O prefeito Raimundinho Saraiva destacou que o livro é um Marco Histórico de sua gestão. 

"Lançamos mais que um livro didático: "Exu, cidade da gente." É, além disso, a ressignificação de caminhos, pois oportunizamos aos nossos educandos e leitores o acesso à história do município, escrita por seus filhos,  autores genuínos desta obra. Acreditamos que ela surtirá seu efeito em toda a rede municipal de ensino que dela se apropria, impactando esta e as futuras gerações".

A Secretária de Educação do município, a professora Edilânia Tavares, frisou: "Uma obra didática de grande relevância, dada ao seu conteúdo histórico e a riqueza da nossa trajetória, construída ao longo dos anos por homens e mulheres que fizeram acontecer e deixaram seu legado".

Uma das autoras do livro, Maria do Socorro Pinto, falou representando todos os autores: "O momento que se registra é único porque marca a história do município com uma obra que será referência para os que dela se apropriarem e que nela buscarem o conhecimento, também nela identificando suas próprias raízes. E com um diferencial porque todos os seus autores são filhos dessa Terra, deste solo-mãe, que gerou em seu seio, almas desejosas de proclamar a sua identidade e enriquecer sua cultura, como nosso saudoso Luiz Gonzaga, marco principal do acervo cultural deste município".

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